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domingo, 14 de setembro de 2025

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - AS ROÇAS DO TEMPO COLONIAL E ATUAL - Tem sido um tema muito recorrente e debatido- Mas essa verdadeira realidade, 50 anos depois, só a sabe distinguir, quem a sofreu - E conhecia-a duramente

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE  - AS ROÇAS DO TEMPO COLONIAL E ATUAL  - Tem sido um tema muito recorrente e debatido- Mas essa verdadeira realidade, 50 anos depois, só a sabe distinguir,  quem a sofreu - E conhecia-a duramente

Em resposta a um artigo publicado no jornal santomense, o Téla Nón, de Cerineu Renner o  ex-Presidente Manuel Pinto da Costa,  creio que é muito esclarecedor. O artisuclit opina:que ”A falta de gestão eficaz levou a forte queda na produção de cacau de cerca de 12000 toneladas (t) logo após a independência para apenas 3000t em 1988”.

Responde, dizendo: "uma vez mais a munição da estatística!!! É mais que sabido que muitosdados estatísticos são intencionalmente falsificados com algum propósito. Segundo outros dados estatísticos, a produção de cacau nas roças coloniais em STP, nos anos trinta do século passado, rondava mais de 30000 toneladas e nem sequer atingia as 7000 tonelada

Acrescentando que o  se pretende é insinuar que a nacionalização das roças coloniais, em 1975, foi um grave erro, a causa principal dos atrasos no processo de desenvolvimento de STP. E esse erro, ainda segundo os apressados críticos, deveu-se à “orientação socialista” do regime"

De facto, os roceiros, que viviam refasteladamente em Portugal,  geralmente só vinham visitar as roças por altura da gravana,Com o surgimento do 25 de Abril, por via também de alguma instabilidade social, viraram-lhes as costas

Conheci a escravatura do colonialismo fascista, desde os 12 anos, em Lisboa, como Marçano e aos 18, na roça em S. Tomé . Por me ter recusado a tratar os trabalhadores por tu e de forma bruta e ao chicote, fui mandado de castigo a contar cacaueiros na zona da cobra preta na Roça Ribeira Peixe. Os santomenses, não iam além de tarefeiros ou de capatazes. 

O problema, não foi das roças terem passado para o poder do Estado, foi a falta de experiência nas roças, onde apenas mandavam os roceiros e seus administradores. Agravou-se, com a falta de experiência e dos santomenses, terem más memórias das roças e não serem por elas atraídos, pelo que ficaram apenas a ser trabalhadas pelos cabo-verdianos, que não regressaram ao seu país. Agora, pelos vistos, querem avançar com esquemas, entregando-as aos novos colonizadores orientais, tal como já fizeram com o comércio, Era bom que houvesse algum cuidado  com  esses pretensos investimentos,  que pensm mais em levar de que  melhorar as condiçoes da população. 


Acerca do referido artigo, Manuel Pinto da Costa,diz o seguinte: Convém aqui relembrarmos a nossa própria história. A escravatura e a colonização em STP tiveram como único objectivo a exploração da riqueza agrícola, através da desumanização e da exploração intensiva da mão de obra escrava durante 550 anos. As ROÇAS foram a estrutura económica utilizada para atingir tal objectivo. Salvo algumas glebas deixadas para os nativos-libertos, o total das terras, nas duas ilhas, foram inteiramente ocupadas pelas grandes roças coloniais. 

O país inteiro era propriedade das roças coloniais, com amplos poderes económico, político e até culturais — autênticos mini-Estados dentro do Estado colonial. Antes de 12 de Julho de 1975, a maior parte dos nativos-forros só conhecia o STP do ASFALTO; a entrada no espaço ocupado pelas roças coloniais era-lhes interditada. A desobediência poderia custar-lhes a própria vida.  Com a nacionalização das roças no dia 30 de Setembro de 1975, o povo santomense deu mais um passo importante no ainda processo da sua luta de libertação. Conquistou, com as nacionalizações das roças coloniais, o direito de ser ELE o DONO da sua terra, senhor do seu DESTINO.

