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quarta-feira, 29 de maio de 2019

Roça Sundy – Cem anos depois - No centro das comemorações da Astronomia mundial - Teoria da Relatividade de Albert Einstein, catapulta-a para visita obrigatória no plano do turismo histórico-científico – Este é o ponto de vista das autoridades santomenses: quer a nível da presidência da República, do Governo Regional e Central - Marcelo Rebelo de Sousa, teceu elogios ao evento e, na véspera à noite, ainda chegou a observar as estrelas por um telescópio português


JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA  E INVESTIGADOR - Imagens da PR e WEB

A Roça Sundy, aquela foi uma das propriedades agrícolas mais emblemáticas da ilha do Príncipe, no período colonial,  em produção de cacau, copra e café e  cujo terreiro da sua sede, servira de posto de observação a uma equipa de astrónomos ingleses chefiados por Arthur Eddington, que ali se deslocaram para  fotografarem, em 29-05-1919,  um eclipse solar e comprovarem a teoria de relatividade, do cientista Albert Einstein, voltou agora, cem anos depois, a ser o centro das atenções do mundo da astronomia-

O eclipse solar ocorrido em 29 de maio de 1919 permitiu a duas equipas de astrónomos britânicos, uma na ilha são-tomense do Príncipe – chefiada por Arthur Eddington – e outra em Sobral (Ceará), liderada por Andrew Crommelin, a hipótese do encurvamento gravitacional da luz, formulada quatro anos antes pelo físico alemão Einstein.

Ambas as autoridade santomenses – Presidência da República, Governo Regional e Central – reconheceram, que as comemorações, que hoje ocorreram constituem uma excelente oportunidade   para o Príncipe ser mais conhecido no Mundo”, tendo  a Roça Sundy, como sendo um espaço científico e histórico a escala mundial.




As cerimónias comemorativas, contaram com a participação, além do Presidente da República de STP, Evaristo Carvalho,  do Primeiro-Ministro Jorge Bom Jesus e do  Presidente do Governo Regional, José Cassandra, com as presenças do Presidente Português, Marcelo Rebelo de Sousa, do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Equatorial, Simeon Oyono Esono, entre outras individualidades, cientistas e especialistas de vários cantos do mundo.

A visibilidade, que o evento teve à escala mundial, foi destacada nos discursos de todos os oradores - Ambas as autoridade santomenses – Presidência da República, Governo Regional e Central – concordaram que as comemorações, que hoje ocorreram constituem uma excelente oportunidade   para o Príncipe ser mais conhecido no Mundo”, tendo  a Roça Sundy, como sendo um espaço científico e histórico a escala mundial.

Para Evaristo Carvalho, “a presente comemoração foi como que um despertar de um sonho profundo, graças, a ela, os 200 mil habitantes do arquipélago ficaram a conhecer este marco da história das ilhas” disse Evaristo Carvalho tendo acrescentado que “temos o dever de protegê-lo como um dos ícones do Príncipe, para transmitir aos visitantes nacionais e estrangeiros e a geração vindoura a importância do acontecimento de 29 de Maio de 1019


Disse ainda que a presença da comunidade científica na ilha do Príncipe nesta celebração de hoje na Sundy, “representa um marco importante no processo de transformação do Príncipe num centro de conferência mundial em matéria de observações astronómicas”.

Por seu turno, O presidente do governo regional do Príncipe, José Cardoso Cassandra, defendeu que novo Espaço Científico da Sundy inaugurado hoje na celebração do centenário dda teoria de Einstein,  deve ser transformado numa fonte mundial de conhecimento, tendo felicitado com o governo central pelo apoio prestado na sua criação.


Além de felicitações ao governo central e regional pela iniciativa o Presidente da República reconheceu o “empenho e dedicação” da organização do evento tendo endereçado especial agradecimento ao presidente Marcelo Rebelo de Sousa e ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné Equatorial, Simeon oyono por terem conferidos “brilho e dignidade” a comemoração do centenário da teoria de relatividade na Sundy, ilha do Príncipe. - Fonte STP - PESS http://www.stp-press.st/2019/05/29/evaristo-carvalho-defende-criacao-de-museu-de-eclipse-e-observatorio-astronomico-na-ilha-do-principe/



No discurso do Presidente Evaristo Carvalho – refere a Lusa -  as palavras iniciais  destinaram-se a homenagear as vítimas do naufrágio do navio Amfrititi, que assegurava a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, a 25 de abril passado, e que fez oito mortos e nove desaparecidos.

