Escalada do Pico Cão Grande, em S. Tomé – Agulha vertical basáltica tentada por alpinistas Franceses, Japoneses e italianos - A Desmontagem da encenação da “via mambo italiana” de Matteo Rivadossi e a sua equipa -
Estas
duas imagens, com a legenda do Pico Cão Grande, que Matteo Rivadoss"ha realizzato
la prima salita assoluta dell’inviolato monolite di Cao Grande", pelo contrário,
foram obtidas na crista do Cão Pequeno. - Com o Pico Cão Grande, lá ao
fundo
Gabam-se de ter “
realizzato la prima salita assoluta dell’inviolato monolite di Cao Grande,
Fotografaram-se no cume do Pico Cão Pequeno, em 2001 a simular que estavam na crista do Cão
Grande - As televisões deram destaque ao
teatro e foram recebidos como heróis da dança do país do mambo!
22-01-2016) Atualização
- Finalmente, o Sr. Matteo Rivadoss, reagiu, através e e-mails, mas de forma
grosseira e insultuosa- Mandou-me um filme mas não veio acrescentar nada
de novo - Respondi-lhe que, “a avaliar pelas imagens que faculta na internet e
do filme que realizou, poderá convencer quem não escalou aquele pico –A mim, que o escalei, não me convence. Mas
estou certo que não estarei só, quando voltar a este assunto publicamente” -Jorge Trabulo Marques - Jornalista ---------- Mensagem
encaminhada ----------
De: jorge trabulo Marques - Data: 22 de janeiro de 2016 04:59
Assunto: Fwd: Filme não mostra que escalou o Pico Cão Grande
Para: matteorivadossi@
O
Pico Cão Pequeno é inclinado, é mais fácil de escalar. O Cão Grande é uma
parede vertical e com vários tetos – E, no lance final de ataque ao cume, de
pouco ou quase nada poderão valer os pitons senão a ponta dos dedos e a arte
dos macacos na floresta – Cão Grande tem uma configuração no cume muito
diferente do Cão Pequeno – Ambos são de origem vulcânica mas, nos últimos 50 metros, a rocha do Cão
Grande difere muito da rocha do Cão Pequeno e também na sua consistência; muito
laminada, devido à erosão e lá em cima, destacam-se os arbustos, os musgos e não propriamente o capim
– E, devido aos raios das tempestades,
ao mínimo sopro de vento ou alteração brusca de temperatura, lasca e desmorona.
Corremos grandes riscos por esse facto: nem sequer dispúnhamos de capacetes:
uma ocasião uma lasca, só não me abriu a cabeça pela diferença de um dedo – E,
a um dos meus companheiros, uma pedra ia-lhe cortando o pulso, que ainda hoje o
tem com um enorme inchaço
FINALMENTE – AS IMAGENS QUE TESTEMUNHAM
Terão
que lá voltar e fazer nova encenação mais aprimorada, porque esta é demasiado mamba! - É por isso que a estes escaladores - de famoso currículo - nunca faltam patrocínios e reportagens televisivas: basta encenar - É fácil e rápido! Até porque ninguém está lá no topo a fazer o reconhecimento da chegada ou cronometrar a escalada.
Realizaram um documentário de 40 minutos, que apresentaram
num festival internacional mas, desse documentário apenas mostram um curto
vídeo de paisagens de S. Tomé - E nenhuma da escalada - Afirmam ter escalado os dois picos mas só mostram algumas fotos que dizem ter sido registadas no Pico Cão Grande mas são do Pico Cão Pequeno - Cao Grande | AlbatrosFilm. Não perca os pormenores mais à frente
Matteo Rivadossi, nascido
em Bréscia em 1970, (precisamente no ano em que eu iniciava a minha longa
aventura ao Pico Cão Grande), famoso designer em grande empresa de
equipamentos de montanhismo, atual Presidente
do Grupo Caves Brescia", é possuidor de um notável
currículo, considerado “ entre os
espeleólogos mais experientes do mundo,
“Ele está entre os espeleólogos mais experientes
do mundo, mas sua esportivo varia, com igual experiência e relevância dos
resultados, mesmo na prática de canyoning e alpinismo em suas diversas formas
de expressão.
