Jorge Trabulo Marques . - Jornalista e coordenador dos eventos
Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador - Coordenador dos eventos
Gaitarolas de Sreikibeta |
O Solstício de Verão, o dia mais longo do ano para o Hemisfério Norte, e que marcará o início da estação estival, ocorre às 10 h 14, dia 21 de junho (terça-feira) em Portugal - Vai ser celebrado a partir das 18 horas, desde o adro da igreja da aldeia em direção aos monumentais calendários pré-históricos, com o tradicional cortejo celta, composto por personagens envergando túnicas brancas, representando o papel dos lendários sacerdotes druidas, lembrando os seus antigos rituais ou tradições, ação evocativa esta abrilhantada pelos Gaitarolas de Strekibeta, grupo de gaiteiro de Miranda do Douro - Evento que conta com o inestimável apoio da Câmara Municipal de V. N. de Foz Côa, além do que se espera vir a ser prestado pela Junta de Freguesia
Prevista uma singela homenagem no Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª ao Prof. Adriano Vasco Rodrigues, ao, prestigiado Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, agora com 94 anos, a quem se deve o primeiro estudo do mítico monumento Uma referência emblemática na investigação histórica, arqueológica e antropológica regional, nacional e internacional
A sua última visita a este local, ocorreu em 23 de Setembro de 2014, na celebração do equinócio do Outono, na homenagem que então prestamos à poetiza Maria da Assunção Carqueja, à saudosa e sua muito querida esposa, antiga diretora do Centro de Docência Científica do Instituto de Investigação Científica de Angola. Metodóloga, e, posteriormente, Técnica Científica da União Europeia na área da Filosofia da Schola Europaea. –
PROGRAMA - Celebração do Solstício do Verão – No "Stonehenge português" - On the Stone of the Summer Solstice, na Pedra do Solsticio, em Chãs. V.N. de Foz Côa, com festejos à despedida do pôr-do-sol no dia maior do ano - Nesta coordenada - 40º 59' 39.94'' N - 7º 10' 35.46'' W. 17.30 Horas – Em Chãs - Arruada pelos Gaitarolas de Strekibeta, grupo de gaiteiro de Miranda do Douro, nas ruas da aldeia - 18.00 – Partida do cortejo celta do adro da igreja 19.00 – visita à Pedra da Cabeleira de Nª Srª Das 19.45 às 20.45 – Celebração do dia maior do ano na Pedra do Solstício, com a leitura de poemas a condizer com o espírito da estação -21.00 horas – Última sessão de poesia, no Altar dos Poetas
O Vale do Côa, não é só já famoso pelas suas gravuras rupestres mas também por dois magníficos templos solares, já apontados por estudiosos como a Rota do Sol ou o “Stonehenge Português” – Um é a Pedra do Sol ou Pedra do Solstício, um enorme monólito; o outro, é o Santuário Rupestre da Cabeleira de Nossa Senhora, apontado aos equinócios da Primavera e do Outono, classificado, há vários anos, pelo historiador Adriano Vasco Rodrigues, como antigo local de culto do crânio e de sacrifícios, e, posteriormente, em 2002, como um verdadeiro calendário astronómico primitivo –
No
interior do seu recinto amuralhado, celebrou-se, no passado dia 21 de
Março, o Equinócio da Primavera. – Agora é a vez de saudarmos o dia mais
longo do ano
Depois de uma arruada pelas ruas da aldeia, que terá início às 17, 30 horas, pelos Gaitarolas de Strekibeta, seguir-se-á às 18 horas, o cortejo celta, pelo antigo caminho romano, desfilando até ao Maciço dos Tambores, já conhecido pelo planalto dos Templos do Sol, por aqui se situarem alguns dos mais belos calendários solares da humanidade, erguidos pelos povos, que, nos períodos do Neolítico e Calcolítico, por aqui se refugiaram, se abrigaram, de que existem abundantes vestígios, cultuando os seus deuses, festejando e orientando a sua vida, simples e humilde, em estreita ligação com a natureza e o ritmo das estações do ano
De facto, foram os seus valiosos contributos científicos, nomeadamente o seu estudo do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, que me levaram a questionar, se não haveria por ali, algo mais – algo maravilhoso - , escondido
pela poeira das eras, e ainda por desvendar. E não estava enganado.