"Esse trágico acontecimento veio, em certa medida, ensombrar estas comemorações e que todos gostariam que fosse de orgulho e de festa. Espero que a animação possa contribuir para o conforto dos que perderam os seus entes queridos", disse Evaristo Carvalho. https://www.dn.pt/lusa/interior/pr-de-sao-tome-sugere-turismo-historico-cientifico-para-o-desenvolver-o-principe-10955312.html


Imagens de Imagens de http://www.presidencia.pt/

IMPRENSA MUNDIAL - CONFERIU ESPECIAL DESTAQUE ÀS COMEMORAÇÕES, QUE - EMBORA TENDO COMO CENTRO FULCRAL A ROÇA  SUNDY  NO  PRÍNCIPE E SOBRAL, CEARÁ, NO BRASIL -  FORAM EVOCADAS NAS GRANDES INSTITUIÇÕES DA CIÊNCIA ASTRONÓMICA MUNDIAL - Ou com largos artigos por estudiosos, jornalistas e cientistas
Em 29 de maio de 1919, astrónomos da Grã-Bretanha viajaram para a África e o Brasil para medir a posição exata das estrelas no aglomerado estelar de Hyades, na constelação de Touro. Era parte de uma ambiciosa, complicada e controversa tentativa de ver se, durante um eclipse quando o céu escurecia brevemente no dia, as estrelas pareciam estar no lugar onde as longas leis de movimento de Isaac Newton previam que seriam, ou se estavam onde Einstein previu o novo garoto-no-bloco. Se este último, a ciência teria a prova de que o Sol (e, portanto, todas as estrelas e planetas) curvo espaço-tempo. 
 (...) O eclipse total em questão era visível do Peru para Moçambique, em toda a América do Sul, no Oceano Atlântico e no sul da África. Expedições foram organizadas. Astrônomos foram enviados para vários lugares ao longo da pista. Andrew Claude de la Cherois Crommelin e Charles Davidson tiraram fotografias de Sobral, Brasil, enquanto Sir Arthur Eddington, diretor do Observatório de Cambridge, e seu assistente Edwin Cottingham fizeram o mesmo na Ilha do Príncipe em São Tomé e Príncipe, na costa do Gabão

 CENTRA – DO INSTITUO SUPERIOR TÉCNICO PORTUGUÊS  - ORGANIZOU UMA CONFERÊNCIA  PARA CELEBRAR A TEORIA


Ilha do Príncipe, Roça Sundy, 29 de maio de 1919. Astrónomos ingleses liderados por Arthur Eddington observam e fotografam um eclipse total do Sol, confirmando pela primeira vez experimentalmente a Teoria da Relatividade Geral de Einstein. No mesmo local, mas 100 anos depois, realiza-se por estes dias a conferência “From Einstein and Eddington to LIGO: 100 years of gravitational light deflection”, que tem o cunho do Centro de Astrofísica e Gravitação (CENTRA), unidade de investigação do Técnico. A iniciativa está a decorrer desde o dia 26 de maio terminando apenas na quinta-feira, dia 30, e tem como palco o Resort Bom Bom na Ilha do Príncipe, a 2,5 Km do local das observações.

O eclipse total do Sol que pasmou a população da ilha do Príncipe durou apenas 302 segundos, ou cinco minutos e dois segundos, que serviram na perfeição para o astrónomo inglês Arthur Eddington conseguir capturar as “chapas” que constituíram a primeira prova direta da Teoria da Relatividade, que Einstein apresentara em novembro de 1915 à Academia de Ciências da Prússia. Depois de terminado o eclipse os astrónomos regressaram a casa para se debruçar sobre as imagens recolhidas.  Através de vários instrumentos, Eddington e a sua equipa testaram se e em que medida a massa do Sol desviava a luz emitida por estrelas distantes, devido ao efeito da gravidade. Seis meses depois, os resultados revelavam que as estrelas observadas perto do disco solar durante o eclipse estavam ligeiramente deslocadas em relação à sua posição normal no céu, na medida prevista pela teoria de Einstein, isto é, 1,75 arcos-segundo.

