Marcha Evocativa dos Mártires da Liberdade do Massacre do Batepá – Comemorativa do 70º aniversário de 3 de Fevereiro de 1953 - Seria importante que, os atos evocativos, decorressem de forma pacifica e ordeira e não fossem aproveitadas por oportunismos partidários, seja que de quadrante for mas motivo de profunda reflexão de que a vida humana é um bem precioso, criado por Deus, e que, em circunstância alguma, deverá ser esmagada, tal como sucedeu no passado 25 de Novembro de 2022 e naquele distante dia de 3 de Fevereiro de 1953
Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Em 2016, então sob a
Presidência da República de Manuel Pinto da Costa, a que tive oportunidade
assistir, a cerimónia foi inaugurada com a deposição de uma coroa de flores
pelo Presidente da República, junto ao novo Monumento dos Mártires da
Liberdade, de autoria do arquiteto Alexandre d´Alva -
Ouviram-se cânticos e prédicas dos principais credos religiosos, que ali se
fizeram representar. Viram-se rostos, ainda emocionados ou com as rugas e
expressões, ainda bem estampadas nos semblantes de um punhado de sobreviventes,
dos que lograram resistir e que ali compareceram - Que ainda hoje não conseguem
disfarçar as mazelas imensas, de que foram alvos, os imensos sacrifícios, o
terrível sofrimento, a que foram submetidos - A contrastar com os sorrisos de
alegria da juventude, a mais calorosa e participativa, que, embora informada do
significado do lugar, sabe que a melhor forma de fazer perdurar a memória dos
seus antepassados, dos que ali tombaram, é também honrá-los, em ambiente
festivo, mas pacífico, com o entusiasmo e o calor da sua vitalidade,
determinação energia - Pois, no fundo, é sempre este o maior desejo dos que
sabem que vão morrer por uma causa nobre e justa e a que não resta outra
esperança, senão a certeza ou a confiança de que os vindouros, possam desfrutar
de um melhor bem-estar e modo de vida, que eles não tiveram.
No entanto, já o mesmo não sucedeu, em 2017, por ocasião das Comemorações do
64ª aniversário do Massacre do Batepá, em Fernão Dias, ensombradas com as
ausências das várias igrejas em protesto pelo sectarismo de Patrice Trovoada,
que mais uma vez quis transformar um ato histórico, de morte e sofrimento, num
comício-festa-partidário - Situação nunca vista desde quese presta homenagem aos que ali tombaram
COMO A MORTE CEIFOU POR COMPLETO UMA PEQUENA ALDEIA E SE ALASTROU POR QUASE TODA A ILHA -
Escasseava a mão de obra barata..
E o governador planeava construir grandes edifícios
à custa do trabalho forçado nas ilhas
e mandou o ajudante de campo
armado em soldado nazi a comandar
um grupo de milícias para ordenar
o trabalho obrigatório..
num verdadeiro retorno aos primórdios
do ignóbil e duro esclavagismo,
até que, numa remota aldeia perdida no mato,
algures pela Vila da Trindade,
alguém se encheu de coragem e reagiu
sobre o fogoso e arrogante alferes,
que teve a reação popular que merecia
e à altura da leviandade
e do desprezo como olhava a população e impunha a sua vontade .
A partir daí o Governador Gorgulho - para salvar a face
dos seus desmandos e prepotências,
e, como os grandes erros, nunca vêm sós,
para justificar uns cometia outros, cada vez mais graves.
passou acusar os "rebeldes" de comunistas,
através da imprensa e da rádio.
E não tardou que os colonos - incentivados ao ódio à dita "hidra comunista",
respondessem ao apelo dos muitos boatos propalados:
"Há notícias de que foram avistados submarinos soviéticos ao largo
e descarregadas armas para apoiar a revolta dos negros insurretos contra
a integridade desta província ultramarina!" - Foram detidos
e presos vários suspeitos. O governo promete firmeza
e mão pesada aos criminosos!
Por toda a ilha mobilizam-se milhares de voluntários."
- E, quilo que poderia ter sido um caso isolado,
depressa é rotulado de rebeldia comunista.
Face a tais atoardas e falsos alarmes, as roças passam ao ataque:
empregados de mato e dos escritórios,
feitores e administradores - e até capatazes negros -
partindo em jipes de todas os cantos da colónia,
concentraram-se na Trindade, e, fortemente armados, dirigem-se
através dos caminhos do mato ao Batepá, descarregando tiroteio forte e feio,
(naquela e noutras aldeias) sobre as populações indefesas e pacíficas
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