Foi na noite de 14 de abril de 1912,
durante sua viagem inaugural, entre Southampton, na Inglaterra, e Nova York,
nos Estados Unidos, chocou-se com um iceberg no Oceano Atlântico e afundou duas
horas e quarenta minutos depois, já na madrugada do dia 15 de abril, provocando a morte de 1517 pessoas.
Segundo é referido por João
Godim, “entre os passageiros
estavam quatro portugueses, três deles oriundos da Madeira, que iam para a
emigração: Manuel Domingos Fernandes Coelho, solteiro, de 21 anos,
natural da Ponta do Sol; José Neto Jardim, casado, de 21 anos, natural do Lombo
das Laranjeiras, Calheta; e Manuel Gonçalves Estanislau, de 38 aos, natural
da Ladeira e Lamaceiros, Calheta; viajavam na terceira classe e embarcaram em
Southampton com destino a Nova Iorque. Na segunda classe, viajava José Joaquim
de Brito, 32 anos, natural do Continente, que tinha como destino destino final
São Paulo, no Brasil. Uma tragédia que "matou" quatro portugueses. - excerto deTragédia do Titanic… "matou" quatro portugueses - r
A MINHA EVOCAÇÃO - Postado neste site há três anos -Na noite do centenário. Por Jorge Trabulo Marques ..Recordando a dramática tragédia do Titanic - Depois, se puder, não deixe de
ler algumas notas do meu diário de bordo dos meus 38 longos dias perdido no mar a bordo de
uma piroga Dia
34º - Deitado no fundo da canoa...Não tenho comida... Sinto uma grande dureza
no estômago
Perdida nas brumas do tempo e das trevas...
Perdida nas brumas do tempo e das trevas...
Longe vai a noite centenária e impiedosa, sombria e mortal da tragédia!
Que atormentou e sepultou o mais luxuoso navio do mundo - o lendário Titanic.
Que atormentou e sepultou o mais luxuoso navio do mundo - o lendário Titanic.
No seu percurso inaugural de Inglaterra à América.
A quatro dias de viagem, em águas calmas do Atlântico, muito afastadas do Ártico,
mas subitamente transformadas em aragens de afrontosas ameaças e de arrepio!
Semeadas por flutuantes e perigosos icebergues,
cujo brilho azulado a noite ofusca sob límpido mas negro céu.
Em latitudes onde a Primavera tarda, é fria
e tem, da cor da fuligem, o sinistro véu!
- Porém, eu, náufrago, sobrevivente
em atribulados mares de outras paragens,
por natural associação às longas horas
que por mim foram vividas,
ainda diviso, debaixo da treva e do assombro da ímpia noite sideral
o perfil do luxuoso e imponente navio
que, sulcando o mar em imprudente marcha veloz, vai embater e raspar
- Porém, eu, náufrago, sobrevivente
em atribulados mares de outras paragens,
por natural associação às longas horas
que por mim foram vividas,
ainda diviso, debaixo da treva e do assombro da ímpia noite sideral
o perfil do luxuoso e imponente navio
que, sulcando o mar em imprudente marcha veloz, vai embater e raspar
nas gélidas arestas de enorme bloco de gelo,
sofre duro rombo a estibordo, e, desamparado,
sofre duro rombo a estibordo, e, desamparado,
perde-se para sempre e naufraga!
- Consequência de monstruoso temporal, casuais fatalidades ou flagelos inevitáveis?!..
Oh, não, nada o salvará!... Os caprichos do destino são incontornáveis,
porém, mais graves e propensas serão ainda as ameaças,
quando, às adversidades, ao incerto e obscuro,
se junta a negligência, a vaidade e a insensatez!...
Pelo
telégrafo surgem avisos e alarmes vários
a
que não se dá crédito. Aumenta-se até a velocidade
para
se apressar e festejar a chegada -.
Às
23h40, do dia 14 de Abril de 1912, com o navio a navegar
a
640 km dos Grandes Bancos da Terra Nova,
"os vigias do mastro,
Frederick Fleet e Reginald Lee,
avistaram um iceberg bem em frente do navio".
Quando
o sino de alerta do alto toca três vezes a rebate, já é tarde!.
-
Por isso, haverá maior culpado que a mente humana
quando
despreza e descura
as
hostis e adversas forças da Natura?!..
Todavia, evoco o vosso sofrimento, ó lúgubre navio e lágrimas choradas!
Vivendo
a incerteza e angústia, ainda não sarada, daqueles meus longos e penosos
dias,
cujo
lastro tenho bem presente na alma ferida por longas e
tormentosas noites de vigílias,
vejo-vos
e ouço-vos, corações atormentados! Escuto os ais e os gritos
aflitos,
as
desolações que se afundam! - Nitidamente descortino,
no
tropel confuso da tragédia humana que vos enlutou,
e,
sob a capa da mais gélida e sideral atmosfera,
o
imenso poço que vos submergiu e afundou!
Ouço os vossos soluços e claramente vos revejo e situo ó almas perdidas!
Ouço os vossos soluços e claramente vos revejo e situo ó almas perdidas!