È tra i più
preparati speleologi del mondo ma la sua attività sportiva spazia, con
altrettanta esperienza e rilevanza di risultati, anche nella pratica del
torrentismo e dell'alpinismo nelle sue diverse forme di espressione. – Excerto deRivadossi - Giornale di Brescia…..Traduzir esta página
O autor deste site - Aos pés, o abismo
No passado
dia 25 de Novembro, na
palestra que proferi na Associação Desnível , mercê do honroso convite que me foi dirigido pelo seu Presidente,
Rogério Paulo, acerca dos 40 anos sobre a Escalada do Pico Cão Grande, pude demonstrar,
através da exibição de fotografias, que a tão mediatizada escalada, por uma equipa
italiana, em Agosto de 2001, àquele Pico, é uma rotunda encenação- Fizeram fotografias no cume do Pico Cão
Pequeno e vieram dizer para as televisões e imprensa, que tinham
escalado o Pico Cão Grande
MENTIRAM - A equipa liderada
por Matteo Rivadossi,
que se deslocou ao Pico Grande e o Pico Cão Pequeno, em Agosto de 2001, e veio
declarar às televisões (e continua a dizê-lo ainda no seu
site) ter escalado ambos os picos, é
falso: apenas escalou o Cão Pequeno.
Enganaram até quem lhes proporcionou
a estadia e apoio em S. Tomé – o seu compatriota Tiziano
Pisoni, atual presidente da Federação Santomense do Ciclismo, –
e proprietário do mucumbli , que divulgava
também esta informação na Internet
Mirante do Mucumbli
"Queria informar que um grupo de alpinistas
italianos no passado mês de agosto (2001) subiram os dois picos Cão Grande e Cão Pequeno, a subida ao Cão
Grande demorou 3 dias enquanto a subida ao Cão Pequeno foi realizada em 6 horas.
Atacaram o Pico Cão Pequeno logo de manhã e para o almoço jà estavam no Ilhéu
das Rolas. RTP África e TVS tem algumas imagens relativas a estas 2 subidas.
Tive a possibilidade de ver todas as imagens gravadas por eles que são
espectaculares.
A escalada já foi tentada por equipas
de várias nacionalidades mas, até hoje, nós fomos os únicos que alcançámos o cume - Em 12 de Outubro,
de 1975, a minha equipa, conquistava, finalmente, o tão desejado cume do Pico
Cão Grande - Dois anos
sozinho, e, por fim, de, 73 a 75, com uma equipa de valorosos santomenses -
Constantino Bragança, Cosme Pires dos Santos, e os guias, Sebastião e o Chico -
conquistávamos a crista de um dos mais difíceis e caprichosos monólitos do
planeta.
Não disponho das imagens de tão
auspicioso momento – se bem que, para nós, fosse mais de pesadelo de que de
alegria, dada a iminência de uma tempestade e de não termos a certeza se
regressaríamos vivos ao sopé - , sim, não disponho de nenhuma fotografia desse
dia, porque, uns dias depois, deixava S. Tomé a bordo do pesqueiro americano,
Hornet, para ser largado, numa frágil piroga, a sul da Ilha de Ano Bom,
na corrente equatorial – O meu espólio, até ficou bem guardado, só, que,
mais tarde, tendo pedido a um comerciante, que mo fosse buscar a casa da minha
companheira para fazer o favor de mo trazer para Portugal, quando aqui voltasse
de férias, sim, ele foi lá a busca-lo, mas, até hoje, não se dignou entregá-lo a quem pertence.
EQUIPA PORTUGUESA TENCIONA ESCALAR O PICO CÃO PEQUENO - COMO PRÉVIA PREPARAÇÃO E ESTUDO DA ESCALADA AO CÃO GRANDE - E DESFRALDAR AS DUAS BANDEIRAS DE PAÍSES IRMÃOS. - Se possível com a participação de alpinistas santomenses
No decurso da referida palestra, que proferi na Associação Desnível, tal foi o entusiasmo gerado à volta da
escalada do Pico Cão Grande, associado às maravilhas da paisagem de S. Tomé e
Príncipe, que ficou a pairar o desejo de ali se deslocar uma equipa de alpinistas
desta associação, com o objetivo de
concretizar a segunda escalada do Pico Cão Grande, depois
de quatro tentativas goradas por outras equipas.
