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terça-feira, 30 de abril de 2024

S. Tomé e Príncipe – 1º de Maio 1974 - Governador cessante, eleva para novos limites mínimos os salários dos trabalhadores rurais, em regime transitório - Cronologia dos acontecimentos de 30 de Abril a 5 de Maio - Noticiário da noite do dia 30 de Abril para o 1º de Maio, é tornado público um despacho, pelo Emissor Regional de STP, emanado pelo Governador cessante, que eleva para novos limites mínimos os salários dos trabalhadores rurais, em regime transitório, enquanto não é devidamente revista nova legislação sobre o problema.

                                                             


Excertos da minha reportagem de 30 de Abril a 5 de Maio - No seguimento da que editei do dia 25  ao dia 27 - Recordada neste blogue

Jorge Trabulo Marques -  Jornalista - Estes alguns dos apontamentos e imagens de minha autoria  - Na qualidade de  conrespondente da revista angolana Semana Ilsutrada, de 1970 a meados de Março de 1975 - Altura em que me vi forçado a abandonar a ilha de canoa rumo à Nigéria, para me livrar das bárbaras agressões de que vinha sendo alvo por parte de alguns colonos por divulgar as manifestações pró-independência e ter divulgado as primeiras imagens do massacre do Batepá, em 3 de Fev. de 1953

A heroicidade, o humanismo, a generosidade do então jovem são-tomense, Constantino Bragança  -  Que chegou alojar-me em sua casa para me defender as agressões colonialistas e a trocar a sua roupa com a minha para me ajudar a sair de casa, tendo um dia também sido agredido, ao pensarem que era eu que estava de lá a sair. 




Esta imagem anterior (é precisamente a mesma que editei na Revista Semana Ilustrada, igual  a uma das anteriores) são de minha autoria, bem como as duas seguintes

Soube pelo jornal Téla Non, que se encontram em exposiçao no Centro de História da Universidade de Lisboa, bem como outras igualmente de minha autoria  - Refere o autor do texto o seguinte: Algumas das fotos, de factos lembrados por muitos são-tomenses, são comuns e de muitos conhecidas. Outras foram-me cedidas há décadas. Há anos, quando quis resgatar a história das mesmas, a pessoa que mas ofertara já não tinha a ideia de quem as fizera, nem sequer de quem lhas dera (A. Nascimento).  https://www.telanon.info/politica/2024/04/30/44071/abril-em-s-tome-e-principe-1974-1975-documentos-e-vivencias/

Quando parti de canoa para a tentativa de travessia oceânica, depois da travessia de S. Tomé à Nigéria,  com o intuito  de  evocar a rota da escravatura, entre outros objetivos, decidi deixar as fotografias e os negativos em casa da minha companheira Margarida para não correr o risco de as perder.


Tenho-me valido praticamente das que editei na revista angolana Semana Ilustrada e poucas mais. Pedi ao Sr. Jorge Moisés Teixeira Coimbra, filho de um conhecido comerciante português,  quando o encontrei em Lisboa, o favor de mas trazer para Portugal, e até hoje não o fez

 Foi lá levantá-las e não teve a dignidade de corresponder à confiança que nele depositei – Vim a saber que se aproveitou delas e que andou a oferecê-las a que lhe apeteceu. Pormenores comprovativos em https://canoasdomar.blogspot.com/2008/02/sao-tome-atitude-do-empresario-jorge.html

S. Tomé-30. No noticiário da noite do Emissor  
Regional é tornado público um despacho, ainda emanado pelo Governador cessante, que eleva para novos limites mínimos os salários dos trabalhadores rurais, em regime transitório, enquanto não é devidamente revista nova legislação sobre o problema. Os ditos aumentos de salários foram pois acolhidos com certo agrado pela população rural, mas, dada a pequena margem acrescida com que foram contemplados, cremos ainda estarem muito aquém da satisfação "dos justos desejos da classe trabalhadora rural.


S. Tomé-1 de Maio. À semelhança do que aconteceu pelo País fora, também o Dia do trabalhador de S. Tomé foi vivido com manifestações do mais veemente apoio ao novo regime português, no qual se depositam as melhores esperanças para uma nova vida e um futuro mais próspero para todos, designadamente para o trabalhador, até agora o menos favorecido e regra geral o mais injustamente remunerado de todas as classes sociais.

O Sindicato dos Empregados do Comércio, Indústria e Agricultura convidou todos os seus associados e trabalhadores para uma manifestação cívica frente ao Palácio do Governo, à qual, de facto, compareceram em peso tendo, após a mesma, seguido em cortejo até às instalações da sede social daquele organismo.

S. Tomé, 2 de Maio. A Direcção do Sindicato dos Empregados do Comércio, Indústria e Agricultura de S. Tomé e Príncipe, interpretando os direitos de liberdade proclamados pela J.S.N. resolveu em reunião extraordinária apresentar à Assembleia Geral o seu pedido colectivo de demissão, proporcionando assim aos associados desse sindicato o direito à livre escolha dos seus dirigentes.

S. Tomé, 2 de Maio. - Os corpos Gerentes da Caixa de Previdência dos Funcionários Públicos de S. Tomé e Príncipe, reunidos em sessão conjunta aprovaram uma exposição ao Encarregado do Governo, pela qual solicitavam a exoneração dos actuais Corpos Gerentes, visto que, embora há longo tempo no exercido das suas funções, nelas não se têm mantido por vontade própria durante todo esse lapso de tempo.

Na mesma exposição, pediam simultaneamente, disposições adequadas onde se determine a constituição de uma Assembleia Geral de todos os da Caixa que eleja, sem quaisquer restrições, salvo o pleno uso dos seus direitos de associados, uma Direcção e um Conselho Fiscal.

S. Tomé, 3 de Maio. - É extinta a Comissão de Censura, nomeada por despacho n.019-1966, de 4 de Abril de 1966, publicado no B.O. do mesmo mês e ano.
S. Tomé, 3 de Maio. - É criada nesta Província uma comissão "adhoc", para controlo da Imprensa, Rádio, Televisão, Teatro e Cinema, de carácter transitório até à publicação de novas leis que regulem estes meios de comunicação sociais.

S. Tomé, 5 de Maio. A rádio de S. Tomé vive momentos altos desde a sua fundação, devido à intensa divulgação e abertura dada à informação que passou a verificar-se a partir do dia 26 de Abril. Por outro lado, a imprensa vive a sua hora mais morta de sempre. O jornal" A Voz de S. Tomé", que era propriedade da extinta A.N.P. continua a ter a sua publicação suspensa, 

Por seu turno, a folha dominical, "O Dia do Senhor", que devia sair neste dia, não foi autorizada a sair pela Comissão "ad-hoc", por inserir afirmações segundo declarou a própria comissão controladora, de carácter ambíguo e pouco espiritual  em relação a referências elogiosas a instituições do regime anterior. Tal suspensão acontece pela primeira vez na existência desta publicação semanal»'


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