A mostra tem
por objetivo destacar e consciencializar o papel das artistas mulheres no mercado
das artes plásticas, que tem sido subalternizado e encontrado uma certa resistência
em expor as suas obras, dificultando o reconhecimento feminino no mundo da
arte.
De recordar,
que, no final do século XIX, por exemplo no Brasil, as mulheres não podiam
frequentar a Escola de Belas Artes, ficando restritas aos ateliês, financiados
pelas famílias ou nas poucas Academias particulares, que aceitavam a mulher. Tal
como é descrito na memória de algumas mulheres pioneiras que ousaram esculpir
figuras nuas, particularmente mulheres, de forma sensual, emprestando seu corpo
e seu rosto para tais obras, enfrentando resistências e descriminações de vária
ordem
Refere o
texto da exposição, que a exposição “Arte no Feminino” é um exemplo de uma
exposição que apresenta o trabalho de várias artistas portuguesas e
estrangeiras contemporâneas.
Tendo sido
criada no seguimento das performances levadas a cabo pela ativista Alice Joana
Gonçalves no espaço da galeria durante o mês de Outubro, onde se abordou o tema
da Mulher na sociedade, na política e na arte. Esta mostra surge para
contrariar a ausência de exposições exclusivamente femininas.
Na exposição estão trabalhos representados de Maria José Oliveira – Lisboa –1943; Joana Pitta - Lisboa 1993; Paula Rego – Lisboa 1935;Vieira da Silva – Lisboa 1908; Gracinda Candeias – Luanda 1947; Manuela Pimentel – Porto 1979; Mónica Palmeira – Sines 1978; Magda Cwik – Artista polaca; Ana Lima-Netto – Lisboa 1960: Carmo Pólvora - Lisboa 1947; Vera Fonseka – Tallin, Estónia; Bego Terradas- Espanha; Ângela Ferreira – Maputo, 1958; Lígia Fernandes – Lisboa; Joana Rosa – Lisboa, 1959; Dalila D’Alte Porto 1948;Regina Frank – Alemanha, 1965; Clara Martins – Maputo, 1973; Christine Contzen –Achaffenburg 1962; Mariana Gilot – Lisboa 1975; Inês Galvão – Lisboa 1964: Loli Aldabazal – Buenos Aires, 1980;
Fomos
encontrar duas pintoras, Dalila D’Alte e Carmo Pólvora, cujo percurso artístico temos seguido, desde os
anos oitenta e cujos trabalhos também muito admiramos.
A Dalila D´Alte,
que teve a amabilidade de nos enviar o convite, com quadros expondo “os monstros da minha fantasia” - Era esposa do pintor Eurico Gonçalves, bolseiro da Fundação
Calouste Gulbenkian em Paris, entre 1966 e 1967, falecido em 10 de julho aos 90
anos, criador de uma estética que designou como Dadá-Zen onde relaciona o
vitalismo Dada e a atitude filosófica Zen.
Dalila D’Alte, que também beneficiou da bolsa da Gulbenkian, onde foi igualmente colaboradora permanente do CAI - Centro Artístico Infantil da Fundação Gulbenkian (1985-1999) e do CAM - Centro de Arte Moderna / FCG, Lisboa, com Visitas Guiadas a grupos escolares (1996).
Nasceu
no Porto em 1948. É licenciada em Artes-Plásticas (Pintura) e doutorada em
Ciências da Arte pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
É
autora do livro “A Infância da Arte, a Arte da Infância” e escreveu diversos
artigos e comunicações sobre Arte e Educação e Arte Infantil. Foi igualmente
bolseira para Estágio de Criação Sonora e Cinema de Animação no Centre
Culturel Damians, em França e orientadora de ateliers de Artes Plásticas
(teoria e prática) para crianças, jovens e adultos, na Fundação Gulbenkian
(CAI), no Centro Cultural de Belém, na Fundação Serralves, Porto e em
Osnabrück, Alemanha.
É colaboradora nos Núcleos de Educação Artística / doutoramentos da Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa. Como artista plástica expõe desde 1978 e está representada em Colecções particulares e públicas, nomeadamente na Colecção de Cruzeiro Seixas, Centro de Estudos do Surrealismo / Fundação Cupertino de Miranda, como também na Colecção do Museu da Bienal de Vila Nova de Cerveira.
Carmo
Pólvora – Expondo trabalhos da sua temática entre os tons marítimos o celestial.
Tal como é reconhecido pela crítica, na sua linha de apelo da consciência ao
espelho do universo, mas uma consciência do inconsciente, que faz do
desconhecido de si mesma a fonte primeira do conhecimento. Viagem entre
universos, do mundo secreto e da alma, arquétipo da Viagem Trágico Marítima que
de Camões a Fernando Pessoa recriou o modelo simbólico da cultura portuguesa.
Viagem do visível com seus tesouros, terrores e assombrações para os cais do
invisível, porto por achar e que esta pintura magnificamente dá forma”
Nascida
em Leiria em 1947, licenciou-se em Pintura, com a especialização em Gravura, na
Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Vive e trabalha em Lisboa. Realizou
inúmeras exposições individuais e coletivas, estando representada em várias
instituições nacionais e estrangeiras.
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