Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Equipa técnica do FMI conclui visita a São
Tomé e Príncipe - 15 de dezembro de 2022 Washington, DC: Uma equipa do Fundo
Monetário Internacional (FMI) visitou São Tomé e Príncipe entre 28 de Novembro
e 9 de Dezembro de 2022 para analisar os recentes desenvolvimentos económicos e
discutir com as autoridades os desafios que o país enfrenta. . O FMI está
pronto para apoiar as autoridades nestes esforços. As discussões prosseguirão
nos próximos meses https://www.imf.org/en/News/Articles/2022/12/15/pr22433-sao-tome-and-principe-imf-staff-completes-visit
Entretanto, também neste mesmo dia, 15 Dez. 2022, era divulgada a
noticia pela Agência STP-Press, de que “à margem da sua participação na Cimeira
EUA/Africa, em Washington, o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, tenta em
Washington apoio do Banco Mundial e do FMI para o novo programa quadro de
cooperação à margem da cimeira EUA-ÁFRICA”
De recordar que, em 02/07/20192 de julho de 2019, em São Tomé e Príncipe, FMI
denuncia dívidas ocultas e outras irregularidades feitas pelo anterior Governo
liderado por Patrice Trovoada.
As acusações feitas pela chefe da missão do FMI para São Tomé, Xiangming Li, que diz que foram descobertas despesas na ordem dos 3% do Produto Interno Bruto do país que que não tinham entrado nas contas que tinham sido apresentadas anteriormente ao FMI
Na mesma semana em que, o representante regional do Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos na África Central,” denuncia a Incompreensão total por não terem interrogado nem detido as pessoas que torturaram até a morte" – E das ameaças aos advogados das vitimas. .
No termo da sua deslocação oficial a São Tomé e
Príncipe, o representante regional do
Alto-Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos na África Central,
Nouhoum Sangaré, denunciou
a “incompreensão total por não terem sido interrogadas nem detidas as
pessoas que torturaram até a morte” e acrescentou que “para que a honra
do exército saia lavada deste caso. Não deve haver impunidade.” Contactado
pela RFI, o Ministro da Defesa Jorge Amado não comenta estas declarações,
sublinhando que o "processo se encontra em segredo de justiça".
Durante a reunião o enviado da ONU, foi informado que um advogado que está a assistir um dos suspeitos do incidente de 25 de novembro, está a ser intimidado com ameaças de morte.https://www.rfi.fr/pt/s%C3%A3o-tom%C3%A9-e-pr%C3%ADncipe/20221214-incompreens%C3%A3o-total-por-n%C3%A3o-terem-interrogado-nem-detido-as-pessoas-que-torturaram-at%C3%A9-a-morte
Também o Bispo Dom Manuel António, Bispo
Emérito de São Tomé e Príncipe. questiona a morosidade da justiça no que à
tortura e morte dos quatro alegados suspeitos do ataque ao quartel - E alerta
para o crescimento de “uma certa cultura de violência e até de uma certa
impunidade” nos últimos tempos.
Dom
Manuel António, Bispo Emérito de São Tomé e Príncipe alerta para o crescimento
de “uma certa cultura de violência e até de uma certa impunidade” nos
últimos tempos. No arquipélago desde os anos 90, o Bispo questiona a morosidade
da justiça no que à tortura e morte dos quatro alegados suspeitos do ataque ao
quartel: “Se nós temos autoridade, se temos até provas físicas disso
o que é que a justiça precisa para para actuar? Porque é que não actua?”
Chegou a São Tomé
e Príncipe nos anos 90, foi Bispo do arquipélago de 2007 a 2022 e agora é Bispo
Emérito de São Tomé e Príncipe. Atento observador da sociedade são-tomense Dom
Manuel António reconhece que “nos últimos anos tem crescido uma certa
cultura de violência e até de uma certa impunidade.
Nós não
podemos aceitar de maneira nenhuma que um país de direito mate os seus filhos.
Ninguém pode ser morto assim, sem julgamento, sem nada.
Não entendo,
não aceito que um país democrático possa levar à tortura e à morte estas
pessoas e até hoje quem foi que fez isso? Que medidas é que se fizeram para
julgar essas pessoas? Para avaliar essas pessoas? Falam-me de comissões que vêm
investigar, mas eu não preciso de comissões para saber que morreram quatro
pessoas, para saber que uma delas foi tirada da sua casa, torturada e morta.”
De partida de São
Tomé, Dom Manuel António questiona a lentidão da justiça que no processo de
tortura e homicídio de quatro alegados suspeitos ainda não procedeu a
detenções: “Está à vista de todos. Acho que é mais do que lógico. Se nós
temos autoridades, se temos até provas físicas disso, o que é que a justiça
precisa para actuar? Porque é que não actua? Está à espera de quê? Que garantia
é que eu tenho de defesa da minha pessoa? É por isso que eu condeno, lamento,
fico triste que isto tenha acontecido e que as coisas continuem assim, sem isso
eu lamento.”
O Bispo Emérito critica as autoridades
políticas do país de continuarem a agenda normal, depois de uma situação
suposto golpe de Estado e diz que neste momento a sociedade são-tomense, de uma
forma geral, em tem “um certo medo em falar”, na medida em que “toda
a gente viu imagens terríveis, foram pessoas com família que acabaram por ser
mortas e enterradas em circunstâncias que não são normais para este povo.” https://www.rfi.fr/pt/programas/convidado/20221213-s%C3%A3o-tom%C3%A9-e-pr%C3%ADncipe-dom-manuel-ant%C3%B3nio-alerta-para-crescimento-da-viol%C3%AAncia-e-impunidade
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