Jorge Trabulo Marques - Jornalista
O livro INQUIETAÇÕES Foi recentemente lançado em Portugal pela editora ”Cordel d’Prata” De autoria de Manuel Bernardo, ex-professor, jornalista e dramaturgo – Há mais de vinte anos a residir em Portugal, atualmente a trabalhar na construção civil - Distinguido pelo Instituto Camões Menção honrosa e prémio poesia (CPLP) 2000 Rotary Clube Porto Foz.
INQUEITAÇÕES, titulo de um dos seus poemas, com que intitulou também a sua obra poética - Um belo livro de poesia, definido como “uma viagem no tempo, com 55 poemas, onde a emoção e a razão falam ao coração, distribuídos por 125 páginas, alguns dos quais dedicados a poetas, escritores e pessoas amigas do seu país.
Títulos como: Amizade; Amigo; Amor com Amor; Loucura; Encanto; Paixão; Ser Poeta; O Poeta; Providência, Navegante; Inquietações - que serve de titulo ao seu Livro; Não existo; SOS; Antes Fosse Cego; A Magia da Ilusão; Quem Sou?; Trindade; Gravana Agreste; Nas Roças; Esperança das Esperanças; Tambor; África; o Grito; Leve-Leve; Longe de Ti; O Regresso; Quintal Grande; Morena; Terra-Mãe., entre outros sugestivos títulos
Tive a oportunidade e o prazer de me reencontrar, com Manuel Bernardo, na tarde deste último sábado e domingo, em Lisboa, que teve a amabilidade de me oferecer o seu mais recente livro de poesia, cuja leitura me encantou e que recomendo -Pode ser encontrado nas livrarias da FNAC, Bertrand ou através de encomendas pela internet, nomeadamente pela Amazon
“É uma viagem pelo sentimento, onde a emoção e a razão excedem a expectativa do leitor, através dos temas intemporais como o amor, a amizade, a natureza, o culto da mulher, a beleza e a poesia em si mesma. Tendo como soneto a evidência maior na sua composição técnica, o Inquietações reflete a consciência que o autor tem de si mesmo e do mundo que o rodeia. Os elementos, fornecidos pela linguagem, vão além das expressões literárias.
NAS
ROÇAS
Encontrei
a minha enxada sucata
Distraída debaixo de um trono na Milagrosa,
A
ideia de lapidar terras em Santa Margarida
Lavrava-me
a cabeça lá no Monte Café,
No
Uba-Budo a minha enxada não era de gabar.
Mas
lá estava eu a moldar terras na Água Izé
Com
a minha enxada sucata no Rio do Ouro
Nos
canteiros esculpidos pela minha enxada
Lancei
um, dois, três…Sei lá quantos grãos
Que
voaram da cova das minhas mãos
Nas
roças Diogo Vaz, Santa Catarina e Sundy.
Veio
o sol e foi-se a chuva para meu espanto,
Um
chuvisco gordo borrifou um punhado de barro
Para
desvendar o segredo oculto das terras
húmidas
Da
Ribeira Peixe, S. João dos Angolares e Colónia Açoreana,
E
os meus pés afundavam-se como afundava a
enxada sucata
No
Porto que fora Real na Alegre que já era.
E
o segredo oculto das terras era a minha enxada sucata .
E
a minha enxada sucata
É
povo nas encostas resgatando a liberdade.
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