O Presidente da República de São Tomé e
Príncipe, Manuel Pinto da Costa, vai deslocar-se a Cabo Verde de 20 a 24 de Janeiro de 2016 para
uma visita oficial , com deslocações previstas a São Vicente e Santo Antão –
Mas é provável que a visita se estenda também a outros pontos do arquipélago e
venha a constituir o acontecimento marcante da atualidade para ambos os países.
Em Julho, passado, ainda não estava
calendarizada a visita, mas, finalmente, aí está, a dois dias do seu inicio - "Convidei o Presidente Pinto da Costa para uma
visita oficial de Estado a Cabo Verde. A data será acertada por vias
diplomáticas e nós teremos muito gosto em receber o Presidente Pinto da Costa,
um amigo de Cabo Verde, amigo dos cabo-verdianos, é meu amigo pessoal", Estas
foram palavras que então se ouviram do Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos
Fonseca., na sua visita oficial a S. Tomé e Príncipe.
Na realidade, Cabo Verde
e S. Tomé e Príncipe, são das antigas colónias portuguesas, aquelas que
mais afinidades culturais, sociais e históricas, herdaram do seu passado
colonial, pelo que, se espera que, a visita do Presidente Santomense,
seja igualmente assinalada por uma agenda de encontros, muito
preenchidos e calorosos, tal como sucedeu com a visita que o chefe de
estado cabo-verdiano fez por ocasião das comemorações do 40º aniversário da
Independência àquelas Ilhas, com deslocações a várias comunidades para
lhe "transmitir um fraternal abraço"
Imagens de uma visita
histórica, do Presidente de Cabo Verde, a S. Tomé e Príncipe, que poderão
repetir-se, com o mesmo entusiasmo e calor humano, de 20 a 24 do mês de Janeiro, agora com a deslocação do seu
homólogo, Manuel Pinto da Costa - “As relações amigas, entre os
governantes, ajudam muito no reforço das
relações “ – Disse o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, na sua
visita a S.,Tomé e Príncipe, de 10 a 16 de Julho, por ocasião das comemorações
do 40º aniversário da Independência
deste arquipélago – E é justamente, no âmbito desse mesmo espírito, que
partilhado por ambos os presidentes, que
agora voltam a reencontrar-se,
A VISITA A S. TOMÉ
DE JORGE CARLOS FONSECA - DIAS INTENSOS E CALOROSOS
De facto, foi uma
agenda muita intensa, aquela que teve o Presidente Jorge Carlos Fonseca: além
da participação nas cerimónias oficiais das comemorações dos 40 anos, sobre a
data da independência, deslocou-se a várias roças onde foi
entusiasticamente recebido pelas comunidades cabo-verdianas, com muitos abraços
e muita emoção nos rostos de quem não esquece a ilha onde nasceu
E também
aproveitou para lançar um livro, de sua autoria, no espaço CACAU em São Tomé,
denominado a ‘Magistratura de Influência – Por uma Diplomacia ao Serviço do
Desenvolvimento, Ou seja, ’o terceiro volume das intervenções do chefe do
estado cabo-verdiano, cobrindo o período que vai de Setembro de 2013 a Setembro
de 2014. - Obra então apresentada pela jornalista e poetisa são-tomense
Conceição de Deus Lima. Pormenores em Magistratura
de Influência do PR de Cabo Verde ... - Téla Nón.
“As nossas relações com São Tomé e Príncipe são muito boas, são excelentes, dois arquipélagos, dois países de pequena dimensão populacional, que no plano internacional defendem posições muito próximas na defesa de questões específicas dos pequenos estados insulares”, disse Jorge Carlos Fonseca.
O
Presidente que escreve poemas e promove a poesia. Fê-lo no dia mundial da poesia,
apadrinhando a iniciativa da Câmara de Ribeira Grande
de Santiago, em conjunto com a Sociedade Cabo-verdiana de Autores e da Academia
Cabo-verdiana de Letras, com poetas,
declamadores e músicos, em arruadas e recitais,
no sítio histórico Cidade Velha, património
mundial, evento que serviu também para homenagear Corsino Fortes, um dos poetas vivos mais
velhos
“As nossas relações com São Tomé e Príncipe são muito boas, são excelentes, dois arquipélagos, dois países de pequena dimensão populacional, que no plano internacional defendem posições muito próximas na defesa de questões específicas dos pequenos estados insulares”, disse Jorge Carlos Fonseca.
“Os nossos dois países
fizeram o caminho comum para a obtenção da independência nacional e estão
ligados por uma grande presença de uma comunidade cabo-verdiana que está aqui
(em são Tomé e Príncipe) sediada há longos anos e já com muitos descendentes
originários de São Tomé e Príncipe e portanto com laços de amizade e culturais
muito fortes”, Palavras ditas à sua chegada e que podiam perfeitamente
repetir-se na hora da despedida.
AMBOS FIGURAS DE PROA DO NACIONALISMO E FUNDAÇÃO DO SEUS PAÍSES - TANTO O PRESIDENTE JORGE CARLOS FONSECA, COMO O PRESIDENTE ,MANUEL PINTO DA COSTA
Qualquer deles esteve envolvido na luta de libertação dos seus povos, desde os tempos da clandestinidade:
"Manuel Pinto da
Costa, nasceu a 5 de Agosto de 1937 em Água Grande Doutor em economia
pela Faculdade de Berlim, antiga República Democrática Alemã, Manuel Pinto da
Costa, membro fundador do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe, primeira
organização independentista são-tomense, acabou por ser figura de consenso no
seio dos nacionalistas radicados no estrangeiro, para dirigir a nova
organização política o MLSTP e consequentemente o novo país independente.
