JORNALISTAS MAL PAGOS E, SEMPRE QUE O
GOVERNO MUDA, COM O CREDO NA BOCA - Além de uma certa precariedade, que,
nestas ilhas afeta o exercício provisional de jornalista, – claro que o fenómeno dos ordenados baixos é
transversal a outras profissões - , tem-se assistido a uma enorme
instabilidade, já que, a mudança de poder, acaba também por interferir, não
apenas nos lugares de chefias, como naqueles que estão na primeira linha da
noticia ou da reportagem.
Ordenados,
que mal dão para as despesas do vestuário ou para alimentação, é o
equipamento e as condições das redações (especialmente nos sites particulares,
onde as dificuldades são ainda maiores, exercendo a atividade praticamente por
carolice), sim, é também iminência do chuto
que pode suceder quando menos se espera – Infelizmente, há noticias desses
exemplos.
Nas maravilhosas ilhas verdes do equador ninguém é
morto por expressar a sua opinião, mas a
situação dos profissionais da comunicação social é de extrema precaridade, com
salários miseráveis, e, a prática da censura e autocensura tem marcado o
quotidiano da imprensa nos órgãos
estatais
A maioria dos jornalistas tem interesses nos partidos
políticos e tornaram-se profissionais deficientes. Os órgãos de imprensa
estatais estão capturados pelo poder e tutelados verticalmente pelo Governo, o
que não propicia a liberdade de imprensa”, O retrato foi referido por
analistas, membros da sociedade civil e alguns jornalistas independentes, em 3
de Maio de 2022, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa – Dizia .Carlos Barros
Tiny , jurista e professor de direito no Liceu Nacional de São
Tomé, jornalista durante vários anos na Televisão São-tomense,
afirma que o sector atravessa o pior momento da sua história
O primeiro-ministro santomense, prometeu ajudar a
classe dos jornalistas a resolver os problemas que se prendem com a
implementação plena do Estatuto de Carreira bem com a clarificação na cobrança
da taxa audiovisual. Patrice Trovoada encontrou-se, esta sexta-feira, com o
sindicato dos jornalistas e técnicos da comunicação social, SJS.
«Falamos com o senhor primeiro-ministro, explicamos o problema que está a volta da implementação do Estatuto de Carreira e ele mostrou-se bastante sensível uma vez ser um problema que se alastra há bastante tempo. Pedimos para implementar o documento e o senhor primeiro-ministro prometeu-nos que dentro de pouco tempo irá tomar uma decisão sobre o assunto” – disse o Presidente do sindicato Jorge do Ó. https://www.telanon.info/sociedade/2023/07/07/41085/jornalistas-preocupados-com-a-implementacao-do-estatuto-de-carreira-e-pedem-clarificacao-da-taxa-audiovisual/
Liberdade
de Expressão esta que o Estado Novo viria a decepar.: - E que haveria de
vir a ser justamente a orientação seguida pela linha
editorial do último jornal colonial nestas ilhas: A Voz de São Tomé -
Propriedade da Acção Nacional. Popular , através do qual, desde os tempos do
Governador Carlos Gorgulho, houve a preocupação de destruir ou denegrir
a pequena elite destas ilhas:. Pelo que, quer o seu diretor, quer o
redator principal, eram da estrita confiança do regime. Usando as suas páginas
para humilhar e deferir as mais insidiosas e torpes acusações .
Todavia, a revista Semana Ilustrada, de Luanda, da qual tive a honra e o prazer de ser o seu delegado em S. Tomé, durante quatro anos, contou com a valiosa colaboração de Cassandra, no Príncipe, e de João Neto, radicado em Luanda, em cuja cidade chegou a receber um grupo de santomenses, ali também radicados, que quiseram homenagear os vários trabalhos publicados em prol destas ilhas.– E não se pense que eram todos para servir as agendas institucionais. Tanto antes como depois do 25 Abril, os artigos publicados nesta revista, não envergonham os seus autores – Bem pelo contrário – Pessoalmente, não tenho problemas de consciência do que escrevi. E julgo que nem o chefe de redação, Mourão de Campos, que , por várias vezes, se deslocou de Angola a S. Tomé para fazer edições especiais. Julgo que se hoje fosse vivo, também não teria problemas dessa natureza.
Mas, felizmente, longe vão os dias do bisturi da censura e dos cidadãos serem presos, perseguidos ou mal tratados por exprimiram as suas ideias.
Fui testemunha desses opressivos tempos do fascismo colonial e
dos cortes da própria censura, que, por várias vezes, me não permitiram a
publicação de alguns trabalhos jornalísticos. No pós revolução,
com agressões de vária ordem por parte de quem não queria aceitar os novos
ventos da história, cujo comportamento selvagem não é fácil de
esquecer
ÁFRICA COPIOU A EUROPA MAS OS EXEMPLOS DA EUROPA HÁ MUITO DEIXARAM DE SER EDIFICANTES E EXEMPLOS A SEGUIR
O 25 de Abril, em Portugal, trouxe a democracia e a liberdade de expressão mas também a possibilidade das colónias portuguesas
acederem à independência -E, ,desde então, desde esse histórico
acontecimento, muita coisa aconteceu – Porém, o exercício de tais
análises, cabe à palavra dos historiadores..
Um dado relevante, porém, a sublinhar, é o facto das populações poderem eleger os seus governantes.
Em São Tomé, é certo que houve um período do partido único, mas creio que
mais no sentido de uma pré-preparação pluralista e democrática,
de que com o objetivo de impor um regime ao estilo
ditatorial.. Sim, nestas ilhas, pela natureza do seu povo, alegre , expressivo
e pacifico, é impensável que alguma vez que a ditadura vingue, com
sucesso, que um caudilho se perpetue no poder sem dar a oportunidade a
outro.
Por isso mesmo, São Tomé e Príncipe é um dos raros exemplos de
África onde a liberdade de expressão mais se tem imposto e
consolidado. Assim o comprova a forma pluralista e democrática, como têm
decorrido os processos eleitorais. Pena que, cada governo, depois de
eleito, procure os seus arranjos nos órgãos estatizados
de Comunicação social – Estes são os pontos negativos do pluralismo
santomense.
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