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terça-feira, 31 de maio de 2016

Em S. Tomé: Angola vai formar polícias de São Tomé e Príncipe – Mas, notícia, com eleições à vista, será a altura mais oportuna? Depois do fracasso com a polémica inspeção judicial portuguesa?




 Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista  





S. Tomé e Príncipe, é dos raros países de África, mais seguros e pacíficos, e também maravilhosos – O petróleo, que tanta tinta tem feito correr, ainda continua por explorar nos fundos dos abismos da suas águas territoriais, no Golfo da Guiné, mesmo assim  não falta quem  o cobice - Vêm aí as eleições Presidenciais, a 17 de Julho, e, por certo, mais polémica vai correr sobre o assunto:   -   Vida dura e difícil para o comum dos São-Tomenses, cujo país continua a ser um dos mais pobres do continente africano.








Agora anuncia-se que “os  governos de Angola e de São Tomé e Príncipe vão avançar com um acordo de colaboração em matéria de segurança ao nível dos estados e que envolverá também a cooperação entre as polícias dos dois países.” 

 A notícia já está a desencadear alguma apreensão e descontentamento na opinião pública, numa população tradicionalmente pacífica – E devia ser evitado - Nomeadamente, por este convite surgir em pleno período eleitoral das Presidenciais – É o que pode depreender-se nos vários comentários, onde a mesma noticia foi publicada - Não somos nós que o dizemos



Policia Angolana
É referido que   “A Polícia Nacional de Angola vai apoiar a formação e reestruturação das forças de segurança de São Tomé e Príncipe, ao abrigo de um acordo já oficializado e que reforça a cooperação entre as duas polícias. O protocolo, a que a agência Lusa teve hoje acesso, foi publicado a 24 de maio, após ratificação pela Assembleia Nacional de Angola, e refere a necessidade de a polícia angolana "apoiar os programas de formação de efetivos e de reestruturação da Polícia Nacional de São Tomé e Príncipe, com vista à sua modernização".Angola vai formar polícias de São Tomé e Príncipe - ANGONOTÍCIAS

Policia de STP - Bem preparada e equipada - 
São Tomé com dificuldades para receber apoio financeiro de Angola”  Porque, historicamente, o MPLA  terá pouco ou nada a ver com ADI de Patrice Trovoada –  

Mas vai receber apoio a nível da segurança interna - Tal como já tem acontecido noutras ocasiões


Não tem sido fácil, ao Primeiro-Ministro Patrice Trovoada, arranjar apoios  - substanciais e concretos, dos  maiores tradicionais cooperantes, com S. Tomé e Príncipe  – senão meras promessas – tanto da Republica Popular de Angola, como da República Democrática da Guiné-Equatorial:

Policia de S. Tomé e Príncipe 

As razões, ao que parece, prender-se-ão, porventura, mais com fundamentos de ordem  histórica: - Nomeadamente de relações de amizade e de confiança política  - para com as figuras, que, na luta anti-colonial e nestes últimos 40 anos, maiores afinidades e níveis de lealdade mostraram com as vicissitudes reciprocas de ambos os países, interna e externamente  – E estas coisas, não se apagam do pé para mão: nomeadamente, com  Manuel Pinto da Costa – Atual Presidente da República Democrática de S. Tomé e Príncipe - É que o MLSTP-PSD, principal Partido da Oposição, foi marginalizado; não está no poder e nem tem sido chamado a cooperar  - Se bem que atual liderança deste mesmo Partido, já pouco ou nada tenha a ver com os ideais do seu fundador 
Em todo o caso, sendo S. Tomé, um país, tão pequeno, bom era que as maiorias absolutas, não se tornassem em ditaduras de um só Partido - "O mandato do ADI é claro e para que isso fique também bastante claro, o ADI irá governar sozinho, sem coligações ADI vai governar sozinho 

ESTAS PALAVRAS DO PRESIDENTE SÃO-TOMENSE, EM ANGOLA, CONTINUAM A TER O SEU SIGNIFICADO - O Presidente Manuel Pinto da Costa afirmou, em Luanda, que é com Angola que São Tomé e Príncipe pretende fazer um “casamento para o progresso”.

O Chefe de Estado santomense, Manuel Pinto da Costa, elogiou, em Luanda, a solidariedade Angola para com o seu país e reafirmou o propósito de fazer tudo para que os laços de amizade e cooperação existentes entre os dois países se reforcem cada vez mais em benefício dos dois povos. 01/02/2012 Angola é parceiro ideal de São Tomé e Príncipee

DIFICULDADES NO DESBLOQUEAMENTO DE VERBAS - MAS ABERTO APOIO À COOPERAÇÃO POLICIAL 

Patrice Trovoada e. Eduardo dos Santos
Presidentes: de S. Tomé e Angola
Há coisa de um mês, mais precisamente no passado dia 29 de Abril, referiam as noticias que o Primeiro-ministro são-tomense Patrice Trovoada, numa visita de dois dias   a Angola, falava das  “dificuldades no desbloqueamento de verbas constantes no acordo de apoio financeiro entre o seu país e Angola” (…) E a única garantia era a de  um acordo de cooperação no domínio da segurança e administração interna que acabou de ser ratificado pelo parlamento angolano. Como vêem, as coisas vão correndo, embora com as crises, embora com as dificuldades as coisas vão correndo, a cooperação continua, a solidariedade está presente”,  E, pelos vistos, de momento, este o único acordo que poderá contemplar os interesses de ambas as partes: São Tomé com dificuldades para receber apoio financeiro de Angola .