Depois de tanto matutar e de tantas voltas por aqueles lugares, direi
mesmo, de inúmeras peregrinações (direi mesmo, desde os tempos do pé
descalço), por fim, lá deparei com a última decifração do enigma da
Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora
E tudo isto, em boa parte, graças ao génio inspirador de Adriano Vasco Rodrigues. É que ele, além de ser um comunicador nato, por excelência, cuja palavra é sempre um grato prazer escutar, tem o dom de infundir o saber e o entusiasmo pelas coisas do passado – Obrigado Prof. Adriano Vasco Rodrigues – Que os deuses antigos o inspirem e sejam os seus divinos protetores. Lhe proporcionem ainda muitos anos de vida – Com saúde, e a alegria que lhe conhecemos. Pois certamente que ainda haverá muitos segredos arqueológicos que esperam por si.
Embora tendo nascido no hospital da Guarda, cidade capital do nosso distrito, onde sua mãe, foi professora e enfermeira, sim, tal como ele recorda, que «dedicou a sua vida aos outros», bem como o pai, que até «aprendeu a dar injeções para também poder socorrer» e esta cidade representasse para si “um ideal de vida e um ideal de solidariedade», fazendo alusão aos tempos em que «havia umas cinco ou seis mil pessoas» razão pela qual o município já o distinguiu com a medalha de mérito do IPG e medalha de ouro da cidade, considerando-o um símbolo do guardense devotado à causa da sua terra». a verdade é que a sua origem é de Longroiva, onde foi gerado e cresceu, freguesia que ele bem conhece e tem estudado e onde tem parte das suas raízes familiares e ancestrais, tendo também já sido agraciado pela Câmara Municipal de Mêda , com a medalha de Mérito Cultural e o seu nome dado a uma rua
“O território delimitado pelos concelhos de Meda e de Vila Nova de Foz Côa é de comprovada antiguidade, oferecendo por vezes surpresas e imprevistos arqueológicos. Há mais de 50 anos que venho estudando a Pré-História desta região, tendo em 1956 encontrado testemunhos da presença do Homem do Paleolítico, num abrigo conhecido por Gruta do Cavalinho, onde estava representada a gravura de um cavalo. Esta gruta situa-se perto da Ribeira Teja, na freguesia do Poço do Canto, Meda. Outros testemunhos da arte paleolítica vieram juntar-se a este, principalmente no Vale do Côa e mais a norte do Douro e Vale do Sabor.
Em 1957, tive oportunidade de estudar a fraga conhecida com o nome da Cabeleira de Nossa Senhora, que classifiquei como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica. Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade
O jornalista Jorge Trabulo Marques, natural das Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, que meritoriamente tem pesquisado toda esta área, levantou o problema de se tratar de um calendário solar, tendo o homem pré-histórico aproveitando este monumento natural e adaptando-o, como se comprovou pela presença da pedra, que atrás referi. Esta hipótese não foi levantada despropositadamente, pois está comprovado por testemunhos de períodos coevos em que foram levantados calendários relacionados com a marcação de solstícios de Verão e de Inverno. O culto ao Sol é fundamental nas sociedades primitivas e o conhecimento do calendário das estações para poderem fazer as sementeiras. O culto à Deusa Mãe e ao Sol dos primeiros agricultores está relacionado.
