Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Cidade de S. Tomé
- No tempo colonial em que o maior problema era o campizal que não dava tréguas aos
serviços camarários - Depois do pós independència, passaram a ser os buracos, o lixo e o desleixo.- Fui testemumha dos dois periodos, tal como o demonstro nas imagens .
No mesmo síito - Maio 2019 - 46 anos depois |
Estive lá - 1973 - Frente aos Correios - Passeios em arranjo |
1973 |
Depois de tantos milhões desencaminhados, será desta que a capital de S. Tomé e Príncipe é reabilitada nos pavimentos das suas ruas, esgotos, pontes e passeios? - Jorge Bom Jesus, envergando as vestes e os instrumentos de pedreiro, e mesmo sob forte chuvada, tal como foi noticiada, quis assinalar o arranque das obras, com vista à reabilitação e à modernização do centro da cidade e acessos
.
Os atos públicos decorreram em vários sítios, atraíram atenção de muitos populares e foram também acompanhados pelo Ministro das Obras Públicas,
MILHÕES QUE CAIRAM EM SACO ROTO
Como é do conhecimento público, vários milhões têm sido canalizados, em
sucessivos governos, das mais diversas proveniências para devolver à cidade de S. Tomé o aspeto que
chegou a ter nos últimos anos da colonização, mas pouco mais se fez que ir além
de palavreados.
Diz o Téla Nón, que, na última semana em dois momentos, o Primeiro Ministro Jorge Bom Jesus, transformou a cidade de São Tomé num estaleiro de obras.
Primeiro Lançou pedras que cortaram o Rio da Cidade. O Rio Água Grande, que atravessa a cidade de São Tomé, entrou em obras. Três pontes sobre o rio, estão a ser reconstruídas. O Governo de Bom Jesus, desbloqueou mais de 1 milhão de euros, para a empresa ECA, recuperar as pontes que já estavam a ruir. https://www.telanon.info/politica/2019/12/15/30723/jbj-transformou-a-capital-sao-tome-num-estaleiro-de-obras-publicas/
12, 5 MILHÕES PARA REQUALIFICAR A CIDADE
Todavia é
de recordar que, no passado dia
13 de de Novembro, o Banco Europeu de Investimento, BEI, anunciou a aprovação de um empréstimo de 12,5
milhões de Euros a São Tomé e Príncipe para cofinanciar o projecto de
requalificação e valorização da marginal da capital de São-Tomé,
Foi ainda referida, na mesma
noticia, que. “além do Banco Europeu de Investimento, o projeto de
requalificação e valorização da marginal da capital de São-Tomé
avaliado em cerca de 21 milhões de dólares contará ainda com cofinanciamentos
do governo da Holanda e do Banco Mundial. http://www.stp-press.st/2019/11/13/banco-europeu-de-investimento-da-emprestimo-de-125-milhoes-para-requalificacao-da-marginal-de-sao-tome/
JORGE BOM JESUS QUER UMA CIDADE LIMPA E BONTA
“Esta cidade é muito antiga, é uma das
primeiras cidades que os colonos construíram nesta zona do Golfo
da Guiné, e da parte ocidental de África durante muito tempo, a
nossa cidade foi vista, como a cidade mais bonita desta zona, por isso temos
que reconhecer que a nossa cidade está envelhecida, todos estes problemas de
buracos, de tapete, estão completamente danificados”, sublinhou Jorge Bom Jesus
na ocasião.
O
governo entrou, e completou um ano no poder, adianta Bom Jesus que
normalmente um ano, o bebé não nasce e começa a correr, e portanto tivemos
algum tempo para mobilizarmos financiamentos para começarmos a dar
início às nossas actividades, e neste momento, os primeiros
dinheiros que conseguimos, estamos a fazer o investimento, a
cidade capital é importante, portanto, estamos começar, esclareceu
ainda o chefe do executivo” – Escreveu Adilson Castro., Jornalista do jornal
Transparência.
