AMADOR FOI MORTO NO DIA 4 DE AGOSTO DE 1595 - - NESTADATA É QUE DEVERIA SER PRESTADA HOMENAGEM AO GRANDE HERÓI DA PÁTRIA SANTOMENSE
Segundo documento, existente no Vaticano, do qual pudemos extrair a sua cópia, em aturadas pesquisas que fizemos na BN e na Torre do Tombo, é dito que, o Rei Amador foi barbaramente assassinado, em 4 de agosto de 1595, "os mesmos cinco negros principais aliviados, pegaram o falso rei Amadore levado e amarrado à cidade de S. Tomé, que, colocado em couro de bode, foi arrastado por um rabo de cavalo para lhe cortarem as mãos, enforcado, esquartejado, e o mandei colocar em locais públicos.
"REVOLTA DOS PRETOS EM S.
TOMÉ (1595) - Amador, preto revoltado, é
preso e enforcado - Excomunhão negro lançada
pelo Bispo ao Governador da Ilha.
Tradução Domingo, 9 de julho de 1595, estando ali o povo da igreja, um negro levanta-se com outros cinco ou seis aliados na ilha de S. Tomé e cada um deles conduziu com eles todos os escravos dos bens de seus senhores que podiam e mataram todos os homens brancos e mulatos (filhos de brancos e negros) que noutros lugares daquela terra, tanto nas casas como no campo, e então com uma grande multidão eles invadiram a Igreja da Paróquia de S.Tomé •- E também mataram da mesma maneira o branco quando o tomaram, não enquanto a missa foi dita e o padre era morto se ele não tivesse escapado: beberam no cálice em que era celebrada e queimaram a Igreja. Depois disso, eles foram matar um sacerdote que era o mestre dos principais solleuários e juntos mataram um fazendeiro que cuidava de sua propriedade, que, depois de saqueada, a queimou com ingenuidade como brucaro. No mesmo dia eles queimaram até o décimo quinto lugar e, enquanto se afastavam, levaram todos os filhos e filhas que encontraram neles, submetendo-os à obediência! O primeiro negro que se levantou, chamado pelo nome Amadore, - Pormenores mais à frente
AMADOR - HERÓI E FIGURA INCONTORNÁVEL DO PASSADO HISTÓRICO DAS ILHAS VERDES DO EQUADOR - - A origem ancestral dos réis e imperadores não é exclusivamente europeia - Nem foi tão pouco no chamado velho continente que começou, quando o Egipto já tinha imperadores - SIM, NUM TEMPO EM QUE, QUASE TODA A EUROPA AINDA VIVIA PRATICAMENTE MERGULHADA NA PENUMBRA E DAS TREVAS DA ERA DA PEDRA
Decorreram, na
capital santomense, as tradicionais cerimónias
de homenagem ao Rei Amador, assinalado com a deposição de coroa de flores pelo Primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus que
considerou de “um dia alto da nossa história” em termos de comemorações.” –
Segundo refere STP-Press
Tendo
considerado Rei Amador de “figura mítica, lendária, o símbolo maior da nossa
resistência cultural, durante seculos que nos levou ao processo da
independência, Jorge Bom Jesus disse que “ precisamos também do herói do
presente, precisamos de Amadores do presente que possam ajudar-nos a enaltecer
em primeiro lugar o espirito da são- tomensidade”
, rumo ao desenvolvimento sustentável do País.
Na sua intervenção, a
ministra da Cultura, Maria da Graça Lavres disse que “ Rei Amador é o maior
símbolo da liberdade do povo são-tomense desde os primeiros tempos”,
sublinhando que “ a sua figura tornou-se mito entre concidadãos, um símbolo da
libertação do domínio colonial”.
Na oportunidade, O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom
Jesus segundo refere ainda a agência STP-Press, santomense, aproveitou para confirmar
a entrada de 5 milhões de dólares do Banco Mundial, de apoio ao Orçamento Geral
do Estado
http://www.stp-press.st/2020/01/04/primeiro-ministro-confirma-entrada-de-5-milhoes-de-dolares-do-banco-mundial-no-dia-do-rei-amador/
"REVOLTA DOS PRETOS EM S.
TOMÉ (1595)
SUMÁRIO - Amador, preto revoltado,
é preso e enforcado - Excomunhão lançada pelo Bispo ao Governador da Ilha.
