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domingo, 26 de julho de 2015

Em S. Tomé – Reencontro com velhos amigos e com as pequenas maravilhas do artesanato da Associação Pica Pau




Em S. Tomé – Imagens de algumas das pessoas e rostos, com quem me cruzei na manhã e tarde deste último sábado  - Com pena minha, tenho andado mais caseiro e citadino de que a desfrutar as maravilhas deste paraíso equatorial – Por um lado, é a minha exposição, “Sobreviver 38 dias no Mar dos Tornados”,que me tem ocupado algum tempo, e que vai ser inaugurada na Terça-Feira, dia 28 de Julho, no Centro Cultural Português- na qual gostaria de contar com muitos amigos. Ontem, por exemplo, ali bem ao centro da cidade, quem vou eu encontrar? Um antigo companheiro do extinto Emissor Regional de S. Tomé, Aurélio Aragão,  atual técnico da televisão de S. Tomé.  

De seguida,  fui tomar um cafezinho ao Café do Chico , onde o charme e simpatia, estão imediatamente frente ao balcão: tanto da cordialidade do Chico, como das empregadas e empregados – Desta vez, só lá vimos a  Yazalda, com a sua  colega, Ivanilda . Um dos clientes, era o Abreu, paramédico, com quem travámos  alguns momentos de amável diálogo


Tomada a bica, dirigi-me ao Centro Cultural Português, para a continuação dos trabalhos da montagem da minha exposição, onde contei, mais uma vez com a preciosa colaboração do Nelson, e, desta vez, também com a do Dani, naturais da Vila das Neves – Um grande abraço pela vossa amável ajuda.





No período da tarde, já quase ao pôr-do-sol, fui até à Biblioteca Nacional, pois haviam-me dito que decorriam ali uns debates, muito interessantes, como, de resto, pude vir a  comprovar, a que já me referi noutro espaço.
À entrada, vários profissionais da Comunicação social, entre os quais, o Euclides Amadeu, da TVS, que, há dias, me deu o prazer e a honra de ser seu convidado especial no programa, que apresenta às segundas, quartas e sextas, na Televisão de S. Tomé, e ao qual aproveitei para lhe expressar, uma vez mais, o meu profundo agradecimento

ARTISTAS DA ASSOCIAÇÃO PICA PAU.

É uma associação, composta, atualmente por um grupo de 14 pintores e escultores e duas pintoras e escultoras,  fundada em 2003 – Situada, ao lado do antigo Cinema Império, atualmente sede de um banco, na área frondosa limítrofe – Sem dúvida, é aqui que o amante da pintura e da escultura, pode encontrar as obras, mais criativas e variadas, do riquíssimo artesanato santomense, que outra escola não tem senão a herdada ou recolhida  das verdadeiras raízes da cultura popular destas maravilhosas ilhas: - Desde o figurativo dos frutos da terra e da pesca, aos variadíssimos motivos do quotidiano das suas gentes, costumes e tradições .

Sim, vale a pena visitar o espaço: pois, tanto pode ser uma excelente oportunidade de contemplação, nos detalhes artísticos, de tantas pequenas maravilhas, como de um franco e caloroso diálogo, com os artistas, ou   mesmo de os ver em plena execução das suas obras. E foi, realmente, o que, mais uma vez, ali pude desfrutar, nomeadamente, com o Ismael  Viegas e a Ermelinda, artistas de grande talento, dignos de figurar nas mais cotadas exposições internacionais, assim como  outros seus colegas. Espero que, de hoje a um ano estejam numa exposição coletiva, em  Portugal, a fim de corresponder à solicitação d meu estimado amigo, Dr. Nuno Lima de Carvalho, diretor da Galeria de arte do Casino Estoril

Ecos do que se tem dito do artesanato

"O artesanato são-tomense é produzido, por força das circunstâncias, com recurso aos materiais que ali existem e que a natureza providencia: o coco, a madeira, as conchas, as sementes, a folha de palmeira e a areia. Por isso, para trazer algumas recordações da estadia nas ilhas, pode encontrar à disposição cinzeiros, pulseiras, quadros e baldes para gelo em coco; canoas, caixas e quadros com relevos, “machins” (catanas), rostos e máscaras, esculturas, gamelas,e quadros trabalhados em relevo ou embutidos em madeira; colares e pulseiras feitas com conchas, búzios e sementes; leques e cestaria feitos em bambu e folha de palma; objectos e utensílios em osso burilado, brinquedos construídos em arame. No mercado também pode encontrar alguns utensílios de barro”.


COM O ENG. ARNALDO SOUSA PONTES, DO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA


Ao regressar do restaurante, onde habitualmente costumo dirigir-me, pois é baratinho e come-se bem, pude ainda ter o prazer de  conhecer, num encontro casual, o Eng. Agrónomo, Amadeu de Sousa Pontes, um tanto ou quanto dececionado por S. Tomé ter  passado de 10 mil toneladas de produção de cacau, anuais, a 2 mil. “Com a descolonização, ficámos, sem técnicos, sem pessoas que percebiam da agricultura, e ainda não ultrapassámos  esses problemas”.

De facto, nas revoluções, cometem-se alguns erros, que, por vezes, são difíceis de ultrapassar. Pois, mas quem é que estava bem naquela altura?.... Os  donos das roças, refastelados em Lisboa, que não mexiam uma palha e  eram os grande senhores das riqueza produzidas por milhares de trabalho escravo. E. mesmo antes que fossem nacionalizadas, as deixaram praticamente abandonadas. É certo que agora não se produz tanto cacau, em contrapartida, quem lá trabalha e tem o seu bocado, pode colher o produto da terra e, mesmo assim, sentir-se feliz. Enquanto, no tempo colonial, quem é que podia colher uma pinha de banana, sem autorização do patrão? – Haverá dinheiro que paga a liberdade e a identidade? – Esta é a questão , que,  muitas vezes se ignora que os analistas, descuram ou  não tomam em consideração.

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