Jorge TrabuloMarques - Jornalista
O lançamento da obra, editado pela Editorial Caminho, uma das mais importantes e prestigiadas editoras portuguesas, deverá ter lugar em finais de Fevereiro, estando., no entanto, os livros disponíveis nas livrarias em Lisboa a partir do dia 5 de Fevereiro.
A
obra, com 156 páginas, é a primeira em prosa da autora que já publicou quatro
livros de poesia, nomeadamente, ”O Útero da Casa”, ”A Dolorosa Raiz do
Micondó”, ”O País de Akendenguê” e ”Quando Florirem Salambás no Tecto do Pico.”
Depois de alguns anos de hesitações, segundo Conceição Lima, em noticia divulgada pelo Téla Nón e Observatório da Língua Portuguesa, “estas crónicas, entre muitas outras excluídas do formato livro ou, simplesmente, retidas ainda numa zona de hesitação entre publicar e não publicar, foram transcorrendo ao longo dos dias, ao longo de anos, ao longo dos tempos de ofício de jornalista. Umas acionadas por factos, considerados, por uma ou outra razão, relevantes e dignos de registo, outras filhas ‘’apenas’’ de reflexões íntimas, subterrâneas congeminações, (in)frutíferas meditações, fundas palpitações. Elas aí estão, finalmente, em páginas cronologicamente anichadas.
O texto dramático intitulado ”Um Confronto Imaginado e
uma Profecia”, vencedor da I Edição do Prémio de Literatura Dramática Isaura
Carvalho, ficciona um episódio real ocorrido antes do massacre de 1953, quando
o então governador Carlos de Sousa Gorgulho foi à casa do engenheiro agrónomo e
nacionalista Salustino Graça, considerado o líder dos forros, para o convencer
a persuadir os filhos da terra a aceitarem o contrato nas roças do cacau e nas
obras públicas, baseadas em trabalhos forçados. Esse propósito do governador
chocou com a oposição em bloco dos forros e Salustino Graça colocou-se do lado
destes, mantendo uma posição firmemente antagónica à do governador.
O texto é uma sequência de argumentos e contra-argumentos acesos entre as duas personagens. Os dois são praticamente os únicos protagonistas da peça que termina com o engenheiro Salustino Graça a profetizar o massacre que viria a ter lugar em 1953, a proclamação da independência e também o rumo do país até aos dias actuais.
Conceição Lima nasceu em Santana, na ilha de São Tomé, em 1961. Estudou jornalismo em Portugal. Em São Tomé e Príncipe trabalhou e exerceu cargos de direcção na rádio, televisão e na imprensa escrita. É licenciada em Estudos Afro- Portugueses e Brasileiros pelo King’s College de Londres e mestre em Estudos Africanos, com especialização em Governos e Políticas em África, pela School of Oriental and African Studies (SOAS), de Londres. Foi durante vários anos jornalista e produtora dos Serviços de Língua Portuguesa da BBC. Presentemente é jornalista da TVS, Televisão São-Tomense. Tem poemas dispersos em jornais, revistas e antologias de vários países. Publicou nesta editora O Útero da Casa e A Dolorosa Raiz do Micondó
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