A Gravana é uma boa altura para se visitar
S. Tomé – O tempo refresca mais um pouco, quase não chove mas em que as
queimadas irrompem espontaneamente na zona da savana, a nordeste de S. Tomé,
proporcionando espetáculos insólitos, com
revoadas de falcões à cata de insetos e lagartixas. - Foi justamente o que pude observar, na
companhia de duas pessoas amigas, no troço da estrada da Lagoa Azul, em mais um
passeio até ao Padrão dos descobrimentos
- Nesta época da seca, há mais períodos de
tempo nublado de que a descoberto mas há também maravilhosas manhãs de sol
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Foi, precisamente, com uma luz divinal, esplendorosa, com que me deslumbrei ao sair de casa, na manhã de ontem, ao avançar rua a fora, onde, é frequente deparar-se com um rosto afável, sorridente e amigo – Como que a fazer lembrar as pequenas aldeias ou vilas de Portugal, onde todos se conhecem e cumprimentam,
– Sim, embora, de algum modo, o hábito já se tenha perdido, já não seja, como dantes, em que conhecidos e desconhecidos se saudavam, ao cruzarem-se, ainda é frequente o esboçar de um sorriso, ou até o da trivial saudação, conforme a hora do dia. E, então, se o encontro for entre rostos que se conhecem, maior ainda é a exuberância, a efusão de sentimentos, no abraço ou no aperto de mão. E é, sobretudo, de alguns destes encontros, destas sempre amáveis surpresas, a que venho reportar-me
– Sim, embora, de algum modo, o hábito já se tenha perdido, já não seja, como dantes, em que conhecidos e desconhecidos se saudavam, ao cruzarem-se, ainda é frequente o esboçar de um sorriso, ou até o da trivial saudação, conforme a hora do dia. E, então, se o encontro for entre rostos que se conhecem, maior ainda é a exuberância, a efusão de sentimentos, no abraço ou no aperto de mão. E é, sobretudo, de alguns destes encontros, destas sempre amáveis surpresas, a que venho reportar-me
Manuel da Conceição Lopes Tomé -
Juiz conselheiro Jubilado
Uma figura prestigiada e muito respeitada da
magistratura santomense. É o que se pode dizer, um histórico, que entrou,
como modesto funcionário para o Tribunal, em 1958, ou seja, três anos
depois do massacre do Batepá – É das poucas pessoas, da área judicial, que fez a travessia do período colonial para a independência, que conhece bem os “cantos da casa” – Uma das pessoas, mais habilitadas a pronunciar-se
sobre a evolução da justiça, em S. Tomé e Príncipe.
Naturalmente, que, a oportunidade do encontro casual, além de ter servido para um abraço amigo, foi ainda pretexto para uns breves momentos de amistoso diálogo, ao qual, pouco depois, se juntaria um dos seus filhos, que entretanto ainda não havia saído do carro em que ambos se transportavam
Américo do Espírito Santo
Ia a caminho da marginal, quando outra voz
amiga e muito estimada em S. Tomé, me chama: era o Américo do Espírito
Santo -
Filho do Américo, do examinador de minha carta de condução, sobrinho do Eurico e do Eugénio e da poetiza Alda. Neves da Graça Espírito Santo - Nomes de uma das famílias, mais notáveis e muito queridas em S. Tomé e Príncipe,
Filho do Américo, do examinador de minha carta de condução, sobrinho do Eurico e do Eugénio e da poetiza Alda. Neves da Graça Espírito Santo - Nomes de uma das famílias, mais notáveis e muito queridas em S. Tomé e Príncipe,
Américo Espírito Santo, neto do Engº
Agrónomo, Salustino da Graça do Espírito Santo, uma das figuras
incontornáveis ao falar-se das barbaridades infligidas, a milhares de santomenses, nos massacres do Batepá,
em Fevereiro de 1953, pelo então Governador Carlos Gorgulho –
Interessante momento, para um abraço amigo e
recordar antigas memórias
Joaquim Rafael Branco –
ou, simplesmente, Rafael Branco – Primeiro-ministro, de 2008 a 2010
Foi um dos meus colegas de rádio, no extinto Emissor Regional de S, Tomé e Príncipe, da EN .