Catherine e Rogério
Paula Ferreira
É precisamente, em parte com este intuito,
que uma equipa de alpinismo, constituída por Catherine De Freitas, Rogério
Alpine Morais e Paula Ferreira (a que me associarei, como acompanhante),
partirá, no próximo dia 2 de Fevereiro,
a
fim de escalar o Pico Cão Pequeno e proceder a um primeiro
reconhecimento do Cão
Grande. Assim, o permitam as condições meteorológicas. Além disso, é
também intenção destes mesmos desportistas, me acompanharem na
continuação das minhas pesquisas, nalgumas praias, em mergulhos
submarinos, na tentativa de se encontrarem eventuais objectos
arqueológicos, a juntar a uma antiga espada e um antigo punhal, que
pude localizar durante a minha última estadia em S. Tomé. - Descoberta de uma antiga espada e um punhalhttps://canoasdomar.blogspot.com/2015/08/em-sao-tome-descoberta-de-uma-antiga.html
EQUIPA DE MÉRITOS RECONHECIDOS
Rogério Morais - Coordenador e Presidente da A.Desnível
Rogério
Morais, Presidente da Associação
de Desportos de Aventura Desnível, alpinista desde 1978, possuidor Brevet
de “Instrutor de Alpinismo FFME”, entre outros; Instrutor de dezenas de ações
de formação em Montanha, tanto em Portugal como em França (Centre-école CAF de
La Bérarde, Grenoble) .E a sua esposa, Catherine De Freitas, de nacionalidade
canadiana, mas residente há vários anos em Portugal, trabalha em consultoria de
comunicação e design, é também outra entusiasta e ousada alpinista, que tem
integrado várias escaladas dirigidas pelo seu marido. Por outro lado, Paula
Ferreira, Engª do Ambiente é também uma grande apaixonada
pela escalada, igualmente em participação de desafios de grande nível e risco.
EQUIPA DE ALPINISTAS ITALIANOS LIDERADA
POR MATTEO RIVADOSSI – NÃO FEZ A ESCALADA DO PICO CÃO GRANDE – FEZ O REGISTO DE IMAGENS NO CUME DO PICO CÃO PEQUENO, DIZENDO QUE ERA A
DO CÃO GRANDE - É com estas aventuras que se faz currículo a granel -
39 anos depois
Não me enganei: O meu sexto sentido, que aprendi a
desenvolver na solidão dos mares, devido aos constantes perigos que enfrentava,
já me havia dado a entender que, a tão apregoada escalada de um grupo de quatro alpinistas, liderada por
Matteo Rivadossi, ao Pico Cão Grande, me soava a falso, a descarada gabarolice,
com fitos meramente promocionais de que desportivos.
Não
é que, a conquista do Pico Cão Grande,
pela minha equipa, não possa ser igualável! - Obviamente que há
recursos técnicos, atualmente, que nós não dispúnhamos (o nosso equipamento era muito
rudimentar e improvisado), sim, que poderão facilitar a sua ascensão – No entanto,
não tenho a menor dúvida que, quemse
decidir a encarar o desafio, com sucesso, vai deparar-se com muito
trabalho, com muitos riscos e dificuldades - Não não é façanha para se
fazer em jeito de turismo, ao estilo "mambo italiano" – Cujos autores,
vieram gabar-se de, em três dias, terem escalado dois picos e ainda
terem tempo de darem por lá numas
passeatas, em comedorias e pernoitas, num hotel e outras veleidades no Ilhéu das Rolas.
Os últimos 50 metros do Pico Grande, são, de facto,
de um extremo risco – Quem o fizer, terá, certamente, queaprender a técnica dos macacos da floresta – a
usar mais as pontas dos dedos de que a ter que socorrer-se de pitons, martelos,
ganchos, cordas e de outros apetrechos: o efeito erosivo das chuvas copiosas e
constantes, naquela zona,a mais
pluviosa da ilha, tem provocado, ao longo dos tempos, que, os últimos 50 metros,quase
permanentemente envolvidos por um denso nevoeiro ou grossos novelos
nuvens, se estejam a esboroar e a desmoronar - E se encontrem, em muitas áreas rochosas da superfície do gigantesco monolito basáltico, de origem vulcânica, como arestas laminadas, que
cortam como navalhas, suscetíveis de se desprenderem facilmente, tanto por súbitas alterações de temperatura, como por um simples
sopro de vento . Salvo a face exposta a poente, mais lisa e com menos
arbustos, todo o restante perímetro do Cão Grande, na zona mais aprumo, e
também com alguns tetos, é um permanente risco de vertigem e audácia - o passaporte a um voo para a morte.
Lá do alto, do cume do Cão Grande, não se desprendem as avalanches
de neves das frias regiões, porque,o
clima é equatorial, é quente e húmido, mas há outras ameaças, não menos perigosas
- Pedras que se soltam! - Por exemplo, o Pires dos Santos,
ainda hoje tem um pulso, com um enorme inchaço, devido a um pedra que se desprendeu
e o atingiu. A mim, só por um dedo é que uma pedra, que me passou a rasar uma
orelha, não me abriu a cabeça. E o Constantino, também não foi poupado de uma
pedra, que o ia atirando para o abismo.
