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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Dia de S. Martinho – Recordando a São-Tomense, a Minha Querida e Saudosa Companheira Margarida – Amor não tem cor mas coração, paixão saudade e amor. A única pessoa que me viu partir sozinho de canoa e de noite, rumo à Nigéria – Jamais te esquecerei “O Sr. Jorge (Coimbra) veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar" – Não o fez até hoje

 Jorge Trabulo Marques - Repetindo o apelo de 2008, ao Sr. Jorge Moysés Teixeira  Coimbra, que lhe fiz através de vários emails e pessoalmente em S. Tomé, quando ali regressei em 2014 e 2015   -  Tendo-o encontrado, em Lisboa, em 1978  - e  garantindo-me que voltaria a S. Tomé, em breve -  pedi-lhe o especial favor de ir  buscar o espólio fotográfico a casa da minha companheira, que  havia deixado em sua casa, quando parti para a grande aventura de canoa e, até hoje, não se dignou  entregar-mo - 

Traiu a confiança que em si depositou,  tal como o atestam os filhos e os netos por parte do seu falecido esposo , bem como a mim.  - Estas algumas das  palavras de Margarida na carta que me escreveu  : "O Sr. Jorge veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar" -  Sim, esse empresário português, ficou-me com milhares de negativos. Comprometeu-se a ser portador da sua entrega e aproveitou-se desse meu valioso património. -  Ainda por cima, faz acusações e ameaças deste género:  “ Estou pronto a investigar este assunto, mais informo que tal investigação sairá cara á tal senhora, a qual eu nunca vi”

Amor não tem cor mas tem Coração, Paixão, Saudade e Dor - Tributo à Minha Saudosa Margarida - Neste vídeo, palavras  e imagens dos filhos e netos na humilde casa onde passou os últimos anos da sua vida   - Que testemunharam a entrega do meu espólio fotográfico ao antigo empresário colonial, Jorge Coímbra.  - Não foi apenas o prejuizo material mas também o afetivo das muitas memórias de que se apoderou. que pude registar ao longo dos quase trezes anos que ali vivi.

Com o Pai e a irmã

Apelidavam-te de Margarida, tal como sempre 

2014

te tratei; mas o teu nome era Ricardina, nascida no dia 18 de Nov. de 1928 . Eras mais velha de que eu, mas isso não importava - Eu como tinha perdido a minha mãe, via também no teu amoroso rosto, além de uma fiel e querida companheira, uma boa amiga protetora. 

Sei que já não fazes parte dos vivos. Deus já te chamou para a outra margem da vida. Mas jamais te esquecerei, enquanto por aqui peregrinar até que um dia também parta para junto da tua companhia.


Quanto não sofreste!... Quando me vistes partir de noite e sozinho, numa canoa rumo à Nigéria, da praia Gambôa, para me ver livre das perseguições e espancamentos de que estava sendo alvo por  parte de alguns colonos, como represálias ao meu trabalho jornalístico, denunciando os massacres do Batepá e dando voz aos que pugnavam pelo fim do colonialismo e a independência das maravilhosas ilhas.  

Ao reler a tua carta, as breves linhas que me dirigiste, mais se me reforça a impressão de que os teus pressentimentos batiam certos: de que, um tal Jorge Coimbra, que foi a tua casa buscar os rolos das  fotografias, não era pessoa de confiar – Ficou de mos entregar e até hoje nunca mais o fez.

SÃO TOMÉ - ATITUDE DO EMPRESÁRIO JORGE  MOYSÉS TEIXEIRA COIMBRA -  DA  CASA COIMBRA - QUE FICOU COM O MEU ESPÓLIO FOTOGRÁFICO E NUNCA MAIS MO ENTREGOU - Veja-se até onde vai o descaramento, na troca mensagens que travávamos: Quererá, então, dizer-me que não se deslocou a casa dessa pessoa minha amiga?  Que não lhe foi feito esse pedido?.. Mas, então, acha que , a humilde são-tomense,  é mentirosa? .. Ou que ela ia  escrever-me uma carta, dando-me conhecimento da sua diligência, mentindo-me? – Mais: tendo ainda de  pedir a uma pessoa para lha escrever, pois não sabia ler nem escrever, apenas por mero devaneio?!..

