Jorge Trabulo Marques - Jornalista e Investigador
ENTREVISTA A UM CRUEL ASSASSINO - E OUTRA COMOVENTE ATÉ ÀS LÁGRIMAS - A um filho de pescador e de uma peixeira, em Peniche, que abandonou a casa dos pais, com outro rapaz para arranjar trabalho no Algarve - Vendo-se sem dinheiro e sem forma de o ganhar, roubaram uma motorizada e, partir daí, começaram outros trabalhos. –
AO
LENDÁRIO ZÉ DA TARADA, QUE APRENDEU A MATAR NA GUERRA COLONIAL- Entrevistei criminosos, tal como
variadíssimas personalidades- Fi-lo, na sequência de centenas de
entrevistas, com todo o tipo de pessoas, anónimas ou famosas – Umas gravadas
outras em reportagem direta para a extinta RDP-Rádio Comercial– Tendo mesmo
chegado acompanhar as rusgas à civil da PSP
-– Corri riscos, é certo; alguns
podiam ter-me custado a vida, pois já me
tentaram atingir de noite com uma caçadeira e me apontaram à garganta o cano de
uma pistola - Contudo, considero que foi uma experiência humana interessante;
aprendi a conhecer certas mentes, com as
quais nos podemos até cruzar no dia a dia - Mas, atenção, não se pense que os criminosos
mais perigosos são os que acabam na prisão: os de colarinho engomado, com
tentáculos na política, são ainda mais nefastos, porque sabem disfarçar e, em
vez de matar. meia dúzia, matam centenas ou milhares de pessoas à fome.-
CONDENA-SE MAIS
RAPIDAMENTE UM DESGRAÇADO DE QUE UM AFORTUNADO
- Veja-se este episódio de um sem-abrigo, que rouba um champô e polvo,
acaba condenado
https://ptjornal.com/pingo-doce-roubo-de-champo-e-polvo-acaba-em-condenacao-do-sem-abrigo-5460
ENTREVISTA REGISTADA, EM PINHEIRO DE CRUZ, NUM DIA DE NATAL E OUTRA A UM JOVEM DE 17 ANOS – Preso por um pequeno delito , no Estabelecimento Prisional de Lisboa, pouco dias depois de ali ter sido encarcerado, muito triste, desorientado e desamparado, filho de um pescador e de uma peixeira – Foi jogador do Espinho
ZÉ DA TARADA, DRAGÃO, MULETA NEGRA - ENTREVISTEI ESTES E OUTROS “ARTISTAS DO CRIME – Além de centenas de figuras públicas de todos os quadrantes da sociedade.
Num dos cadernos do DN sobre os ROSTOS DO CRIME, é referido que “Um bando de criminosos. no qual sobressaía o Zé da Tarada. espalhou o pânico pela Grande Lisboa entre Novembro de 1975 e Janeiro de 1976. Homicídios. assaltos à mão armada. violações e sequestros. entre outros crimes. marcaram o quotidiano de oito perigosos homens. – Pois foi justamente esse assassino, entre outros, que entrevistei, após cumprida uma longa pena e antes de ser assassinado, quando voltou á liberdade .
O Zé da Tarada (José Joaquim Barreiros da Costa). o Isidro (Isidro Albuquerque Rodrigues). o Dcdé (Herlânder Ataíde Mendes Carrilho). o Vítor Míope (Vítor Ataíde Mendes Carrilho). o Manolo (Manuel Joaquim Ribeiro Mesquita). o Dragão (Abel da Conceição Pcntrisco), o Ata (Carlos Manuel Neves Felgueira) e o Vítor (Vítor Manuel da Cruz Ferreira) fizeram trinta por uma linha no curto espaço de dois meses e pico.
