Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Informação e Análise
Evaristo Carvalho, vice-presidente da ADI, que logrou a maioria absoluta nas últimas eleições legislativas, quer fazer a dobradinha do seu partido no dia 17 de Julho: Que a República Democrática de São Tomé e Príncipe, seja liderada por um Governo e Presidente da mesma cor partidária – Qualidades humanas não lhe faltam, sempre afável, simpático e sorridente, num rosto levantado, no alto da sua estatura atlética, onde geralmente ostenta mais serenidade de que desmedida ambição ou garra política, mas onde é difícil morar o cinismo, a hipocrisia ou o pessimismo, mesmo quando um tremendo desafio a que se aventura, não o deverá esmorecer, porque a paisagem natural e humana das maravilhosas Ilhas Verdes do Equador, é mais multicolorida de que de uma só cor ou monocórdica.
O povo destas ilhas é por natureza pacifico mas expressivo,alegre e falador - É prolifero, quanto baste - E o Evaristo, que o diga, pois tem cima de 20 filhos - com uma certa tendência para o moli-moli no vergar da mola (não lhe falem da Roça, porque essas grandes propriedades, só lhe trazem imagens de escravatura e de má memória), mas sábio e inteligente, mesmo nos iletrados, com um nível bastante superior acima da media dos demais países africanos, para não se deixar facilmente iludir ou enganar por vás ilusões ou promessas de circunstância.
CONHEÇO, EVARISTO CARVALHO, desde os
finais dos anos 60
Não constitui, para mim, nenhuma surpresa
a sua candidatura ao cargo de Presidente da República, a 17 de Julho de 2016 – Revelou-me,
pessoalmente, esse seu desejo, na tarde do dia 28 de Fevereiro, num passeio à
Lagoa Azul – Trocámos impressões sobre este seu novo desafio.
Na verdade, entre os candidatos às próximas eleições, só vislumbro duas figuras a disputarem a segunda volta – e pela segunda vez: Evaristo de Carvalho e Pinto da Costa - Não vou aqui revelar por qual destas figuras me inclinaria, se estivesse no lugar de votante e cidadão santomense (sou, por afeto, mas não chega), todavia, não deixarei de afirmar que tenho uma grande estima e admiração por ambos – Naturalmente, que, em termos de ação política, essa opinião é relativizada – Pois a carreira politica de um é muito diferente da do outro. Não posso pois deixar de reconhecer esse importante facto na fundação e condução dos destinos da Pátria São Tomense.
Na verdade, entre os candidatos às próximas eleições, só vislumbro duas figuras a disputarem a segunda volta – e pela segunda vez: Evaristo de Carvalho e Pinto da Costa - Não vou aqui revelar por qual destas figuras me inclinaria, se estivesse no lugar de votante e cidadão santomense (sou, por afeto, mas não chega), todavia, não deixarei de afirmar que tenho uma grande estima e admiração por ambos – Naturalmente, que, em termos de ação política, essa opinião é relativizada – Pois a carreira politica de um é muito diferente da do outro. Não posso pois deixar de reconhecer esse importante facto na fundação e condução dos destinos da Pátria São Tomense.
QUANDO E COMO O CONHECI
De seu nome completo, Evaristo de Espírito Santo Carvalho; natural de Santana, distrito de Cantagalo, signo
balança, nascido a 22 de Outubro de 1941: conheço o Evaristo Carvalho, desde o
dia em que ele trabalhou na secretaria de Brigada de Fomento Agro-Pecuário, sob a
direção do Eng. Morbey, onde rapidamente ascendeu a Chefe dos Serviços Administrativos.
Pessoa respeitada e admirada por todos – Fomos colegas: ele com os papeis, na secretaria que ficava situada na cidade, eu na apicultura, a recolher enxames no mato, com as minhas barbas de abelhas no colmeal da Brigada ou a polinizar a baunilha, lá para os lados da Roça Santa Margarida, na área da então Vila da Trindade, com os demais técnicos da Estação Agrária e Florestal.
Pessoa respeitada e admirada por todos – Fomos colegas: ele com os papeis, na secretaria que ficava situada na cidade, eu na apicultura, a recolher enxames no mato, com as minhas barbas de abelhas no colmeal da Brigada ou a polinizar a baunilha, lá para os lados da Roça Santa Margarida, na área da então Vila da Trindade, com os demais técnicos da Estação Agrária e Florestal.
