Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investiagdor
Para facilitar o turismo, em São Tomé e Príncipe, o Governo de Patrice Trovoada, autorizou, em 2015, os cidadãos da CPLP e da União Europeia, bem como dos Estados Unidos e Canadá, desde que tenham passaportes válidos e emitidos pelas entidades competentes dos seus países, a entrarem livremente no arquipélago santomense sem necessidade de visto, por um período não superior a 15 dias.
As luxuriantes e equatoriuais ilhas de
São Tomé e Principe, seduzem os roteiros turísticos, que procuram lugares exóticos e ainda não conspurcadados
pela massificação global, turística e económica -Mas é desejável que haja todo o cuidado para
evitar que, o aparentemente el-dourado turístico,
que as suas maiores atrações, se transformem numa arma de dois gumes: pervertendo os seus costumes, descaraterizando,
o seu património arquitetónico tradicional e agravando o custo de vida da
maioria das populações.
O enriquecimento de
divisas, deverá incidir, sobretudo, no desenvolvimento e exportação dos seus produtos
naturais e não esperar que sejam as divisas
que entram nos cofres dos hotéis, agências e transportadoras aéreas, as beneficiadas, mais das vezes, escapando-se aos impostos.
Veja-se o exempo português: "Portugal
ainda é um destino barato, sendo os preços de itens sensíveis para o turismo
relativamente acessíveis em comparação com outros destinos europeus - hotéis e
restaurantes, em particular". (...) O
problema decorrente da subida de preços em vários produtos e serviços reside na
estagnação dos rendimentos dos portugueses. "Os ordenados não têm
acompanhado o custo de vida. Para os funcionários públicos, os salários reais
até são hoje inferiores aos auferidos em 2009.https://www.jn.pt/economia/turismo-faz-subir-o-custo-de-vida-dos-portugueses-11600182.html
AS ILHAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – TALVEZ DOS POUCOS PARAÍSOS TERRESTRES NÃO CONSPURCADOS PELA GLOBALIZAÇÃO MASSIFICADORA E DESTRUIDORA - CONTINUAM A NÃO FAZER PARTE DOS GRANDES ROTEIROS TURÍSTICOS – Por um lado, é positivo.
Coronel Victor Monteiro - Um nascido, criado e apaixonado por STP |
De facto, São Tomé não é um turismo que está ao alcance de todas as bolsas, especialmente na chamada época alta, período em que os preços costumam estar mais inflacionados, contudo, poderá dizer-se que é dos destinos que vale a pena conhecer e onde o visitante pode ter a sensação de um novo mundo ainda por descobrir.
Voltam a ser referência no site da norte-americana, CNN, Cable News Network. que as inclui, tal como Paraty, terminal marítimo de uma rota terrestre de ouro do século XVII para a Europa, entre outros lugares atrativos, considerando que “a nação insular de São Tomé e Príncipe abriga ricas florestas e picos vulcânicos, incluindo o Pico Cao Grande, na ilha de São Tomé. Lembrando que, por vezes, são “chamadas de "Galápagos africanos", ricas em florestas e com
Paraty - Brasil |
os picos vulcânicos repletos de plantas endêmicas, incluindo centenas de espécies de orquídeas e extraordinárias begônias de 10 pés de altura. Também há muita vida selvagem para observar, incluindo o menor ibis do mundo e o maior pássaro solar do mundo, bem como as tartarugas marinhas que fazem seu ninho aqui.
Apesar de ser um paraíso ecológico e um dos países mais estáveis da África, atrai apenas 30.000 visitantes por ano, tornando-o um dos países menos visitados do mundo.
Esses baixos números de
visitantes podem ser atribuídos em parte ao fato de ser um pouco difícil de
alcançar, mas o esforço vale a pena. Existem vôos diretos para São Tomé, a
maior das duas ilhas, de Lisboa, Cabo Verde, Angola, Bioko e Gabão. Príncipe
fica a 140 quilômetros de distância e pode ser alcançado de avião pequeno.
Juntas, as ilhas cobrem apenas 386 milhas quadradas e a população é inferior a
200.000 habitantes, tornando este o menor estado soberano africano depois das
Seychelles.