Além das várias tentativas, que foram
feitas, nos anos 60 por várias equipas estrangeiras, de que não há registo,
sabe-se, no entanto, que, após a independência de S. Tomé e Príncipe, há pelo menos conhecimento público, de quatro tentativas:
1 – A tentativa de uma expedição francesa,
em 1980
2-A tentativa de uma expedição japonesa , em 1985
3- A tentativa de uma expedição italiana,
em 1992
Está na crista do Cão Pequeno - Não é Cão Grande
4-A apregoada escalada italiana, a que deram o nome de Via Mambo Italiano,
face sul, liderada por Matteo Rivadossi, mas o que esta equipa escalou foi o
Pico Cão Grande
DESMONTAGEM DE UMA FARSA
Realizaram um documentário de 40 minutos, que apresentaram
num festival internacional mas, desse documentário apenas mostram um curto
vídeo de paisagens de S, Tomé - E nenhuma da escalada - Dizem ter escalado os dois picos mas só mostram algumas fotos que dizem ter sido registadas no Pico Cão Grande mas são do Pico Cão Pequeno
Minha escalada ao Pico Cão Grande
A foto em que, Matteo Rivadossi, surge com os braços abertos, o
cume não é o do Pico Cão Grande, visto este ser todo coberto de fendas e de arbustos
mas do Pico Cão Pequeno – E logo atrás das suas costas a orla marítima - Ora, do Pico Cão Grande, tal imagem fica muito distante.
De resto, se se confrontarem as cartas ou mapas de S. Tomé, é fácil a identificação daquele contorno.
Porém, o paradoxal das suas afirmações, assenta também ainda no facto de que, das duas escaladas, que dizem ter realizado, apenas
mostram, na galeria de 14 imagens, 6 fotos referidas como sendo
do Pico Cão Grande, sendo as restantes: uma das quais num
caminho deste Pico no palmar do Caué, três do aspeto geral do Pico Cão
Grande, uma delas com vista da estrada, outra panorâmica de uma praia: outra
com o carregador; outra de uma de uma mulher com filho nas costas -
Não mostram nenhuma imagem identificada como sendo do Pico Cão Pequeno
Na
imagem em que aparece a equipa dos alpinistas, que é legendada na galeria de
imagens como sendo no Cão Grande, como é que isso é possível se surge o Cão
Grande, no horizonte ao fundo?... - Confrontem-se as duas imagens: a foto
em que se vê todo o perfil do Cão Pequeno, com a equipa dos alpinistas a
vitoriarem a suposta conquista do Cão Grande - Atente-se no relevo à direita,
no horizonte, se não é o mesmo das duas fotografias
Ao fundo o Cão Grande - compare o perfil lado direito
Cão Pequeno - compare perfil do horizonte lado direito
Noutra
imagem do site - que julgo também ser a descida do Cão Pequeno -
igualmente identificada como sendo no Cão Grande - Nota-se perfeitamente
a inclinação que
caracteriza do Pico Cão Pequeno, com menos arbustos e menos
saliências de que a do Cão Grande
ENGANARAM A TELEVISÃO DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE, RDP -ÁFRICA, A SUA "PROEZA" TEVE HONRAS DE ABERTURA NOS TELEJORNAIS - o Líder da escalada, famoso em Itália, até já teve honras de Una serata con Matteo Rivadossi –
CAO GRANDE spedizione
alpinistica che nell’estate 2001 ha realizzato la prima salita assoluta
dell’inviolato monolite di Cao Grande, la misteriosa guglia basaltica alta 700
metri simbolo del minuscolo arcipelago africano di Sao Tomé e Principe, per
altro già tentatada diverse spedizioni e quella del Cao Paqueno (388m). Il film
è stato presentato ai principali festival internazionali.
CAO GRANDE spedizione alpinistica che
nell’estate 2001 ha realizzato la prima salita assoluta dell’inviolato monolite
di Cao Grande, la misteriosa guglia basaltica alta 700 metri simbolo del
minuscolo arcipelago africano di Sao Tomé e Principe, per altro già tentatada
diverse spedizioni e quella del Cao Paqueno (388m). Il film è stato presentato
ai principali festival internazionali.
ALPINISMO NÃO É PARA ENCENADORES
De facto, o
alpinismo é um dos desportos mais arrojados e nobres, entre as várias
modalidades desportivas, por isso mesmo, não só exige preparação técnica
adequada, de molde a evitarem-se riscos desnecessários, como também,
qualidades humanas de elevada craveira -
coragem, equilíbrio mental e determinação, sentimento
de lealdade e companheirismo para com os elementos da
equipa, porque, a escalada, é sobretudo, um desporto de
equipa. - mas ao mesmo tempo de um grande desprendimento
e humildade - É dos tais desportos que não encaixa no perfil dos
vaidosos, desonestos ou batoteiros.
