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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Chãs- Foz Côa - “Tocam os sinos da torre da igreja/ (… )Na nossa aldeia que Deus a proteja! Vai passando a procissão” – Assim sucedeu mais uma vez na festa de Nº Srªa de Assunção na minha aldeia.

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - Logo que possivel editaremos videos com mais imagens




Este é o evento mais aguardado do povo da freguesia de chãs - A Festa de Nª Srª de Assunção - É também o dia em que muitas famílias se reúnem, com os vários membros que vivem noutras terras ou emigram nomeadamente para França e Brasil -



A procissão foi abrilhantada pela Banda Filarmónica de Seia Presidiram ao ato religioso o Padre José Fonseca Soares e o Cónego António Leal, um filho da terra, a quem coube o sermão proferido junto à capela de Nº Srª da Assunção, que começou por recordar que “este ugar tem um dominador comum: (…) todos os anos, por esta altura, é alguém que vos une aqui: uma pessoa que tem um nome que todos nós conhecemos. Que se chama Maria de Nazaré, que hoje todos evocamos com o titulo de Nª Srª de Assunção.

Momentos também de animada diversão



Foi assim na véspera de 14 para 15 
A aldeia vai-se deserfiticando mas ganha novo colorido  com o regresso dos emigrantes, já que,  quem vive do campo, senão fosse o vinho generoso era quase trabalhar para aquecer. Mas quem é que quer deixar morrer a tradição?!... Com muito esforço e a carolice de uns poucos, os chamados mordomos, lá se vai fazendo todos os anos.   




Procissão - Poema de António Lopes Viera - Imortalizado por João Villaret

Tocam os sinos da torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Mesmo na frente, marchando a compasso,
De fardas novas, vem o solidó.
Quando o regente lhe acena com o braço,
Logo o trombone faz popó, popó.

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!
Que se houver fogo vai tudo num fole.
Trazem ao ombro brilhantes machados,
E os capacetes rebrilham ao sol.

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Olha os irmãos da nossa confraria!
Muito solenes nas opas vermelhas!
Ninguém supôs que nesta aldeia havia
Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

Ai, que bonitos que vão os anjinhos!
Com que cuidado os vestiram em casa!
Um deles leva a coroa de espinhos.
E o mais pequeno perdeu uma asa!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Vai passando a procissão.

Pelas janelas, as mães e as filhas,
As colchas ricas, formando troféu.
E os lindos rostos, por trás das mantilhas,
Parecem anjos que vieram do Céu!

Com o calor, o Prior aflito.
E o povo ajoelha ao passar o andor.
Não há na aldeia nada mais bonito
Que estes passeios de Nosso Senhor!

Tocam os sinos na torre da igreja,
Há rosmaninho e alecrim pelo chão.
Na nossa aldeia que Deus a proteja!
Já passou a procissão.

António Lopes Ribeiro

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