JORGE TRABULO MARQUES - Jornalista O meu abraço amigo à Embaixada Portuguesa em STP, ao Bom Povo de STP, ao seus dirigentes do Governo e da Presidência, pelo amável acolhimento e a todos que me deram o prazer e a honra da sua presença. E, nomeadamente, pela generosa estadia numa das residências do Palácio da Presidência da República, então Liderada por Manuel Pinto da Costa - Com os meus desejos sinceros de que, ambas as maravilhosas ilhas, continuem a ser um belo exemplo de pluralismo democrático e de paz social
Foi em 31 de Julho de 2015 - “Experiência de vida única” que é “também a
demonstração do querer humano sobre as adversidades” “davam um
filme” – Palavras de Olinto Daio”, Ministro Educação, Cultura e Ciência,
no encerramento da exposição no Centro Cultural Português, acontecimento
cultural, que contou com a presença do Ministro da Educação, Cultura e Ciência,
Olinto Daio, Presidente do Tribunal de Contas José António Monte Cristo,
da Ministra da Saúde, Maria dos Santos
Trovoada e o Secretário do Gabinete do Sr. Primeiro-Ministro, Mário Gomes
Bandeira, do Bispo de S.T.P., Dom António Manuel dos Santos,
acompanhado pelo Rev. Padre Fausto, - Presidente da Comissão Eleitoral, Alberto
Pereira, vários membros do Gabinete da Presidência da República,
nomeadamente, Coronel Victor Monteiro e Amaro Pereira de Couto,
Chefe da Casa Civil; Embaixador do Brasil,
José Carlos de Araújo Leitão; ex-primeiro Ministro
Leonel D’Alva; Adido da Defesa da Embaixada de Portugal, Sr. Coronel
Lourenço Saúde; Diretora do Centro Cultural Português, Margarida
Mendes; os excelentíssimos representantes das embaixadas da Guiné Equatorial
e da Nigéria, respetivamente, Teodoro Elangui e Aburime
Kenneth, assim como da poetiza e escritora, Conceição Lima, o
historiador e escritor Albertino Bragança, Maria Alves, Luís Beirão, Ambrósio
Quaresma, Ana Ribeiro e Nuno Bruno, Cláudio Coralle, Manuel da
Trindade Costa, artistas da Associação Pica Pau, entre outras
personalidades, empresários, muitos santomenses anónimos ou dos mais
diversos setores de atividades (a que conto vir ainda a referir-me)
e alguns meus compatriotas, residentes ou em gozo de férias
PORMENORES DA DESCRIÇÃO EM https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-da-guine-37-dia-estou.html https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/perdido-no-golfo-27-de-nov-1975-38-dia.html https://canoasdomar.blogspot.com/2019/11/34-dia-perdido-no-golfo-da-guine-nao.html
Escrevia eu no meu blogue Odisseias nos mares: https://canoasdomar.blogspot.com/2015/07/em-s-tome-encerramento-da-exposicao.html
Na verdade, há momentos que, por tão tormentosos e solitários na vasta imensidão oceânica, são verdadeiras eternidades – Que o digam todos aqueles que passaram pela dramática e dificílima situação de náufragos. Outros, nunca o terão podido expressar, visto terem ficado sepultados para sempre no silêncio eterno do fundo dos abismos submarinos. Pessoalmente, quis Deus ou o destino que fosse um dos sobreviventes, de entre os milhares de vitimas, que, por esta ou por aquela razão, anualmente, são tragados pela voragem dos oceanos e pudesse transmitir o testemunho daquilo que o engenho, a força de vontade e o querer humano, poderão lograr, face às maiores provações.
