Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador
Inspeção do antigo país colonial – a lembrar os “bons exemplos” das “inspeções
coloniais: saneia juízes santomenses – Ditada do país que atualmente prefere
importar cacau do Gana e Costa do Marfim de que
de S. Tomé e Príncipe - Há que
evoluir com a experiência dos erros e do conhecimento e acreditar nos seus próprios
valores - Talvez esta pequena Nação
tenha mais a ensinar à Europa do que o passado
que a Europa colonial, lhe deixou
Não é
muito comum os juízes serem afastados por edital público: A lista dos “5
Juízes, que tiveram a classificação de medíocre, foi afixada na
passada sexta-feira, no átrio do Supremo Tribunal de Justiça, após deliberação
do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Superior de
Magistratura Judicial, José Bandeira, que deliberou no sentido da
suspensão das actividades dos juízes que foram classificados como medíocres, e
a respectiva abertura do inquérito por inaptidão para o exercício da
magistratura. Juízes classificados
como medíocres foram suspensos | Téla Nón
“Juízes
medíocres podem ser úteis noutros sectores” – Palavra de Primeiro-Ministro
Patrice Trovada, quer os juízes “saneados”
a desempenhar outras tarefas – Inédito – Em Portugal, não consta que algum
político ousasse fazer uma tal proposta - Até porque é o poder judicial
que manda políticos para a cadeia. Mas, ao que parece, em
S. Tomé e Príncipe, por este andar, isso dificilmente
poderá vir acontecer.
A polémica avaliação foi feita por uma inspeção
portuguesa, com carácter pedagógico, segundo diz a Associação
Sindical de Magistrados Judiciais e não propriamente com o intuito de atribuir
classificações - Mas , pelos vistos, houve quem assim não entendesse
e agora se tomem decisões, que, certamente, não deixarão de levantar alguma
crispação e mal-estar, num dos pilares da Constituição da jovem Nação,
nomeadamente quando se antevê, dentro de alguns dias, que, pelo Presidente Manuel
Pinto da Costa, seja marcada a data das eleições presidenciais
Refere o Téle Nón, que “O Primeiro-ministro Patrice
Trovoada, em reação à denuncia da Associação dos Magistrados Judiciais, que no
processo de inspecção judicial, «verificou-se uma notável
intervenção do poder político no sistema judicial, pondo em causa o sacrossanto
princípio da separação de poderes».já veio declarar publicamente que os
juízes considerados medíocres nos resultados da inspeção aos magistrados
judiciais, poderão ser uteis em outros sectores do país.“Se não
tem aptidão podem fazer outra coisa. O governo está disponível para coloca-los
noutro sector, não são pessoas inválidas. São pessoas que para determinada
função foram consideradas inaptas. E qual é o problema?», afirmou o
Chefe do Governo.Patrice- “Juízes medíocres podem
ser úteis noutros sectores” | Téla Nón
Associação Sindical de Magistrados Judiciais, denuncia "flagrantes
intervenções do poder político no sistema judicial"
Surpreendentemente, ao autor do livro Reflexões Jurídicas – Direito e
Politica, Hilário Garrido, o juiz mais mediático e
com obra jurídica, de reconhecido mérito, lançada em Portugal, na Guiné, Angola
e, ao que parece, tambéme m Cabo verde, além de no seu próprio pais, é um dos
cinco saneados
Conheci-o, pessoalmente, nesta minha última estadia em S. Tomé,
tendo-me dado o prazer de me conceder uma breve entrevista, acerca da
sua obra, com a qual - segundo me declarou - pretendia “pôr o direito na rua,
acessível a todas as pessoas que queiram melhorar a sua cultura geral – . Não me dirijo aos senhores
juristas propriamente ditos que já são conhecedores dessa
matéria – Afinal, é ele que foi mandado para a rua.