S. TOMÉ – CIDADE PACIFICA E TRANQUIA MAS COM AS RUAS ESBURACADAS
A LEMBRAREM O ASPECTO DE CERTAS VILAS E CIDADES ANGOLANAS NA SEQUÊNCIA DA GUERRA
CIVIL – JORGE BOM JESUS PARECE QUERER INVERTER O DESLEIXO E DAR MAIS BELEZA À CAPITAL.
Em S. Tomé e Príncipe, a evolução democrática,
pós a independência, pese algumas fases de instabilidade politica, decorreu, no entanto,
sem as imagens de ruinas e destruição, sem a conturbada violência e os sobressaltos do que se passou
em Angola ou em Moçambique – Contudo, o atávico fenómeno “moli moli”, do deixa
andar e o da falta de rigor nas contas
públicas, obviamente que não tem contribuído ao tão desejado bem-estar das populações
por mais fundos de apoios canalizados
.O MAIOR PROBLEMA NO TEMPO COLONIAL ERA O CAMPIZAL
Dizem, certas vozes, que no período colonial, a cidade de São Tomé se encontrava mais limpa e embelezada – Em certa medida, sim; agora o desleixo é incomparavelmente bem pior.
Não só não souberam conservar as calçadas das bermas das ruas e as balaustradas das avenidas junto à Baía Ana de Chaves
Quando a revista Semana Ilustrada, não trazia artigo, já sabia que a censura, mo havia cortado – Mesmo assim, com pouco mais de imaginação e jeito, de vez em quando, lá se iam dizendo umas coisitas, que podiam fazer alguma comichão –
Ora, parece-nos, que a esmagadora maioria da população da ridente e laboriosa pequena S. Tomé, não é construída por poetas. Haverá, enfim, uns poucos, mas que é isso em comparação com a grande ‘maioria não poética· Com aquela para quem o capim é mesmo capim. Nem são rosas, nem são flores, é mato. Coisa que não dá bom aspecto, Nem sabe o ponto de vista de higiene, nem de embelezamento. Embelezamento sobretudo numa cidade que se pretende seja bonita, arranjadinha, limpinha, cheia de belos e lindos jardins, onde se respire o ar fresco da relva, da relva que não existe, ou se existe raramente se percebe.
O capim cobre-a. Amarelece-a. Sufoca-a. E principalmente quando não é regada cuidadosamente. Ou quando é cortada à-pai-adão, à machinada, como vulgarmente sucede, pois não há máquina sequer para cortar relva. É com lâmina de machim. Que corta mal. Porque corta tudo. Aos altos e baixos. Por cima e pela raiz. Depois tudo fica feio, logo de entrada. Os jardins que existem, excepção de um ou outro, mas que também nem sempre estão arranjados, são verdadeiro matagal, onde as plantas ornamentais se confundem com o capim. Onde tudo, digamos, é capim. E capim é mato.
Mas isto que se passa nas praças, avenidas, nos jardins ou parques, nos lugares públicos acontece igualmente à volta de alegres e características moradias que se vêm alinhadas ao longo de certas ruas ou avenidas, nas quais o desmazelo é também evidente. Que começa logo pela pintura dessas mesmas moradias cuja cor há muito perdeu a verdadeira tonalidade e se confunde com o espesso manto verde que as envolve.
ESTA CIDADE DE UM VERDE EXAUSTIVO” – Título de um artigo de duas páginas publicado na revista “Semana Ilustrada”, de Luanda
Quando a revista Semana Ilustrada, não trazia artigo, já sabia que a censura, mo havia cortado – Mesmo assim, com pouco mais de imaginação e jeito, de vez em quando, lá se iam dizendo umas coisitas, que podiam fazer alguma comichão –
"Esta S. Tomé de um verde exaustivo… Alguém teria começado assim o seu poema. Um poeta pode 'encontrar beleza até no capim que brota livre e espontaneamente no passeio da rua, da avenida, ou cresce desmesuradamente entre o viço das flores de um jardim ou nos canteiros de um simples parque. Tudo, enfim, para o poeta pode ser poesia.
