Entrevista em dois vídeos: Não deixe de ouvir o
único registo sonoro que existe de um homem que fez mais pela cultura
portuguesa do que muitas iniciativas do Estado "Sou um indisciplinado! mas simplesmente tenho uma
disciplina interior, sim, mas na vida, na maneira de ser, na maneira de me
conduzir, eu não posso ter disciplina, não posso ter programas; as
circunstâncias é que me dominam, as circunstâncias é que me forçam e as circunstâncias
é que me orientam!"
O SEGREDO DA SUA LONGEVIDADE,O QUE PENSAVA SOBRE O HOMEM
QUE LHE CONFIOU OS DESTINOS DA FUNDAÇÃO GULBENKIAN E OS APOIOS AOS NOVOS
PAÍSES DE EXPRESSÃO PORTUGUESA - NA SAÚDE E NO ENSINO: a
Fundação não faz projetos; apoia-os: espera que “nos apresentem projetos mas
que demonstrem a possibilidade de os realizar – Quanto à possibilidade da
Guiné-Bissau, encaixada entre países de expressão francófona, poder a vir optar
o francês, em detrimento da língua portuguesa, disse ser“ é possível (…)
depende do que se lhe puder dar" - Palavras que ainda hoje, são dignas de
reflexão: Pois, como é sabido, na Guiné-Bissau, desde a
sua independência, nem tem vencido o português, como língua mais falada, nem
sequer nenhum Governo tem logrado completar o seu mandato, devido
aos sucessivos golpes, atrás de golpes - Ouça este registo mais à frente.
Recordando o Presidente José de Azeredo Perdigão – Aos 90 anos, ainda dedicava 10 horas por dia à da Maior e Mais Prestigiada Fundação Portuguesa - O advogado a quem o milionário e humanista Calouste Gulbenkian, que, em 1942, escolheu Portugal como refúgio durante a Segunda Guerra Mundial, depositaria confiança absoluta, elegendo-o Presidente Vitalício - “Eu faço uma distinção entre a antiguidade e a velhice; eu pertenço à categoria dos antigos e não à categoria dos velhos:”.– Declarações que me foram prestadas, no seu gabinete de trabalho, sentado atrás de uma grande mesa, encimada de pastas, correspondência e dossiers, ainda inteiramente absorvido com as atividades da Administração
"EU NÃO SOU VELHO, SOU
ANTIGO!... QUE É UMA COISA DIFERENTE". -.José de Azeredo Perdigão -
Os Grandes Portugueses - Quem sabe fazer a distinção, entre o que é velho
e antigo, entre velharias e antiguidades, são precisamente os homens que
têm gosto pela arte.
José Henrique de Azeredo
Perdigão, no seu tempo, foi um deles. E, certamente, não teve rival. Era um
homem simples, culto, afável e comunicativo. Aliás, as grandes figuras são
generosas e despidas de vaidade. Ele era um desses extraordinários
exemplos.
O seu diálogo infundia um prazer especial. É justamente a impressão que ainda hoje tenho, sempre que revejo a entrevista que me deu a honra e o prazer de conceder, parecendo-me que ainda o estou a ver atrás da sua enorme secretária, pejada de dossiers e de papéis. Com uma transbordante jovialidade, rara para a sua idade. Já lá vão 24 anos.
Este é o único registo sonoro do Dr. Azeredo Perdigão, daquele foi o braço direito do milionário Calouste Gulbenkian, desde que escolheu Portugal para seu retiro, devido à guerra que grassava além dos Pirenéus, personalidade que soube sempre manter uma vida simples, discreta, mas muito intensa e trabalhosa, longe da comunicação social e também um respeitoso distanciamento dos sucessivos governos que conheceu.
A entrevista, que me deu a honra e o prazer de me conceder, das raras que concedeu em sua vida, ficou a dever-se ao excelente relacionamento que mantinha com o Arquiteto Sommer Ribeiro, que, além de Diretor do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, ali desempenhava importantes funções.– E porquê este raro privilégio? – Nomeadamente, pelo meu papel na divulgação das atividades culturais desta instituição, através da Rádio Comercial RDP, na qual era repórter.
Quando me acompanhou ao seu escritório, o que inicialmente estava previsto eram apenas umas breves declarações, sobre o papel da Fundação nos novos países de expressão portuguesa, e o que pensava sobre as comemorações dos descobrimentos – De facto, não se podia exigir mais de quem se apresentava por detrás de uma enorme secretária toda ela coberta de papéis e com ares de que todo o tempo lhe era pouco, tanto mais que não tardaria a completar 91 anos de idade . Porém, para minha agradável surpresa, o diálogo evoluiu naturalmente –E mesmo para além do que ficou registado no gravador. O que é editado em vídeo ( e transcrito para texto) é apenas um excerto da longa e interessante entrevista que aqui tenho a honra de apresentar, se bem que os temas que ali me levaram não estejam incluídos neste registo: não por serem menos importantes mas para não tornar o vídeo demasiado longo
A entrevista, que me deu a honra e o prazer de me conceder, das raras que concedeu em sua vida, ficou a dever-se ao excelente relacionamento que mantinha com o Arquiteto Sommer Ribeiro, que, além de Diretor do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, ali desempenhava importantes funções.– E porquê este raro privilégio? – Nomeadamente, pelo meu papel na divulgação das atividades culturais desta instituição, através da Rádio Comercial RDP, na qual era repórter.
