Jorge Carvalho - o primeiro da esquerda - Semana Ilustrada 1972 |
Jorge Carvalho - 30 Janeiro 2016 |
Filha |
Esposa |
De seu nome, Jorge Carvalho – Dois anos antes do 25 de Abril, era estudante na Escola Técnica. Seu pai, Manuel Carvalho, era, então, uma das figuras mais populares e emblemáticas no desporto, em S. Tomé e Príncipe; árbitro de futebol e dirigente desportivo– Conhecemo-los a ambos – E até os fotografamos em reportagens para a Revista Semana Ilustrada, de Luanda – Tanto o pai como o filho, vimo-lo, sempre, como pessoas, simpáticas, sorridentes, amáveis e expansivas, perfeitamente integradas, não apenas na comunidade portuguesa, como também junto da população santomense, sem a menor ponta de racismo ou de preconceitos.
Ao Manuel, o veterano e mestre dos árbitros, seu pai, nunca maís o vimos e também já não o voltamos a ver, pois já faleceu – O Jorge Carvalho, vimo-lo agora, volvidos 43 anos, no Café do Miramar e na véspera do seu regresso a Portugal, rodeado da filha e da esposa, e do amigo da sua geração, o Juiz Carlos Semedo, que aqui nasceu, filho de pai português e de mãe-cabo-verdiana – E a cujo grupo se vieram juntar, mais dois velhos amigos dos tempos estudantis, o empresário Abílio Henriques, filho de mãe guineense pai português e o coronel, Victor Monteiro, filho de pais cabo-verdianos, Director do Gabinete do Presidente Manuel Pinto da Costa,ambos aqui nascidos, criados e residentes, que sempre fizeram de S. Tomé e Príncipe a sua pátria - Àqueles trouxe-os a saudade que lhe vai na alma, desta maravilhosa Ilha, que jamais deixou de estar bem presente nas suas mais verdes recordações e no mais fundo do seu coração - Por isso mesmo, até trazem consigo as fotografias desses inesquecíveis tempos - Pois foi o que vimos nas mãos de Jorge Carvalho, como se essas fotos, ainda continuassem a manter o vinculo vivo e perene que o tempo não consegue desfazer
ÁFRICA DOS AFRICANOS TAMBÉM MARCOU OS PORTUGUESES QUE A COLONIZARAM
Juiz Carlos Semedo |
As antigas colónias portuguesas de África,
continuam ainda no coração de uns largos milhares de portugueses, que, por
força da descolonização, foram forçados a abandonar
Muitos dos quais, apesar de não terem sido
as terras onde nasceram, as amavam, verdadeiramente, como pátria sua –
Aliás, naquela altura, era justamente este o conceito colonial: - Portugal,
desde o Minho a Timor –
E são, pois, muitos desses
portugueses, por exemplo, no caso do turismo santomense – sejam os
que nasceram nas ilhas ou para cá vieram a trabalhar - talvez
aqueles que mais viagens fazem a S. Tomé e Príncipe – Havendo mesmo
casos de fixação de residência – Como seja, o de Carlos Brito Viana, natural do
Porto, que aqui esteve, ainda rapaz, quando o seu pai era Diretor da Escola
Técnica - E que agora, passa o tempo com um pé em Portugal, outro em S.
Tomé - - Ou mesmo talvez mais tempo nesta Ilha
EM
S. TOMÉ - ANTIGO LICEU E ESCOLA TÉCNICA - MARCARAM GERAÇÕES DE
SANTOMENSES E FILHOS DE PORTUGUESES
Abílio Henriques - Não chegou a deixar a terra onde nasceu |
São talvez das fotos que mais aparecem no Facebook - Isto porque, nestas instituições escolares, era onde melhor se refletia o espírito de convívio e de integração multirracial – Justamente, por esse facto, quando ainda hoje, se reencontram antigos alunos, esse reencontro é sempre preenchido por calorosos momentos de amistoso convívio – Dir-se-ia que é amizade para toda a vida – Presenciámos esse vinculo, em Outubro de 2014, no afetuoso abraço de Carlos Brito Viana, Filinto Costa Alegre e Victor Monteiro – Agora, entre Victor Monteiro e Jorge Carvalho, Carlos Semedo e Abílio Henriques, na esplanada do Café da Pousada Miramar.
Pessoalmente,
pudemos testemunhar o excelente ambiente, daquelas duas instituições, através
de reportagens para a Revista Semana Ilustrada, das quais lhe recordamos aqui algumas imagens e excertos desses nossos
apontamentos, designadamente com uma Gincana, organizada pelos alunos da Escola
Técnica Silva Cunha
Eis o que então dizimamos, a propósito de um desses ventos: - “Causou o maior interesse, pois, com certeza, talvez por ter sido organizada pela Escola Técnica Silva Cunhe; que nisto de iniciativas em que esteja em causa o seu bom nome nunca falta boa vontade e dedicação para que tudo corra pelo melhor. E foi assim o que desta vez também aconteceu. Os alunos organizaram e levaram a cabo uma gincana automóvel, que contou com apreciável número de concorrentes e despertou o mais 'vivo interesse por parte não só de aficionados do desporto automóvel e iniciados, como, aliás, de numeroso público que não quis perder a oportunidade de se associar à feliz lembrança dos finalistas da Técnica e, igualmente, poder distrair-se com as mirabolâncias de uns tantos “brincalhões”.
Foi realmente uma manhã
de domingo interessantíssima a que proporcionou a gincana automóvel que teve
lugar no próprio recinto da Escola Técnica Silva Cunha. E isto, não só pelo
colorido e variado tipo das “máquinas”
em prova, da destreza, perícia e habilidades dos seus participantes, como ainda pela nota
viva e alegre que a assistência, na sua maior parte jovem, imprimiu ao ambiente
UM SEGUNDO DIA EM CHEIO
Este foi o meu segundo dia em S. Tomé – De novo o reencontro com bons e
distintos amigos – Um dos quais é o Coronel Victor Monteiro, Diretor do
Gabinete do Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, que teve a
gentileza de me convidar, na companhia de outro meu bom amigo, o jornalista
Adilson Castro, em sua casa, onde também estava a sua tão querida Raquel
Monteiro, com uns olhos que parecem dois diamantes do mais fino brilho
africano, para um calúlú à moda da terra, – 0
A
manhã foi muito chuvosa, no entanto, a tarde, apesar de cinzenta, foi muito
agradável – E, sobretudo, quando passada, junto de tão generosos e dedicados
amigos - Mas, o fim do dia, já ao anoitecer, ainda me proporcionou outros
magníficos reencontros, com luso-santomenses, que vieram matar saudades a esta
maravilhosa ilha - São as imagens de uma das próximas postagens
No Café da Avenida – Em S. Tomé – Ponto de
encontro obrigatório da cidade – Pois há sempre a possibilidade de se encontrem
rostos amigos ou conhecidos – E também no Café do Miramar – Sítios onde apetece
estar
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