O O 25 de Abril dos cravos vermelhos desceu à rua,
com maior expressão em Lisboa e Porto, para comemorar os 41 anos da revolução que
devolveu a liberdade ao Povo Português e abriu o caminho à libertação dos povos africanos de expressão
portuguesa do jugo colonial e à sua independência, no ano seguinte. Mas também para manifestar a sua indignação
contra o liberalismo que se apoderou do património público, aprovou leis que
facilitaram os despedimentos e o trabalho precário, provocando uma grave crise
social, atirando para a desemprego uma
grossa fatia da população ativa.
Estivemos no Rossio, a
grande praça do coração da capital – onde se concentraram milhares de pessoas,
que desfilaram, desde a rotunda do Marquês de Pombal, ostentando cravos na
lapela ou erguidos de braço no ar, além de muitas bandeiras e cartazes, não
obstante a chuva miudinha querer perturbar a festiva tarde.
A Revolução do Movimento
das Forças Armadas, ocorreu há 41 anos.
Muitos dos protagonistas, são hoje pessoas na casa dos sessenta, setenta ou
oitentas e tais. Outros, já passaram
para o outro lado dos reinos dos vivos, todavia, é importante que a memória
perdure e não seja esquecida, ante tamanhas ameaças, que vêm ensombrando a chamada aldeia global,
através de uma nova ordem: a do liberalismo mais depurado, desumano e selvagem.
IMIGRANTES – UM DOS GRUPOS
SOCIAIS MAIS DESPROTEGIDOS – DESDE OS NAUFRÁGIOS NO MAR MEDITERRÂNEO À SITUAÇÃO
DE CLANDESTINIDADE
De entre os vários grupos que desfilaram, os que deram mais nas vistas, os mais ruidosos, quer pelas palavras de ordem, quer pelos cartazes ao mesmo tempo que se ouviam os mais dispares instrumentos, julgamos que terá sido o dos imigrantes – Não temos é a certeza se os media lhe tenham dispensado muita atenção, já que neles não se viam políticos ou caras conhecidas e colunáveis. Pediam “documentos para todos”e o fim da “Escravatura Ativa” – Era uma das frases ostentada nos cartazes, porém, a expressão, que mais se ouvia e era continuamente repetida, pelo megafone e em coro, era a de que: Ninguém é ilegal! Ilegal é o capital.
Viam-se pessoas de todos
as origens, com predominância para africanos, especialmente da Guiné-Bissau e hindus,
mas onde também se ouviam algumas vozes com sotaques dos países do leste e das américas.
O convite deste
manifestação havia sido feito pela sigla "Solidariedade Imigrante", através das redes sociais, com estas palavras:
“SE QUERES SER ESCRAVO TODA A VIDA, ENTÃO FICA
EM CASA, SE QUERES LUTAR CONTRA A ESCRAVATURA, SE QUERES LUTAR PELA TUA VIDA
COM MAIS DIREITOS, ENTÃO JUNTA-TE A NÓS!
E, tal como foi dito, na informação
posteriormente veiculada, lá estiveram na “grande manifestação
da Solidariedade Imigrante no 25 de Abril 2015, que juntou os imigrantes e seus descendentes, grupos de
artistas, portugueses/as, europeus e várias organizações. Uma manifestação de
grande qualidade, de grande diversidade, de grande alma e consciência pela Luta
que é de todos:Direitos iguais! Oportunidades
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