Quando me acompanhou ao seu escritório, o que inicialmente estava previsto eram apenas umas breves declarações, sobre o papel da Fundação nos novos países de expressão portuguesa, e o que pensava sobre as comemorações dos descobrimentos – De facto, não se podia exigir mais de quem se apresentava por detrás de uma enorme secretária toda ela coberta de papéis e com ares de que todo o tempo lhe era pouco, tanto mais que não tardaria a completar 91 anos de idade . Porém, para minha agradável surpresa, o diálogo evoluiu naturalmente –E mesmo para além do que ficou registado no gravador. O que é editado em vídeo ( e transcrito para texto) é apenas um excerto da longa e interessante entrevista que aqui tenho a honra de apresentar, se bem que os temas que ali me levaram não estejam incluídos neste registo: não por serem menos importantes mas para não tornar o vídeo demasiado longo
José Henrique de Azeredo Perdigão, nasceu
a 19 de Setembro de 1896, na Casa do Miradouro, em Viseu, tendo falecido aos 97
anos, em Lisboa, a 10 de Setembro de
1993
Tive o privilégio - o grande prazer de entrevistar -
algumas das mais importantes figuras da vida nacional, em vários domínios - .
José Azeredo Perdigão, foi uma dessas figuras. Recebeu-me no seu gabinete. E,
aquilo que inicialmente estava previsto apenas para uma curta declaração,
transformar-se-ia numa longa e interessante entrevista - Parte da qual em dois vídeos - vou aqui
transcrever, depois de o ter feito, há dois anos, noutro site de minha autoria.
DAS POUCAS FUNDAÇÕES QUE NÃO DEPENDEM DO ESTADO NEM
DAS INSTITUÍDAS PARA BRANQUEAR IMPOSTOS - "A Fundação Gulbenkian tem tido sempre uma independência
total do Governo, uma independência colaborante, mas nunca uma
dependência."
JAP - Se eu pudesse ou tivesse a possibilidade de retornar a viver, eu faria as mesmas coisas mas com menos erros, evitando os erros com a experiência que a vida me deu.
São tantas as coisas que eu desejaria fazer e não posso fazer, mas não quero mostrar-me excessivamente ambicioso ou excessivamente ingrato com a sorte que o destino me deu, porque me permitiu realizar algumas coisas que outros não tiveram a sorte de o fazer.
Eu tenho na realidade de agradecer, digamos, a Deus, o dar-me capacidade e os meios de eu poder ser útil ao meu semelhante durante os anos de vida longos que eu já tenho.
JTM - Vai fazer 91 anos em 19 de Setembro. Aqui à frente de uma secretária com muitos papéis, muitas coisas, muitos livros! Ainda a escrever com essa acuidade mental!...Com essa garra?... Com essa força?!... Como é que explica, essa sua força, essa sua longevidade! Mercê de alguma disciplina interior?...como é que explica tudo isso?...
JAP - Eu não posso explicar a longevidade, que não depende de mim... Agora o que eu procuro é não praticar atos que possam direta ou indiretamente reduzir-me o tempo de vida. Sou uma pessoa disciplinada... mas nem por isso, por ser disciplinado, deixo de fazer tudo aquilo que me agrada e tudo aquilo que devo realizar
JTM - Mas... desculpe-me a pergunta: deve-se também a alguma dieta especial ou aquele sono, enfim, àquelas horas de se deitar sempre em determinado período ou isso tem a ver com uma força espiritual interior?
JAP - Sou um indisciplinado! mas simplesmente tenho uma disciplina interior, sim, mas na vida, na maneira de ser, na maneira de me conduzir, eu não posso ter disciplina, não posso ter programas; as circunstâncias é que me dominam, as circunstâncias é que me forçam e as circunstâncias é que me orientam!
JTM - A nível de dieta: pratica alguma dieta especial?
JAP - Não pratico dieta nenhuma especial! Eu sou uma pessoa normal, modesta, simples... Tenho uma vida simples!... Simplesmente trabalhosa!
JTM - E a nível de desporto: chegou a praticar algum desporto?
JAP - Quando jovem pratiquei vários desportos... até joguei futebol!... Fiz esgrima...Montei a cavalo... Ainda hoje, se tivesse tempo, por exemplo de montar a cavalo, ainda hoje montava a cavalo. Me sentia com forças de montar a cavalo!
