Hoje vou aqui abordar as candidaturas de
dois candidatos, que desejam apresentar-se ao eleitorado São-Tomense, como figuras
independentes,
Aparentemente, mais solitários de que acompanhados, sem grandes hipóteses à partida mas, por certo, confiantes nos seus desejos, nas suas capacidades e nos seus sonhos:
Aparentemente, mais solitários de que acompanhados, sem grandes hipóteses à partida mas, por certo, confiantes nos seus desejos, nas suas capacidades e nos seus sonhos:
Estanislau Afonso, de todos o mais novo, é o autor do livro Batota do Juiz e membro da Amnistia
Internacional em Portugal – Não se conhece currículo de monta mas este tinha de
começar por algum lado: e, pelos vistos, é deste modo que, assumindo-se como
candidato às eleições Presidenciais de S. Tomé e Príncipe – 2016, Estanislau
Afonso. quer mostrar o que vale.
Mais à frente, reproduzirei o vídeo e os pormenores da entrevista, editada neste site, que me concedeu, em Portugal, na Casa Internacional de S. Tomé , no final de um evento, que ali decorreu, em Abril de 2015 .
Mais à frente, reproduzirei o vídeo e os pormenores da entrevista, editada neste site, que me concedeu, em Portugal, na Casa Internacional de S. Tomé , no final de um evento, que ali decorreu, em Abril de 2015 .
O outro candidato é o Gilberto Gil Umblina, é músico, com um
passado de grandes êxitos musicais, tendo
mesmo, em certa altura, sido considerado o Embaixador da Música São-Tomense, em
Portugal e na Europa.
GILBERTO GIL UMBLINA - DE EMBAIXADOR MUSICAL A CANDIDATO PRESIDENCIAL
Começo por referir-me, mais detalhadamente, a Gilberto Gil Umbelina, que conheço, pessoalmente, há muitos anos; com o qual, por várias vezes, convivi em Portugal e em S. Tomé - E, em 2014, além de uns encontros com seus amigos, quando aqui voltava, após 39 anos de ausência, tendo-me, mesmo, dado o prazer de almoçarmos juntos, num dos restaurantes, mais típicos da gastronomia da Ilha do Príncipe, a Tasca da Vicência, que existe na cidade de S. Tomé, perto da Igreja da Conceição, ao subir-se a caminho do Reboque, do dado esquerdo, paredes meias com outro da comida nigerense – Quem quiser saborear uma excelente muqueca, com todos os ingredientes à maneira da Ilha dos Papagaios, tem ali cozinha e cozinheiras, entendidas, simpáticas e esmeradas a preceito.
Gilberto Gil Umbelina, que
abandonou a música para abraçar ideais
políticos, é o fundador do Partido Socialista de São Tomé e Príncipe, que promete “uma magistratura de influência e
diálogo, que não dará tréguas ao combate e à corrupção” . ´A consolidação
da democracia política e económica, é uma das prioridades do candidato
presidencial, que também defende a «cooperação e a independência do
país em relação ao exterior, para que todos os são-tomenses sem exclusão de
ninguém usufruam dos nossos recursos naturais, em especial os mais
desfavorecidos. Para que as receitas do petróleo, os recursos piscícolas,
turísticos e agrícolas, beneficiem também o povo. Todo o povo», Estas foram as palavras da sua pré-candidatura,
em 2011 , referidas pelo Téla -Nón - E,pelos vistos, vão repetir-se agora, em 2016.
Natural da Ilha do Príncipe, 66 anos de
idade, tendo residido, vários anos, em Portugal, onde se assumiu como um
grande embaixador da Música São-Tomense – Tive o prazer de me encontrar com
ele, por várias vezes, uma das quais com o saudoso músico Bana, num bar de
música de Cabo Verde, que se situava, para os lados do Aqueduto das Águas
Livres – Ambos, cada um com o seu reportório, eram realmente as grandes vedetas da música de raiz africana, dos seus países.
O percurso do Bana, internacionalmente mais
conhecido, porém, o do Gil Humberto Umblina, de vez em quando, também brilhava
como o grande intérprete da música do seu país, tanto em espetáculos televisivos ou em recintos, em Portugal,
como mesmo em França e noutros países.