No anno de I595 um preto
da Ilha de S. Thomé, chamado Amador, se levantou com os homens da sua cor, e se
proclamou Rei da mesma Ilha, commettendo os excessos que eraõ de esperar d'uma
besta feroz; fazendo se lhe uma guerra de extermínio, veio a ser prezo, e
enforcado em I 595 (1), com alguns dos seus complices.
Deu occaziaõ a este
attentado a desordem e confuzao em que estavaõ os povos da Ilha, por cauza da
excomunhão fulminada pelo Bispo Dr. Fr. Francisco de Villanova, contra o
Governador D. Fernando de Menezes, em 1594
RELATÓRIO DOS FACTOS
OCORRIDOS EM S. TOMÉ, EM 1595 - Tradução da cópia do documento existente nos arquivos do Vaticano - Sujeita a algumas imperfeições, pese o esforço para a colocar em texto neste site. - Hoje o seu busto e uma estátua, esta concebida pelo escultot Zémé, no coração da cidade S. Tomé, capital do arquipélago, perpetuam a sua memória
SUMÁRIO-Capitaneados por
Amador, que se fizera eleger Rei, dos pretos, amotinados, queimaram a cidade de
S. Tomé, abrasaram as igrejas, profanaram os vasos sagrados, mataram um Padre, destruíram
os engenhos de açúcar-Presos finalmente os responsáveis, foram duramente
justiçados.
(...) Um pouco mais tarde, mais
de 4.000 escravos, que seguirão o falso rei, obedeceram a Sua Majestade; Esperando que esse excesso lhes seja perdoado, devido ao Bando enviado pelos Capitães da
Ilha, que, em termos do décimo quinto dia, pediram a todos os rebeldes que
voltaram, e, como muitos estão desaparecidos, estendo o referido prazo por mais três dias,
período em que quase todos se envolveram, porque a força ainda permanece no
campo, considerando o grande dano que causaram, que, por calcular, queimaram
sessenta posses com seus talentos de abobrinha e com o tempo que ele já havia sido encurralado
Quem era o escravo de um
homem gentio chamado Don Fernando, e, nessa mente, criou o referido Negro
para Rei, jurando obedecê-lo até a morte: e ele, com sua indústria, reuniu mais
de duas mil pessoas para lutar por muitas outras pessoas, quem está sob sua
obediência e, como são prejudicados pelas posses e gênios dos zuccari, para
fazê-lo obediência, ele ordena que eles queimem sua mente. Onde em três dias queimaram mais de 30 com outras
propriedades.
Na sexta-feira seguinte,
em 14 de julho de 1595, os negros e seguidores começaram com a bandeira
levantada para combater o Ciccà três ou quatro partes com o espírito de
queimá-lo, e eram mais de oito mil, mas os terraços lhe responderam com grande
coragem, matando mais deles do que 300, sem nutrir nossos mais de três ou
quatro. Depois disso, os negros se viraram pesadamente e Cirrà os avisou com
muitos espiões nas ruas; (. . )e, ao os
negros queimaram todos os bens que encontraram. .
Zémé - Escultor Santomense |
No dia 28 do referido dia
(1), devolta o rei a coberto da noite. liderando mais de duas mil e quinhentas
pessoas com ele a combater, entre
arquebusiers et sagitarij. Com medo da
arte, finalmente na manhã seguinte
iniciou a escaramuça em cinco ou seis partes com muito ímpeto e durou até meio
dia, e mais de quinhentos negros morreram nela e no mesmo dia mais de cem foram
enforcados, e na escaramuça morreu um capitão, chefe deles, que era dos apaziguadores
do do povo negro, e essa hora começou a
lutar contra a cidade pela parte de Santo António, e com tudo o que os
seguimos, o rei falso até uma possessão onde ele tem sua força principal
Com tudo isso nosso
Senhor foi seguido, até que, em 4 de
agosto de 1595, os mesmos cinco negros principais aliviados, pegaram o falso
rei Amadore levado e amarrado à cidade de S. Tomé, que, colocado em couro de bode,
foi arrastado por um rabo de cavalo para
lhe cortarem as mãos, enforcado,
esquartejado, e o mandaram colocar em locais públicos.