JTM - Isso é realmente espantoso!... Porque, há pessoas, que aos sessenta ou setenta anos, ficam velhas!... Envelhecem!..
JAP - Bem vê... eu costumo dizer quando me perguntam a idade que tenho – eu não digo a idade que tenho, porque não quero gabar-me da idade que tenho – eu não sou velho!... Eu sou antigo! que é uma coisa diferente!...Faço uma distinção entre a antiguidade e a velhice: eu pertenço à categoria dos antigos!.. E não à categoria dos velhos!
JTM - Ser velho, é digamos, é ser velho em espírito! É já não fazer coisas... é deixar passar o tempo!...
JAP - Pois é... Eu não!... Eu continuo a trabalhar em média dez horas por dia..
JTM - Neste momento, está a escrever algum livro?
JAP - Não tenho tempo para escrever livros...O tempo falta-me até para responder às cartas que me escrevem.
JTM - Cartas?!...
JAP - Sim!... Eu recebo centenas de cartas por mês!
JTM - E responde a todas a essas cartas?!...
JAP - Não respondo a todas mas respondo à maior parte..
JTM - Nesta altura, a sua maior atenção vai para essa toda correspondência e, naturalmente, aqui para a Administração da Fundação?
JAP - É a Administração da Fundação Gulbenkian que, no fundo, me absorve toda a minha atividade... tudo se centraliza na Fundação Gulbenkian... Hoje a minha vida é esta cadeira, onde estou sentado e todas as atividades que emergem dos despachos que eu dou e das relações com o Conselho de Administração que eu presido
JTM - -Digamos, tem sido uma vida inteiramente votada à Fundação!.. Ou pelos menos substancialmente votada à Fundação.
JAP - Não!... Antes da Fundação eu tive outra vida, que foi da advocacia.
JTM - Quero-me referir desde que entrou para a Fundação.
JAP - Exclusivamente dedicado à Fundação Gulbenkian. Mesmo pelos estatutos da Fundação...Pelo testamento do Sr. Calouste Gulbenkian, eu não posso exercer qualquer outra atividade lucrativa, além da Presidência da Fundação Gulbenkian... Razão porque eu cancelei a minha inscrição como advogado. Hoje sou advogado honorário mas sem exercer qualquer atividade profissional
OS APOIOS AOS PALOP - NO DOMÍNIO DO ENSINO E DA SAÚDE
JAP - A Fundação tem dado realmente uma contribuição muito
válida para a defesa da cultura portuguesa nos países que hoje são independentes
e que foram antigas colónias: quer por via de contribuição para estabelecimento
de ensino, quer por via de missões médicas, quer por via de subsídios para a criação
de estabelecimentos de ensino, o que já é muito, evidentemente. Como ainda
bolsas de estudo, que nós concedemos para virem aqui à metrópole, fazer cursos
de aperfeiçoamento, a naturais dessas nossas antigas províncias ultramarinas
JTM - Mas, naturalmente, que além dessa
contribuição, há outras perspetivas, em vista?
JAP – As perspetivas: nós devemos esperar mais
que se nos dirijam, porque, as circunstâncias, podem mudar e mudam!... De um
momento para o outro e de maneira imprevista.
De maneira que, a Fundação Gulbenkian,
deve ter sempre uma atitude de espectativa: esperar, efetivamente, que lhe
peçam e demonstrem que podem realizar de que sermos nós a tomar a iniciativa de
os levar a fazer
JTM – Portanto, que lhe apresentem projetos
no sentido de os apoiar?
JAP – Não só que nos apresentem projetos
mas que demonstrem a possibilidade de os realizar: porque, há muita gente que
faz projetos, mas, o que é caricato, não é fazê-los mas estar em condições de
os realizar e manter.
JTM – Em relação à Guiné, há quem diga que
o Português, nesta altura, corre alguns risco de ser deixado de falar em favor
da língua francesa.
JAP – Não lhe digo que não haja o risco da
língua portuguesa deixar de ser falada: isso seria um caso bastante estranho,
porque ela está radicada, em geral, na massa da população. Mas, não há dúvida
de que, como língua de elite, de cultura superior, é possível que, se nós não fizermos
um grande esforço, o francês não vença, mas por vezes seja preterida ao português:
isso depende tudo de que se lhe puder dar. Se nós, efetivamente, não lhe dermos em Português
aquilo que eles pretendem, e, se houver um país, a França, lho der, eles naturalmente que aproveitam essa a língua
francesa.
JTM – Claro que esse papel cabe ao
Governo: da parte da Fundação, segundo depreendo das suas palavras, é o apoio a
qualquer projeto que tenha em vista, exatamente esse propósito.