De vez em quando,
também ali o vimos, na área dos laboratórios, em humilde diálogo com o Chefe da
Brigada ou outros engenheiros e regentes agrícolas, tomando até o mesmo jipe de
regresso à capital. Que me lembre, nunca o vi zangado ou de semblante
encrespado mas, às vezes, com certo ar muito sério e sisudo, pois,
tal como outros, teve que engolir algumas prepotências do chefe,
quando este tinha as suas saídas mais autoritárias ou bruscas.
Impunha-se pela qualidade do seu trabalho,em que toda a gente confiava: não era estilo
subserviente ou de vergar-se em devaneios artificiais para cair nas graças
hierárquicas, tal como também não era suposto que se lhe conhecesse
qualquer tendência anticolonialista, ao contrário de um funcionário (já me não ocorre o nome) que fazia de capataz nos trabalhos agrícolas e, dada
a sua impertinência, na voz e na postura, até se dizia que ele ia
ser o dono daqueles terrenos e da ilha, se algum dia S. Tomé, ascendesse à independência.
Esta palavra, não era comum ser pronunciada (era proibida no léxico linguístico colonial) mas pessoalmente também não duvidava que não deixasse de ser pensada e até muito desejada, numa certa elite da Ilha – Nomeadamente por aquela que sofrera os horrores do Batetá, ainda com a memória bem fresca, daquelas atrocidades do Governador Carlos Gorgulho. Nessa altura, o jovem Evaristo, já tinha 14 anos: por certo que dificilmente se esquecerá – e se calhar aquele seu ar introspectivo, um tanto ou quanto contristado, que evidencia quando não sorri, lhe terá ficado do que observou nesses atribulados dias, porventura aos seus pais, amigos ou familiares. - Filho de Pedro Carvalho dos Santos e de Maria do Espírito Santo Dias – Sim, pois qual foi a família que escapou à fúria colonial desses conturbados dias?!..
Esta palavra, não era comum ser pronunciada (era proibida no léxico linguístico colonial) mas pessoalmente também não duvidava que não deixasse de ser pensada e até muito desejada, numa certa elite da Ilha – Nomeadamente por aquela que sofrera os horrores do Batetá, ainda com a memória bem fresca, daquelas atrocidades do Governador Carlos Gorgulho. Nessa altura, o jovem Evaristo, já tinha 14 anos: por certo que dificilmente se esquecerá – e se calhar aquele seu ar introspectivo, um tanto ou quanto contristado, que evidencia quando não sorri, lhe terá ficado do que observou nesses atribulados dias, porventura aos seus pais, amigos ou familiares. - Filho de Pedro Carvalho dos Santos e de Maria do Espírito Santo Dias – Sim, pois qual foi a família que escapou à fúria colonial desses conturbados dias?!..
EVARISTO CARVALHO - O PERFIL DA SIMPATIA E DA SIMPLICIDADE
Segundo referem as noticias, ontem, terça-feira,
dia 24 de Maio 2016 – ao contrário da sua candidatura, há cinco anos, no cinema Marcelo da Veiga, a 13 de
Maio de 2011, numa sexta-feira – mais conhecido por dia das bruxas nas também
considerado o dia bento para os católicos e crentes nos milagres de Fátima,
aziago para os supersticiosos e bem-dito para os pagãos ou profanos -
apresentou a sua candidatura ao mais alto cargo da Nação Santomense.
Sublinhava, então, o Téla Nón, há cinco anos, que, a intervenção de Evaristo Carvalho, no
final daquela tarde, demonstrou de forma clara, "que pessoalmente não
tinha pretensão de candidatar-se ao cargo de Presidente da República. Talvez
por falta de confiança num projecto presidencial que terá caído do céu em
poucas horas, as primeiras palavras de Evaristo de Carvalho não transmitiram
confiança. Foi a plateia que teve que incentiva-lo dizendo “vamos ganhar” 14/05/2011 Evaristo Carvalho candidato da ADI ao cargo de Presidente
da ...
Fosse, como fosse, aquele dia não lhe trouxe sorte:
disputou a segunda volta, com Manuel Pinto da Costa e perdeu a favor deste –, conquistou
31287, cerca de 47,12%, - Conformado e sereno mas não derrotado -«Esta foi uma eleição histórica. Um final empolgante até aos
últimos minutos», «Decidi entrar nesta corrida há
dois meses. Foi pouco tempo para luta que travamos», argumentou
então -
Nem mesmo assim, perdeu o fair play, a postura habitual de infundir tranquilidade e simpatia, a quem o cumprimentasse ou se
lhe dirigisse – De resto, seria ele a enviar ao então Presidente da República,
eleito, uma mensagem, desejando-lhe “ boa sorte». E prometendo- fazer tudo o que estivesse ao seu alcance “ para
ajuda-lo a nos liderar neste mar de muitas ondas em que vamos navegar” 08/08/2011 Evaristo de Carvalho é um homem feliz depois das eleições
...