Não se faz
uma escalada, para competir seja como quem for. Não se luta contra
ninguém, nem para agredir a própria Natureza mas
para se ir ao encontro da sua harmonia ou do que ela tem de mais
belo e aparentemente agreste e desafiador - Buscar o
prazer da superar o grau de dificuldades, que a
mesma se nos apresente. Não se escala uma parede aprumo
como quem joga futebol e procura meter um golo na baliza do adversário -
Mas há, no entanto, quem ouse fazer escalada, não para melhor conhecer e
desafiar as suas próprias capacidades ou pelo gosto que tem
pelo contato estreito com a natureza, mas unicamente para
exibir a sua vaidade e comercializar - E, então aí, vale tudo: até a
batota, a desonestidade e a mentira.
Creio que que terá sido
esse o espírito de uma equipa de alpinistas, que, já
na primeira década deste século, veio gabar-se, para as televisões, ter
sido a primeira e a única a escalar o Pico Cão Grande - Mas não é verdade.
A documentação, que exibem publicamente, além de escassa, é
manifestamente contraditória. Dirigi-lhes o convite para
se fazerem representar na minha palestra - ao mesmo
tempo pedindo-lhe mais informação - mas nem sequer se
dignaram responder.
DUAS MENSAGENS ENVIADAS AO LÍDER DA EQUIPA ITALIANA - SEM RESPOSTA
---------- Mensagem
encaminhada ----------
De: jorge trabulo Marques >
Data: 5 de novembro de 2015 02:17
Assunto: Matteo Rivadossi e o Pico Cão Grande, em S. Tomé – A primeira escalada
não é da sua equipa
Para: ggb@ggb.it, montura@montura.it, info@odisseanaturavventura.it
Exmo Senhor
Matteo Rivadossi
Chamo-me Jorge Trabulo Marques, sou jornalista e autor da primeira escalada
ao Pico Cão Grande, em S. Tomé, iniciada em meados
de 1970, e concluída em 12 de Outubro de 1975
Só agora tomei conhecimento, através da galleria - Odissea naturavventura de
algumas imagens sobre a expedição que liderou, em 2001, ao Pico Cão Grande e ao
Pico Cão Pequeno, cujos picos dizem ter escalado.
Embora tivesse ouvido falar da vossa deslocação a estes picos, no entanto,
por mais buscas que tentasse no motor da Google, não encontrava a
vossa informação, que finalmente pude obter, graças à prestimosa colaboração
da Associação de
Desportos de Aventura Desnível
Antes de mais, aproveito para felicitar-vos pela vossa iniciativa, todavia,
venho comunicar-vos o seguinte: - Que a primeira escalada ao Pico Cão Grande,
não é da vossa autoria, mas da minha equipa, concluída em Outubro de 1975
conforme poderão ver na página do meu site, em (..cão grande em são tomé - a grande
escalada ao pico vertical..) E, qualquer pessoa que faça
investigação acerca do Cão Grande, imediatamente tem essa informação
disponível desde Fevereiro de 2012, aliás, já exposta uns anos antes
noutro site, da qual foram retiradas imagens por vários utilizadores da
Internet
Por outro lado, pedia-vos o envio de mais imagens, sobre as duas escaladas
que dizem terem sido vencidas pela vossa equipa - Mostram algumas
fotografias, que dizem ter sido feitas no Cão Grande, uma das quais dizendo que
é registada no cume deste pico, como assim? Na crista do Cão Grande ou do Cão
Pequeno?... Seguramente que, no Cão Grande, não é.
E, então, onde estão as fotografias do Cão Pequeno? Ou será que esta
escalada não teve qualquer importância para a vossa equipa?
NO PAPEL É FÁCIL ENCENAR
Além disso, no vídeo que apresentam, publicamente, na Internet, em Cao Grande | AlbatrosFilm.
não mostram sequer uma única imagem da vossa escalada? Pedia-vos, pois, a
gentileza do envio de mais documentação fotográfica ou de filmes, a
fim de a puder juntar à história destes picos.
Sei que, Matteo Rivadossi, nascido em Bréscia em 1970, (precisamente no ano em
que eu iniciava a minha longa aventura ao Pico Cão Grande), famoso designer em
grande empresa de equipamentos de montanhismo, atual Presidente do Grupo Caves
Brescia", é possuidor de um notável currículo, considerado “ entre os espeleólogos mais
experientes do mundo, “È tra i più preparati speleologi del mondo
ma la
sua attività sportiva spazia, con altrettanta esperienza e rilevanza di
risultati, anche nella pratica del torrentismo e dell’alpinismo nelle sue diverse
forme di espressione.”prestigio
que, certamente, terá alcançado, sobretudo a partir do relevante destaque, que
os media lhe deram, com a escalada ao “pináculo intocado Cão Grande, em São Tomé”.