JAP – Não é só o apoio a projetos, que nos
sejam apresentados, que, neste caso particular, nós próprios sugerimos. Porque,
a Fundação, depois da independência das Províncias Ultramarinas, criou um
serviço especificamente que se dedica
ajudar a resolver alguns problemas desses territórios. E, portanto, há um
serviço dotado para poder vencer uma ação, dentro dos territórios de Angola,
Moçambique, S. Tomé, Guiné, Cabo Verde.
JTM – Nomeadamente no ensino ou também
noutros setores de atividade?
JAP – Principalmente, no ensino e na
saúde: são os dois sectores, em que, a ação da Fundação, mais se faz sentir – E
também porque são os mais necessários!
Em que é possível realizar, com mais segurança, uma obra útil
JOSÉ AZEREDO PERDIGÃO, O HOMEM QUE FEZ MAIS PELA CULTURA EM PORTUGAL DE QUE QUALQUER DOS GOVERNANTES, DEPOIS QUE ELE MORREU
A Fundação Calouste Gulbenkian. GOZA DE PRESTÍGIO INTERNACIONAL, SENDO CONSIDERADA UMA DAS MAIS IMPORTANTES A NÍVEL MUNDIAL NO SEU GÉNERO
Da extensa entrevista, que me concedeu, apenas breves minutos foram transmitidos na Rádio Comercial, onde era repórter. Veja como ele conheceu Calouste Gulbenkian e o que ele pensava sobre o futuro da mais importante fundação de Portugal - Hoje, bem diferente do que foi: extinguiram a Companhia de ballet e venderam o Palacete de Paris, uma das maravilhas arquitectónicas, que fora a residência de Gulbenkian - possivelmente para eventual jogada financeira.
.DEZ HORAS POR DIA A TRABALHAR, QUE NÃO DÁ PARA LER TODA A CORRESPONDÊNCIA QUE RECEBE.
JTM - Ser velho, é digamos, é ser velho em espírito! É já não fazer coisas... é deixar passar o tempo!...
JAP - Pois é... Eu não!... Eu continuo a trabalhar em média dez horas por dia..
JTM - Neste momento, está a escrever algum livro?
JAP - Não tenho tempo para escrever livros...O tempo falta-me até para responder às cartas que me escrevem.
JTM - Cartas?!...
JAP - Sim!... Eu recebo centenas de cartas por mês!
JTM - E responde a todas a essas cartas?!...
JAP - Não respondo a todas mas respondo à maior parte..
JTM - Nesta altura, a sua maior atenção vai para essa toda correspondência e, naturalmente, aqui para a Administração da Fundação?
JAP - É a Administração da Fundação Gulbenkian que, no fundo, me absorve toda a minha atividade... tudo se centraliza na Fundação Gulbenkian... Hoje a minha vida é esta cadeira, onde estou sentado e todas as atividades que emergem dos despachos que eu dou e das relações com o Conselho de Administração que eu presido
JTM - -Digamos, tem sido uma vida inteiramente votada à Fundação!.. Ou pelos menos substancialmente votada à Fundação.
JAP - Não!... Antes da Fundação eu tive outra vida, que foi da advocacia.
JTM - Quero-me referir desde que entrou para a Fundação.
JAP - Exclusivamente dedicado à Fundação Gulbenkian. Mesmo pelos estatutos da Fundação...Pelo testamento do Sr. Calouste Gulbenkian, eu não posso exercer qualquer outra atividade lucrativa, além da Presidência da Fundação Gulbenkian... Razão porque eu cancelei a minha inscrição como advogado. Hoje sou advogado honorário mas sem exercer qualquer atividade profissional
JTM - Conheceu esse grande homem!...O fundador desta Fundação: uma palavra para esse homem... Nunca é por demais sublinhá-lo.
JAP - É um homem que eu conheci como meu cliente... Convivi com ele durante o tempo em que aqui esteve até falecer. Eu considero-o uma pessoa superior, em todos os sentidos! Na inteligência!.. Na da ação! Mesmo na generosidade!.. Porque, o facto de ele ter constituído esta Fundação, é uma prova do seu espírito humanista!... Ele era, sem dúvida, um humanista!
JTM – Um amigo de Portugal!..
JAP - Sim!... Muito!... Ele simpatizou com Portugal... Ele veio para aqui para estar, simplesmente, uma semana ou duas semanas em período de repouso... e foi ficando... Foi prolongando... E aqui esteve uns poucos de anos até morrer... Porque acabou por morrer em Portugal... A prova evidente que o nosso meio, o meio social, o meio político e económico lhe agradavam!... Ele sentia-se bem aqui, assim...
JTM - Adotou o país como pátria sua!
