expr:class='"loading" + data:blog.mobileClass'>

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

São Tomé – Presidente Carlos Vila Nova, critica a extração abusiva e anárquica de areia – Numa delas quem ali tomar banho, pode não sair de lá vivo - Há 48 anos: era este o meu apelo: “Praias de São Tomé um grito de Consciência” sobre a extração ilegal da areia e outros atentados

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

As maravilhosas praias de S. Tomé,tal como as do Principe, são verdadeiros tesouros, que devem ser defendidas – Além da extração desmedida das areias, muitas delas requerem ser limpas de detritos e  libertas até despojos de antigas embarcações,  que constituem uma grave ameaça às canoas que ali aportarem e a quem ali se aventure a  tomar a banho -  É o caso da Praia da Colónia Açoriana,  onde se encontram restos de ferro de  velhas caracas, quer sobre a areia, quer enterradas, donde  saem das areias verdadeiras farpas,  cujas imagens  aproveito para aqui reproduzir

Como o tempo passa...Escrevia eu há mais de quatro décadas: -  Praias de São Tomé um grito de Consciência  - .. Quantas vezes os poetas as terão cantado, ou simplesmente sentido no silêncio do seu coração, as mil dádivas e maravilhas que enceram e que, em parte alguma, haverá igual! Sim. Praias de S. Tomé!... Porém, se hoje as vissem, chorariam de dor, por certo” -E, pelos vistos, perpetuam-se os atentados


Agora diz o Presidente da República: "Agressão contra o ambiente – Não podemos ser cúmplices dessa selvajaria” - -Diz o Presidente Carlos Vila Nova: “Estive presencialmente em Micoló e Fernão Dias e presenciei o que as mãos dos homens são capazes de fazer. Já não basta reclamar…é preciso agir imediatamente e com toda força que a lei nos permite. Não podemos ser cúmplices dessa selvajaria», afirmou

Frisando que a extracção abusiva e anárquica de areia em Micoló e Praia de Fernão Dias criou condições para a tempestade de 28 de Dezembro passado, inundar e destruir as duas localidades

O nosso ambiente é deixado à fúria avassaladora dos homens, para os quais não há limites a sua actuação. O ambiente não é propriedade de alguns são-tomenses que fazem dele o que querem, apenas para satisfazer as suas ganâncias e dos seus correligionários…», concluiu o Presidente da República - Noticia o Téla Nõn https://www.telanon.info/politica/2022/01/01/36120/agressao-contra-o-ambiente-nao-podemos-ser-cumplices-dessa-selvajaria/


JÁ LÁ VÃO 48 ANOS -  Que escrevia estas palavras - Praias de S. Tomé!... Sim. Praias morenas, lânguidas e suaves, quentes, de areia fina e macia, onde o marulhar das águas, transparentes e azulíneas, trazem ecos dos segredos que ciosamente guardam desde tempos imemoriais, cujos frondosos coqueiros que ontem as enchiam mais de fantasia e de cor, hoje, amanhã ou noutro dia, vão caindo com as suas palmas, despedaçadas no envolvimento das águas.

Porquê tanta indiferença?... Não haverá uma consciência que lhes acuda? Que se lembre que devem ser protegidas perante a impetuosidade das águas que dia a dia parecem estar mais atrevidas a galgarem terra dentro? Sim. Não haverá uma forma de evitar a constante erosão que parece ameaçar algumas das mais maravilhosas ilhas da nossa ilha?

Talvez começando por não lhes tirar areia, já não falando da construção de muros ou colocação de pedras, por exemplo. É que, por este andar, se não forem tomadas quaisquer iniciativas, estamos certos de que muitas das mais belas praias de S. Tomé que hoje temos, num futuro não muito distante deixarão de existir, pura e simplesmente. E, com isso, seremos mais pobres e talvez a nossa ilha fique mais pequena do que já é.

E que dizer, ainda, das que não tendo os troncos de coqueiros ou de outras espécies vegetais prostradas nas suas areias finas, se encontram, contudo, completamente sujas, cheias de andalas caídas ou de inúmeras cascas de cocos? Porquê, nesse estado?...



Ribeira Afonso - Medida certada com molhe de pedras
Não haverá uma entidade, alguém a quem incumba o zelo e conservação dessas praias? Cremos que sim. A Capitania dos Portos é uma delas. Pois, não são particulares: são de todos.

Por isso, deve competir,  a quem delas se utilize -  até por uma questão de consciência e de civismo -  proceder à limpeza e conservação das mesmas, função que deveria caber, também, por exemplo, às propriedades agrícolas, em cuja sua orla se acham situadas, que são as que tiram mais partido delas, pois até lhes vedam os acessos, o que não devia acontecer de maneira alguma

Quem atenta nesta situação?

 

Nenhum comentário :