Este que é um dos mais aclamados eventos da história da ciência celebra-se por todo o mundo, e o CENTRA também não quis deixar a icónica data a passar em vão. “Eu e os professores Vítor Cardoso e Carlos Herdeiro, consideramos oportuno ligar a descoberta às atividades científicas do CENTRA realizando uma conferência científica no Príncipe para celebrar o centenário da descoberta”, explica o professor José Sande Lemos, docente do Técnico e presidente do CENTRA. Sendo os testes experimentais da Teoria da Relatividade Geral e da gravitação uma das áreas de investigação da unidade de investigação torna-se percetível- mas igualmente notável- este envolvimento na organização do evento.

A escolha do local da conferência foi óbvia, como explica o professor José Sande Lemos, “dada a importância histórica destas observações, o lugar natural para se realizar a conferência e celebrar o centenário é no Príncipe”. Tendo como objetivo a celebração da data “juntando especialistas internacionais para refletir o legado deixado por Einstein e Eddington relacionado com o eclipse”, a iniciativa permitirá fomentar a discussão em torno dos “desenvolvimentos subsequentes impressionantes em astrofísica e gravitação, nomeadamente, em buracos negros, ondas gravitacionais e cosmologia”, como também realça o docente do Técnico. “É uma conferência para trilhar a história, partilhar os extraordinários avanços científicos e vislumbrar o futuro”, acrescenta ainda. Além disto, o evento pretende ainda “atrair a atenção da população do Príncipe para a importância das observações de 1919 e para a ciência em geral”, destaca ainda.

Para os cinco dias em que a conferência se realiza a organização teve o cuidado de colocar o foco em temas relacionados com “a confirmação da deflexão da luz num campo gravitacional, e temas de ponta em relatividade geral atuais como buracos negros e ondas gravitacionais”, afirma o docente.  Do Técnico são vários os oradores que marcam presença, o que é uma consequência do facto da organização científica do evento ser do CENTRA, mas do conceituado trabalho desenvolvido na unidade de investigação. “O CENTRA tem desenvolvido investigação notável de nível internacional de frente nesta área e os seus investigadores são líderes ou pertencem a grupos de liderança de investigação internacional”, sublinha o professor José Sande Lemos. “Em conjunto com especialistas de renome de universidades como Cambridge, Chicago, e Paris, entre outras instituições, organizámos uma conferência que inclui também membros do CENTRA e da Universidade de Lisboa especialistas em áreas pertinentes para celebrar este evento”, salienta de seguida.

O projeto científico e educacional “Eddington na Sundy: 100 anos depois” tem também destaque no programa do evento, sendo várias as iniciativas que decorrem sob o chapéu do mesmo. Por exemplo, hoje, às 13h30 locais, haverá uma teleconferência com Sobral, Brasil- onde ocorreu a expedição “irmã” dos astrónomos britânicos – para uma celebração conjunta. “Nessa conferência falarão cientistas de ambos os lados assim como políticos de São Tomé e Príncipe e do Brasil”, explica o docente do Técnico.

A Teoria da Relatividade mudou fundamentalmente a nossa compreensão da Física e da Astronomia, e sustenta tecnologias modernas críticas, como o Sistema de Posicionamento Global (GPS) baseado em satélites. Salientando o grande número de outros testes que a Teoria da Relatividade Geral “passou de forma impressionante” ao longo de todos estes anos, o professor José Sande Lemos relembra “o mais recente e notável”: a deteção pelo LIGO da primeira onda gravitacional, em 2015. “Esta onda, por seu lado, foi gerada pela colisão de dois buracos negros de 30 massas solares cada um a distâncias cosmológicas”, salienta o docente. Ainda este ano, a divulgação da primeira imagem real de um buraco negro voltou a assumir-me como um marco na consolidação desta teoria, abrindo portas para a medição do diâmetro do corpo do buraco negro, e eventualmente, da sua velocidade de rotação.

Mais do que comprovar a Teoria da Relatividade, o acontecimento do dia 29 de maio de 1919 demonstrou mais uma vez que pessoas de diferentes países podiam unir-se num objetivo comum. “Nessa época, a primeira guerra mundial tinha terminado há pouco tempo, e cientistas ingleses e alemães deram as mãos olhando para um futuro melhor”, relembra o professor José Sande Lemos. E, hoje, o mundo da Física volta a unir-se para o celebrar. https://tecnico.ulisboa.pt/pt/noticias/100-anos-depois-do-eclipse-que-confirmou-a-teoria-da-relatividade/


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