Adriano Vasco Rodrigues - Diretor Jubilado da Schola Europaea , U.E. Bélgica. Ex-Professor Associado da Univ. Portucalense. Trabalhou em Angola, na década de 1960/70 como Inspector Provincial Adjunto da Educação e colaborou com o Instituto Superior de Investigação Cientifica de Angola. Estas funções levaram-no a percorrer de automóvel mais de trezentos mil quilómetros naquele território, adquirindo profundo conhecimento. Além de responsável pela planificação de cursos de aperfeiçoamento e atualização de docentes do Ensino Secundário e Básico, realizou prospeções e escavações arqueológicas e subaquáticas no mar de Luanda e também estudos no Deserto do Namibe. Organizou com a Dr. Maria da Assunção Carqueja Rodrigues, sua Esposa, a secção de arqueologia do Museu de Angola e a primeira carta da Pré-história daquele país. Publicou trabalhos sobre educação, pré-história, arqueologia e arte africana, relacionados com Angola. É autor do livro de memórias, De Cabinda ao Namibe,(2010- seg.Edi. 2011)
O aprofundamento das questões arqueológico-históricas levam-no a elaborar a 1ª. Carta Pré-histórica de Angola, tendo realizado escavações, nomeadamente nas ruínas de um antigo embarcadouro de escravos para o Brasil, e no deserto do Namibe, onde localizou os destroços de uma embarcação da carreira das Índias
O STONEHENGE PORTUGUÊS
Enquanto em Stonehenge, os neodruídas e milhares de seguidores e de curiosos, se reúnem à volta do famoso círculo de pedras, por trás da famosa Heel Stone, ao nascer do sol, para saudarem a entrada do dia maior do ano, em Portugal, o Verão, é festejado, ao pôr-do-sol, junto a um antigo altar de pedra localizado no patamar da uma impressionante vertente rochosa, numa das faldas de zona castreja, conhecida pelo castro do Curral da Pedra
O convite é dirigido não só à população da aldeia e às gentes do concelho e redondezas, convidando-as evocar as festas dos ciclos da natureza dos seus antepassados, e fazendo com que as mesmas continuem a fazer parte do seu património cultural, como também a todos aqueles que se interessem pelo estudo e pesquisa do passado longínquo da História do Homem e das particularidades desta região, cheia de misticismo e de um passado riquíssimo, contribuindo com o seu testemunho e partilhando num acontecimento de rara beleza e significado.
Vamos celebrar o Solstício de Verão 21-06-22 – Com o PROF. ADRIANO VASCO RODRIGUES – Arqueólogo, Etnógrafo e Historiador, 94 anos Referência emblemática no distrito da Guarda, volta a dar-nos o prazer e a honra de partilhar connosco a sua amável presença e sabedoria nos sagrados calendários solares pré-históricos do maciço dos Tambores, chãs- Foz Côa, na próxima terça-feira, a partir das 18 horas -
Adriano Vasco Rodrigues é uma referência nos Templos do Sol. Aqui recordamos, neste vídeo, alguns dos momentos na celebração do Equinócio do Outono, em 23 de setembro de 2014, quando ali prestamos uma singela homenagem à poetiza Maria da Assunção Carqueja, à saudosa e muito querida sua esposa, ao som do virtuosismo da violinista ucraniana, Olena Sokolovska e de Pedro Ospina, natural da Colômbia, guitarrista e compositor do grupo Alé&Olé, ambos residentes na cidade da GuardaEste evento conta com o precioso apoio do município, e a participação dos Gaitarolas de Strekibeta, grupo de gaiteiros de Miranda do Douro - Ao som dos acordes da violinista Raquel Cravino, docente de violino no de Música da Metropolitana e na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa, que servirão para acompanhar os momentos de poesia, ambas as participações, ficam a dever-se ao precioso apoio do nosso município.
.Foi o Prof - Adriano Vasco Rodrigues, que, em 1982, no seu estudo, publicado em 1983, sobre a história remota do concelho de Mêda, ao qual, em tempos, a freguesia de Chãs. trouxe à luz do conhecimento científico o Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora, no Monte dos Tambores, em Chãs, nos arredores da minha aldeia.
