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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

S. Tomé - Ensino Superior está a ser abalado, pelo aumento do fluxo migratório – E Portugal tem sido o maior destino dos seus imigrantes – E mais teriam vindo se pudessem pagar o bilhete do avião. Muitos dos santomenses arriscam-se a ir à aventura sem dinheiro no bolso. Outros vêm por razões de saúde - Tem sido uma comunidade bem integrada e maioritariamente bem-sucedida

                                                       Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Imagem nos últimos anos do período colonial - 

Os santomenses, que não figuravam entre os dez primeiros dos Palop, chegam ao 10.º lugar em 2000 - Atualmente, admite-se que vão além dos 40 ou 50 mil A liderança é dos brasileiros. Os   angolanos e guineenses mantêm-se entre os grupos maiores, mas perdem uma posição, passando respetivamente para o 4.º e 5.º lugares, pela interposição dos ucranianos na terceira posição

Há mesmo quem diga, em S. Tomé,  que, se nada for feito, o futuro das Universidades no país pode estar comprometido. As turmas estão praticamente vazias. O cenário repete-se em todas as universidades de São Tomé e Príncipe e já lá vai quase um mês desde o início das aulas. – Pormenores mais à frente.

Portugal é um país pequeno, com apenas 10,3 milhões de habitantes, e com uma população que vem diminuindo a cada ano. Pelo sétimo ano seguido, os portugueses viram o número de imigrantes aumentar. E, de novo, os brasileiros tiveram uma grande participação nesse crescimento.

Quase 800 mil estrangeiros vivem em Portugal e  - Metade dos quais são brasileiros. Os dados oficiais não incluem os cidadãos com dupla nacionalidade europeia nem os que estão em situação irregular.

A população estrangeira residente em Portugal aumentou em 2022 pelo sétimo ano consecutivo, totalizando 781.915 cidadãos, mantendo-se a comunidade brasileira como a mais representativa e a que mais cresceu – Informação do SEF em 2023 – Mas, a presença de imigração asiática, já não deverá ficar muito atrás da brasileira

Os cabo-verdianos, que chegaram a estar na primeira posição  dos imigrantes em Portal, já foram ultrapassados na lista a favor dos brasileiros, nos últimos anos. Por sua vez, os santomenses Os santomenses, que não figuravam entre os dez primeiros, chegam ao 10.º lugar em 2000 e descem para 11.º em 2007

UNIVERSIDADES EM S.TOMÉ DESPOVOAM-SE  - O ensino nas Universidades em São Tomé e Príncipe está a ser abalado, em particular, pelo aumento do fluxo migratório, que tem retirado muitos alunos ao ensino superior.

«No ano passado, a essa altura já tínhamos uma média de 200 alunos, neste momento, estamos com 50 alunos» – disse Agostinho Rita, reitor da Universidade IUCAI.

«Nós temos cursos que já iniciaram há três anos e começaram com uma média de 30 alunos e, só têm hoje 8 alunos» – avançou Vanda Costa, responsável pelos recursos humanos da Universidade Pública de S. Tomé e Príncipe.

«Estamos com muito poucos alunos em sala de aula» – frisou por sua vez, Helena Afonso, assessora e docente da Universidade Lusíada.

O fluxo migratório, sobretudo de jovens para o estrangeiro, é uma das principais razões.

“Aconselhamos esses jovens, é claro que ninguém pode impedi-los de sair, que acabem um curso em S. Tomé antes de ir ao estrangeiro» – aconselhou Agostinho Rita.

Para colmatar a situação, as universidades avançaram com algumas propostas ao governo.

«Para obter bolsa das empresas petrolíferas é preciso ter uma média 12. Todos que têm média 12, 13,14 foram-se embora para Portugal. Estamos a propor ao governo para rever essa média 12. Por outro lado, a possibilidade de dar bolsa a todos aqueles que têm o 12º ano concluído e que não têm condições» – avançou o reitor do IUCAI. – Fonte STP-Press

                      UMA COMUNIDADE PACIFICA E BEM INTEGRADA - Imagens do passado dia 12 de Julho da comemoração do 48º aniversário da Independência, em Portugal 


                            


                                   Se fosse noutra capital europeia, era impossível conceber uma festa africana, sem um único agente policial. Mas a festa era de gente pacífica, que não tem hábitos de conflitualidade - Música, muitos sorrisos, muita diversão e alegria, convívio fraterno, muita juventude, muitos são-tomenses de todas as idades. Criancinhas ao colo das mães, nos carrinhos ou atrás das costas à boa maneira africana. Tendas com pratos típicos para quem não levasse farnel mas também muitos piqueniques, aqui e além, sentados na relva ou junto a uma qualquer árvore, a lembrar as diversões de um qualquer fundão, quixipá ou terraço das suas ilhas

 

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