Precisamente, por esse facto, tendo em conta tão relevantes
méritos, espero ser atendido no pedido que ora lhe dirijo
Desde já os meus agradecimentos e as melhores saudações
Jorge Trabulo Marques
Jornalista e investigador - Navegador solitário e autor da primeira
escalada ao Pico Cão Grande em S. Tomé
Matteo Rivadossi
In Corriere della Sera
"E' nato a Brescia nel 1970 e abita a Nave, con Sonia e i piccoli Luna e Nadir.
Consulente di un'importante azienda di materiale alpinistico, da una
ventina d'anni vive la montagna a 360 gradi. Speleologo professionista, è
anche e forse soprattutto un esploratore, determinato e fantasioso
anche quando arrampica o si cala nei canyon. Ha iniziato la sua attività giovanissimo nelle grotte della sua provincia,
per diventare in breve uno dei protagonisti della scena esplorativa
italiana. Notevole è l'attività condotta anche all'estero, in occasione
di una ventina di spedizioni effettuate tra Europa, Messico, Sud-Est
asiatico e Africa. E' tra i pochissimi speleologi al mondo ad aver
firmato oltre 150 chilometri di nuove esplorazioni, raccogliendo vari
primati mondiali anche in solitaria. Corriere della Sera
My name is Jorge Trabulo Marques,
Portuguese, I'm a journalist and author of the first climb to the Pico
Big Dog in St. Thomas, started in mid-1970 and completed on 12 October
1975.
Further to my previous message, I come to
renew her request to send me a few more images of your expedition - I
wish I had more photographic and documentary information to Pico Big Dog
and Little Dog Pico - have consulted the
galleria - galleria
- Odissea naturavventura but are few images.
Chamo-me Jorge Trabulo Marques,
nacionalidade portuguesa, sou jornalista e autor da primeira escalada ao
Pico Cão Grande, em S. Tomé, iniciada em meados de 1970, e concluída
em 12 de Outubro de 1975.
No seguimento da minha anterior mensagem,
venho renovar-lhe o pedido de me enviar mais algumas imagens da vossa
expedição – Gostaria de ter mais informação fotográfica e documental ao
Pico Cão Grande e ao Pico Cão Pequeno -
Já consultei a galleria - galleria
- Odissea naturavventura mas são poucas as imagens
Também já visionei o filme em
Cao Grande | AlbatrosFilm mas não vi nenhuma fotografia da vossa expedição
Cordialmente
Jorge Trabulo Marques
CÃO GRANDE É TAMBÉM UM DOS SÍMBOLOS MAIS EMBLEMÁTICOS DA GEOGRAFIA DE S. TOMÉ
O que dizia, em 1908, do Pico Cão Grande e do Pico Cão Pequeno, Ezequiel
Campos
O Cão Grande é uma agulha gigantesca com mais de 350 metros
de altura; é uma pedra mais alta que a Torre Eiffel!
Teríamos de multiplicar por 11 a altura do
maior obelisco que saiu do Thebas, dando-lhe pouco mais de 200 metros de diâmetro na base e 80 metros junto ao
topo, de arredondar-lhe as arestas, colar-lhe uma trepadeiras nas rugosidades,
dar-lhe umas asperezas na base e na superfície cilíndrica, continuar a deixá-lo
bem de prumo, e teríamos mais ou menos pronto o Cão Grande. Havíamos de dobrar altura do monumento de
Washington, e depois ainda fazê-lo maior, para o colocarmos a par do Cão Grande
.
Esta agulha é d’uma pedra só! Quantas
vezes, olhando para ela ,eu não cismei ao arranco brutal da natureza para assim
a adelgaçar através do terreno, e no conjunto de forças que sobre este e aquela foram atuando até que a deixaram com a forma
que hoje tem. - Quem me diria a mim que havia de vê-la,
como enorme para-raios, fustigada pelas faíscas das terríveis tempestades do Sul
da Ilha! O topo do monólito tem 673 metros de
altitude. Muito maisalto que a serra de Sintra; a mais de um terço de
altura da nossa Serra da Estrela.
É uma bela coluna. Não há menhir, nem
chaminé de fábrica para se lhe pôr ao lado.
E para que a Ilha seja verde por toda a
parte, até a pedra tem vegetação em grandes manchas.Apresenta-se sempre mais ou menos cilíndrica:
é porém das terras do centro da Ilha, a caminho de Vila Verde, que ela é mais
regular. De S. José da Praia Grande, do Novo Brasil, isto é, de sudeste da
Ilha, apresenta-se com a base um tanto dilatada e com o topo mais adelgaçado.
Vê-se de todo o Sul da Ilha. É muito curioso
do Cabbombley, na perspetiva da Praia Grande: são duas pontas de terra por
mar dentro, a coluna levata-se alterosa
a projetar-se no mar, como se fosse um farol altíssimo.