JAP - Sim, adotou o país... É difícil saber qual era a pátria dele... Porque ele era arménio de raça...Nasceu na Turquia!... Tinha o seu domicílio em Paris e estava naturalizado inglês. Por isso, já vê que é difícil dizer-lhe a pátria dele...Veio viver para Portugal... Suponho eu, com a intenção de poder repousar... Foi no período da guerra, não é verdade...em que a França foi ocupada... A França foi ocupada e depois foi dividida em França livre e França ocupada... O governo de Pétain veio paraVichy e ele entendeu que devia ir para Vichy . Esteve em Vichy algum tempo ... Havia naturalmente dificuldades em Vishy...Estavam em guerra... e pensou em vir para um país, no sul da Europa, que estivesse em paz... E escolheu Portugal. E veio, digamos, para um período de férias!... E, afinal, interessou-se por nós... Achou-se bem... Foi bem acolhido!... Foi bem acompanhado por bons médicos. Porque foi uma das coisas muito importantes, a confiança que ele tinha nos médicos... Porque ele preocupava-se muito com a sua saúde... Ele teve aqui médicos muito bons.. Quero citar um nome que é Fernando do Fonseca , já falecido e que foi realmente uma das figuras notáveis da medicina portuguesa, um dos médicos do Sr. Calouste Gulbenkian(não foi único!), mas foi um deles.... Foi um conjunto de circunstâncias... A paz pública! Que nós gozávamos aqui em Portugal... isso encantava-o!
JAP Imediatamente... Se não foi no próprio dia, foi um dos dois dias imediatos...
JTM - Foi consigo que ele tratou a criação da Fundação?..
JAP - Foi comigo que ele tratou a criação da Fundação Gulbenkian... Não admira... pois era o seu advogado... Era o seu consultor jurídico... E, consequentemente, ele necessitava de um consultor jurídico para criar um Fundação em Portugal...
"O RISCO DA FUNDAÇÃO ACABAR EM CONSEQUÊNCIA DE UMA CARÊNCIA DE MEIOS FINANCEIROS, NÃO EXISTE"
JTM - Quando o projeto apareceu era um projeto menos ambicioso ou que foi galgando, foi tornando-se forte com o tempo?...
JAP - Eu estou convencido que no espírito dele a Fundação talvez não tivesse a dimensão que ela tem hoje!... Eu pergunto a mim próprio se porventura me tivessem perguntado quando a Fundação foi constituída, se ele teria o desenvolvimento e a dimensão que hoje tem, eu diria que não.
Os fundos.... Naturalmente, que, à primeira vista, com estas despesas todas, faz-nos criar aquela dúvida ou pelo menos a interrogação: será que os fundos darão para que a Fundação possa viver muitos anos?... Ou eles terão seu limite?
Uma das minhas preocupações foi precisamente assegurar a continuidade, digamos assim, a perenidade da própria Fundação... Esse risco de a Fundação acabar em consequência de uma carência de meios financeiros não existe.
JAP – Porque a Fundação está bem assegurada!... A Fundação tem realmente um património que garante a sua sobrevivência...
JTM . Para muito!... Muito tempo!...
JAP - Por muito tempo...nunca se sabe... Nada é eterno!... E sobretudo nós não podemos prever como evoluem os investimentos que ele tem... A sua fortuna...Como evoluem esses investimentos. Onde é que as coisas em que ele investiu podem realmente ser produtivas ou deixar de ser produtivas... ou extinguirem-se mesmo.. É um contingente na vida moderna, que nós não podemos ter a certeza de sobreviver física e economicamente...
JTM - O importante é sublinhar o que se fez!...que foi imenso! Que foi bastante...em vários domínios: na cultura, na ciência, na saúde e noutros sectores de atividade. E, Portugal, teria naturalmente enfrentado algumas dificuldades se não fosse o apoio da Fundação?
JAP - É evidente que a Fundação da Gulbenkian tem ajudado a resolver alguns problemas da vida nacional... Mas, se a Fundação não existisse, os governos encontrariam outros meios para resolver essas dificuldades... É claro que a Fundação Gulbenkian tem feito muito... Mas, não quer dizer que, se a Fundação não existisse, não encontrasse para os mesmos problemas, soluções, talvez até soluções melhores
(Fotos do autor deste blogue e da entrevista)
(.....) Nunca pensei em que a Fundação Gulbenkian se substituísse ao Governo, nem se imiscuísse na governação pública. A Fundação Gulbenkian tem tido sempre uma independência total do Governo, uma independência colaborante, mas nunca uma dependência.
Na mesma entrevista (igualmente gravada) foram ainda colocadas questões sobre o apoios da Fundação aos novos países de expressão portuguesa e as comemorações dos descobrimentos, entre outros temas. Em of contou-me que a Fundação Gulbenkian chegara a emprestar dinheiro ao governo de Oliveira Salazar para evitar a banca rota.
