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domingo, 1 de dezembro de 2019

1º Dezembro comemorações em Lisboa -VIII Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas, numa tarde fresca, meia invernal mas não chuvosa, presenciada por milhares de pessoas


Jorge Trabulo Marques -  Jornalista repõrter fotográfico-

Já lá vão quase 6 séculos sobre a data que devolveu a Portugal a sua independência e que, desde há anos a esta parte, tem sido assinalada na Praça dos Restauradores, em Lisboa.  



Pese as ameaças de espessas névoas, que pairavam baixas e faziam recear que a chuva viesse  pregar alguma partida, porém, tal não sucedeu e a tarde decorreu fresca e ventosa mas não chuvosa para alegria dos milhares de pessoas que se postaram ao longo desfile.  


A Praça dos Restauradores voltou a acolher a tradicional cerimónia comemorativa do 1º de Dezembro, desta vez como desfile de 34 bandas filarmónicas, em memória dos heróis da Restauração da Independência (1640) e da Guerra da Aclamação (1640-1668), numa organização conjunta da Câmara Municipal de Lisboa e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.




As bandas desfilaram desde a Estátua dos Combatentes da Grande Guerra, pelas 15h, pela avenida da Liberdade, até à Praça dos Restaurados,  que, uma vez mais, voltou a ser  palco do tradicional desfile comemorativo do 1.º de Dezembro, contando com a participação de mais de 1600 músicos de 37 bandas filarmónicas e agrupamentos vindos de todo o país.


Hino Nacional Português – Tocado e Cantado por 34 bandas filarmónicas 



 Abriram o 8º Desfile Nacional de Bandas Filarmónicas o Grupo de Bombos de Atei (de Vila Real) e a Banda Sinfónica do Exército. Com 132 anos de história, a Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense – a coletividade mais antiga da freguesia dos Olivais – é a banda convidada deste ano para representar Lisboa, a cidade anfitriã desta iniciativa.

Segundo informação veiculada pela Agenda Cultural da CML, este desfile visa igualmente homenagear e divulgar uma prática musical com mais de 200 anos que, um pouco por todo o país, continua a desempenhar um importante papel na formação cívica e musical de crianças e jovens, tendo culminado com a interpretação, em simultâneo, de o Hino da Maria da Fonte, o Hino da Restauração e o Hino Nacional, sob direção do maestro da Banda Sinfónica do Exército, Major Alexandre Coelho.

É ainda sublinhado, que,  pela primeira vez, “A Portuguesa” foi tocada integralmente pelas bandas participantes, às quais se juntou  o Coro do Orfeão de Castelo Branco.


LISTAS DAS BANDAS QUE PARTICIPARAM E RESPETIVA ORDEM Tocá Rufar; Banda da Armada; Banda Musical de Figueiredo – Arouca – Aveiro; Sociedade Recreativa Filarmónica 1º de Janeiro – Castro Verde – Beja; Banda da Sociedade Filarmónica União Mourense “Os Amarelos” – Moura – Beja; Banda Musical de Carvalheira – Terras de Bouro – Braga; Filarmónica Retaxense – Castelo Branco; Associação Recreativa Musical Covilhanense – Covilhã – Castelo Branco; Sociedade Filarmónica Oleirense – Oleiros – Castelo Branco; Banda Filarmónica de Aldeia de João Pires – Penamacor – Castelo Branco;Sociedade Filarmónica Aurora Pedroguense – Sertã – Castelo Branco; 

Sociedade Filarmónica de Educação e Beneficência Fratelense – VV. Rodão – Castelo Branco; Banda Filarmónica de Alqueidão – Figueira da Foz – Coimbra; Filarmónica Instrução e Recreio de Abrunheira – Montemor-o-Velho – Coimbra; Filarmónica Sangianense – Oliveira do Hospital – Coimbra; Banda Filarmónica Simão da Veiga da Casa do Povo de Lavre – Montemor-o-Novo – Évora; Sociedade Filarmónica Portimonense – Portimão – Faro; Sociedade Recreativa e Musical Loriguense – Seia – Guarda;  Sociedade Filarmónica Avelarense – Ansião – Leiria; Sociedade Artística Musical 20 de Julho de Santa Margarida do Arrabal – Leiria;  Sociedade Filarmónica Pedroguense – Pedrogão Grande – Leiria; Associação Musical e Artística Lourinhanense – Lourinhã –Lisboa; Banda da Escola de Música da Juventude de Mafra – Mafra – Lisboa; 

