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terça-feira, 28 de junho de 2022

Cimeira dos Oceanos em Lisboa quer defender a vida marítima - Guterres e Marcelo abrem a Conferência da ONU em Lisboa – O Secretário-Geral da ONU avançou com quatro recomendações aos países - Também usou da palavra o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, país coorganizador com Portugal, além do PM António Costa.

Jorge TrabuloMarques - Jornalista 


Abriu esta segunda feira a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, com a participação de 140 países entre os quais 25 chefes de Estado e de governo e uma centena de ministros, coorganizada pelos governos de Portugal e do Quénia, com o objetivo de mobilizar esforços para criar e promover soluções que permitam alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável antes de 2030.

Todos os anos aparecem no mar 11 milhões de toneladas de plástico. É uma ameaça à biodiversidade e um dos temas em discussão na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que decorre em Lisboa.

"Os oceanos cobrem 70% da superfície da Terra e são o lar de cerca de 80% de toda a vida terrestre, fazendo-os a maior biosfera do planeta. Geram 50% do oxigénio que necessitamos, absorvem 25% de todas as emissões de dióxido de carbono e capturam 90% do calor adicional gerado por essas emissões. Não são apenas os "pulmões do planeta", são também o maior filtro de carbono, um amortecedor vital contra os impactos das alterações climáticas.

Na véspera, o Presidente da República Portuguesa, ofereceu um jantar na Cidadela aos Chefes de Estado e de Governo presentes em Portugal para a Conferência dos Oceanos da ONU 2022.

São Tomé e Príncipe, fez-se representar pelo PM Jorge Bom Jesus; a Guiné Equatorial pelo Presidente Obiang, que deverá ser recebido pela CPLP, na manhã de terça-feira; Angola pelo Presidente João Lourenço, que destacou o "grande esforço de cooperação" que os países lusófonos, todos países costeiros e insulares, têm jeito para assumir protagonismo na defesa dos oceanos. Cabo Verde pelo Ministro da Economia e Emprego, José da Silva Gonçalves. Moçambique pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Verónica Macamo.

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Com mais de 70 mil km² de extensão marítima, Timor-Leste, que integra o chamado Triângulo de Coral, marcado pela riqueza em biodiversidade e recursos naturais, faz-se representar, pelo presidente do Timor-Leste, Xanana Gusmão, além do primeiro-ministro e a chefe da pasta dos Negócios Estrangeiros.

A delegação brasileira está representada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e tem uma comitiva de 40 pessoas, entre funcionários do ministério e ambientalistas envolvidos com a proteção dos oceanos.

A abertura foi presidida pelo Presidente da República e o Secretário-geral da ONU, tendo Marcelo Rebelo de Sousa afirmado que este encontro acontece no momento certo, tendo António Guterres, lançado o aviso de que não é possível ter um “planeta saudável, sem um oceano saudável”.

O Presidente da República sublinhou que o encontro acontece no momento certo e lembrou que Portugal é o que é graças aos oceanos. Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que é preciso “recuperar o tempo perdido e dar uma oportunidade à esperança”.

O secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, no seu discurso de boas-vindas aos participantes, alertou que não é possível ter um “planeta saudável, sem um oceano saudável”.

O chefe da ONU disse que partilha com os seus concidadãos portugueses uma especial afinidade com o mar. Ele citou o poeta Fernando Pessoa: “Deus quis que a terra fosse toda uma, que o mar unisse, já não separasse. Faço, pois, votos para que esta Conferência represente um momento de unidade e aproximação entre todos os Estados-membros, gerado em torno dos assuntos do mar e da proteção e preservação dos Oceanos.”

Mudar a Maré - António Guterres lamentou que o oceano não foi valorizado e atualmente, o mundo enfrenta o que ele chama de “Emergência Oceânica”. Para isso, é preciso “mudar a maré”, uma vez que “o aquecimento global está levando as temperaturas do oceano a níveis recorde, criando tempestades mais frequentes e mais fortes”.

O secretário-geral citou vários problemas: aumento do nível do mar, acidificação dos oceanos, branqueamento dos corais, degradação de manguezais e poluição. Guterres afirmou que “quase 80% das águas residuais são descartadas no mar sem tratamento” e por ano, “8 milhões de toneladas de plástico vão parar nos oceanos”.

O chefe da ONU pede “ação drástica” para que o volume de plástico não supere o total de peixes nos oceanos em 2050. Na abertura da Conferência dos Oceanos, o secretário-geral mencionou também o problema da pesca excessiva, que está “acabando com os estoques de peixes” e fez um apelo aos governos, ao lembrar “não ser possível ter um planeta saudável sem um oceano saudável”.

Precisamos de uma agenda global dos oceanos focada em soluções práticas baseadas na ciência» - Defendeu António Costa-

"Estamos aqui, Estados, organizações internacionais, comunidade científica, ONG’s, empresas, para assumirmos os Oceanos como uma causa global no combate às alterações climáticas, na promoção da biodiversidade, no desenvolvimento sustentável, e na garantia da segurança marítima e da liberdade de circulação», disse o Primeiro-Ministro, António Costa, na cerimónia de abertura da 2.ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, coorganizada por Portugal e pelo Quénia, na Altice Arena, em Lisboa.

 

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