(…) ENTREVISTEI TAMBÉM O MANUEL ALENTEJANO
– O Cérebro da espetacular fuga de Alcoentre, cuja entrevista, juntamente com excertos do diário de prisão, foi publicada num dos cadernos de reportagem da Editora Relógio de Água, dirigidos por Fernando Dacosta, sob o título “QUANDO
MATO ALGUÉM FICO UM BOCADO DE DEPRIMIDO"
Depois de ter cumprido, 25 anos de prisão, juntou-se com uma prima, tiveram um filho e chegou a fazer uma vida normal - Um capitalista confiou-lhe a gestão e a conservação de vários prédios em Alfama a troco de habitação e nunca mais voltou ao crime -
Pois, tanto ele como a mulher, eram muito habilidosos em vários trabalhos de construção civil - Embora as propostas não lhe faltassem, mas não queria correr o risco de voltar à cadeia, sobretudo, para não comprometer a educação do filho, que adorava. Além disso, com uma carrinha, de noite ou mesmo de dia, juntos, percorriam as ruas da cidade para recuperarem cobre ou outros metais de televisores abandonados ou mesmo ferro velho - E até chagaram vender figos maduros e outra fruta - Uma das salas, estava como que transformada numa oficina, onde desmontava os televisores velhos e separava os vários metais.
A criança era muito inteligente e dotada, gostava muito de pintar - O quarto era aprimorado e repleto de pinturas e desenhos nas paredes, de sua autoria -
Acompanhei a vida do casal, durante vários anos, seguindo com curiosidade o seu percurso. - Pois também já o havia visitado nos vários estabelecimentos em que esteve preso.
Porém, tudo se alteraria, no lar, quando, uma falsa noticia, com a sua fotografia, publicada em grande manchete na primeira página do Correio da Manhã, o acusa de tráfico de cocaína - O jornal foi condenado numa pena pecuniária mas demasiado branda para o transtorno que provocou no casal - Sobretudo no filho, que, na escola passou a ser identificado como o filho de um assassino.
Desde então, a vida familiar destabelizou-se, profundamente: quer entre o casal, quer junto do filho - Um dia, uma discussão, mais acesa, acaba em violência doméstica - É condenado a mais cinco anos de prisão, que cumpriria no EPL - Com a saúde, debilitada - pois a soma dos 30 anos de cadeia, têm o seu peso - sem a casa e já com a esposa (que era bastante mais nova de que ele) a viver com outro homem, tudo isso lhe vai agravar ainda mais o estado emocional: vim a saber que um AVC o atinge - e, desta vez, não o poupa.
OS JORNAIS NUNCA O PERDERAM DE VISTA E SEMPRE COM OS MAIS DUROS SUPERLATIVOS - Tendo usado algumas das declarações publicadas no meu livro - Esquecendo-se de que nem sempre as palavras correspondem aos comportamentos.
Depois de ter cumprido, 25 anos de prisão, juntou-se com uma prima, tiveram um filho e chegou a fazer uma vida normal - Um capitalista confiou-lhe a gestão e a conservação de vários prédios em Alfama a troco de habitação e nunca mais voltou ao crime -
Pois, tanto ele como a mulher, eram muito habilidosos em vários trabalhos de construção civil - Embora as propostas não lhe faltassem, mas não queria correr o risco de voltar à cadeia, sobretudo, para não comprometer a educação do filho, que adorava. Além disso, com uma carrinha, de noite ou mesmo de dia, juntos, percorriam as ruas da cidade para recuperarem cobre ou outros metais de televisores abandonados ou mesmo ferro velho - E até chagaram vender figos maduros e outra fruta - Uma das salas, estava como que transformada numa oficina, onde desmontava os televisores velhos e separava os vários metais.
Além da manchete . O destaque do artigo no interior do jornal |
Acompanhei a vida do casal, durante vários anos, seguindo com curiosidade o seu percurso. - Pois também já o havia visitado nos vários estabelecimentos em que esteve preso.
Porém, tudo se alteraria, no lar, quando, uma falsa noticia, com a sua fotografia, publicada em grande manchete na primeira página do Correio da Manhã, o acusa de tráfico de cocaína - O jornal foi condenado numa pena pecuniária mas demasiado branda para o transtorno que provocou no casal - Sobretudo no filho, que, na escola passou a ser identificado como o filho de um assassino.
Desde então, a vida familiar destabelizou-se, profundamente: quer entre o casal, quer junto do filho - Um dia, uma discussão, mais acesa, acaba em violência doméstica - É condenado a mais cinco anos de prisão, que cumpriria no EPL - Com a saúde, debilitada - pois a soma dos 30 anos de cadeia, têm o seu peso - sem a casa e já com a esposa (que era bastante mais nova de que ele) a viver com outro homem, tudo isso lhe vai agravar ainda mais o estado emocional: vim a saber que um AVC o atinge - e, desta vez, não o poupa.