Ó Deus Omnipotente e Salvador!... Ó JESUS CRISTO!...Ó BELO E MAGNÍFICO EXEMPLO SENHOR MEU!... Que maior tormento e suplício aquele!... Deitado no duro fundo daquele inconstante, encharcado, tosco e frágil madeiro escavado!… Porém, mesmo assim, quão doce e infinito era aquele meu tormento!... Quantas vezes, me lembrei da tua cruz e do teu calvário!... Quando já estavas prostrado e rendido às leis da morte e da vida para te lançarem estendido ao sepulcro!.. Quantas!... Quantas vezes!... Quando tudo à minha volta me parecia revolto e perdido… Sim, no meio avassalador daquelas espessas trevas e noites de breu, cercado pelo tumulto escuro do mar e do céu! E, ante a imensa e tenebrosa solidão, apenas se me afigurava vislumbrar o perfil do teu piedoso rosto… Embora triste e macilento, banhado de suor e de lágrimas!... Mas coroado de esplendorosa caridade e de compaixão… por aqueles mesmos que te traíram e não compreenderam a tua humana, divina e nobre missão! Mas aos quais a áurea que iluminava a tua face, me parecia resplandecer apenas emanada por um infinito sentimento de amor e perdão…
Sim, no meu caso, muitos foram os momentos de extrema aflição, que me pareceram verdadeiras eternidades, especialmente durante os longos e difíceis 38 dias, enfrentando tempestades, sucessivas, o doloroso sofrimento da incerteza e da fome, o suplício da sede, com tanta água à minha volta e, por vezes, mesmo bebendo-a, não podendo matar a sede, além de constantes e quase mortíferos ataques de tubarões – porém, de todas as memórias que perduram – e estou certo que perdurarão para o resto da minha vida – o que mais me apraz registar – em todo o imenso somatório das minhas vicissitudes, é o espírito de determinação, de coragem e de uma infinita paciência, o de, nunca, em momento algum, me ter resignado ao extremo abandono e solidão, de lutar, de jamais me ter rendido a cruzar os braços, face às imensas dificuldades, mas o firme e constante propósito de as poder superar.
E, pelo que pude depreender, esta foi justamente uma das mensagens, que julgo ter podido transmitir, com a minha exposição “ Sobreviver no Mar dos Tornados, 38 Dias à Deriva numa Piroga, de 28 a 30 de Julho, no Centro Cultural Português, tanto às várias personalidades, que me quiserem honrar e distinguir com a sua presença, como ao público anónimo, graças à compreensão e ao apoio da Embaixada de Portugal, na pessoa da Embaixadora Paula Silva, e todos os seus colaboradores, a quem, penhoradamente, aqui expresso a minha profunda e sincera gratidão
– Mas também ao gratificante estímulo, à honra concedia pelos muitos gestos ou expressões, em palavras amigas e calorosos abraços, das várias personalidades governamentais e da presidência da república, assim como às entidades representantes de outras instituições, aos meus compatriotas, que espontaneamente compareceram, aos muitos santomenses, que igualmente me consideram como um dos seus
Alojamento - Por outro lado, também não seria possível prolongar a minha estadia em S. Tomé, não fosse o facto de, gentilmente, me ter sido dada a possibilidade de ter ficado alojado numa das vivendas anexas ao Palácio da Presidência da República, gesto que muito me sensibilizou e do qual aqui desejo também expressar público agradecimento
Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!..
Ó Deus Omnipotente e Salvador!... Ó JESUS CRISTO!...Ó BELO E MAGNÍFICO EXEMPLO SENHOR MEU!... Que maior tormento e suplício aquele!... Deitado no duro fundo daquele inconstante, encharcado, tosco e frágil madeiro escavado!… Porém, mesmo assim, quão doce e infinito era aquele meu tormento!... Quantas vezes, me lembrei da tua cruz e do teu calvário!... Quando já estavas prostrado e rendido às leis da morte e da vida para te lançarem estendido ao sepulcro!.. Quantas!... Quantas vezes!... Quando tudo à minha volta me parecia revolto e perdido… Sim, no meio avassalador daquelas espessas trevas e noites de breu, cercado pelo tumulto escuro do mar e do céu! E, ante a imensa e tenebrosa solidão, apenas se me afigurava vislumbrar o perfil do teu piedoso rosto… Embora triste e macilento, banhado de suor e de lágrimas!... Mas coroado de esplendorosa caridade e de compaixão… por aqueles mesmos que te traíram e não compreenderam a tua humana, divina e nobre missão! Mas aos quais a áurea que iluminava a tua face, me parecia resplandecer apenas emanada por um infinito sentimento de amor e perdão…
Sim, no meu caso, muitos foram os momentos de extrema aflição, que me pareceram verdadeiras eternidades, especialmente durante os longos e difíceis 38 dias, enfrentando tempestades, sucessivas, o doloroso sofrimento da incerteza e da fome, o suplício da sede, com tanta água à minha volta e, por vezes, mesmo bebendo-a, não podendo matar a sede, além de constantes e quase mortíferos ataques de tubarões – porém, de todas as memórias que perduram – e estou certo que perdurarão para o resto da minha vida – o que mais me apraz registar – em todo o imenso somatório das minhas vicissitudes, é o espírito de determinação, de coragem e de uma infinita paciência, o de, nunca, em momento algum, me ter resignado ao extremo abandono e solidão, de lutar, de jamais me ter rendido a cruzar os braços, face às imensas dificuldades, mas o firme e constante propósito de as poder superar.