Dos outros cinco, dois
foram aplaudidos, um cortou as mãos, um cortou as mãos, outro foi enforcado e
esquartejado por hauer arnazzato que! Ele parecia ser seu mestre acima, e os
outros dois permaneceram presos, para pagar suas dívidas
O ANTROPÓLOGO, HISTORIADOR E SOCIÓLOGO ALEMÃO GERHARD SEIBERT, tem razão ao discordar que o rei Amador, líder da grande revolta dos escravos, em 1595, tenha morrido no dia 4 de Janeiro - Afinal, a tradução do documento é bem explicita, como atrás é referido . Ou seja, foi enforcado e escortejado em em 4 de agosto de 1595
Téla Nón -19-01-2011 – (…) "O investigador não concorda que o Amador tenha
morrido no dia 4 de Janeiro, tendo em conta que a revolta liderado por si,
iniciou no dia 9 de Julho de 1595 e terminou a 29 de Julho do mesmo ano.
Gerhard Seibert, defende a tese de que Amador morreu a 14 de Agosto de 1595.
Segundo Seibert, o documento
original existente no Vaticano cuja outra copia encontra-se na Biblioteca
Nacional de Portugal, revela que “No ano de 1595 um preto da ilha
de São-Tomé, chamado Amador, se levantou com os homens da sua cor, e se
proclamou Rei da mesma ilha, cometendo os excessos que eram de esperar de uma
besta feroz”.
A investigação do Alemão, surpreendeu os são-tomenses e
estrangeiros que estiveram presentes na palestra que teve lugar na Cacau (Casa
das Artes Criações e Utopia, situada no centro da capital do arquipélago. https://www.telanon.info/cultura/2011/01/19/6100/rei-dos-angolares-nunca-existiu-em-sao-tome-e-principe/
Todas as ilhas do Golfo eram habitadas e há
muito povoadas. Tinham os seus líderes ou réis - Se, Amador, não era rei(no sentido tradicional do termo), isso pouco importa;fora um
grande líder!. E os líderes não surgem sem uma aprendizagem de
raiz, desinserida do seu meio.
Cronologia: "1586 - Francisco Figueiredo é o primeiro
governador de S. Tomé. Governa sobre a cinza de incêndios feitos pelos
"angolares" (...) Aliados aos escravos das fazendas, chegaram a fazer
fugir para o Brasil donos de herdades."
Nov 2014 |
Os "angolares" rotulados pelo colonialismo como originários de um naufrágio, "que vindo de Angola
deu à costa em uma praia do sueste da ilha, muito antes de
1574" - Outros defendem que foi nas Sete Pedras (aliás, dez
ilhotas) então, ali, era mesmo impossível atingir a costa a nado - Quando, afinal, de lá
partiram tantos carregamentos - Vindos de vários sítios e das mais
diversas etnias - Com certeza que não falavam todos a mesma língua. E
porque razão o "angolar" não é um dialecto?...
Se se desse a circunstância de serem
provenientes de um simples barco de negreiros (com um
índice de mortalidade tão alargada), alguma vez seriam
capazes de, em tão pouco tempo,
se distinguirem dos demais (que também vinham do Congo e de Angola, dos
mais diversos lugares da costa) e assumir a liderança?!... -
Mesmo, numa ilha, tão pequena (com uma
superfície reduzida a 964 Km, sendo quase 2/3 impenetráveis) - mantiveram-se afastados
dos colonos e até do maior grupo étnico?.. - Formando um povo
autónomo, com uma identidade própria, que jamais se vergaria ao domínio
colonial.
Nov. 2014 |
O POVOAMENTO PRIMITIVO DAS ILHAS, DIFICILMENTE
PASSARIA DESPERCEBIDO A OUTRAS ETNIAS DO CONTINENTE AFRICANO - PASSADA A NOTICIA, NÃO TARDARIAM A IR NA ESTEIRA OUTROS GRUPOS DE
AVENTUREIROS
TANTO OS "ANGOLARES" COMO OS "FORROS" DEVEM TER EM COMUM O MESMO PASSADO ANCESTRAL - EM AMBAS
AS ETNIAS, DEVE CORRER SANGUE NAS SUAS VEIAS DOS
PRIMEIROS AVENTUREIROS, QUE SE FIZERAM AO MAR.
Além dos "angolares é de admitir a
existência de outros grupos étnicos, anteriores à descolonização, que teriam sido
completamente desmembrados da sua frágil organização ancestral - Pelo que estou
em crer que, entre, os chamados
"forros", deverá correr também muito do sangue dos corajosos
pioneiros, que ali desembarcaram pela primeira vez - Descendentes
dessa gesta heroica, oriundos
das praias onde, em tempos recuados, terão partido os seus ancestrais.
