Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista - E antigo navegador solitário em várias travessias de pirogas de S. Tomé, no Golfo da Guiné Tendo, na dos últimos dos 38 dias, aportado numa pequena baía de Bioko, em finais de 1975 - Dado como espião, fui conduzido à prisão das execuções, salvo por Obiang, a quem devo a vida, atual Presidente da Guiné Equatorial, no dia em que ia caminhar para a forca, que o depôs, 4 anos depois , através do chamado Golpe da Liberdade , sobrinho de Macias, - Cujo relato recordo em https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-27-de-nov-1975-38-dia.html
Três séculos, possessão portuguesa, que o tratado de El Pardo separou contra a vontade do povo nativo: “convocando o Capitão Mor da sobredita Ilha, e alguns negros mais principaes, lhe propus as ordens de Sua Mag, dizendo lhes hera preciso jurarem obediencia a El Rey Catholico, me responderão que não, e que elles não conheciao senão a El Rey de Portugal, e que do de Espanha nunca ouvirão falar; ao que se sseguio hum motim geral de Homens e/ Mulheres”
Meus votos de progresso, paz e prosperidade ao seu povo - País, onde aportei numa piroga em finais de 1975 e ali voltei em Julho de 2017 para agradecer a quem me salvou da ser executado pelo regime de Francisco Macías Nguema, que recebera o infeliz apelido de africano Auschwitz , por via das inúmeras execuções políticas e assassinatos em massa, tendo elogiado publicamente a figura de Adolfo Hitler - Em 1979 foi derrubado por um golpe liderado por seu sobrinho e chefe do sistema penitenciário, Teodoro Obiang, atual Presidente.GUINÉ EQUATORIAL - ESTEVE MAIS TEMPO SOB O DOMINIO COLONIAL PORTUGUÈS QUE ESPANHOL
A Guiné Equatorial foi
admitida, e com inteira justiça, a 23 de julho de 2014 como membro da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na X cimeira de chefes de
Estado e de Governo da organização, em Díli, concluindo um processo de dez ano
De referir que os primeiros europeus a explorar as quatro ilhas do golfo da Guiné, (1470-71-72) S: Tomé e Participe, Ano Bom e Fernando Pó, foram os navegadores portugueses, comandados por João de Santarém, Pero Escobar e Fernando Pó nome pela qual passaria a ser conhecida a atual Ilha de Bioko, depois de ter sido inicialmente batizada por Ilha Formosa, talvez devido à formosura luxuriante da sua vegetação, tal como, de resto, ainda hoje se apresenta aos olhos maravilhados dos visitantes
RECORDO OS DIAS TRANQUILOS QUE ALI VIVI - - Em Julho de 2017 - 41 ANOS DEPOIS De TER SIDO ALGEMADO E CONDUZIDO À CADEIA DAS EXECUÇÕES -
De miserável náufrago a perigoso prisioneiro - 38 de sofrimento na vastidão do Golfo da Guiné: depois de pisar arreia macia, algemado e conduzido a um escuro calabouço e dali a uma sinistra cela do reino de terror de Macias Nguema
E libertado pelo então jovem comandante das Forças Armadas e Policiais, Obiang Nguema Mbasogo, que três anos depois derrubaria seu tio, em 3 de Agosto de 1979, através do chamado Golpe de Libertad
Na verdade, após ali ter ido parar, depois dos longos 38 dias de solidão no mar, muitos dos quais sem comida e bebendo água das chuvas ou água salgada, só vim a saber que era a Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), quando me pus a caminho pelo mato adentro, até à sede de uma Finca (roça). Ali fui bem recebido, porém, quando o sargento da Polícia chegou, tudo mudou de figura - Este desatou logo aos berros a incriminar o funcionário da Finca por me ter acolhido e dado de comer. Seus Traidores! Seus encobridores! - "Amanhã quero que se apresentem no meu gabinete!
Recebido pelo Secretário-Geral do PDGE |
Embaixador Tito Mba Ada |
Recebido pelo Secretário-geral do Partido Democrático da Guiné Equatorial, Jerónimo Osa Osa Ecoro, na véspera do VI Congresso Ordinário do Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), acompanhado pelo Embaixador da Guiné Equatorial da CPLP, em Lisboa, Tito Mba Ada, a quem devo o amável e honroso convite, que diligenciou a minha deslocação, a fim de poder apresentar, numa das intervenções do Congresso, o público testemunho do meu reconhecimento por tão corajoso e nobre gesto humanitário, muito antes de ascender à Presidência, contrariando as ordens recebidas do então auto-proclamado presidente vitalício, que insistia no meu enforcamento, não obstante o seu barbeiro pessoal - um santomense que enviou ao meu cárcere - lhe ter mostrado uma mensagem do MLSTP, que se destinava ao Povo Povo Brasileiro, caso concretizasse a travessia oceânica pela corrente equatorial, antiga rota da escravatura - Mesmo assim, ainda mais desconfiado ficou
No regime de Francisco Macias Nguema |
Fui preso nas masmorras do Odiondo regime de Francisco Macias Nguema – Ele “era conhecido por ordenar a execução de famílias e aldeias inteiras, forçou dezenas de milhares de cidadãos a fugir com medo de perseguição e proteger sua segurança pessoal. Intelectuais e profissionais qualificados eram um alvo específico (…)No final de seu governo, quase toda a classe educada do país foi executada ou forçada ao exílio, Entre os métodos de tortura utilizados estavam . "O balanço" (amarre o prisioneiro pelos pés e mantenha-o pendurado enquanto é espancado, Dada a brutalidade desses métodos, muitos prisioneiros morreram sofrendo com eles. Grande parte dos mortos durante a ditadura de Macías passou pela prisão”(…) A ilha de Fernando Pó, renomeada como "Isla Macías Nguema".
Palavras do Embaixador Tito Mba Ada - há dois anos, em Bata
Jorge Marques com o Embaixador Tito Mba Ada |
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