DEPOIS DA SUA MORTE TUDO MUDOU ... E PARA PIOR - DANTES HAVIA MAIS CRIATIVOS E ARTISTAS - VIAM-SE SAIR E ENTRAR, PELAS PORTAS DA FUNDAÇÃO GULBENKIAN, MÚSICOS E BAILARINOS, QUASE DE MÃOS DADAS: AGORA VÊM-SE MAIS CARROS ESTACIONADOS DE EXECUTIVOS E EXECUTIVAS
Dir-se-ia que a sua vida estava intrinsecamente ligada ao crescimento e à morte das plantas e das flores. Cuidavam dos jardins com o mesmo carinho e esmero como se sentissem parte da mesma casa e do mesmo património. Até os patos os reconheciam e grasnavam, quando passavam junto dos lagos. - Creio que, desde o mais humilde servidor, jardineiro, contínuo, vigilante, escriturário, músico ou artista, consultores jurídicos, económicos ou culturais, Directores do Museu e Centro de Arte Moderna, das Bibliotecas, Orquestra e do Ballet, aos mais destacados corpos gerentes da sua administração, ao seu Presidente, se sentiriam unidos na mesma grande família, verdadeiramente irmanada e empenhada em honrar os propósitos do grande patriarcaCalouste Sarkis Gulbenkian
Dir-se-ia que a sua vida estava intrinsecamente ligada ao crescimento e à morte das plantas e das flores. Cuidavam dos jardins com o mesmo carinho e esmero como se sentissem parte da mesma casa e do mesmo património. Até os patos os reconheciam e grasnavam, quando passavam junto dos lagos. - Creio que, desde o mais humilde servidor, jardineiro, contínuo, vigilante, escriturário, músico ou artista, consultores jurídicos, económicos ou culturais, Directores do Museu e Centro de Arte Moderna, das Bibliotecas, Orquestra e do Ballet, aos mais destacados corpos gerentes da sua administração, ao seu Presidente, se sentiriam unidos na mesma grande família, verdadeiramente irmanada e empenhada em honrar os propósitos do grande patriarcaCalouste Sarkis Gulbenkian
Extinguiram a Companhia de Ballet (Fundação Gulbenkian extingue Ballet) e venderam uma das maravilhas da Fundação Gulbenkian, em Paris - Autênticos crimes Lesa-Património, Lesa-Humanidade
VENDERAM O PALACETE, QUE FOI A RESIDÊNCIA DE CALOUSTE GULBENKIAN - ESTIVERAM-SE NAS TINTAS EM PRESERVAR A SUA MEMÓRIA -Paris -Centre Culturel Calouste Gulbenkian - Imagem WEB.
- Argumentam os coveiros do Ballet Gulbenkian que a venda do histórico imóvel, serviu para cobrir a abertura de instalações mais modernas e ao lado de outras do mesmo género, mas onde a concorrência é bem maior e cujo local jamais poderá superar a importância da mais bela obra arquitetónica, situada no 51 Avenue d'Iéna 75116 Paris, France coração do histórico Paris, onde desde há quase meio século, esteve instalado o Centro Cultural da Fundação Gulbenkian - Agora, que fizeram a negociata, e cometeram a suprema barbaridade, andam por lá, pelas ditas novas instalações, armados em velhas e azougadas carpideiras, com badaladas exposições em “Memória do sítio“
Se, José de Azeredo Perdigão, por um eventual ou hipotético milagre divino ressuscitasse do jazigo onde repousam os seus restos mortais e visse o que resta da herança que legou, a mesma que, com tão inexcedível zelo, carinho e dedicação teve a seu cuidado, assumindo dignamente a Presidência do Conselho de Administração, cargo com o qual soube sempre honrar o nome, o espírito humanista e visionário do seu fundador, Calouste Gulbenkian , estou certo que, por tão desiludido, por tão profundamente dececionado, perderia imediatamente os sentidos e, regressado à plena consciência, depressa desejaria voltar ao reino dos mortos, à tranquilidade dos que morrem mas cuja memória jamais se apagará na vida dos que estão acima da mediana e trivial mentalidade material, hipócrita e egoísta.
Hoje a vida da Fundação é uma pálida imagem dos tempos áureos em que era dirigida por José Azeredo Perdigão. Basta dizer que os jardins eram cuidados por jardineiros, pagos directamente pela própria fundação.