A HISTÓRIA É OMISSA - De um modo geral, vai buscar a versão do colonizador - Além disso, muitos dos segredos das descobertas não eram tornados públicos, nomeadamente as cartas marítimas - Assim, o poderão atestar as que, entretanto, vão sendo descobertas NAS PRATELEIRAS DOS ARQUIVOS
Se o Rei Amador ostentava ou não o cetro à maneira dos réis colonialistas, tal como o concebia o ponto de vista e sectário dos historiadores, súbditos desses mesmos interesses, pois bem, Amador, fora um grande soldado e comandante. As revoltas não foram inventadas: para existirem, tinha de haver alguém a comandá-las, a impor a autoridade e a merecer o respeito e obediência gerais - Ora, tais qualidades, só poderiam advir de quem conhecia os segredos da floresta e já lá estava há muito mais tempo
Embora, com forças em maior
número de que os ocupantes,
eles, os escravos, comandados por Amador, representavam o lado mais fraco da
barricada - Não dispunha das armas dos invasores (talvez só de uns arcos de
flechas e zangais) mas tinha a seu lado a voz da razão, uma imensa
vontade de libertar o seu povo e os companheiros do mesmo infortúnio e
sob a mesma cruel ameaça e opressão.
De facto, sobre o passado do Rei Amador, correm as
mais díspares versões - mas, se
formos a ver, o mesmo se passa até com os nomes dos "descobridores
das Ilhas. Para facilitar as coisas, convencionaram-se datas e foram-se
buscar nomes - Sim, convenhamos: alguma vez o colonialismo podia falar de
"descobertas" sem apontar os seus heróis?!...
Porém, idêntica sorte não tiveram os milhões de
mártires, os heróis que foram brutalmente atirados ao mar ou que morreram
sufocados em porões fétidos e acorrentados. Salvo raras exceções, os pobres dos escravos, eram simplesmente
relegados para a categoria do Zé Ninguém, dos carne para canhão.
Aliás, tal comportamento também fora extensivo à
raia miúda dos colonizadores, sobretudo aos forçados, que para ali iam desterrados a cumprir as suas penas
- há quem diga que era a opção que lhe restava para escaparem à pena de morte;
mas não creio que todos fossem voluntários – O que passou à posteridade, foram apenas os nomes dos pilotos
das caravelas(e nem todos) ou dos barcos negreiros, que se notabilizaram
e donatários e governadores – Quem é que hoje aponta um dos
milhares de nomes da raia miúda sacrificada?
Fosse o negro mais ousado e temerário,
continuaria a ser sempre negro e escravo; aliás, tal mentalidade, ainda ali pude testemunhar,
enquanto empregado da roça e já haviam passado alguns séculos sobre as
rebeliões de Amador - Acho que, o colonialismo em São Tomé e Príncipe,
foi das colónias onde a sua violência mais tempo se perpetuou. Aos escravos (designados,
mais tarde, por serviçais), só restava a fuga para o mato.
O colonialismo, moldado e inspirado pelas cruzadas
cristãs (cruz numa das mãos e espada na outra), manteve a mesma face, cruel,
prepotente e abusadora, da mesma forma, inalterável ao longo dos
séculos, tal como, em Roma, se mantiveram os dogmas do Vaticano.
A PRÓPRIA IGREJA - ATRAVÉS DA COMPANHIA
DE JESUS - TAMBÉM
(ELA PRÓPRIA) SE DEDICAVA AO MESMO HORRENDO MAS LUCRATIVO NEGÓCIO
1600
- A partir desta data, os Jesuítas , que se tinham estabelecido em
Angola, concentrarão os seu esforços em Luanda, onde fundarão um
colégio.
Paralelamente, envolver-se-ão no comércio de escravos - a Companhia de Jesus dispôs dos seus próprios barcos no Brasil -, alegando que a melhor forma de converter um negro era a sua venda para as plantações da América do Sul, que a Companhia de Jesus igualmente detinha, onde melhor poderiam ser introduzidos na Cristandade.