Eu era operador de rádio, ele locutor e realizador com o Pedro Rocha – Ambos responsáveis do programa Poliedro: de âmbito cultural, informativo e recreativo.
Foi, pois, com entusiástico prazer que, tantos anos depois, ao receber-me, no gabinete do seu escritório, pude reencontrar-me, com um velho amigo e companheiro das mesmas lides.
Embora, naquela altura, já lhe reconhecesse grandes dotes de comunicabilidade, excelente formação académica, a par de muita garra e imaginação, longe, pois, de imaginar que, aquele rapaz, magro e franzino, haveria de guindar-se a tão alto cargo governativo do seu pais – E, diga-se, com muito mérito, já que, muitas as grandes obras do seu país, haveriam de ser executadas, durante a sua curta mas profícua governação. Mas não só na politica, se tem destacado, como também na atividade empresarial, onde tem sido um empresário, bem sucedido.
NO CAFÉ DO CHICO – COM O
JOSÉ CASTRO MOURA – ASSESSOR DO PR
“O café do Chico”, numa das instalações da famosíssima Casa Pereira Duarte, situada no coração da
cidade, é um dos locais mais frequentados pela comunidade portuguesa, que
reside em S. Tomé.
Uma comunidade, perfeitamente integrada na vida económica e cultural santomense, respeitada e respeitadora, que não tem nada a ver com alguns aspetos do tempo colonial. Mas, também, um espaço frequentado por pessoas da terra e turistas, tal era, naquele momento, o caso do . Nitócris Silva , de ferias na sua terra mas a trabalhar e a residir em Portugal, em gestão bancaria.
Uma comunidade, perfeitamente integrada na vida económica e cultural santomense, respeitada e respeitadora, que não tem nada a ver com alguns aspetos do tempo colonial. Mas, também, um espaço frequentado por pessoas da terra e turistas, tal era, naquele momento, o caso do . Nitócris Silva , de ferias na sua terra mas a trabalhar e a residir em Portugal, em gestão bancaria.
Porém, o que imprime a nota, mais singular e atrativa, ao Café do Chico, o que particularmente o distingue, além de cafetaria e bar, assim como de um ótimo espaço de restaurante, é, sem dúvida, o ambiente de convívio; quer para quem se sente ao balcão, quer junto a algumas mesas do bar e do restaurante – Tudo, graças à simpatia do Chico, à forma – ao mesmo tempo desprendida, cordial e bonacheirona - como sabe conviver e relaciona-se com o clientes.
Passei, por lá, ontem ao fim da tarde, para tomar um
cafezinho, visto ser um dos que mais apreciei, até agora na capital – E quem lá vou encontrar? – Aliás, reencontrar, sim, porque já nos tínhamos cruzado
e falado em anteriores circunstâncias – É pois, o José Castro
Moura, de nacionalidade portuguesa, assessor de Imagem e
Comunicação Social do Presidente, Manuel Pinto da costa. – Sempre afável
e sorridente. Com o cabelo, um pouco mais grisalho, não tão escuro, como quando
ambos nos cruzávamos nas lides da rádio, em Portugal: - Ele, na Rádio
Renascença, eu na Rádio Comercial. Tratou-se, pois, de mais um momento de
franco e amistoso convívio, de agradável reencontro de compatriotas e
profissionais do mesmo ofício
BAR-CAFÉ DA RESIDENCIAL
AVENIDA
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Outro espaço, muito conhecido na cidade de S. Tomé - lugar de tertúlia e
de convívio, por onde passam todas as novidades, onde se assentam políticos e
intelectuais, + é o Bar-Café da Residencial Avenida.
– Nas imagens ao lado, as fotos de Deodato Capela (historiador) e do Manuel Trindade Costa, um dos mais experientes mecânicos de avião destas ilhas, sempre igual a si mesmo, com a mesma expressão e afabilidade, que lhe conhecíamos
– Nas imagens ao lado, as fotos de Deodato Capela (historiador) e do Manuel Trindade Costa, um dos mais experientes mecânicos de avião destas ilhas, sempre igual a si mesmo, com a mesma expressão e afabilidade, que lhe conhecíamos
MEMÓRIAS DO CAUÉ - João Laida
– Ex-sub-oficial das Forças Armadas de S. Tomé e Príncipe - Filho de português e de mãe
“angolar.