ABANDONOU-SE O CENTRO ARTÍSTICO INFANTIL – ONDE AS CRIANÇAS APRENDIAM A ARTE PARA DAR LUGAR A UMA CAFETARIA DE LUXO
Antes existia lá um centro artístico infantil, onde as crianças aprendiam os primeiros rudimentos artísticos, agora encontra-se lá instalada mais uma cafetaria, onde uma chávena de chá lhe custa 2 euros, ou seja – Ao oportunismo liberal consumista, onde poder extrair lucro, nada escassa- Para disfarçar, puseram à dita Cafetaria- geladaria, o nome pomposo de Centro Interpretativo Gonçalo Ribeiro Teles
Fica sitiado unto à entrada lateral para a “Fundação, pela Av. Marquês Sá da Bandeira, no local onde antes funcionara o Centro Artístico Infantil (conhecido por “Centrinho”), desocupado há mais de dez anos, está a nascer um novo projeto que alia um centro de informação multimédia sobre o Jardim, dirigido a todos os públicos, a um espaço de lazer onde os visitantes poderão deliciar-se com um gelado no verão ou uma bebida quente no inverno. O horário de funcionamento deste novo equipamento acompanha o do Jardim: das 10h às 19h. Jardim com centro interpretativo e nova esplanada
Os jardins da Fundação Gulbenkian foram concebidos por bons mestres: os arquitetos paisagistas António Viana Barreto e Gonçalo Ribeiro Teles. E creio que, pelo menos enquanto o Dr. Azeredo Perdigão foi presidente, houve o cuidado de ser fiel à sua conceção naturalista – mas também humanista – dos seus autores. E essa harmonia foi mantida, porque havia os chamados jardineiros da casa. E agora já não há.
Hoje não me parece que seja assim: tanto pode lá estar amanhã um Manuel como no dia seguinte um Joaquim. E se calhar noutros serviços acontece a mesma coisa.
Hoje não me parece que seja assim: tanto pode lá estar amanhã um Manuel como no dia seguinte um Joaquim. E se calhar noutros serviços acontece a mesma coisa.
António Ramos Rosa - Era um dos frequentadores dos jardins da Gulbenkiam, pelo menos enquanto morou na Rua do Bocage - Numa das imagens, sentado num banco em profunda reflexão, tranquilamente e como que abstraído do mundo e, noutra oportunidade, junto a um dos velhos eucaliptos.
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Estar Só é Estar no Íntimo do Mundo
Por vezes cada objecto se ilumina
do que no passar é pausa íntima
entre sons minuciosos que inclinam
a atenção para uma cavidade mínima
E estar assim tão breve e tão profundocomo no silêncio de uma plantaé estar no fundo do tempo ou no seu ápice
ou na alvura de um sono que nos dá
a cintilante substância do sítio
O mundo inteiro assim cabe num limbo
e é como um eco límpido e uma folha de sombra
que no vagar ondeia entre minúsculas luzes
E é astro imediato de um lúcido sono
fluvial e um núbil eclipse
em que estar só é estar no íntimo do mundo
António Ramos Rosa
Estar Só é Estar no Íntimo do Mundo
Por vezes cada objecto se ilumina
do que no passar é pausa íntima
entre sons minuciosos que inclinam
a atenção para uma cavidade mínima
E estar assim tão breve e tão profundocomo no silêncio de uma plantaé estar no fundo do tempo ou no seu ápice
ou na alvura de um sono que nos dá
a cintilante substância do sítio
O mundo inteiro assim cabe num limbo
e é como um eco límpido e uma folha de sombra
que no vagar ondeia entre minúsculas luzes
E é astro imediato de um lúcido sono
fluvial e um núbil eclipse
em que estar só é estar no íntimo do mundo
António Ramos Rosa
José Henrique de Azeredo Perdigão
Viseu - 19 de Setembro de 1896 — Lisboa, 10 de Setembro de 1993
Funcionário n.º 1 da Fundação Calouste Gulbenkian e seu presidente vitalício entre 1955 e 1993, ano em que faleceu com 97 anos.
Natural da Casa do Miradouro, em Viseu (19 de Setembro de 1896) filho de José Cardoso Perdigão e de sua mulher Raquel de Azeredo, licenciou-se em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e pós-graduou-se em Ciências Jurídicas, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. No ano de 1919 estabeleceu-se como advogado em Lisboa e, a 26 de Julho de 1920, casou pela primeira vez com Alice Raquel Xavier Dantas da Silva, da qual teve um filho e uma filha. Foi um dos advogados mais solicitados do seu tempo em Portugal. Participou em alguns dos maiores processos civis, criminais e comerciais, ganhou fama de implacável e era pago a peso de ouro.
