Já me encontro longe fisicamente das Ilhas Maravilha do
Equador com um mundo de imagens para
recordar - Grato pelas muitas provas de carinho
e amizade - E também das que me têm manifestado no Facebook, difícil de a todos
responder Mas com o pensamento e o meu
coração mergulhado no desfile das belezas e dos bons amigos que ali pude
reencontrar -
Esperançado que este belo país - das ruínas em que o haviam deixado nestes últimos 4 anos - se vai "Construir
Esperançado que este belo país - das ruínas em que o haviam deixado nestes últimos 4 anos - se vai "Construir
Construir
sobre a fachada do luar das nossas terras
Um
mundo novo onde o amor campeia, unindo os homens
as
torturas de todas as eras.
É
um longo caminho a percorrer no mundo dos homens.
De
longe de toda a África martirizada.
Crucificada
todos os dias na alma dos seus filhos.
É
difícil sim, recordar o pai esbofeteado
pelo
despotismo dum tirano qualquer,
a
irmã violada pelo mais forte, os irmãos morrendo nas minas
Enquanto
os argentários amontoam o oiro.
É
difícil sim percorrer esse longo caminho
Contemplando
o cemitério dos mortos lançados ao mar
para
a frente, sem temer a justiça dos homens
É
difícil sim, perdoar os carrascos
As galeras transportando nossas avós para outros continentes
Lançando
no mar as cargas humanas
Se
os navios negreiros têm lastro em demasia, é difícil sim,
De luz, de paz e de amor, na hora fatal do ajuste de contas.
É
difícil sim, mas um erro não justifica outro erro igual.
Na
construção de um mundo novo à sombra das nossas
Terras
maravilhosas, juramos não sofrer uma afronta igual
Espalhando
assim o grito potente da nossa apregoada selvajaria
Mas
essa hora tarde e os gritos do deserto espreitam
Por
sobre as nossas cabeças encanecidas da longa espera
Mas
os nossos sonhos hão-de abrir clareiras nos eternos luares
Dos
nossos desertos assombrados.
-
Alda do Espírito Santo, em "É nosso o solo sagrado da terra". Lisboa:
Ulmeiro, 1978.
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