Foi um dos
primeiros líderes africanos a implementar reformas com vista a mudança do
regime mono partidário para a democracia pluralista. Em 1989 sob Presidência de
Pinto da Costa o povo foi chamado para referendar a nova constituição política.
- Mais pormenores em Pinto
da Costa novo Presidente de São Tomé e Príncipe a ..
FIGURA HISTÓRICA DE CABO VERDE - Jorge Carlos
Fonseca, nasceu a 20 de Outubro, no Mindelo foi um dos promotores da transição democrática
em Cabo Verde. Licenciado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa,
Fonseca é Mestre em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, escritor,
advogado e jurisconsulto. Foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1991 e
1993, logo após a abertura do país ao multipartidarismo.
Jorge Carlos
Fonseca conta que tem o “bichinho da política” desde muito cedo, tendo começado
a militar na política pela independência de Cabo Verde, aos 17 anos, em Coimbra
(Portugal), na clandestinidade.
Além da política,
é obcecado pela leitura: “Gosto muito de
estudar, investigar Direito, nomeadamente o Direito Penal e o Direito
Constitucional. É o que tenho feito praticamente desde 81/82. Gosto de ensinar.
Também fui professor universitário em Lisboa, em Macau, agora em Cabo Verde. Mas
gosto de estar com os amigos e gosto muito de ler. É obsessão, quase. Claro que
hoje em dia leio sobretudo livros e estudos jurídicos, mas sempre que posso
leio sobretudo poesia”, diz o candidato presidencial.
Jorge Carlos
Fonseca fala o crioulo, português e francês fluentemente e um pouco do inglês,
alemão, espanhol e italiano. Jorge Carlos Fonseca
SÃO TOMÉ TERRA DE PROMISSÃO - O PARAÍSO ONDE OS FRUTOS SE PODEM COLHER À MÃO TODO O ANO - MAS A COLONIZAÇÃO APENAS OLHAVA MAIS PARA A EXPLORAÇÃO DOS FRUTOS DE QUE PARA AS PESSOAS
Não há outro lugar
no mundo, fora do seu país onde as comunidades cabo-verdianas, se encontrem tão
tipificadas e tão aglomeradas, senão nas antigas roças de S. Tomé e
Príncipe - São os cabo-verdianos e os seus descendentes, que ocupam as
antigas senzalas e outras instalações, que, no tempo colonial, eram também ocupadas
por serviçais de Angola e Moçambique - Muitos desses antigos trabalhadores, não
regressaram aos seus países, mesmo após a independência, porém, a maioria da
mão-de-obra era cabo-verdiana, sendo, por esta razão, também a maior comunidade
das antigas colónias, que ainda vive nas Ilhas Verdes, em condições muito
precárias.
1949 - o dinheiro do trabalhador ficava nas cantinas da roça |
1965 - Empregado de mato |
De facto, as instalações encontram-se muito degradadas, os antigos hospitais, que existiam em todas as roças, não passam de esqueletos de ruínas, a produção do cacau, café e do cacau desceu para níveis baixíssimos - Pena que não tivessem tido outro apoio e orientação, com o processo da .nacionalização que se lhe seguiu. É uma verdade que se passou da opressão ao abandono - Mas, em Portugal, no Alentejo, também se passou do grande latifundiário a uma certa anarquia. São contrariedades próprias das revoluções - enquanto não se acerta um rumo.
Uba-Budo 2014 |
CABO-VERDIANO – O
AFRICANO QUE APRENDEU A VIVER COM MUITO ESFORÇO E SACRIFÍCIO E NÃO À SOMBRA DA
BANANEIRA
Costuma dizer-se
que a fome aguça a inteligência e desperta o engenho – E foi justamente isso que
fez dos cabo-verdianos, um povo muito lutador ao longo dos tempos. E a ter que deixar a sua terra e a emigrar
Milhares de cabo-verdianos partiram para S.Tomé e Príncipe, em regime de contratos, para as roças de cacau e café, que regaram com o suor do seu rosto, muitos dos quais nunca mais puderam regressar à sua terra amada - Não obstante a vida ali também ser dura.
Milhares de cabo-verdianos partiram para S.Tomé e Príncipe, em regime de contratos, para as roças de cacau e café, que regaram com o suor do seu rosto, muitos dos quais nunca mais puderam regressar à sua terra amada - Não obstante a vida ali também ser dura.
Sim, em Cabo Verde,
no tempo colonial, as populações sofriam intensamente devido ao flagelo das
secas -. A proximidade dos ventos do Saará, ainda hoje é um fenómeno devastador,
nalgumas ilhas – Em São Tomé e Príncipe, não faltam chuvas, e as ilhas são férteis:
até nos mais altos e aprumados penhascos, despontam ervas e arbustos. Por isso
mesmo, aqui a tendência é mais para o “moli-móli” - Pois os frutos, são abundantes e colhem-se sem
muito esforço. Há muitas carências na população - e a vários níveis - mas não há rostos
marcados pela fome, barrigas de crianças desnutridas em forma de bola, como se veem nos demais países africanos.
Roça Uba-Budo 2014 |
Referem estudos que “Embora não existam estatísticas precisas, aponta-se que a maior parte dos
contratados partiu das chamadas ilhas agrícolas (Santiago, S. Antão, S. Nicolau
e Fogo) que seriam as primeiras a sofrer com a escassez de chuva que afectou
Cabo Verde nas décadas de 40/50 do Séc.XX
O Consulado de CV em STP encontram-se inscritos um total de 8.160 pessoas
(dados de Novembro de 2014, número que pode alterar tendo em conta que muitos
dos descendente não estão aí inscritos OMUNIDADE
CABO-VERDIANA EM S. TOMÉ E
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