Democrata republicano participou na fundação, com Raul Proença, Jaime Cortesão, Aquilino Ribeiro, Raul Brandão, Faria de Vasconcelos e outros, a revista Seara Nova, onde publicou diversos estudos e comentários sobre economia. Além de exercer a advocacia, deu aulas e regeu cadeiras em várias universidades, publicou numerosos trabalhos. Exerceu funções públicas como conservador do Registo Predial, fez parte do Conselho Superior Judiciário, pertenceu ao Conselho de Administração do Banco Nacional Ultramarino e de outras empresas, foi presidente da Assembleia-Geral do Banco Fonsecas, Santos & Viana e da Sacor, e presidente da Assembleia-Geral e do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal. Em 1942 conheceu o milionário e filantropo Calouste Gulbenkian (que escolheu Portugal como refúgio durante a Segunda Guerra Mundial), que impressionou, sendo contratado como seu assessor jurídico. Em 1948 Gulbenkian decidiu fazer o seu testamento, para dar destino à sua fabulosa colecção de arte, e a sua confiança em Azeredo Perdigão foi decisiva para a criação da futura fundação em Portugal, que negociou as condições mais favoráveis com o governo português. A 8 de Julho de 1949 falecia a sua primeira mulher Alice Raquel Xavier Dantas da Silva. Calouste Gulbenkian morreu em 1955 e, após uma batalha jurídica entre com Cyril Radcliffe, o advogado inglês do milionário, Azeredo Perdigão venceu e foram aprovados os estatutos da Fundação Gulbenkian, a 18 de Julho de 1956, com sede em Portugal. Azeredo Perdigão não queria a interferência de Salazar na fundação e consegui essa independência, pois o Presidente do Conselho, que não gostava das suas opiniões políticas, também não duvidava do seu patriotismo e acreditava que ele defendia os interesses nacionais. Azeredo Perdigão foi nomeado presidente vitalício da Fundação Calouste Gulbenkian e, desde então, abandonou a sua actividade de advogado para se dedicar inteiramente à fundação, sendo nessa ocasião homenageado pela Ordem dos Advogados Portugueses.José de Azeredo Perdigão
José Henrique de Azeredo Perdigão
Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e pós-graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade de Coimbra. Foi doutor honoris causa em Direito pelas Universidades de Coimbra, do Porto, Nova de Lisboa, Baía, Rio de Janeiro e São Paulo, em Artes pelo Royal College of Arts de Londres, em Ciências Humanas pela Universidade de Southeastern (EUA), em Humanidades pela Universidade de Sophia (Japão) e em Arquitectura pela Universidade Técnica de Lisboa.
(…) Foi sócio de mérito da Academia Nacional de Belas-Artes e da Academia Portuguesa de História, entre outras instituições. Foi governador da Fondation Européenne de la Culture. -Chanceler das Ordens de Mérito Civil, foram-lhe atribuídas numerosíssimas condecorações nacionais e estrangeiras, entre elas as grã-cruzes portuguesas da Ordem da Torre e Espada, da Ordem de Cristo, da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem do Mérito. Foi membro do Conselho de Estado. Azeredo Perdigão
(…) Foi sócio de mérito da Academia Nacional de Belas-Artes e da Academia Portuguesa de História, entre outras instituições. Foi governador da Fondation Européenne de la Culture. -Chanceler das Ordens de Mérito Civil, foram-lhe atribuídas numerosíssimas condecorações nacionais e estrangeiras, entre elas as grã-cruzes portuguesas da Ordem da Torre e Espada, da Ordem de Cristo, da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem do Mérito. Foi membro do Conselho de Estado. Azeredo Perdigão
O QUE SE DIZ SOBRE A ADMINISTRAÇÃO DE JOSÉ AZEREDO PERDIGÃO E DAS ADMINISTRAÇÕES QUE LHE SEGUIRAM
"Os grandes vultos de Azeredo e Madalena Perdigão foram os motores de uma instituição com um prestígio e dignidade notáveis. O amor pelas pessoas e pela cultura de Azeredo Perdigão obrigava a preços muito económicos nos concertos, Perdigão se visse pessoas à porta do grande auditório sem bilhete, muitas vezes jovens sem dinheiro, dizia aos porteiros: “deixem entrar toda a gente, não fica ninguém à porta na Fundação Gulbenkian”. Longe estão os dias de Azeredo Perdigão, longe está a elegância e a qualidade do homem que fez da instituição o verdadeiro ministério da cultura de Portugal. Hoje em dia a administração da Gulbenkian decide acabar com um património, que já não é pertença de uma instituição mas universal, de um dia para o outro, sem reflexão pública, de forma autoritária e como se tratasse de uma empresa que se quer deslocalizar. O respeito pelo público e pelos artistas foi o primeiro património a desaparecer o que se seguirá?" Gulbenkian - memória - Crítico.
"A Fundação tem recrutado para a sua Administração gente oriunda da vida política e "banqueiros" (melhor seria dizer gestores bancários): Isabel Mota, Teresa Gouveia, Marçal Grilo, André Gonçalves Pereira, Artur Santos Silva, Diogo Lucena, Rui Vilar. Nenhum destes gestores tem a menor sensibilidade ou currículo académico na área cultural." Gulbenkian- uma nota - Crítico
(...)o Ballet Gulbenkian já não pertence a 9 membros de um conselho de Administração, pela sua história já é um património Português e Mundial. Pelo facto de uma Fundação ser privada não lhe assiste o direito moral para a destruição gratuita de algo que é de todos. Existem limites para a barbárie Ballet Gulbenkian - Contrariar o Medo De Existir - Crítico
Jorge Trabulo Marques
Jornalista
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