Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Em Março de 2015, era anunciado que “o índice de
Desenvolvimento Humano (IDE) e o Rendimento per capita sustentaram, a decisão
da Assembleia Geral das Nações Unidas para a graduação de São Tomé e Príncipe
(STP) da categoria dos Países Menos Avançados (PMA) para o patamar de País de
Rendimento Médio (PRM), prevista para dezembro de 2024 tendo em conta que o
país satisfez no aludido período, dois dos três critérios de graduação,
deixando de fora o índice de vulnerabilidade económica (IVE).
O mesmo discurso
voltou a repetir-se. Três anos depois, em Março de 2018 – Sendo então afirmado que,
São Tomé e Príncipe é um dos quatro
países que podem ser recomendados pelas Nações Unidas para graduar-se à
categoria de economia de renda média.
O representante de São Tomé e Príncipe
junto às Nações Unidas, Alcínio e Silva, afirmou que o processo de graduação é
um reflexo do trabalho de desenvolvimento que o governo sãotomense começou a
fazer há vários anoshttps://news.un.org/pt/story/2018/03/1614562
Em Setembro de 2020, o então chefe de Estado são-tomense, Evaristo
Carvalho, no seu discurso proferido nas
Nações Unidas, informou que seu país deve alcançar o status de nação de renda
média em dezembro de 2024.
Mas o presidente
também afirmou estar consciente dos desafios que essa graduação
representará para futuro do país, que automaticamente
deixará de receber assistência internacional reservada aos países menos
desenvolvidos. . https://news.un.org/pt/story/2020/09/1727472
Agora, em Março de 2023, é o PM Patrice
Trovoada, , a repetir a m mesma coisa: que,
São Tomé e Príncipe está na lista de países que podem passar a fazer parte de
rendimento médio, a partir de 2024, efeito conseguido à margem da 5ª
conferência das Nações Unidas sobre os países menos desenvolvidos ou da
transição de países pobres para os de rendimento médio, que decorreu em Doha-Qatar,
e em que esteve representado por uma delegação chefiada pelo primeiro-ministro
e chefe do Governo, Patrice Trovoada. https://www.stp-press.st/2023/03/07/sao-tome-e-principe-passa-a-categoria-de-pais-de-rendimento-medio-a-partir-de-2024/
QUALIFICAÇÃO NÃO OPORTUNA – Diz um
estudo elaborado por Maria das Neves, economista e ex-primeira-ministra são-tomense, 2002-2004
Referindo, que, “perante uma conjuntura internacional acentuadamente marcada pelos efeitos negativos da Pandemia da Covid - 19, da guerra Rússia/Ucrânia, associada à uma conjuntura nacional marcada por diversas catástrofes naturais com impactos extremamente negativos para a economia são-tomense, o problema, objeto da nossa investigação, prende-se com o facto de saber se São Tomé e Príncipe estará efetivamente em condições para graduar-se da categoria de PMA para o patamar de PRM em dezembro de 2024?
(…) Após uma aturada análise baseada
nos objetivos previamente definidos, concluímos que perante um contexto tão
sombrio plasmado no Programa do XVIIIº Governo Constitucional e considerando
que escassos meses nos separam do ano de 2024 para a efetivação da graduação de
STP ao PRM com todas as consequências que poderão advir desta decisão,
concluímos ser mais prudente, tal como nos recomenda a maioria dos
entrevistados, solicitar à Assembleia Geral das Nações Unidas a prorrogação do
período de transição para mais três anos no mínimo, de modo a permitir que o
país possa criar melhores condições com vista a sua efetiva graduação.
Corroboram com esta nossa conclusão a declaração feita pelo presidente da
Assembleia Geral da ONU, Dr. Abdulla Shahid, em 18 de agosto de 2022, aquando
da sua visita à STP, onde defendia a necessidade da extensão do prazo para a
graduação de STP à categoria de PRM.
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