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domingo, 31 de janeiro de 2016

Em São Tomé – Reencontro com luso-santomenses, 43 anos depois – que vieram de Portugal matar saudades a uma ilha, onde viveram os melhores dias da sua juventude - Um dia em cheio, este segundo dia da minha estadia


Jorge Carvalho - o primeiro da esquerda -  Semana Ilustrada 1972
Jorge Carvalho - 30 Janeiro  2016
Filha
Esposa
De seu nome, Jorge Carvalho –  Dois anos antes do 25 de Abril, era estudante na Escola Técnica. Seu pai, Manuel Carvalho, era, então, uma das figuras mais populares  e emblemáticas  no desporto, em S. Tomé e Príncipe; árbitro de futebol e dirigente desportivo–  Conhecemo-los a ambos – E até os fotografamos em reportagens para a Revista Semana Ilustrada, de Luanda – Tanto o pai como o filho, vimo-lo, sempre, como pessoas, simpáticas, sorridentes, amáveis   e expansivas,   perfeitamente integradas, não apenas na comunidade  portuguesa, como também junto  da população santomense, sem a menor ponta de racismo ou de preconceitos.


 Ao Manuel, o veterano e mestre dos árbitros, seu pai, nunca maís o vimos e também já não o voltamos a ver, pois já faleceu – O Jorge Carvalho, vimo-lo agora, volvidos 43 anos, no  Café do Miramar e na véspera do seu regresso a Portugal,  rodeado da filha e da esposa, e do amigo da sua geração, o Juiz Carlos Semedo, que  aqui nasceu, filho de pai português e de mãe-cabo-verdiana – E a cujo grupo se vieram  juntar, mais dois velhos amigos dos tempos estudantis, o empresário Abílio Henriques, filho de mãe guineense pai português  e o coronel, Victor Monteiro, filho de pais cabo-verdianos, Director do Gabinete do Presidente Manuel Pinto da Costa,ambos aqui nascidos, criados e residentes, que sempre fizeram de S. Tomé e Príncipe a sua pátria - Àqueles trouxe-os a saudade que lhe vai na alma, desta maravilhosa Ilha, que jamais deixou de estar bem presente nas suas mais verdes recordações e no mais fundo do seu coração - Por isso mesmo, até trazem consigo as fotografias desses inesquecíveis tempos - Pois foi o que vimos nas mãos de Jorge Carvalho, como se essas fotos, ainda continuassem a manter o vinculo vivo e perene que o tempo não consegue desfazer



ÁFRICA DOS AFRICANOS TAMBÉM MARCOU OS PORTUGUESES QUE A COLONIZARAM

Juiz Carlos Semedo 

As antigas colónias portuguesas de África, continuam ainda no coração de uns largos milhares de portugueses, que, por força da descolonização, foram forçados a abandonar

Muitos dos quais, apesar de não terem sido as terras onde nasceram, as amavam, verdadeiramente,   como pátria sua – Aliás, naquela altura, era justamente este o conceito colonial: - Portugal, desde o Minho a Timor –

 E são, pois, muitos desses portugueses, por exemplo, no caso do turismo santomense   – sejam os que nasceram nas ilhas ou para  cá vieram a trabalhar  - talvez aqueles que mais  viagens fazem a S. Tomé e Príncipe  – Havendo mesmo casos de fixação de residência – Como seja, o de Carlos Brito Viana, natural do Porto, que aqui esteve, ainda rapaz, quando o seu pai era Diretor da Escola Técnica -  E que agora, passa o tempo com um pé em Portugal, outro em S. Tomé  - - Ou mesmo talvez mais tempo nesta Ilha 


EM S. TOMÉ  - ANTIGO LICEU E ESCOLA TÉCNICA  - MARCARAM GERAÇÕES DE SANTOMENSES E FILHOS DE  PORTUGUESES 

Abílio Henriques  -  Não chegou a deixar a terra onde nasceu


São talvez das fotos que mais aparecem no Facebook - Isto porque, nestas instituições escolares, era onde melhor se refletia o espírito de convívio e de integração multirracial – Justamente, por esse facto, quando ainda hoje,  se reencontram antigos alunos, esse reencontro é sempre preenchido por calorosos momentos de amistoso convívio – Dir-se-ia que é amizade para toda a vida – Presenciámos esse vinculo, em Outubro de 2014, no afetuoso abraço de Carlos Brito Viana, Filinto Costa Alegre e Victor Monteiro – Agora, entre Victor Monteiro e Jorge Carvalho, Carlos Semedo e Abílio Henriques, na esplanada do Café da Pousada Miramar.

Pessoalmente, pudemos testemunhar o excelente ambiente, daquelas duas instituições, através de reportagens para a Revista Semana Ilustrada, das  quais lhe recordamos aqui  algumas imagens e excertos desses nossos apontamentos, designadamente com uma Gincana, organizada pelos alunos da Escola Técnica Silva Cunha


Eis o que então dizimamos, a propósito de um desses ventos: - “Causou o maior interesse, pois, com certeza, talvez por ter sido organizada  pela Escola Técnica Silva Cunhe; que nisto de iniciativas em que esteja em causa o seu bom nome nunca falta boa vontade e dedicação para que tudo corra pelo melhor. E foi assim o que desta vez também aconteceu. Os alunos organizaram e levaram a cabo uma gincana automóvel, que contou com apreciável número de concorrentes e despertou o mais 'vivo interesse por parte não só de aficionados do desporto automóvel  e iniciados, como, aliás, de numeroso público que não quis perder a oportunidade de se associar  à feliz  lembrança dos finalistas da Técnica  e, igualmente, poder distrair-se com as mirabolâncias de uns tantos “brincalhões”.

Foi realmente uma manhã de domingo interessantíssima a que proporcionou a gincana automóvel que teve lugar no próprio recinto da Escola Técnica Silva Cunha. E isto, não só pelo colorido  e variado tipo das “máquinas” em prova, da destreza, perícia e habilidades  dos seus participantes, como ainda pela nota viva e alegre que a assistência, na sua maior parte jovem, imprimiu ao ambiente  

UM SEGUNDO DIA EM CHEIO

Este foi o meu segundo dia em S. Tomé – De novo o reencontro com bons e distintos amigos – Um dos quais é o Coronel Victor Monteiro, Diretor do Gabinete do Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, que teve a gentileza de me convidar, na companhia de outro meu bom amigo, o jornalista Adilson Castro, em sua casa, onde também estava a sua tão querida Raquel Monteiro, com uns olhos que parecem dois diamantes do mais fino brilho africano, para um calúlú à moda da terra, – 0
 A manhã foi muito chuvosa, no entanto, a tarde, apesar de cinzenta, foi muito agradável – E, sobretudo, quando passada, junto de tão generosos e dedicados amigos - Mas, o fim do dia, já ao anoitecer, ainda me proporcionou outros magníficos reencontros, com luso-santomenses, que vieram matar saudades a esta maravilhosa ilha - São as imagens de uma das próximas postagens

No Café da Avenida – Em S. Tomé – Ponto de encontro obrigatório da cidade – Pois há sempre a possibilidade de se encontrem rostos amigos ou conhecidos – E também no Café do Miramar – Sítios onde apetece estar





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