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segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Exposição coletiva de “Arte no Feminino” – Para destacar o papel da mulher no mundo da arte, que tem sido subalternizado e descriminado - Reúne trabalhos de 22 artistas portuguesas e estrangeiras na Galeria António Prates, em Lisboa. De 10 de Nov. a 5 de Dez.


Jorge Trabulo Marques - Jornalista



A  exposição coletiva de “Arte no Feminino”, foi inaugurada, pelas 16 horas, dia 10 na Galeia de Arte António Prates, Rua  dos Industriais, Nº 6, freguesia  da Estrela, com a presença de várias das artistas, ali representadas, bem como de familiares, amigos e admiradores. De entre a autoria dos diversos trabalhos, contam-se alguns dos mais famosos nomes da arte contemporânea portuguesa, como Viera da Silva e Paula Rego, entre outros, também muito conhecidos


A mostra tem por objetivo destacar e consciencializar o papel das artistas mulheres no mercado das artes plásticas, que tem sido subalternizado e encontrado uma certa resistência em expor as suas obras, dificultando o reconhecimento feminino no mundo da arte.

De recordar, que, no final do século XIX, por exemplo no Brasil, as mulheres não podiam frequentar a Escola de Belas Artes, ficando restritas aos ateliês, financiados pelas famílias ou nas poucas Academias particulares, que aceitavam a mulher. Tal como é descrito na memória de algumas mulheres pioneiras que ousaram esculpir figuras nuas, particularmente mulheres, de forma sensual, emprestando seu corpo e seu rosto para tais obras, enfrentando resistências e descriminações de vária ordem

Refere o texto da exposição, que a exposição “Arte no Feminino” é um exemplo de uma exposição que apresenta o trabalho de várias artistas portuguesas e estrangeiras contemporâneas.

Tendo sido criada no seguimento das performances levadas a cabo pela ativista Alice Joana Gonçalves no espaço da galeria durante o mês de Outubro, onde se abordou o tema da Mulher na sociedade, na política e na arte. Esta mostra surge para contrariar a ausência de exposições exclusivamente femininas.

Na exposição estão trabalhos representados de Maria José Oliveira – Lisboa –1943; Joana Pitta  - Lisboa 1993; Paula Rego – Lisboa 1935;Vieira da Silva – Lisboa 1908; Gracinda Candeias – Luanda 1947; Manuela Pimentel – Porto 1979; Mónica Palmeira – Sines 1978; Magda Cwik – Artista polaca; Ana Lima-Netto – Lisboa 1960: Carmo Pólvora -  Lisboa 1947; Vera Fonseka – Tallin, Estónia;  Bego Terradas- Espanha;  Ângela Ferreira – Maputo, 1958; Lígia Fernandes – Lisboa; Joana Rosa – Lisboa, 1959; Dalila D’Alte Porto 1948;Regina Frank – Alemanha, 1965; Clara Martins – Maputo, 1973; Christine Contzen –Achaffenburg  1962; Mariana  Gilot – Lisboa 1975; Inês Galvão – Lisboa 1964: Loli Aldabazal – Buenos Aires, 1980; 

Fomos encontrar duas pintoras, Dalila D’Alte e  Carmo Pólvora,  cujo percurso artístico temos seguido, desde os anos oitenta e cujos trabalhos também muito admiramos.

A Dalila D´Alte, que teve a amabilidade de nos enviar o convite, com quadros expondo “os  monstros da minha fantasia” - Era  esposa do pintor  Eurico Gonçalves, bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, entre 1966 e 1967, falecido em 10 de julho aos 90 anos, criador de uma estética que designou como Dadá-Zen onde relaciona o vitalismo Dada e a atitude filosófica Zen.

Dalila D’Alte, que também beneficiou da bolsa da Gulbenkian, onde foi igualmente colaboradora permanente do CAI - Centro Artístico Infantil da Fundação Gulbenkian (1985-1999) e do CAM - Centro de Arte Moderna / FCG, Lisboa, com Visitas Guiadas a grupos escolares (1996).

Nasceu no Porto em 1948. É licenciada em Artes-Plásticas (Pintura) e doutorada em Ciências da Arte pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa

É autora do livro “A Infância da Arte, a Arte da Infância” e escreveu diversos artigos e comunicações sobre Arte e Educação e Arte Infantil. Foi igualmente bolseira para Estágio de Criação Sonora e Cinema de Animação no Centre Culturel Damians, em França e orientadora de ateliers de Artes Plásticas (teoria e prática) para crianças, jovens e adultos, na Fundação Gulbenkian (CAI), no Centro Cultural de Belém, na Fundação Serralves, Porto e em Osnabrück, Alemanha.

É colaboradora nos Núcleos de Educação Artística / doutoramentos da Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa. Como artista plástica expõe desde 1978 e está representada em Colecções particulares e públicas, nomeadamente na Colecção de Cruzeiro Seixas, Centro de Estudos do Surrealismo / Fundação Cupertino de Miranda, como também na Colecção do Museu da Bienal de Vila Nova de Cerveira.

Carmo Pólvora – Expondo trabalhos da sua temática entre os tons marítimos o celestial. Tal como é reconhecido pela crítica, na sua linha de apelo da consciência ao espelho do universo, mas uma consciência do inconsciente, que faz do desconhecido de si mesma a fonte primeira do conhecimento. Viagem entre universos, do mundo secreto e da alma, arquétipo da Viagem Trágico Marítima que de Camões a Fernando Pessoa recriou o modelo simbólico da cultura portuguesa. Viagem do visível com seus tesouros, terrores e assombrações para os cais do invisível, porto por achar e que esta pintura magnificamente dá forma”

Nascida em Leiria em 1947, licenciou-se em Pintura, com a especialização em Gravura, na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Vive e trabalha em Lisboa. Realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, estando representada em várias instituições nacionais e estrangeiras.

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