COOPERAÇÃO DAS POLICIAS - MISSÃO DE ALTO RISCO

De facto, aparentemente, este é o género de cooperação que, na presente conjuntura, caso decorresse com normalidade, poderia interessar a ambos os dois países - Mas não é suposto que venha a ser bem aceite e compreendido pela população, que o entenderá por um reforço dos poderes absolutos de Patrice Trovoada-

Poderia interessar ao atual Governo de S.T.P, porque mostraria um apoio, que, noutras esferas não tem conseguido . E, ao Governo Angola, se a população entender bem esta cooperação – (não será fácil) porque provaria que as suas policias, estão bem preparadas e até podem mostrar-se, como exemplares no domínio da instrução – Sim, porque,  como é sabido, a instabilidade angolana é muito diferente da calmia e  do ambiente pacifico, que se tem vivido, em S. Tomé e Príncipe, desde a sua independência.

Na vasta e riquíssima terra angolana, alvo de cobiças por forças internas e externas, a  paz não tem sido fácil de conquistar – Mesmo, atualmente: Angola, no domínio da segurança, tem-se debatido e continua a debater-se, com grandes conflitualidades, que tem origem na dramática guerra civil, provocada pela UNITA, razão pela qual as suas forças de segurança – desde as militares e às policiais – deverão ser as mais bem equipadas e  preparadas em África, com larga experiência militar e policial  Angola lidera despesas militares na África subsaariana e mesmo a nível das suas tropas de elite “GAE”, A ELITE DOS COMANDOS ANGOLANOS

SE ACONTECER O MESMO QUE ACONTECEU COM A COOPERAÇÃO DA JUSTIÇA PORTUGUESA – ANGOLA PODERÁ NÃO SAIR-SE BEM DESTA AVENTURA - NA COOPERAÇÃO POLICIAL

Juizes e advogados santomenses - Téle Nón
É sabido que, desde a Independência,  a República Popular de Angola tem cooperado com S. Tomé e Príncipe, a nível da sua segurança, mesmo até  com o destacamento de corpos das Forças Armadas - Mas o ano tem 365 dias, por que razão é que se dá a noticia nesta altura - com as eleições no horizonte?  

 – A menos que esteja a recear-se, que, no caso da Governação de Patrice Trovoada, assegurar a Presidência  da República, tal domínio absoluto possa vir a desencadear algum clima de revolta e instabilidade, junto da população, o que não é de excluir, atendendo à forma como exerce o controlo dos meios de comunicação social e  à expurga que tem exercido a quem não é afecto ao seu Partido    Limpeza geral na TV e na Rádio e na Administração Pública, juízes saneados,  e, em risco, talvez quadros das Forças Policiais e Militares

Ora, se for esta a razão, parece-nos que não será o melhor caminho a seguir – Com o risco de até o próprio candidato da ADI - apresentado pelo Partido que suporta o Governo - e de quem temos até grande admiração,  poder ser afetado por alguns dos  erros da ação governativa -

COM O PRESIDENTE MANUEL PINTO DA COSTA - ATÉ NEM TEM HAVIDO CONFLITUALIDADE INSTITUCIONAL

As relações institucionais - entre o Governo e a Presidência - têm decorrido com normalidade - Isto também, porque, Manuel Pinto da Costa, tem sabido distanciar-se das querelas internas partidárias e não dando azo a crispações desnecessárias.

 Quanto a Patrice Trovoda, de facto, se o dinamismo é importante num Primeiro-Ministro, e, em boa verdade,  Patrice Trovoada, tem-no revelado , mas, de vez em quando mete as suas argoladas: foi o convite que fez a Marcelo Rebelo de Sousa, e não lhe competia a ele fazer; foi o caso de se substituir ao poder judicial, afirmando que os Juízes medíocres podem ser úteis noutros sectores”  - E não era a ele que lhe competia tal afirmação, nomeadamente sem inquérito concluído. Agora temo-lo anunciar mais uma cooperação, que, num período de sensibilidades encrespadas, poderá não ser a mais oportuna. Ou, então, tratando-se de questões de segurança, que ficasse pelo segredo dos gabinetes.
Pois, na verdade, veja-se o que aconteceu, ainda recentemente, com a trapalhada da participação de um juiz português, Patrice- “Juízes medíocres podem ser úteis noutros sectores - Entendemos que, Patrice Trovoada, devia ponderar melhor certas decisões e não promover a conflitualidade. - A que nos referimos em   http://www.odisseiasnosmares.com/2016/05/em-sao-tome-ainda-polemica-judicial.html


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