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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Jorge Sampaio - Faleceu o ex-Presidente da República Portuguesa, que ia completar 81 anos, no dia 18 - “Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão e habitação" - Citando Sérgio Godinho

 Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

“Reafirmo aqui e agora minha homenagem aos Lisboetas” –“Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão e habitação, citando Sérgio Godinho, no discurso que proferiu, em Janeiro de 2020, aquando da homenagem que lhe foi prestada pela autarquia lisboeta, no cineteatro Capitólio, durante uma cerimónia evocativa aos 30 anos do Moderno Planeamento Estratégico de Lisboa, introduzido pela primeira vez durante o seu mandato à frente do maior município português. - Homenagem referida em https://canoasdomar.blogspot.com/2020/01/homenagem-jorge-sampaio-com-marcelo.html


,Jorge Sampaio morreu esta sexta-feira, 10 de setembro, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa, onde estava internado desde 27 de agosto, depois de ter sentido dificuldades respiratórias.

Sentiu-se mal no Algarve e foi transferido de helicóptero para Lisboa, para o hospital de Santa Cruz


Em 1989 foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.


Imagens de uma noite de Janeiro de 2020, em Lisboa, fria, cinzenta e chuvosa, nas ruas da cidade mas que, no interior do Cineteatro Capitólio,  era bem calorosa  e alegre, com muitos aplausos, quer no friso das altas personagens no  palco, como na distinta plateia, além das  belas imagens da  capital portuguesa,   que foram  passadas num  grande ecrã, no inicio da cerimónia.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Sampaio foi o grande protagonista da mudança da visão! Da movida jovem! Da mobilidade social e pessoal e social, da preparação do século que estava a chegar! Ao mesmo tempo que liderava a oposição nacional, concorria à chefia do Governo e depois à Presidência da República!


Marcelo Rebelo de Sousa- Na homenagem a Jorge Sampaio, “do período inesquecível 89-96”

“Jorge Sampaio personificou essa nova Lisboa[…]. Ao mesmo tempo que liderava a oposição nacional, concorria à chefia do Governo e depois à PR. Foi incansável, determinado, inabalável. Desmentindo aqueles que o viam como um intelectual mas não realista, sonhador mas não fazedor, utópico mas não capaz de chegar ao povo maus humilde, mais sofrido, mais marginalizado”,


Marcelo Rebelo de Sousa- Na homenagem a Jorge Sampaio, “do período inesquecível 89-96



Falar de 1989 a 1996 é porem muito mais de que isso: é falar de um tempo marcado por uma prioridade estratégica sobre a gestão casuística! Ou mesmo o mero ordenamento urbanístico clássico, por um debate e um consenso pós eleitoral, apreciável e virtuoso! Por uma liderança clara, dialogante e prospectiva ! E  uma oposição atenta, incómoda mas construtiva: por uma atenção comum e especial ao ambiente, ao social, à abertura à sociedade: ao nacional e ao internacional! Á juventude, à cultura; ao repensar nas infraestruturas existentes! À  revitalização do património cultural!

A esses grandes passos, que tanto lhe devem! Por ser Jorge Sampaio! Em que o governo de então, teve o papel que cumpre reconhecer! ... E o combate aos bairros de lata, datado mas na altura crucial! E o arranque da Lisboa 98 na Lisboa oriental por mais tempo esquecida e que acabaria por ser inserida no enquadramento global, então em curso.

(...) Jorge Sampaio foi o grande protagonista da mudança da visão! Da movida jovem! Da mobilidade social e pessoal! Da preparação do século que estava a chegar! Ao mesmo tempo que liderava a oposição nacional, concorria à chefia do Governo e depois à Presidência da República!


Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.

Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.

Jorge Fernando Branco de Sampaio desempenhou, ao logo da sua vida, os mais altos cargos políticos no país.

Iniciou o seu percurso, ainda estudante, como um dos protagonistas, na Universidade de Lisboa, da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, até ao 25 de Abril de 1974.

Homem de esquerda e advogado de formação, defendeu casos célebres, como a defesa dos réus do assalto ao Quartel de Beja, o caso da `Capela do Rato', em que foram presas dezenas de pessoas que protestaram contra a guerra colonial



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