O pai era o mecânico Sr. Marques, sorriso aberto e expansivo, que andava sempre vestido de ganga azul (uma espécie de fato-macaco), responsável pela conservação as instalações tecnológicas do cacau e do café da Companhia Agrícola Ultramarina.
O pai era o mecânico Sr. Marques, sorriso aberto e expansivo, que andava sempre vestido de ganga azul (uma espécie de fato-macaco), responsável pela conservação as instalações tecnológicas do cacau e do café da Companhia Agrícola Ultramarina.
Eu tinha 19 e ele 14, quando, fui
trabalhar, como empregado de mato, na roça onde ele nasceu.
O administrador daquela empresa colonial, o “Sr.Pereira” do Uba-Budo, mandou-me de castigo a contar cacaueiros velhos, em áreas abandonadas e infestadas de cobra preta, naquela roça e na do Novo Brasil, e foi nesse tempo, que o João me conheceu pela primeira vez – Dele, já não me lembrava, porém, a figura de seu pai, essa, jamais a esqueço: tal como a do Sr. Agostinho, o Feitor-Geral do Uba-Budo - Dois rostos, dos quais guardo as melhores recordações. Já o mesmo não direi da figura arrogante e autoritária do “Sr. Pereira”, o patrão que habitava a casa grande, onde se situava a sede da administração. Que, pelo facto, de não aceitar tratar os serviçais, por tu e ao velho estilo colonial, me envia para o sul da ilha, como que a cumprir uma espécie de degredo forçado.
O administrador daquela empresa colonial, o “Sr.Pereira” do Uba-Budo, mandou-me de castigo a contar cacaueiros velhos, em áreas abandonadas e infestadas de cobra preta, naquela roça e na do Novo Brasil, e foi nesse tempo, que o João me conheceu pela primeira vez – Dele, já não me lembrava, porém, a figura de seu pai, essa, jamais a esqueço: tal como a do Sr. Agostinho, o Feitor-Geral do Uba-Budo - Dois rostos, dos quais guardo as melhores recordações. Já o mesmo não direi da figura arrogante e autoritária do “Sr. Pereira”, o patrão que habitava a casa grande, onde se situava a sede da administração. Que, pelo facto, de não aceitar tratar os serviçais, por tu e ao velho estilo colonial, me envia para o sul da ilha, como que a cumprir uma espécie de degredo forçado.
Acompanhava-me um trabalhador cabo-verdiano, nessa escrava tarefa: e, para que não houvesse repetições (pois o patrão exigia que o cacaueiro velho e abandonado, mesmo já podre e encoberto de capim e matagal, tinha de ser registado), eu contava-os, ele marcava-os com cal. Obviamente, que, numa das zonas mais quentes e pluviosas da ilha, e então em áreas, já praticamente, de capoeira, era inevitável a presença da cobra preta -
Era, pois, com que deparávamos, todos os dias: Eu, de galochas, ainda me podia defender, porém, , com ele - descalço e esfarrapado - o risco era maior. E foi o que lhe sucedeu: - um dia, uma cobra preta, picou-o e morreu no mesmo sítio – Naquele dia, de nada lhe valera o machim para a sacudir – Depois de a pisar, pouco depois, jazia no chão, da forma mais horrível e agonizante.
Tal foi o meu choque, que, no dia
seguinte, decidi abandonar aquela propriedade. Onde só voltaria, anos mais tarde,
agora para iniciar a escalda do Pico Cão Grande, um difícil desafio, que
me levaria quatro anos a concluir, e que começara por ser
mais um gesto de revolta à humilhação sofrida de que por razões de ordem
desportiva. Não vou dar aqui mais detalhes sobre esta aventura, uma vez já me ter referido, detalhadamente, noutro post deste bogue https://canoasdomar.blogspot.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html
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