10 de Junho - António Vilar – Recordando a voz e cântico do ator que imortalizou na 7ª arte a personagem de Lisboa Camões – Neste dia de Portugal e das Comunidades, em que é suposto ter nascido há V séculos o autor dos Lusíadas – E que também se assinala a sua morte. Estão previstas vários eventos até junho 2026
Jorge Trabulo Marques -
As comemorações do V centenário do nascimento de Luís de Camões arrancam oficialmente hoje, dia em que se assinala também o aniversário da sua morte, estando prevista uma programação que se estenderá até 10 de junho de 2026.
Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas - Recordando o ator António Vilar -- Nas inesquecíveis Noites do Botequim da Liberdade de Natália Correia - Ao som do piano do maestro Vitorino de Almeida - O canto e a Voz de um dos mais famosos atores portugueses do século XX O mais internacional galã do Cinema Português – Lisboa 13-11- 1912 – Madrid 16-08-1995 - Imortalizou na 7ª arte a personagem de Camões, um filme português de Leitão de Barros que relata a vida e os feitos do grande poeta Luís de Camões - Concorreu à primeira edição do Festival de Cinema de Canes, em 1846 António Vilar – o Ator mais célebre do cinema português dos anos 50, tanto no país como no estrangeiro (nomeadamente em Espanha, França, Itália, Argentina e Brasil)
-Ator mais célebre do cinema português dos anos 50- Nas inesquecíveis Noites do Botequim da Liberdade de Natália Correia – Entrevista gravada por entre fados de Coimbra e sons de piano, que terminou com notas brasileiras dedicadas à persistência do repórter:Você abusou, tirou partido de mim, abusou!
Lisboa – 1981 - Ao som do piano do maestro Vitorino de Almeida - O canto e a Voz de um dos mais famosos atores portugueses do século XX - António Vilar numa das alegres tertúlias do Botequim de Natália Correia – Registo gravado espontaneamente num gravador de cassetes e recuperado para vídeo – Do ator mais célebre do cinema português dos anos 50 - Actor português, nascido em 1912 em Lisboa e falecido em Madrid em 1995. Contracenou com Brigitte Bardot, no filme La Femme et le Pantin de Julian Duvivier (1959). Mais nenhum português pode dizer que teve a Bardot nos braços. . Foi um dos actores mais famosos do seu tempo, trabalhando tanto no país como no estrangeiro (nomeadamente em Espanha, França, Itália, Argentina e Brasil), com uma projecção internacional, numa carreira nunca igualada.
CONSIDERAVA-SE PROFUNDAMENTE CONSERVADOR - VEIO AO BOTEQUIM PARA "CONVERSAR COM A NATÁLIA, TOMAR UMA COPO E DEPOIS SE IR DEITAR" - O ator português que mais anos passou fora do seu país.
"Foi o mais internacional galã do cinema português. Estreou-se nos palcos em 1931 na peça Romance, no Nacional e, no mesmo ano conseguiu um pequeno papel no primeiro filme sonoro português, Severa, de Leitão de Barros."
Não foi fácil arrancar-lhe algumas palavras. A voz soltava-se-lhe facilmente para cantar mas não para ser entrevistado – Não vinha ali para entrevistas: “Vim ao Botequim da Natália para conversar um pouco com ela, tomar uma copa e depois vou-me deitar” –Declarou-me, entre outras coisas, que poderá ouvir no vídeo.
“Quando eu era pequenina"
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“Quando eu era pequenina/ Acabada de nascer”- Composição popular, imortalizada pela Amália Rodrigues, que, o actor António Vilar, cantou naquela noite, entre outras canções populares e fados deCoimbra, acompanhado ao piano pelo maestro António Vitorino, com quem ia acertando o tom do piano com o da sua voz.
As tertúlias no boletim eram habitualmente musicadas. Os sons não perturbavam o convívio e as conversas. Bem pelo contrário, era um condimento desejável. Por isso, não faltavam improvisações musicais: umas vezes para harmonizar o ambiente, outras para acompanhar quem se sentisse dotado ou inspirado no momento. Foi o que sucedeu na noite em que ali encontrei o famoso ator António Vilar, expondo os seus dotes musicais , que, nalguns dos filmes e peças de teatro onde participou, também chegou a revelar o seu talento de cantor e tocador de guitarra e viola.
Com um pequeno gravador à mão, com que habitualmente fazia vários registos no exterior para a reportagem de um programa matinal na Rádio Comercial (sim, muitas das vezes, quase nem dormia, quer na procura de motivo, quer depois, em casa, nas horas gastas com a seleção das faixas e redação dos textos), pois, ao ver cantar, António Vilar, ao lado do piano, aproveitei a oportunidade (depois de ter feito uma divertidíssima entrevista, ao Mestre Martins Correia, sobre a reencarnação, que ainda cobservo), sim, de juntar mais um apontamento à minha reportagem dessa noite. .
“Você abusou, tirou partido de mim” – esta dedicada no final ao repórter
Já me tinha apercebido que ele não gostava de dar entrevistas a ninguém, e, chegou mesmo a dizer-me, que não aceitava estar a “toureá-lo, ou mesmo é dizer, a fintá-lo; a lograr os meus intentos, porém, lá o fui conseguindo, com alguma persistência e tato, ora gravando-o a cantar ora dialogando com ele, acabando, no fim, por ser prendado com a popular cantiga brasileira, de Toquinho: Você abusou, tirou partido de mim, abusou / Você abusou / Tirou partido de mim, abusou / Tirou partido de mim, abusou / Tirou partido de mim, abusou!”
A última grande tertúlia de Lisboa- que marcou cultural e politicamente várias décadas portuguesas - teve lugar no Botequim, bar do Largo da Graça criado e projetado por Natália Correia. Tive o prazer de ter sido um dos frequentadores – Quer na qualidade de repórter de rádio (onde é gravado este apontamento, entre outros), quer pela admiração que tinha pela personagem de Natália e pelo, gosto das noites que ali se viviam
“Nele fizeram-se, desfizeram-se revoluções, governos, obras de arte, movimentos cívicos; por ele passaram presidentes da República, governantes, embaixadores, militares, juízes, revolucionários, heróis, escritores, poetas, artistas, cientistas, assassinos, loucos, amantes em madrugadas de vertigem, de desmesura.
A magia do Botequim tornava-se, nas noites de festa, feérica. Como um iate de luxo, navegava-se delirantemente em demanda de continentes venturosos, de ilhas de amores a encontrar. O futuro foi ali, como em nenhuma outra parte do País, festivamente antecipado. Nunca houve, nem por certo haverá, nada igual entre nós “ – Fernando Dacosta, na contracapa do referido livro sobre o Botequim
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