João Alves - Cão Pequeno, São Tomé, Fevereiro 2003
O Cão Pequeno – É outra coluna de
pedra levantando-se oblíqua nos montes
do Portinho. Tem 390 metros de altitude. Sem as dimensões imponentes e
regulares do Cão Grande, não deixa de ser muito interessante: e um óculo de
alcance regular nota-lhe uma pequena pedra apoiada no topo. É a marca natural
das minhas referências topográficas.
Dista do Cão Grande cerca de 4.160 metros.
ESCALADO TRÊS MESES DEPOIS DA INDEPENDÊNCIA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE - CINCO ANOS DEPOIS DA PRIMEIRA ESCALADA
Eis algumas linhas do que cheguei a escrever na revista Semana Ilustrea, de Luanda, da qual era correspondente(…) A nossa maior
dificuldade, não é a altura. Tão pouco a rocha ser ou não maisperpendicular, mas a ausência de fendas em
certas faces deste pico para a colocaçãodos necessáriosapoios que nos
permitam prosseguir. E, numa rochavulcânica comoa do Cão Grande, a
perfuraçãoé impraticável, a menos com
auxílio de fortes berbequins elétricos (manuais, nem pensar, era toda a vida) o
que, além de ser pouco desportivo,é
ainda demasiado embaraço, senão mesmo inacessível .
Então qual o processo já
utilizado para fazermos os progressos que temos feito? Sim, de facto, que as
tais passagens onde as fendas não existem ou pelo menos não se encontramnos lugares mais convenientes, têm-noscustado bastante sacrifícios e o recurso a
inúmeros processos. Porém,os quatro
anos de tentativas sem conta, das maiores canseiras e deinsucessos sobre insucessos, felizmente para
alguma coisa têm servido.É que o
aperfeiçoamento de uma técnica, o emprego de material mais apropriado (não
omelhor, claro), pois todo ele tem sido
improvisado por nós e nem sequer com a possibilidadede adquirirmos o que nos pareça mais útil), é
coisa que leva o seu tempo. E a verdade é que, durante este tempo,nós só tivemos oportunidade de irmos
descobrindo o material que nos pareceu o mais adequado e aperfeiçoarmos a nossa
técnica. Talvez muitos montanhistas,estejam
longe de supor, como podemos aprender muitas outras coisas quanto à arte de
escalar, independentemente, claro, da riquíssima experiênciahumana adquirida. E, já agora, a título de
curiosidade, sobre o material que temos levado, podemos adiantar que, pequenas
passagens houve, que nos ficaram bastante caras, não só em sacrifícios, como
mesmo em dinheiro, quantia que, incluindo outras despesas e na sua totalidade,
deve ir à vontadinha para além dos 30 contos.
Estas, pois, algumas das
razões que, de volta e meia, me atiram para aquela rocha. Rocha esta que ainda
não conseguiescalar totalmente, mas
que, por esse motivo, de modo algum poderei aceitar como impossível
Independentemente de
qualquer material a que temos recorrido, os nossos pequenos êxitos, os pedaços
de rocha sucessivamente conquistados, têm dependido, sobretudo,mais no nosso querer, da nossa enorme força
de vontade edeterminação, digamos
assim, ea um bocadode sangue frio perante o precipício, que de
outros factores que se possam imaginar. Predicados esses que é necessário
possuir,visto os obstáculosserem de facto enormes e bem variados.
Desde a rocha escalvada,
escorregadia e perpendicular, a faixas a desmoronar em ou as saliências do
sextograu, verdadeiras plataformasou abismos fora da vertical, as quais tem
sido, como se depreende, o nosso principal quebra-cabeças.
Daúltimavez que láfomos, foi
precisamente uma passagem destas que não nos permitiu o acesso ao cume,donde ficámos maís ou menos a cerca de vinte
e poucos metros.
E nada mais penoso é para
um montanhista do que, depoisde subir
uma rocha em quase toda a sua extensão (sobretudo com as característicascomo as do Cão Grande) vencer inúmeras
dificuldades e obstáculos, sujeitar-se a constantesriscos e, por fim, já muito pertinho da sua
crista, por um imperativo de força maior, ser obrigado a regressar, quando
pensava que afinal já nada lhe impediria, para de novo ter de lá voltar, pelos
mesmos caminhos, conheceras mesmas
dificuldadese obstáculos, experimentara sensação dos mesmos riscos, e, depois de
ter estado tão pertinho, do cume das suas ambições, dizíamos,sofrer a amarga decepção de aguardar o prazer
dessa efémera vitória ( sim, porque ao fim ao cabo de efémerase trata) para outra oportunidade.