– Mas também ao gratificante estímulo, à honra concedia pelos muitos gestos ou expressões, em palavras amigas e calorosos abraços, das várias personalidades governamentais e da presidência da república, assim como às entidades representantes de outras instituições, aos meus compatriotas, que espontaneamente compareceram, aos muitos santomenses, que igualmente me consideram como um dos seus
Alojamento - Por outro lado, também não seria possível prolongar a minha estadia em S. Tomé, não fosse o facto de, gentilmente, me ter sido dada a possibilidade de ter ficado alojado numa das vivendas anexas ao Palácio da Presidência da República, gesto que muito me sensibilizou e do qual aqui desejo também expressar público agradecimento
Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!..
A canoa "Yon Gato" foi carregada a bordo do pesqueiro Hornet, em meados de Outubro, de 1975, ao largo da Baía Ana de Chaves para ser largada na corrente equatorial - Porém, contrariamente ao prometido, ao fundear junto à Ilha de Ano Bom (Guiné Equatorial) com o pesqueiro envolvido por enorme agitação noturna, varrido de proa à popa, pelas já habituais tempestades da época das chuvas, que o assolaram nas anteriores noites, o comandante chama-me à câmara de comando para desistir do meu propósito e coloca-me num dilema: ou fico a trabalhar a bordo ou tenho que ser largado com a canoa. De resto, este era também o aviso e a vontade expressa da tripulação: "Jorge! Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!.." Não tendo aceite a sua proposta, obriga-me assinar um termo de responsabilidade, antes de arrear a canoa ao mar.
Face à impossibilidade de tomar a rota para oeste, tento o regresso a S. Tomé - Depois de um dia de navegação rumo a Norte, perfeitamente normal, à noite um violento tornado faz-me perder a maior parte dos apetrechos, incluindo o remo e os mantimentos.
DEPOIS DE 38 DIAS DE NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.
Felizmente, é a mensagem, autenticada pelo MLSTP, que havia sido escrita para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia até ao Brasil - que me vai salvar a vida. Mesmo assim, dada a persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos, quem acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida
TRÊS DIAS DE EXPOSIÇÃO MUITO INTENSOS
(Com o Embaixador do Brasil, em S. Tomé. José Carlos de Araújo Leitão )
O mais importante numa exposição, não é propriamente o tempo em que a mesma é exposta mas o seu impacto, simbolismo e adesão – E creio que foi tudo muito expressivo; pois foram três dias muito concorridos e intensos - Além da divulgação que mereceu através dos órgãos de comunicação social - televisões, rádios, imprensa escrita e Internet, a quem também muito fico agradecer a compreensão.
Face à impossibilidade de tomar a rota para oeste, tento o regresso a S. Tomé - Depois de um dia de navegação rumo a Norte, perfeitamente normal, à noite um violento tornado faz-me perder a maior parte dos apetrechos, incluindo o remo e os mantimentos.
DEPOIS DE 38 DIAS DE NAUFRÁGIO, NOS CORREDORES DA MORTE
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver.
Felizmente, é a mensagem, autenticada pelo MLSTP, que havia sido escrita para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia até ao Brasil - que me vai salvar a vida. Mesmo assim, dada a persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos, quem acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida
O mais importante numa exposição, não é propriamente o tempo em que a mesma é exposta mas o seu impacto, simbolismo e adesão – E creio que foi tudo muito expressivo; pois foram três dias muito concorridos e intensos - Além da divulgação que mereceu através dos órgãos de comunicação social - televisões, rádios, imprensa escrita e Internet, a quem também muito fico agradecer a compreensão.
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