Diz você que “ Estou pronto a investigar este assunto, mais informo que tal investigação sairá cara á tal senhora, a qual eu nunca vi” – 

Cara, como assim? Vai-lhe hipotecar a campa rasa?!..

Quem não deve não teme. Longe de pretender denegrir a sua imagem ou o seu nome, mas entendo que o assunto deve continuar a ser do conhecimento público  -  O que, até agora, era uma franca e cordial carta aberta, aguardando que tivesse a gentileza de fazer a entregar do espólio que lhe foi confiado ou de ao menos se dignar responder-me - pois não tinha forma de o contactar, pese o facto de lhe ter escrito algumas cartas, a que nunca respondeu, não pode ficar escamoteado.

 Fez este apelo em Fevereiro de 2008 https://canoasdomar.blogspot.com/2008/02/sao-tome-atitude-do-empresario-jorge.html

"O Sr. Jorge veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar" - Este empresário português ficou-me com milhares de negativos. Comprometeu-se a ser portador da sua entrega - e até hoje, numa mais mos entregou.

CARTA ABERTA
Caro Sr.  Jorge Moisés Teixeira Coimbra:

Quando me encontrei consigo, aqui em Portugal, pedi-lhe o favor de, ao voltar a São Tomé, se deslocar a casa de Margarida  para ser portador do meu espólio fotográfico que havia deixado ao seu cuidado. E você foi lá, levou os milhares de negativos mas não mos entregou até hoje.

Recebi uma carta de Margarida, com a data de 6 de Junho de 1978, informando-me de que “senhor Jorge veio cá buscar rolos de filmes todos. Dizendo que ia te mandar” Sim, foi lá, teve esse gesto, mas entendeu apoderar-se, abusivamente, do que não lhe pertence. Mandei-lhe várias cartas mas nem sequer teve a gentileza de me responder.

Azar o meu quando nos encontrámos na baixa lisboeta e lhe pedi esse favor! - Quantas vezes já me não arrependi por não os ter levado comigo na canoa – Na véspera preparei tudo para os trazer, porém, receando perdê-los ou danificá-los na viagem com a água do mar, apenas ousei levar uns quatro ou cinco (de fotografias premidas em exposições); afinal, acabei por perdê-las de outra maneira – e, pelos vistos, de um modo bem traiçoeiro!


Atitude completamente diferente da que teve o Sr. Afonso Henriques Ferreira - pessoa muito respeitada naquela ilha, que sempre muito considerei, que igualmente se dirigiu a casa de Margarida, a meu pedido,  para ser portador de um álbum de fotografias (pois as películas, todos os negativos, já os tinha levado você) ele teve a amabilidade  de mos entregar. Mas você usurpou-mos!Não é uma pessoa séria.

Não gostaria de enveredar pela via judicial, pois acho que isso não seria a melhor solução, mas não posso aceitar que fique com um trabalho que não lhe pertence! Não me conformo que continue a apoderar-se de um bem que eu considero de inestimável apreço.  – São documentos e recordações, a que atribuo um valor afectivo muito grande e que muito me custa ver perdidos,


Como se recordará, quando voltei, a São Tomé, alguns meses depois da minha travessia numa pequena piroga de São Tomé à Nigéria, dirigi-me à sua loja - tal como também a outros comerciantes e pessoas amigas a quem fui pedir o  apoio para a  travessia que contava realizar a bordo da canoa Yão Gato, com a qual estava determinado a desafiar a solidão do Atlântico e tentar a travessia de São Tomé ao Brasil.

Das imensas dificuldades por que passei, já eu lhas descrevi, em parte, pessoalmente, quando me encontrei consigo, no Rossio, em Lisboa, quase dois anos depois. Nessa mesma altura, aproveitei ainda para lhe agradecer, uma vez mais, a colaboração que então me prestou, e a que eu já fiz referência nas várias exposições que apresentei.

No entanto, se por um lado, este é um aspecto positivo que me apraz registar, há todavia um outro que me parece condenável, muito deselegante da sua parte – Mais do que isso! É como se acaso me tivesse deferido um golpe de punhal – Sim, acredite, é um sentimento da mais profunda decepção e de revolta que eu tenho contra si – E sabe porquê, Caro Sr. Jorge?! – Sabe, muito bem, com certeza! 

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