OS JORNAIS NUNCA O PERDERAM DE VISTA E SEMPRE COM OS MAIS DUROS SUPERLATIVOS - Tendo usado algumas das declarações publicadas no meu livro - Esquecendo-se de que nem sempre as palavras correspondem aos comportamentos.
PÚBLICO - Agosto 2001 - “Mais complexo, mas
igualmente violento, é o trajecto de Manuel Pedro Ramalho Dias, conhecido como
Manuel "Alentejano". É autor de algumas frases, proferidas na cadeia
de Coimbra, durante uma entrevista, que chocaram a opinião pública:
"Depois de matar um homem fico sempre um pouco deprimido" e "O
que mais me aborrece é lembrar-me dos filhos pequenos dessas pessoas [as que
matou]".Ao certo ninguém sabe quantos homens matou Manuel
"Alentejano". As suas condenações, entre roubos, furtos, etc.,
incluem quatro homicídios.https://www.publico.pt/2001/08/28/jornal/um-dos-maiores-assassinos-portugueses-161166
ZÉ DA TARADA, DRAGÃO, ISIDRO E DÉDÉ Quatro
mestres do crime à toa – Recorda o PÚBLICO
O zé da tarada, que eu
entrevistei nos anos 80, foi morto num ajuste de contas, pouco tempo depois de
ter cumprido a pesada pena - Também entrevistei o Dragão, que, além de
assaltante, era violador-assassino - Fi-lo, não com prazer mas para conhecer a
mente, mais cruel, do ser humano, tal como de outros bandidos. Mas, atenção,
não se pense que os mais perigosos são os que acabam na prisão: os de colarinho
engomado, com tentáculos na política, são ainda mais nefastos, porque sabem
disfarçar e, em vez de matar. meia dúzia, matam centenas ou milhares de pessoas
à fome.
"Eram quatro e quase sempre inseparáveis" - Diz o Público . "Ciclicamente, quando se encontravam em liberdade, cometiam vagas de crimes que encheram páginas de jornais. Zé da Tarada e Dragão, já falecidos, e Isidro e Dédé foram vários vezes condenados por roubo, homicídio, violação, sequestro, furto, etc. Não tinham grandes preocupações na preparação dos crimes, mas não abriam mão de algumas regras, nomeadamente as de evitar denunciar amigos e cometer delitos em que pudessem pôr em perigo a vida de crianças.
Nos anos 70 e 80 andavam quase sempre em
carros Datsun roubados, que tinham motores muito rotativos e eram, por isso,
bons para as fugas à polícia. Zé da Tarada, que foi abatido a tiro sem que até
hoje se tenha descoberto o autor, tinha um bem raro: uma metralhadora francesa
roubada em Sintra. Foi a arma que lhe deu a liderança do grupo durante muitos
anos. No início da década de 80 fizeram dos assaltos a bancos o seu modo de
vida. Começaram no Algarve, passaram pelo Alentejo e terminaram, quatro anos
mais tarde, na zona de Lisboa, onde viriam a ser presos. Faustino Cavaco é o
mais conhecido, por ser o operacional, o que utilizava a caçadeira de canos
serrados. O planeamento dos crimes estava, no entanto, a cargo de Tomé Bárbara,
homem algo avesso a armas e sem jeito para conduzir.
O Doutor (talvez a alcunha
pela qual é mais conhecido) estudava os alvos, arranjava os disfarces,
documentos e chapas de matrícula falsas. Invariavelmente, depois de um assalto
proveitoso, o dinheiro era gasto em festas com mulheres. Até serem detidos
foram-lhes imputados três homicídios - dois guardas fiscais, num assalto a um
restaurante no Algarve, e um agente da PSP, que com eles roubava mas que,
tendo-se acobardado, acabou com a cabeça desfeita e ocultado no meio de fragas.
O Zé da Tarada saiu da prisão e reinseriu-se na sociedade, mantendo um pequeno negócio de cavalos. Nessa altura, estava a ser vigiado pela Polícia Judiciária que descobriu que o ex-preso estava também a ser vigiado por outra pessoa. Verificaram quem era esse homem e descobriram que era o cigano que ameaçara de morte o Zé da Tarada no julgamento anos antes. E deixaram andar....
O facto: Zé da Tarada foi assassinado num ajuste de contas pelo homicídio de dois ciganos...
O facto: Zé da Tarada foi assassinado num ajuste de contas pelo homicídio de dois ciganos...
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