Formado pela Universidade de direito de Lisboa, orgulhando-se de ter tido
como mestres Jorge de Miranda, Sérvulo Correia, Marcelo Rebelo de Sousa, mas
que, para poder estudar à noite, teve que trabalhar nas obras de dia. - Sim,
porque ele é filho do Povo - sem vocação política, confessa - mas mito atento à
realidade social, politica e jurídica das suas maravilhosas ilhas
“No panorama
nacional, Hilário Garrido, homem santomense feito Juiz, desbrava os matos da
incultura jurídica com denodado e persistente esforço - escreve no início do
prefacio, o Juiz Carlos Semedo, que acrescenta:
Não é muito comum os juízes serem afastados por edital público: A lista dos “5 Juízes, que tiveram a classificação de medíocre, foi afixada na passada sexta-feira, no átrio do Supremo Tribunal de Justiça, após deliberação do Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e do Conselho Superior de Magistratura Judicial, José Bandeira, que deliberou no sentido da suspensão das actividades dos juízes que foram classificados como medíocres, e a respectiva abertura do inquérito por inaptidão para o exercício da magistratura. Juízes classificados como medíocres foram suspensos | Téla Nón
Refere o Téle Nón, que “O Primeiro-ministro Patrice
Trovoada, em reação à denuncia da Associação dos Magistrados Judiciais, que no
processo de inspecção judicial, «verificou-se uma notável
intervenção do poder político no sistema judicial, pondo em causa o sacrossanto
princípio da separação de poderes».já veio declarar publicamente que os
juízes considerados medíocres nos resultados da inspeção aos magistrados
judiciais, poderão ser uteis em outros sectores do país.“Se não
tem aptidão podem fazer outra coisa. O governo está disponível para coloca-los
noutro sector, não são pessoas inválidas. São pessoas que para determinada
função foram consideradas inaptas. E qual é o problema?», afirmou o
Chefe do Governo.Patrice- “Juízes medíocres podem
ser úteis noutros sectores” | Téla Nón
Carlos Semedo |
O Juiz
Garrido com a coragem dos pioneiros, abre caminhos na senda do desolador
panorama nacional da cultura jurídica, trilhando as veredas do pensamento
jurídico precipitado numa escrita de divulgação que percorre solitário todos os
ramos do saber jurídico, escrevendo sobre matéria constitucional, de Direito
Administrativo, de Direito Civil, Direito Penal, aventurando-se pelas escarpas
íngremes dos regimes processuais, penal e civil, olhando criticamente para os
fenómenos desviantes do sistema e dos valores. – Palavras do prefácio
escritas pelo Juiz Carlos Semedo, sublinhando que “No panorama nacional, Hilário
Garrido, homem santomense feito Juiz, desbrava os matos da incultura jurídica
com denodado e persistente esforço – Mas assim não entenderam os saneadores.
INSPEÇÃO
JUDICIAL DO ANTIGO PAÍS COLONIZADOR PARA AVALIAR JUÍZES
Numa altura,
em que acesso às novas tecnologias, permitem saberes, dos mais
diversos cantos do mundo, em quantidades diversas
e enciclopédicas, vai chamar-se uma inspeção
judicial de Portugal, fazendo lembrar os antigos inspectores
enviados no período colonial
Desse modo,
parece-nos que não deixa de constituir humilhação, que, após a dita
inspeção realizada nos finais de 2015, interpretada
como pedagógica, segundo versão da Associação Sindical dos Magistrados
Judiciais, agora se opte por uma decisão,
com carácter impeditivo do exercício da
atividade
E porque razão ir chamar juízes a Portugal quando,
ainda agora, numa reportagem da TVI, da fábrica de chocolate, Imperial, se
ficava a saber que esta mesma empresa importava centenas de toneladas de cacau
do Gana e da Costa do Marfim, ignorando S. Tomé e Príncipe - Como
que a trazer à memória o boicote das importações de cacau que, os ingleses
promoveram para tramar os roceiros e a antiga colónia portuguesa, com o fim de favorecem
aqueles países africanos e a Trinidad, então colonizadas pela Inglaterra.
É sabido que, nas duas ilhas, há mais de duas centenas
de ONG – para não falar das empresas de fachada, cujo único objetivo é sacar
subsídios - Para já não falar das passeatas promovidas – a nível escolar – , em Julho e Agosto, sob os mais diversos pretextos, e para virem
ensinar o quê?.... Gente das elites que ali vai para curtir umas férias
exóticas, com viagens e estadia paga – E talvez mais alguma coisa
Naturalmente, que o intercâmbio é útil e até deveria
ser intensificado, sendo imbuído de bons propósitos – mas não vemos que a mesma
reciprocidade, seja concedida aos estudantes santomenses ou aos empresários
locais: isto porque, a mentalidade neocolonial, ainda tem um grande peso, quer
nas mentes do antigo burguesas país colonizador quer na dos subjugados, nas
subservientes elites entretanto formadas
NUNCA É DEMAIS LEMBRAR O TEMPO EM QUE A JUSTIÇA NÃO ERA FEITA PARA PROTEGER OS ESCRAVIZADOS TRABALHADORES
"A política de assistência ao indígena, de protecção contra os patrões, não é função da Magistratura. Não tem por base a interpretação de normas jurídicas, nem deve basear-se na aplicação de fórmulas de direito. É uma função patronal, que algumas vezes tem de ser exercida por via da notoriedade e por quem disponha dos meios precisos para actuar enérgica e expeditamente» - o colonialismo nas Roças, era simplesmente severo e cruel, de uma grande e inqualificável desumanidade!. - É por isso que o filhos da terra, sempre detestaram aqueles feudos, que lhe foram roubados,
Nenhum comentário :
Postar um comentário