  1. Alguns “intelectuais” santomenses, talvez menos informados e i nfluenciados pelas narrativas ideologizantes, classificam apressadamente a “primeira República” como um regime de orientação socialista…, só porque nacionalizou as principais roças coloniais. Fazem-no talvez por ignorância ou por incapacidade de contextualizar historicamente o processo da luta de libertação dos povos secularmente escravizados e colonizados em geral e, particularmente, a do povo de STP. 
  2. No caso de STP, o 30 de Setembro foi, essencialmente, um importante ACTO POLÍTICO do nosso processo de libertação. A nacionalização em Setembro de 1975 foi um acto patriótico e não ideológico.
É evidente que, ideologicamente, o novo poder conquistado em STP no dia 12 de Julho de 1975 não podia ser classificado nem de socialista nem de capitalista.

 Em Julho de 1975, as duas ilhas eram habitadas por grupos étnicos de várias origens culturais (forro, moncòs, angolares, angolanos, caboverdeanos, moçambicanos), divididos pelo poder colonial para melhor reinar. 
O novo Estado do país independente tinha como ingente tarefa prioritária construir a NAÇÃO SANTOMENSE, formar uma comunidade com elementos em comum, com um projecto político comum. Por exigência política do momento, a Nação Santomense foi criada por decreto. E é, neste momento, uma obra ainda inacabada"  - Mais pormenores em https://www.telanon.info/destaques/2025/09/11/50112/0s-imbroglios-da-nao-contextualizacao/


Na audiência que me concedeu no  Palácio do  Povo - Agosto 2015

Manuel Pinto da Costa, líder do Partido fundador da nação de S. Tomé e Príncipe, sem dúvida, o pai da nacionalidade santomense - Um dos raros exemplos, africanos,  que  deu .tudo o que podia dar da sua vida sem esperar daí vir a coletar fortuna ou riqueza e aproveitamento material. 

Segunda parte da interessante  e honrosa entrevista que, Manuel Pinto da Costa, me concedeu, aquando da minha deslocação a São Tomé,  a convite da Associação de jornalistas de STP, para a participar  no  Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, em 3 de Maio de 2019 . " 

Na primeira parte, o ex-Presidente da Republica Democrática de STP, confessou-me que  não tem ambições de liderar nada mas que está  disponível a dar o seu contributo naquilo em que possa ser útil. Valorizando  a importância do  diálogo com todas as forças politicas e a sociedade civil para  "identificarmos pontos de consensualidade que dizem respeito ao desenvolvimento do país"

Nesta segunda parte da entrevista, o “pai da nacionalidade santomense”, fala do apoio da China aos movimentos de libertação, que depois foram classificados como comunistas! Erradamente!... E das relações diplomáticas da seu país com e China e  Taiwan, entre outras questões .


Manuel Pinto da Costa,  a mais conhecida e carismática figura histórica do MLSTP,  um dos mais distintos heróis da  fundação da pátria santomense,  um dos raros estadistas, ainda vivos, continua atento aos problemas do seu país, que, no  tocante à exploração agricola das ilhas, a bem dizer é  também que se tem verfificado em Portugal: com muito áreas de mato de que aproveitas. E o incêndios, ocorridos neste último verão. voltam  a ser o testemunho desssa preocupante realidade

Em Portugal, o envelhecimento é crescente e os nascimentos nas aldeias, escasseiam . Por isso, embora a imigração traga também alguns problemas, a verdade é que ainda é o factor que contribuiu para que muitos dos sectores de atividade não ficassem paralizados. 
Em 1974, São Tomé e Príncipe tinha aproximadamente 74.500 habitantes, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicou que a população era de 76.700 no ano de 1975, um ano depois,

A população de São Tomé e Príncipe em julho de 2025 é de 209.607 pessoas, de acordo com dados definitivos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) - Aumentou bastante mais. 

Evaristo Carvalho, ex-Presidente de STP, meu antigo colega na Brigada de Fumento Agro-Pecuário, confessou-me que teve  mais de vinte fihos. Ele ainda os podia ter.O problema é que há que muito quem os tenha e não tenha condições ou para saber evitar ou para os cuidadar  e não se importe de os ter e o indice de probreza se acrescente


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