As ilhas não foram
povoadas até os portugueses a estabelecerem como posto avançado colonial no
século XV, e o legado português ainda é sentido na música, cultura e costumes
do país. Muitos da população de hoje são descendentes dos africanos
escravizados trazidos para trabalhar nas plantações das ilhas. O país comemorou
40 anos de independência em 2015, e café e cacau ainda são indústrias-chave
aqui. https://edition.cnn.com/travel/article/places-to-visit-2020/index.html
A vida em São Tomé e Príncipe corre muito devagar – “móli-móli! léve-léve! - Até porque há tantas horas de luz como da noite, há tempo de sobra para tudo. O sol nasce cedinho – Por exemplo, durante o mês de março, o nascer do sol oscilou entre as 05.36 – 05.40 e o pôr entre as 17.45 – 17.48. A quem desembarcar no aeroporto da cidade de São Tomé, depara-se-lhe como que um cenário de beleza e tranquilidade, fora deste mundo.
Segundo a experiência que me ficou do carácter, pacifico e carinhoso do povo de São Tomé e Príncipe, eu creio que as ilhas de São Tomé e Príncipe, ainda conservam muita da sua ancestral beleza - Constituindo como que os últimos pequenos Édens Terrestres. Com as suas lindas praias, coroadas por esbeltos e verdejantes coqueiros, banhadas por águas azuis e transparentes, que brilham e rutilam, pejadas de puros diamantes, sob o astro luminoso do sol equatorial!
AS ILHAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - FORAM VEDETAS NO CANAL ODISSEIA
Documentário, de quase uma hora, inserido na série, Ilhas Paradisíacas de África, falado em alemão, com legendas em português.. Pois, já lá vai o tempo, em que o Canal História, Civilizações e Odisseias, contratavam as vozes, mais prestigiadas da rádio e televisão, de modo a proporcionarem aos clientes da TV Cabo, a língua dos respetivos países. Assim, legendado, sempre sai mais barato ao produtor. Não penso que a legendagem o valorize mais – Bem, pelo contrário lo de Andrade e Francisco Nogueira, sobre o qual conto aqui debruçar-me.
Rui Camilo, apontando a objetiva da sua máquina fotográfica para o Cão Grande - o pico que eu e a minha equipa escalámos - Mas o que está abaixo do manto verdejante é bem mais fundo do que parece.
Também, lá de cima da sua crista, me parecia aos meus pés uma fantástica vista aérea sobre a selva equatorial verdejante - Oh! Quantas vezes me apeteceu ter asas de falcão ou de condor e saltar de ali em voo sobre a copa das árvores - algumas com mais de cem metros! - Hoje, ao pensar naquelas vertiginosas escaladas, sinto mais arrepios de que então - Tinha menos 40 anos; era preciso ter uma infinita paciência e nervos de aço - Mas o desafio era aliciante e compensava... - Pormenores em:
escalada ao pico vertical
RUI CAMILO – O FOTÓGRAFO QUE FEZ DE GUIA E DE INTÉRPRETE
Vá lá, que desta vez, não nos soava, unicamente, uma língua estrangeira - Falava-se também a língua de Pessoa e de Camões, (Portugal); de Carlos Drummond de Andrade (Brasil); de Agostinho Neto (Angola); Alda da Graça Espírito Santo (São Tomé e Príncipe);Hélder Proença(Guiné-Bissau); José João Craveirinha (Moçambique); Manuel d' Novas (Cabo Verde) Fernando Sylvan (Timor) – Graças à presença e à voz, em todo o documentário, do fotógrafo, Rui Camilo, que servia de guia e de intérprete - Com as suas explicações, as suas iniciativas, os ângulos com que fotografava e parecia também orientar a equipa de filmagem, seus comentários e também as vozes dos santomenses, os diálogos que pôde manter com as várias personagens, que foram ao seu encontro ou foi buscar: desde a tripulação do pequeno bimotor, que o levou a tomar as magnificas vistas aéreas das duas ilhas, em São Tomé e Príncipe, os contatos com pescadores, produtores de café e de cacau, e até com um fabricante de chocolate
O PETRÓLEO É RIQUEZA MAS NÃO É PARA TODOS
Compreendem-se as preocupações de Rui Camilo – Pois receia, que, a verificar-se a exploração do petróleo (em águas profundas) , não só o dinheiro proveniente possa não vir a ter o encaminhamento mais adequado, como a ter outras consequências. Nomeadamente, o completo colapso do ecossistema. Pois lembra que “há um grande número de espécies endêmicas (que só pode ser encontrada nessas ilhas) animais e plantas, e a população é altamente dependente do oceano. – Leia os pormenores da entrevista em Interview: Rui Camilo – Over the Islands of Africa, São Tomé e Príncipe
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