O ANTROPÓLOGO,
HISTORIADOR E SOCIÓLOGO ALEMÃO GERHARD SEIBERT CONSIDERA O REI AMADOR, O LÍDER
DA GRANDE REVOLTA DE ESCRAVOS DE 1595, UMA FIGURA EMBLEMÁTICA NA HISTÓRIA DE
SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE -
Seibert, que é doutorado em Ciências
Sociais, pela Universidade de Leiden e possui a licenciatura em Antropologia
Cultural, pela Universidade de Utreque, igualmente na Holanda (entre outros
cursos, inclusivamente no seu país) é um dos mais prestigiados especialistas na
sua área, já publicou vários estudos sobre África, nomeadamente, sobre São Tomé
e Moçambique, é docente na Universidade Nova de Lisboa, tem um vasto currículo,
que pode ser consultado em: Karl
Gerhard Seibert
Pouco se sabe a respeito da vida de
Amador, e com o passar dos séculos, sua figura se tornou mito entre os cidadãos
daquele país africano, um símbolo de libertação do domínio colonial. Por isso
mesmo, boa parte dos textos que tratam da história de Amador misturam fatos
reais com lendas elaboradas.
Hoje, apenas dois documentos são
considerados fontes primárias da história de Amador e da revolta da qual foi
líder. O primeiro é anônimo, sem data, escrito em italiano, e está no Arquivo
do Vaticano. Seu título é “Relatione uenuta dall’Isola di S.Tomé” e é
certamente o relato de um religioso italiano residente em São Tomé. O segundo é
um relatório da revolta, copiado de um original anônimo, pelo padre são-tomense
Manuel do Rosário Pinto (1669-1738?), e se encontra na Biblioteca de Ajuda em
Lisboa. A descrição da revolta é mais pormenorizada no manuscrito de Rosário
Pinto do que no documento do Vaticano, apesar das duas fontes não apresentarem
diferenças importantes na narrativa.
De acordo com os relatos, Amador teria
sido um “cativo crioulo” (escravo nascido em São Tomé), pertencente a um nobre
chamado Dom Ferdinando. Ele se auto proclama "Capitão General da
Guerra" e "Rei" da revolta que começa a 9 de julho de 1595, com
a matança de alguns brancos durante a missa na igreja da Trindade. Sua
hostilidade era dirigida a “todos os brancos e os procedidos deles (mestiços)”.
Durante as três semanas da insurreição,
mais de 70 engenhos foram destruídos, e os escravos enfrentaram a tropa do
governador em três importantes combates. Destacou-se também a ação do “negro
Cristóvão, por capitão dos negros Angola”, provavelmente uma alusão aos
escravos fugidos do interior da ilha, mais tarde conhecidos por angolares, e
que se organizavam em macambos (equivalentes aos quilombos brasileiros). Ao lado dos
colonos brancos combatiam também escravos armados.
No dia 28 de julho Amador ataca a cidade
de São Tomé com 5000 homens, cerca da metade de toda a população escrava da
ilha. Apesar de estarem em maior número, os revoltosos tinham pouquíssimos
armamentos e foram derrotados no dia seguinte. O Rei Amador acabou traído e
preso, sendo executado e esquartejado no dia 14 de agosto de 1595. Treze anos
após a independência de São Tomé e Príncipe, a Assembleia Nacional declarou 4
de Janeiro como feriado nacional em homenagem a Amador (uma das datas que se
acredita ser a de sua morte).
Bibliografia:
SEIBERT, Gerhard. Rei Amador, história e
mito do líder da revolta de escravos em São Tomé (1595). Disponível em: < http://www.buala.org/pt/a-ler/rei-amador-historia-e-mito-do-lider-da-revolta-de-escravos-em-sao-tome-1595
(com os pescadores na Praia Gambôa)
EVIDÊNCIAS INDISCUTÍVEIS
Das costas dos Camarões e até da Nigéria avista-se a Ilha Bioko , da República da Guiné Equatorial, antiga Ilha Fernão de Pó., que tem o Pico Basilé (anteriormente chamado Pico de Santa Isabel), com 3011m de altitude, com continuação na dorsal que se estende pelo continente, que faz parte da Linha vulcânica dos Camarões, .onde desponta o famoso Monte Camaroes, com uma altitude de 4.095 m acima do nível médio do mar . Aliás, todas as Ilhas Golfo da Guiné .são de origem vulcânica e estendem-se no mesmo enfiamento, com cerca de 2000 km de comprimento, incluindo o Monte Camarões, no continente..
......