Ele era, realmente, muito popular e admirado – No seu jeito simples, descontraído, humilde e sorridente, despretensioso – Na sua habitual expressão, tal qual como era e ainda hoje é: nele não havia a pretensão artificial do vedetismo - Enquanto a vida lhe sorriu, casaco e camisa sem gravata, e, por vezes, para assumir a sua individualidade tropical, pela cabeça o inevitável chapéu de palha – Pelo menos, nos concertos, era esse o seu estilo à São-Tomense, para dar corpo, alma e voz, aos cantares crioulos das encantadoras Ilhas Verdes do Equador.
Ele era, realmente, muito popular e admirado – No seu jeito simples, descontraído, humilde e sorridente, despretensioso – Na sua habitual expressão, tal qual como era e ainda hoje é: nele não havia a pretensão artificial do vedetismo - Enquanto a vida lhe sorriu, casaco e camisa sem gravata, e, por vezes, para assumir a sua individualidade tropical, pela cabeça o inevitável chapéu de palha – Pelo menos, nos concertos, era esse o seu estilo à São-Tomense, para dar corpo, alma e voz, aos cantares crioulos das encantadoras Ilhas Verdes do Equador.
No entanto, pelo que depreendi, não obstante os
êxitos alcançados da sua popular carreira artística, ele nunca foi um homem que
lograsse amealhar fortuna – E até teve o grande azar de ter sido roubado do recheio completo de sua casa, ao confiar as chaves a uma pessoa
amiga, numa das suas digressões artísticas por França – “Roubaram-me tudo!” Os móveis e até
a sua roupa de cama. Confessou-me, muito desapontado, quando nos encontrámos, uma ocasião, junto ao Mercado de Arroios, possivelmente depois de ter ido fazer alguma
visita à família Espírito Santo, que morava, ali perto, na Ator Vale.
Estou em crer que, tal azar na sua vida, além de o ter fragilizado economicamente, deixando-o numa situação difícil, o terá também angustiado e dececionado profundamente
Estou em crer que, tal azar na sua vida, além de o ter fragilizado economicamente, deixando-o numa situação difícil, o terá também angustiado e dececionado profundamente
Pois, em boa verdade, de que servirá uma pessoa ter um teto para se alojar, quando, ao entrar em casa, só lá vá encontrar as paredes vazias? – Sim, porque não é de um dia para o
outro que se consegue arranjar dinheiro para mobilar uma casa. Especialmente por parte
de quem nunca dependeu de ordenados mas do que ia recebendo da venda dos seus
discos ou dos espetáculos em que participava - Ainda se fossem cachets milionários, mas, a esse
patamar, Gilberto Gil Umbelina, nunca chegou – E, como é sabido, na vida há um
tempo para tudo: e o músico são-tomense, achou que era chegado o tempo de voltar à sua amada
Pátria. E foi o que fez: por certo, de
bolsos vazios, pequena mala pela mão, tal
como trinta anos atrás, havia partido-
Mas, provavelmente, nem esmorecido nem derrotado, acalentando o sonho de, através da acção ideológica, poder ser útil à sua pátria. Pelo menos, já fundou, um Partido - Actualmente, sem representatividade eleitoral, no entanto, nem assim se dá por vencido e vai tentar, uma vez mais, convencer o eleitorado das suas razões ou pelo menos possa contribuir para um mais profícuo debate, entre os candidatos
Mas, provavelmente, nem esmorecido nem derrotado, acalentando o sonho de, através da acção ideológica, poder ser útil à sua pátria. Pelo menos, já fundou, um Partido - Actualmente, sem representatividade eleitoral, no entanto, nem assim se dá por vencido e vai tentar, uma vez mais, convencer o eleitorado das suas razões ou pelo menos possa contribuir para um mais profícuo debate, entre os candidatos
“Dr. Estanislau Afonso – Candidato a
Presidente da República de São Tomé e Príncipe – Combater o roubo e explorar o
petróleo” -
Este é o teor do cartaz do candidato mais novo às próximas eleições presidenciais de 17 de Julho de 2016 -
Creio que não será o “Dr” anteceder o nome que poderá convencer o eleitorado, porém, numa ilha equatorial, onde o fato e a gravata, não é dispensado por políticos e empresários, quando querem mostrar a sua diferença, sabe-se lá se não terá o seu peso - Costumes, fazem lei.
Este é o teor do cartaz do candidato mais novo às próximas eleições presidenciais de 17 de Julho de 2016 -
Creio que não será o “Dr” anteceder o nome que poderá convencer o eleitorado, porém, numa ilha equatorial, onde o fato e a gravata, não é dispensado por políticos e empresários, quando querem mostrar a sua diferença, sabe-se lá se não terá o seu peso - Costumes, fazem lei.