Banda Juvenil do Município de Gavião – Gavião – Portalegre;  Sociedade Musical Nisense – Nisa – Portalegre; Sociedade Recreativa Musical Alegretense – Portalegre; Sociedade Filarmónica de Crestuma – V.N. Gaia – Porto; Sociedade Filarmónica Gualdim Pais – Tomar – Santarém; Sociedade Filarmónica Progresso Matos Galamba – Alcácer do Sal – Setúbal; Banda Municipal do Barreiro – Barreiro – Setúbal;  Banda Nova de Barroselas – Viana do Castelo; Banda Marcial de Tarouquela e Municipal de Cinfães – Cinfães – Viseu; Banda de Música de São Cipriano “A Nova” – Resende – Viseu; Sociedade Filarmónica Fraternidade de S. João de Areias – Santa Comba Dão – Viseu

A IMPORTÂNCIA DAS BANDAS FILARMÓNICAS NA CULTURA POPULAR - Tal como é reconhecido, “ “As filarmónicas são parte imprescindível do cenário musical, cultural e etnográfico do país. As bandas alegram as romarias, realizam concertos, cantam as “janeiras”, ou organizam outras atividades culturais, como festivais de bandas, entre muitas outras. É, pois, inquestionável o impacte das bandas filarmónicas no território onde se inserem, pelas diversas atividades que efetivamente organizam e disponibilizam à população. 

Recorde-se que elas são as principais escolas de música do país, além de serem o “berço” de muitos dos músicos das nossas orquestras. Estas instituições proporcionam às populações um denso leque de conhecimentos culturais e musicais, além de estimularem as relações sociais entre os seus membros. (Moreira, 2014) Existem na Confederação Musical Portuguesa registadas cerca de 718 bandas filarmónicas1, mas é possível detetar ainda outras dispersas pelo país. No concelho de Baião atualmente perduram duas: a Banda Marcial de Ancede e a Banda Musical da Casa do Povo de Santa Marinha do Zêzere. Estas duas bandas alegram as populações de Baião, sobretudo durante o verão, percorrendo várias localidades do Norte, que as recebem de braços abertos, para enobrecerem as suas festividades. “  Excerto de file:///C:/Users/HP/Downloads/16754.pdf

FACTO HISTÓRICO QUE DEVOLVEU A PORTUGAL A SUA INDEPENDÊNCIA


A dinastia espanhola dos Filipes governou o país entre 1580 e 1640, altura em que o futuro D. João IV liderou uma revolta que afastou os castelhanos do trono. Foram 120 os conspiradores que, na manhã de 1 de Dezembro de 1640, invadiram o Paço da Ribeira, em Lisboa, para derrubar a dinastia espanhola que governava o país desde 1580. Miguel de Vasconcelos, que representava os interesses castelhanos, foi morto a tiro e atirado pela janela.

(…) A revolta da Catalunha, em 1640, alimentou a esperança de uma restauração bem sucedida. Com os castelhanos a enfrentarem revoltas em várias frentes, os portugueses conseguiram repelir ataques e construir uma estratégia de defesa para os 28 anos seguintes.
Os conjurados aproveitaram um momento de fraqueza da coroa de Castela para realizar o golpe que colocou no trono o duque e Bragança. Sem a revolta da Catalunha, que atraiu o grosso das tropas de Castela, não teria sido possível assegurar a construção ou o reforço das fortificações fronteiriças de Portugal que, nos 28 anos seguintes, iriam suster os diversos ataques levados a cabo por Filipe IV de Espanha. https://www.vortexmag.net/1-de-dezembro-de-1640-5-curiosidades-sobre-a-restauracao-da-independencia/


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