Os restos mortais do ex-Presidente de São Tomé e Príncipe Evaristo Carvalho
que faleceu a 28 de maio de 2022 em Lisboa, estão em câmara ardente para o
velório na Capela dos Claustros, na Basílica da Estrela
Na quarta-feira, após a cerimónia religiosa, pelas 11:00, proceder-se-á às 15:30 ao fecho da urna., estando prevista a sua transladação na quinta-feira para S. Tomé
O funeral realiza-se no sábado na capital são-tomense, estando prevista tuma cerimónia solene na Assembleia Nacional, ficando em câmara ardente no Palácio do Povo ou no edificio do Parlamento, tendo em conta a função nobre que exerceu, disse Roberto Raposo, porta-voz de uma reunião de alto nível, convocada pelo Chefe de Estado Carlos Vila Nova, que contou também com as presenças do Presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, o PM, Jorge Bom Jesus e o representante do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
VELÓRIO EM LISBOA - Além do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, que ali se deslocara, na tarde desta terça-feira, para ali pessoalmente apresentar aos familiares as suas sentidas condolências, aliás já manifestadas publicamente ao povo santomense, frisando que . perdeu "um bom e leal amigo" que "escondia um grande coração", também comparecera, entre outras pessoas, o Embaixador António Quintas, que ali estava a prestar o seu apoio institucional
E também ali vimos o ex-PM Patrice Trovoada, que se sentara ao lado da urna para manifestar o seu pesar pela morte daquele que ele chegara a designar como “O meu amigo, o meu conselheiro, o meu irmão, o mais velho, o meu camarada Evaristo do Espírito Santo Carvalho – Palavras proferidas aquando do apoio que lhe prestou, à sua candidatura às eleições presidenciais, em 2011,então vencidas por Manuel Pinto da Costa, mas que, em Julho de 2016, viria a ser o candidato vencedor apoiado pela Ação Democrática Independente ADI
Depois de ali ter permanecido, um bom bocado, vimo-lo descer os degraus da referida capela, ladeado, pelo ex-ministro da Juventude e desporto, Marcelino Sanches
Evaristo Carvalho, em sua vida politica, figura muito próxima de Miguel Trovoada, pai de Patrice Trovoada, do qual foi chefe de gabinete quando este foi Presidente da República e aderiu à Ação Democrática Independente (ADI), partido hoje liderado pelo filho daquele e antigo primeiro-ministro
Evaristo Carvalho é o primeiro ex-chefe de Estado são-tomense eleito após a
independência (1975) a falecer.
Em divergência com o regime de Manuel Pinto da Costa, fundador do MLSTP,
então partido único, Evaristo Carvalho abandona o MLSTP em 1982. Após uma
tentativa de reconciliação com a Nação e até com os nacionais exilados, em
1985, o regime abre-se a várias sensibilidades. Evaristo Carvalho regressa deste
modo pela porta de Assembleia Nacional na condição de deputado independente.
Desde então e até 1991, Evaristo Carvalho, exerceu cargos directivos e públicos de relevante importância política e administrativa do regime na gestão de São Tomé e Príncipe que lhe notabilizaram e enriqueceram os seus conhecimentos, a produzirem-se numa mais-valia do “mais velho” na IIª República.
O antigo chefe de Estado são-tomense (2016-2021) estava internado num
hospital em Lisboa e faleceu cerca das 22h deste sábado (hora local). Eleito
Presidente de São Tomé e Príncipe, em 18 de julho de 2016, Carvalho exerceu o
mandato até 02 de outubro de 2021, quando foi sucedido por Carlos Vila Nova
Pai de 25 filhos, o ex-estadista foi um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, primeiro-ministro em governos de iniciativa presidencial. Foi também presidente da Assembleia Nacional, ministro e deputado.
Pouco antes das presidenciais do ano passado, justificou que decidiu não se
recandidatar por pretender passar o testemunho aos mais jovens e disse esperar
do seu sucessor "mais dinamismo e iniciativas".
Na votação da segunda volta das presidenciais, em 05 de setembro passado,
recordou que estava prestes a cumprir 80 anos e "pouco mais de 60 de
trabalho na vida laboral", quase todos no aparelho de Estado.
Afirmando-se "feliz" e "orgulhoso" com o seu percurso
profissional, disse acreditar ter merecido uma "boa nota" pelo
desempenho. "Sinto-me cansado, por isso não continuei a marcha",
comentou na ocasião.
"Já assegurei a governação por duas vezes e sempre fazendo o trabalho
de bombeiro para contribuir para ultrapassar grandes desafios e grandes crises
políticas", referiu. Fonte Téla Nón
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