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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Conceição Lima – Poetiza São-Tomense, homenageada em Lisboa pelo Clube Literário Kalunga em calorosa sessão poética, com a viola e a voz de Tonecas Prazeres, as palavras elogiosas de Inocência Mata e as presenças de vários poetas

Jorge Trabulo Marques . Jornalista 


A sessão foi também  oportunidade para autografar o seu novo livro O MUNDO VISTO DO MEIO e destacar a poesia  da comunidade de que faz parte: Resistência! Resiliência!  Solidariedade! Amor! Universalidade.


“Poéticas Afro-Atlânticas em Lisboa”, é o nome da tertúlia que ocorre na última quarta-feira de cada mês de Janeiro a Novembro, num dos espaços da Livraria Snob (Travessa de Santa Quitéria, 32A), promovendo o encontro de poetas dos países africanos, europeus e americanos historicamente ligados pelo Atlântico, organizada pelo Clube Literário Kalunga – palavra que significa mar em quimbundo. Com  microfone á leitura de poemas, quer dos poetas homenageados, quer à livre escolha de cada um

Na sessão, desta última quarta-feira, foi distinguida a jornalista e poetiza, Conceição Lima, que, no momento  de  manifestar o seu agradecimento pela distinção, confessou, que, se  por um lado, tomo como reconhecimento de alguma da minha poesia, é também do reconhecimento da poesia de S. Tomé e Príncipe, que é uma poesia que já produziu grandes nomes: Francisco José Tenreiro, Alda do Espirito Santo e Maria Manuela Margarido













Confessando que  gostaria de felicitar, vivamente, os organizadores! Os investigadores! De uma iniciativa como esta. Uma iniciativa que nos fala da impressibilidade da poesia do Atlântico, como ponto de interceção! De África! Portugal! Brasil! Columbia

E sublinhado  que esta "iniciativa é maravilhosa! É necessária!  E poderá – quem sabe – inspirar iniciativas similares ou de inspiração onírica!

Eu gostaria também de dizer que a minha presença aqui está colocada por uma certa timidez!... Mas, ao mesmo tempo, por uma certo sentido de uma certa comoção  e de privilégio!... Porque eu tenho consciência da comunidade, no seio da qual me encontro: uma comunidade de poetas e de poetizas e que fazem da poesia, aquilo que é: Resistência! Resiliência!  Solidariedade! Amor! Universalidade

Na sessão da referida tertúlia, em que, Conceição Lima, também concedeu autógrafos da sua última obra, O MUNDO VISTO NO MEIO,   a ser lançado em Março próximo, participaram os poetas  João Melo e Zetho Gonçalves (Angola), Ronaldo Cagiano e Ozias Filho (Brasil), Filinto Elisio (Cabo Verde), Luís Castro Mendes, Luís Filipe Sarmento, Dinis Machado e Maria João Cantinho (Portugal), e ainda Brassalano Graça (São Tomé e Príncipe/Portugal). - Além de outros rostos santomenses, tai como Solange Salvaterra, Rufino Santos, João Carlos, Carlos Gonçalves

Outra presença foi a do antigo jornalista do DN, Ferreira Fernandes,  que ali foi fazer uma reportagem para um espaço digital, sobre Lisboa -  Natural de Angola (Luanda,  27 de Maio de 1948 )esteve exilado em França, escreveu um livro com reportagens dos EUA, a que deu o título Os Primos da América, a de gerações de homens e mulheres que atravessaram o mar em busca de uma esperança que lhes faltava na sua terra, quer porque ela fosse terra demasiado pobre, demasiado pequena, demasiado atrasada, ou demasiado tudo isso em simultâneo.


Ferreira Fernandes (Luanda,  é um dos mais reputados jornalistas portugueses, tendo colaborado com o Público, o Diário Popular, a Visão e a Sábado, entre outras publicações. Recebeu diversos prémios de reportagem, entre os quais o prémio Bordalo — Jornalista do Ano (Casa da Imprensa) e o prémio Jornalista do Ano (Clube de Jornalistas do Porto). Assina atualmente uma crónica no Diário de Notícias

Conceição Lima - Indubitavelmente, uma das mais reputadas jornalistas são-tomenses, que tem pela poesia uma enorme paixão. Formada em Lisboa e no King's College de Londres, começou por publicar poemas dispersos em jornais e revistas e integra diversas antologias poéticas internacionais

Maria da Conceição de Deus Lima, nasceu em Santana, atual vila e capital do distrito de Cantagalo, em 8 de Dezembro de 1961, mais conhecida por Conceição Lima ou São de Deus Lima, creio que em resultado da admiração, do carinho, simpatia e da popularidade, que goza no seu país, possuidora de uma obra poética que tem sido objeto de vários estudos de Mestrado e de doutoramento em universidades portuguesas e sobretudo brasileiras e também o nome mais traduzido da literatura são-tomense, nomeadamente nas línguas alemã, árabe, francesa, italiana, galega, espanhola, inglesa, servo-croata, turca e shona.
Na capital britânica trabalhou como jornalista e produtora dos serviços de língua portuguesa da BBC. Apesar de uma longa carreira como jornalista, a escrita poética sempre fez parte da sua vida. Aos 19 anos viajou para Angola e participou na VI Conferência dos Escritores Afro-Asiáticos, onde recitou alguns dos seus poemas. Foi provavelmente a mais jovem a fazê-lo. Desde então já publicou dezenas de poemas em jornais, revistas, e antologias em vários países. Em 2004, publicou ‘O Útero da Casa’ e em 2006 lançou ‘A Dolorosa Raiz do Micondó’. ‘O País de Akendenguê’ é o último título editado



 


 

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