Por essa altura, o atual professor da universidade portucalense, incumbido de elaborar uma monografia sobre a História Remota de Meda, apresenta à estampa a primeira alusão ao imponente megálito, ao qual, uns vinte anos antes, se deslocara com um grupo de amigos. É certo que o povo já tecia à volta do misterioso fraguedo, as mais díspares lendas e conjeturas. Sim, havia o pressentimento de que não era uma pedra qualquer. Dizia-se que a sua gruta havia servido de abrigo a Nossa Senhora, ao fugir do Egipto, com o menino Jesus ao colo para evitar ser degolado pelo Rei Herodes. E que, ao encostar os seus cabelos, no pequeno nicho, que se situa logo à entrada do pequeno portal que a atravessa, os mesmos cabelos negros, se haviam gravado para sempre, como que a perpetuar a sua apressada e atribulada viagem – Pois é, as lendas, por vezes, têm o seu cunho de verdade, outras, é necessário ir mais longe: decifrar-lhes como que os seus códigos. Foi o que fez o Prof. Adriano Vasco Rodrigues.
“Em 1957, tive oportunidade de estudar a fraga conhecida com o nome da Cabeleira de Nossa Senhora, que classifiquei como santuário pré-histórico, integrado cronologicamente na revolução neolítica। Pelas suas características sugere a existência de um culto ao crânio, característico, na Península Hispânica, da transição do Paleolítico para o Neolítico, segundo o Prof. Pericot. A identificação com uma entidade feminina, que sofreu consagração à Virgem Maria, acompanhada de lenda popular, sugere um culto inicial à Deusa Mãe, símbolo da fertilidade”.
Pois bem, creio que, se não fosse, o Prof. Adriano Vasco Rodrigues, ter-lhe atribuído valor arqueológico, nem sei mesmo se esta pedra, ainda hoje estaria no mesmo sítio. É que, quando eu era garoto, a laje em que assenta, só não foi toda cortada a fogo de pedreira, talvez por uma qualquer intervenção miraculosa.
"O jornalista Jorge Trabulo Marques, natural das Chãs, do concelho de Vila Nova de Foz Côa, que meritoriamente tem pesquisado toda esta área, levantou o problema de se tratar de um calendário solar, tendo o homem pré-histórico aproveitando este monumento natural e adaptando-o, como se comprovou pela presença da pedra, que atrás referi. Esta hipótese não foi levantada despropositadamente, pois está comprovado por testemunhos de períodos coevos em que foram levantados calendários relacionados com a marcação de solstícios de Verão e de Inverno. O culto ao Sol é fundamental nas sociedades primitivas e o conhecimento do calendário das estações para poderem fazer as sementeiras. O culto à Deusa Mãe e ao Sol dos primeiros agricultores está relacionado.
BIOGRAFIA - Adriano Vasco Rodrigues - Diretor Jubilado da Schola Europaea , U.E. Bélgica. Ex-Professor Associado da Univ. Portucalense. Trabalhou em Angola, na década de 1960/70 como Inspetor Provincial Adjunto da Educação e colaborou com o Instituto Superior de Investigação Cientifica de Angola. Estas funções levaram-no a percorrer de automóvel mais de trezentos mil quilómetros naquele território, adquirindo profundo conhecimento. Além de responsável pela planificação de cursos de aperfeiçoamento e atualização de docentes do Ensino Secundário e Básico, realizou prospeções e escavações arqueológicas e subaquáticas no mar de Luanda e também estudos no Deserto do Namibe. Organizou com a Dr. Maria da Assunção Carqueja Rodrigues, sua Esposa, a secção de arqueologia do Museu de Angola e a primeira carta da Pré-história daquele país. Publicou trabalhos sobre educação, pré-história, arqueologia e arte africana, relacionados com Angola. É autor do livro de memórias, De Cabinda ao Namibe,(2010- seg.Edi. 2011)
O aprofundamento das questões arqueológico-históricas levam-no a elaborar a 1ª. Carta Pré-histórica de Angola, tendo realizado escavações, nomeadamente nas ruínas de um antigo embarcadouro de escravos para o Brasil, e no deserto do Namibe, onde localizou os destroços de uma embarcação da carreira das Índias
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