Combater a
corrupção, onde ela existe, não é novidade – Mas poderá ser ousadia quando se
passa das palavras aos atos – Este tem sido o discurso habitual de muitos políticos,
e até daqueles que foram indiciados de estarem envolvidas em escandalosas redes
desse género, mas o mau é que essa erva daninha, por mais palavras que a
afrontem, encontra sempre terreno livre para prosperar.
POSTAGEM NA ÍNTEGRA PUBLICADA NESTE SITE EM ABRIL DE 2015 - BASEADA NUMA ENTREVISTA QUE ME CONCEDEU ACERCA DO SEU LIVRO BATOTA DO JUIZ
Afinal, que mais não fosse, a publicação da obra, sempre lhe deu alguma visibilidade - De outro modo - ninguém teria ouvido falar de Estanislau Afonso - Senão ganhar, ainda vai ficar mais conhecido - Mas vamos ao texto, tal como o editei:
Trata-se de um livro, profusamente documentado, que a crítica já classificou como uma pedrada no charco - Visa denunciar e combater a corrupção no Tribunal de São Tomé e Príncipe, que o seu autor classifica de “ instituição de brincadeira” Afirmando que o mesmo tribunal tem demonstrado um mau trabalho à população, uma onda de impunidade, afirmações que justifica com o seu caso pessoal - Ilustrado com vários documentos processuais.
Acusações do economista Estanislau Afonso, que resolveu denunciar em livro o que considera “de crime organizado” no sistema de justiça no seu país, com provas documentais de um processo em que foi queixoso – Referindo na capa da obra: “uma coisa é condenar um inocente devido a um erro judicial. E, outra coisa é condenar um inocente, sabendo que a pessoa é inocente. Agir de má fé para conseguir fins lucrativos.
Negócios do Petróleo em S. Tomé “são acordos de brincadeira” diz o autor do livro Batota de Juiz”
Na breve entrevista que nos concedeu, na Casa Internacional de S. Tomé e Príncipe, em Lisboa, no final de um evento, que ali teve lugar, Estanislau Afonso, além de se referir aos objetivos do seu livro, falou-nos também do que ele chama (em matéria de negócios do petróleo) “ de cordos de brincadeira" – Pelos vistos, uma “brincadeira” que não é feita por miúdos mas por graúdos e que se estende por vários domínios da administração do seu país. - "Brincadeira" ou "pára com essa brincadeira" é um termo abrangente e muito usado pelos santomenses - que são por natureza pacíficos - para dispensar um palavrão.
Confessa que o dinheiro do petróleo não tem sido aplicado de forma credível, que possa protagonizar sucesso económico – E que há petróleo, tanto no mar como em terra – Frisando que se se fizeram brincadeiras de acordos, que não tiveram a uma boa aplicação do dinheiro do petróleo, que têm vindo a pagar despesas desnecessárias
Estanislau Afonso, que nasceu em S. Tomé, vive atualmente em Portugal, tendo aqui publicado, por sua conta e risco, em Agosto do ano passado, no Instituto Português de Juventude, a história da injustiça real do seu caso, que aconteceu no Tribunal de S. Tomé, assumindo-se como "único responsável pela mensagem transmitida nesta obra”-
E, pelo que foi noticiado, os relatos, de que é autor, não agradaram nem a juízes nem às mais altas instâncias judiciais, que, por esse facto, já lhe instauram um processo judicial, através do Procurador-Geral da República Frederique Samba, que decidiu processar criminalmente o autor do livro “Batota do Juiz, com duas queixas, uma em São Tomé e outra em Portugal – Porém, avaliar pelas suas declarações, quem não deve não teme, pelo que se confessa- tranquilo, visto a sua denúncia se basear em factos comprovados.
BIOGRAFIA - De seu nome completo Estanislau Dias Santiago Afonso. Nasceu na Ilha de S. Tomé. Economista de formação. Iniciou a sua atividade literária aos 15 anos de idade pelas UNEAS- União Nacional de Escritores e Artistas São-Tomenses sob a orientação de Alda da Graça Espírito Santo, altura em que foi criado ULA/CLUBE UNESCO (União Literária Artística Juvenil), organização da qual foi um dos seus membros fundadores. É autor de dezenas de artigos de opinião nos jornais de S. Tomé e Príncipe. A “Batota do juiz” é a sua primeira obra de memória a ser publicada
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