Através
da luz sombria que ficou memorizada nos meus olhos,
das
muitas imagens que a minha retina em desvairadas tempestades fixou,
ainda
consigo descobrir, já engalfinhada por mãos de terríveis
sacrilégios,
a
majestosa e iluminada esfinge que vos transportava,
agora
enxague e ferida por um dos enormes escolhos vítreos
que
boiavam soltos, que tragicamente a romperam e traíram
e que não tardará a desvanecer-se...
- Qual sopro de vela que flutua acesa e depois se afunda e
apaga
É noite de Lua Nova! Noite mais propensa
.
ao surgimento dos indiscifráveis mistérios
que, a rompê-los ou a desvendá-los - Em redor
não há claridade alguma. Não se enxerga nada.
- O mar é a imensa planície escura mas tranquila.
A noite é gélida mas aparentemente pacífica e calma.
Os habituais ventos que sopram em noites frias e aziagas,
parece terem-se apaziguado ou feito algumas tréguas - Não uivam!
Não há nevoeiros compactos, coalhados de densa maresia, que se enfiam
pelas narinas, têm o sabor do sal, toldam ainda mais a vista e quase sufocam.
Quem espreitar pelas vigias, não descobrirá os brumosos novelos que lembram fantasmas,
as leitosas névoas ensanguentadas que ofuscam o sol poente ou antecedem as noites de agoiro,
o tumulto das tempestuosas marés que tudo envolvem e arrastam.
O céu está descoberto e estrelado! Não há sinais
de cerrados tectos ou sinistras e fúnebres abóbadas!
Haverá, no entanto, sortilégios, esconjuros e temíveis perigos
de que há noticia mas que se negligenciam e ignoram.
As eternas constelações aparentemente fixas,
Eu, que sozinho voguei sob noites equatoriais povoadas de assombro e trevas
Distingo o perfil inconfundível de esbelto e moderno navio - O seu vulto!
Através dele o casco e as linhas aprimoradas que lentamente se afundam e suspiram,
que lentamente soçobram e asfixiam, que lentamente mergulham, vergam e se revolvem
na líquida massa negra azulada, movediça, ondulada e informe,
coalhada de pedaços de gelo do mesmo icebergue, que depois de lhe deferir
duro golpe fatal, ali mesmo o vai sepultar!... Com idêntica crueldade e gélido brilho
ao que espelham as mortuárias águas!... O mesmo que é reflectido
do sideral firmamento, no qual as estrelas continuam silenciosas mas rutilam.
Vejo-o e distingo-o, como se aquela noite de tragédia
se fixasse no éter para sempre,
perpetuada na atmosfera vítrea da amortalhada imensidade!
Espelhada no rosto dos astros - No calendário programado
dos grandes naufrágios do mar ! - Afrontosa crueldade
marítima, cuja hora idêntica ainda hoje perpassa
clarissima pela minha mente,
tantas vezes a vivi e a revivo
desde a infância na memória!
Poema completo na minha postagem em 14/04/2012 náufragos do titanic - in memory of the titanic wreck
As eternas constelações aparentemente fixas,
fazem o seu giro no firmamento. O sol ilumina outros cantos da Terra
e, quem vai no interior do faustoso paquete, espera que, no dia seguinte,
volte acordar sob a grande luz cósmica - Esta volte a raiar do fundo das águas!
- O céu é escuro mas não espesso. Prevalece, contudo, o brilho rutilante das estrelas,
que, por tão longínquas, vão manter-se indiferentes e alheias ao drama e ao infortúnio
do mais tenebroso caleidoscópio, que, a horas nocturnas e malditas, caladas e surdas,
vai desenrolar-se sob a frieza do mais inesperado e horrível presságio - Em cenário
desolador e árido, que ondula rumorejante, quase silencioso, mas escuro e gelado! Eu, que sozinho voguei sob noites equatoriais povoadas de assombro e trevas
e habituei meus olhos e meu instinto
a ver o que as sombras e nevoeiros nocturnos ocultam ou encobrem,
mesmo à distância do espaço e do tempo,
claramente ainda diviso o pronúncio sinistro das mais trágicas horas de luto!... Distingo o perfil inconfundível de esbelto e moderno navio - O seu vulto!
Através dele o casco e as linhas aprimoradas que lentamente se afundam e suspiram,
que lentamente soçobram e asfixiam, que lentamente mergulham, vergam e se revolvem
na líquida massa negra azulada, movediça, ondulada e informe,
coalhada de pedaços de gelo do mesmo icebergue, que depois de lhe deferir
duro golpe fatal, ali mesmo o vai sepultar!... Com idêntica crueldade e gélido brilho
ao que espelham as mortuárias águas!... O mesmo que é reflectido
do sideral firmamento, no qual as estrelas continuam silenciosas mas rutilam.
se fixasse no éter para sempre,
perpetuada na atmosfera vítrea da amortalhada imensidade!
Espelhada no rosto dos astros - No calendário programado
dos grandes naufrágios do mar ! - Afrontosa crueldade
marítima, cuja hora idêntica ainda hoje perpassa
clarissima pela minha mente,
tantas vezes a vivi e a revivo
desde a infância na memória!
Poema completo na minha postagem em 14/04/2012 náufragos do titanic - in memory of the titanic wreck
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