Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Foz Côa – Concurso de partir amêndoa sobre o chão duro da calçada?! E com pessoas da 3ª idade?!. Não fica atrás da quebra do cacau em S. Tomé! -Aliás, já há por aqui muita gente de África a trabalhar. Por isso, nem é de estranhar onde há mais velhos de que jovens. Pois, o mais importante é televisionar... Até porque, quem já está habituado a vergar a espinha na apanha ou na cava da vinha, já não estranha que lhe doa a nádega - Exemplar era o inivisual João Augusto Ferreira, cego de nascença e que até escrevia belos poemas - Natural de Castelo Melhor “Nunca sonhei a ver qualquer coisa!” -Trabalhou e fez lindos versos
Francamente, lá que se fizessem demonstrações desta tarefa, habitualmente feita nas horas de lazer em casa, sim, para quem não tem apoios ou dinheiro para comprar a máquina de a partir, compreender-se-ia.
Agora, fazer das pessoas, máquinas, numa insólita competição de correrem o risco de partirem o dedo, não me parece que, entre as muitas festas e festinhas, ao longo do ano, seja aquela que melhor enquadramento, teve até hoje
Eu também as faço de três em três meses, mais das vezes à minha custa, nas celebrações dos equinócios e nos solsticios.
NA MIRA DE UM PRÉMIO? - Uma coisa é a demonstração e a promoção, outra é exigir às pessoas executar um trabalho, em velocidade de corta-mato, de cruzeiro, que costuma ser feito nas horas vagas e na intimidade da casa.
Belo exemplo de Hino à Vida por João Augusto Ferreira - O cego de nascença mas que até escrevia poemas e partia amêndoa - Natural de Castelo Melhor “Nunca sonhei a ver qualquer coisa!” -Trabalhou e fez lindos versos - Nestes tempos de incerteza, vale a pensa reflectir em vidas que nunca se vergaram às fatalidades do destino - MESMO QUE OS SONHOS NUNCA TENHAM CONHECIDO A COR – É POSSÍVEL SER FELIZ -
Tinha então 92 anos e ainda fazia a sua vida normal, até partindo amêndoa - Cego, desde criança mas nem assim se deixou vencer por essa tremenda fatalidade - Confessando-me, então:
Nunca sonhei a ver qualquer coisa! (...) A minha vida foi um milagre! Porque, da maneira que estou e da maneira que sempre trabalhei e consegui equilibrar a minha vida – graças a Deus, sem pedir um tostão emprestado -, isto, de facto, só por milagre!... Por isso, gosto de viver!” – acrescentou.
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