Mas capim, a despontar aqui e ali, no passeio, na avenida de uma cidade, no quintal, a assomar dentro ou fora do muro que e, veda, ou à entrada da residência deste ou daquele cidadão, a tapetar este ou aquele jardim particular ou público,será de facto mesmo poesia? De certo que não é.
S. Tomé 1873 |
Ora, parece-nos, que a esmagadora maioria da população da ridente e laboriosa pequena S. Tomé, não é construída por poetas. Haverá, enfim, uns poucos, mas que é isso em comparação com a grande ‘maioria não poética· Com aquela para quem o capim é mesmo capim. Nem são rosas, nem são flores, é mato. Coisa que não dá bom aspecto, Nem sabe o ponto de vista de higiene, nem de embelezamento. Embelezamento sobretudo numa cidade que se pretende seja bonita, arranjadinha, limpinha, cheia de belos e lindos jardins, onde se respire o ar fresco da relva, da relva que não existe, ou se existe raramente se percebe.
São Tomé - Março 2016 |
S- Tomé 1973 - Com o Presidente da CM |
O capim cobre-a. Amarelece-a. Sufoca-a. E principalmente quando não é regada cuidadosamente. Ou quando é cortada à-pai-adão, à machinada, como vulgarmente sucede, pois não há máquina sequer para cortar relva. É com lâmina de machim. Que corta mal. Porque corta tudo. Aos altos e baixos. Por cima e pela raiz. Depois tudo fica feio, logo de entrada. Os jardins que existem, excepção de um ou outro, mas que também nem sempre estão arranjados, são verdadeiro matagal, onde as plantas ornamentais se confundem com o capim. Onde tudo, digamos, é capim. E capim é mato.
Mas isto que se passa nas praças, avenidas, nos jardins ou parques, nos lugares públicos acontece igualmente à volta de alegres e características moradias que se vêm alinhadas ao longo de certas ruas ou avenidas, nas quais o desmazelo é também evidente. Que começa logo pela pintura dessas mesmas moradias cuja cor há muito perdeu a verdadeira tonalidade e se confunde com o espesso manto verde que as envolve.
Não compreendemos pois tal situação,' Quer-nos parecer mesmo que nunca vimos esta nossa cidade tão mal cuidada no que respeita ao aspecto exterior de certas casas e ao mau estado em que se apresentam alguns jardins. Claro que todos nós vemos diariamente as brigadas de pessoal da Câmara de volta e meia com o machim em riste. Agachados aqui ou acolá . ,A limpar este ou aquele local. A cuidar deste ou daquele jardim que passado, pouco tempo, volta a estar na mesma, a precisar de igual operação. Porque aqui o clima é de facto pródigo. O solo normalmente é fértil e as chuvas abundam
.Mas, perguntámos· não haverá forma, não haverá uma solução de seguir um meio termo. entre o trabalho do homem e as forças da natureza? Uma maneira de evitar extremos? De conseguir jardins não muito bonitos e muito bem cuidados mas pelo menos com aspecto de jardim onde o capim não seja o elemento predominante?
É desolador. E então os porquês?
Ah, desses nem é bom falar. Desde as árvores mal cuidadas a crescerem e alargarem à mercê da própria natureza, por vezes com os ramos quase a tocarem no chão. Já não falando das que se abatem. · Mas isso é outra história. Às vezes, embora não pareça, há mesmo necessidade de se cortarem…
Argumenta-se normalmente que a Câmara Municipal não tem verba que chegue para recrutar o pessoal de que necessitaria para todo o seu serviço. Isso é um facto. Sabemos que as disponibilidades financeiras da Edilidade são modestas para fazer face às suas necessidades e aspirações. Aos trabalhos, às obras e projectos que o seu responsável gostaria de concretizar.
No entanto, no tocante a pessoal, afigura-se-nos que o mal é outro. Um mal que não só afecta a própria Vem de há muito e predominarem muitos outros lados. Saco vazio, dizem, não se aguenta em pé. Lá isso é verdade. Mas isso é um aspecto…
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