AGORA EM SALA DE HOTEL
Foto do Jornal Transparência |
Desta vez o local escolhido, de Evaristo de Carvalho, que abdica do lugar de
Presidente da Assembleia Nacional, para concorrer ao cargo de
Presidente da República, foi o Hotel Praia: - sala cheia, algumas
pessoas em pé, cadeiras todas ocupadas pelos membros do Governo, Presidente
da Assembleia Nacional, autarcas das câmaras distritais e outros militantes da ADI.
Servindo-me, como leitura e de análise, das imagens do
Jornal Transparência, nota-se que, por menos naqueles instantâneos fotográficos,
os semblantes, parecem ser mais de expetativa de que
otimismo ou de confiança. –
Por certo que, a presença de Patrice Trovoada,
ausente do pais, em busca de ajuda financeira, teria emprestado
outro ânimo, outros sorrisos à sala, já que é uma das características do
Primeiro-ministro, que, em 2011, tecia a Evaristo Carvalho, estas
palavras emocionadas e elogiosas, que certamente não deixariam de ser repetidas : «O meu amigo, o meu conselheiro, o meu irmão, o mais velho, o meu
camarada Evaristo do Espírito Santo Carvalho, é o nosso candidato às eleições
presidenciais!» 19/05/2011 E agora…! Quem é Evaristo Carvalho? | Téla Nón
Foto do Jornal Transparência |
Recorrendo ainda ao jornal Transparência, passo de seguida a transcrever alguns excertos do
texto, de autoria do meu grande amigo, Adilson Castro, em o candidato Evaristo de Carvalho, “no seu breve discurso às Presidenciais de 2016, disse que decidiu
em candidatar-se ao cargo do Presidente da República para as Eleições do dia 17
de Julho, além de preencher os requisitos legais, possui conhecimentos,
experiências e maturidade suficientes para o exercício do cargo do Presidente
da República de São Tomé e Príncipe.
Evaristo Carvalho disse ainda que, a sua longa
carreira política e administrativa, constitui provas evidentes imbuído
unicamente, o espírito de servir a nação e o Povo Santomense, e defende que um
país com uma economia frágil como no caso de São Tomé e Príncipe, a coesão
política, é a condição Sini kuá nón, para a sua afirmação e o desenvolvimento.
Jornal Transparência -
EVARISTO DE CARVALHO CHAMADO POR DUAS
VEZES PARA TAPAR O VAZIO DO PODER
Diz o Téla Nón, num artigo, a que deu o
titulo de Evaristo quer ser Presidente da República pelo diálogo e estabilidade,
que ele “foi por duas vezes consecutivas primeiro-ministro e chefe do Governo,
por causa das sucessivas quedas de governos eleitos maioritariamente pelo povo,
considera disse que quer ser eleito Presidente da República no dia 17 de Julho,
para garantir a estabilidade. «O Presidente da República que será eleito no dia 17 do próximo mês
de Julho deverá reunir condições pessoais para garantir esta tão desejada
estabilidade política», referiu.
O candidato às eleições presidenciais,
acrescentou que acredita no diálogo e identificou-se como um homem de diálogo. «Acredito piamente que os
são-tomenses estão condenado a dialogar uns com os outros para o bem comum.
Como homem de diálogo, quero ser o próximo Presidente da República para
garantir uma coabitação saudável com todos os órgãos do poder e particularmente
com o Governo. Eu quero dar o meu contributo para acabar ou minimizar as
crónicas, intrigas e querelas políticas», frisou. Evaristo quer ser Presidente da República pelo diálogo e
estabilidade .
Dados biográficos: No período colonial
Chefe dos Serviços Administrativos da Brigada de Fomento Agro-pecuário.
No período de transição; Chefe de Gabinete do
Primeiro Ministro do Governo de Transição e Inspector de Administração Interna.
No período pós independência
(Mono-partidarismo); Director de Gabinete do Presidente da República,
Director-Geral de Agricultura, Secretário de Estado de Administração
Territorial, Ministro das Construções, Transportes e Comunicações, Provedor da
Justiça e Deputado da Assembleia Popular.
No multipartidarismo; Secretário-Geral da
Presidência e Director do Gabinete do Presidente da República, Ministro da
Defesa e Ordem Interna, Primeiro-ministro e Chefe do Governo (duas vezes),
Director do Projecto Dimensão Social de Ajustamento Estrutural, Deputado, Líder
Parlamentar. Actualmente é Vice-Presidente do ADI e Presidente da
Assembleia Nacional. – Téla Nón
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