A ilha de Boko, situada na plataforma continental (baía Bonny ou de Biafra, Golfo da Guiné , fica a 32 Km da costa de Camarões, a uma distância relativamente curta, logo, pois, facilmente, avistável
Havendo mesmo quem defenda que esta ilha "estivesse ligada a África na última era glacial (há cerca de 10 mil anos), o que explica o facto de a sua flora ser muito similar à do continente "Tomé e Príncipe - Fauna e Flora.
A ser verdade, significaria que o povoamento, nessa ilha, poderia confundir-se com as movimentações de antigos grupos étnicos nessa região. Porém, outros estudiosos, actualmente, já aceitam,(o que aliás se infere na própria cartografia antiga) que a"colonização humana da ilha vem dos séculos V-VI, aproximadamente, de pequenos embarques a partir de vários pontos ao longo da costa do golfo" - Ou seja, desde que os cartagineses ali teriam chegado, na célebre expedição ao longo da costa da África por Hanno no final do século VI aC
Mapa de Giovanni Leardo world map, 1448, 34.7 X 31.2 cm - Ver pormenores e o mapa mais ampliado em The Leardo World Maps DATE: 1442 -1453 .
Outra maravilha de mapa antigo, em:. Borgia World Map DATE: 1410 - 1458 .......Slide #237 Monograph. .Mostrar-lhe-ei outros mapas ainda mais antigos, noutro passo deste post
É minha convicção de que o início do povoamento (em todas as ilhas) nada tem a ver com navegações exteriores à própria África - Tenho essa ideia desde há 45 anos.As canoas vão a todo o lado. O Golfo da Guiné há muito que era percorrido por enormes canoas. As que eu vi na costa nigeriana, maravilharam-me: pela sua perfeição e tamanho.
Nas zonas costeiras tropicais ou equatoriais constroem-se pirogas em grandes troncos de árvores que nada ficam a dever, em segurança, aos veleiros da actualidade. O alemão Hannes Lindemann -nos anos 50, atravessou o Atlântico, de Las Palmas às Antilhas (Saint-Coix), a bordo de uma piroga construída na Libéria.E, na Idade Média, deu à costa espanhola, "um homem vermelho e estranho" num "tronco de árvore", que se supõem ter sido o primeiro homem a fazer a travessia sozinho de América para o velho continente. O facto é referido por Jean Merrien no seu livro "Os Navegadores Solitários"
OS VOOS DAS MIGRAÇÕES DAS AVES E O AVISTAMENTO DAS ILHAS OU DA COSTA
O primeiro sinal, a quem está no alto mar, de que se aproxima de terra é-lhe dado pelas aves. Há aves que passam a vida nos mares e só se aproximam do litoral, quando vão nidificar. Pousam nos destroços e flutuam sobre as ondas: algumas chegaram a pernoitar na minha canoa. Há outras, porém, que vão de manhã e regressam ao fim do dia. E percorrem grandes distâncias.
(com os pescadores na Praia Gambôa)
Constatei esse facto na aproximação à Ilha do Príncipe: foi a direcção dos seus voos que me deu a primeira indicação, que me estaria aproximar de terra - Naturalmente, que as populações que vivem junto às áreas costeiras - e então em zonas onde o equilíbrio ecológico não tenha sido ofendido ou quebrado o elo e a tranquilidade com natureza, mais se dão conta desse fenómeno. Julgo que essas observações não passaram despercebidas aos antigos povos daquela região: ou para se dirigirem a terra ou para saberem onde é que se erguiam as ilhas.
Por outro lado, da Ilha de Bioko, depois de um tornado, quando o céu fica limpo e dos pontos altos, avista -se a Ilha do Príncipe. E, igualmente, das partes mais altas desta ilha, e com tempo limpo, a Ilha de São Tomé. De resto, as ilhas elevam-se como presépios erguidos aos céus. O que significa que a sua existência, acabaria por ser do conhecimento das populações autóctones ribeirinhas
.
As ilhas sempre exerceram, em todos os povos, um natural e irresistível fascínio. Não se julgue que os africanos, lá por viverem em perfeita comunhão com a natureza e o seu meio, eram seres inferiores e que iam ficar insensíveis à sua majestosa atracção e encanto. A pensar-se assim, seria pois, mais um preconceito, igual a tantos outros, com que os europeus (usando a força das armas) os escravizaram ao longo de quase cinco séculos" 21/12/2011 Excerto de são tomé e príncipe - ilhas asben e sanam, povoadas por canoas .
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