A maioria dos desportos,
quaisquer que sejam, implicam competição. No caso do alpinismo, os princípios
são bem outros: numa escalada, da segurança de um depende a do companheiro ou·
de todos os elementos que compõem a expedição. Porque a pratica do alpinismo é
forçosamente perigoso e todo o cuidado que se põeé pouco. Por isso, agora foi a rocha que não
nos deixou passar, mas, noutras vezes, tem sido o mau tempo ou um de nós
adoecer: - sabemos que, numa circunstância difícil - por mais perto que esteja
o cume ambicionado - , é preferível voltar e continuar noutra ocasião, Foi o
que fizemos da última vez. Para a próxima, creio que iremos mais bem
apetrechados e talvez até com um pouco mais de coragem.
Entretanto, seguindo um
ritual montanístico, para garantirmos a nossa presença num pedaço de rocha onde
nunca ninguémfoi, temos levado connosco
a bandeira nacional para a fincarmos noponto cimeiro deste pico. Como este objectivo tem estado demorado, já é
a terceira bandeiraque levamos. Devido
às intempéries,foram-se desfazendo e
tiveram sucessivamente de ser substituídas. Esperamos que à terceira seja de
vez: aser desfraldadano topo do Cão Grande.
CONQUISTA DO CUME COM SABOR AMARGO
Em
12 de Outubro, de
1975, a minha equipa, conquistava, finalmente, o tão desejado cume do
Pico Cão
Grande - Dois anos sozinho, e, por fim,
nos dois anos seguintes, 73 e 75, com a
participação de dois valorosos santomenses, o Cosme Pires dos Santos e o
Constantino Bragança, além da valiosa colaboração dos guias e
carregadores, do Sebastião e do Chico, atingia-se a crista de um dos
mais difíceis e caprichosos
monólitos do planeta.
Foto um pouco baça e danificada mas é um belo testemunho
Não disponho das imagens
desse auspicioso momento – se bem que, para nós, fosse mais de pesadelo de que de
alegria, dada a iminência de uma tempestade e de não termos a certeza se
regressaríamos vivos ao sopé - , sim, não disponho de nenhuma fotografia desse
dia, porque, uns dias depois, deixava S. Tomé a bordo do pesqueiro americano,
Hornet, para ser largado, numa frágil piroga,
a sul da Ilha de Ano Bom, na corrente equatorial – O meu espólio, até ficou bem guardado, só,
que, mais tarde, tendo pedido a um comerciante, que mo fosse buscar a casa da
minha companheira para fazer o favor de mo trazer para Portugal, quando aqui voltasse
de férias, sim, ele foi lá a busca-lo, mas, até hoje, não se dignou
entregar-mo.
LONGO PESADELO DE 38 DIAS À DERIVA
Transportado no referido
pesqueiro, o comandante, querendo
demover-me da minha aventura, e depois de eu ter recusado o trabalho a bordo, deixa-me a Norte desta ilha – Impossibilitado
de atingir a corrente que me levaria para oeste, decidi o regresso a S. Tomé, aproveitando
a direção dos ventos alíseos e das correntes, que ali convergiam, ainda unicamente para Norte do Golfo da Guiné.
Porém,
nesse mesmo dia, já
noite escura, um violento tornado, faz-me perder o leme, os remos
principais,
e, para evitar que a canoa se afundasse,
arranquei as duas varas dos mastros, enrolei as velas e coloquei-os de
través, sendo obrigado a alijar-me da maior
parte dos viveres e a lançar ao mar os
quatro bidões de água, um dos quais meio de água, mas bem arrolhado e
preso a
uma corda para fazer de âncora flutuante e
forçar a canoa a ficar de proa à vaga e não de lado, evitando ser
voltada – Mesmo assim, arrastada e fustigada por vagas alterosas,
sob o estrondo de fortíssimos trovões e o rasgar de sinistros
relâmpagos, as
longas horas noturnas, da tão pesada e dramática tormenta, foram
verdadeiramente infernais - Ao amanhecer, já não se ouvia a sinistra
orquestra, porém, o mau tempo
prolongar-se-ia por várias dias seguidos e com o horizonte,
continuamente cerrado por neblinas
ou densas nuvens. Vindo, pois, a conhecer uma longa e penosa deriva de
38
dias, até acostar a uma remota baía da Ilha de Bioko, Guiné Equatorial,
onde acabaria
por ser detido e encarcerado por suspeita de espionagem.
O meu espólio, até ficou
bem guardado, só, que, mais tarde, tendo pedido a um comerciante, que mo fosse
buscar a casa da minha companheira para fazer o favor de mo trazer para Portugal,
quando voltasse de férias a Portugal, sim, realmente ele foi lá a busca-lo, mas até hoje
não se dignou entregar-mo.
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