(Atualização da noticia - Greve evitada - pormenores ao fundo deste post)
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista
O Grupo Pestana, que é
o maior operador turístico na ilha de São Tomé e também uma das maiores
empresas empregadoras, poderá vir a ser afetado nos seus serviços a partir da
próxima segunda-feira – Tudo isto porque
os trabalhadores não se conformam como o aumento dos 4% - Reclamam um aumento
do salário para todos os trabalhadores na empresa na ordem de 16,4%,
argumentando que é esta a
percentagem prevista no decreto do Governo são-tomense a nível de empresas
privadas de grande dimensão,
Refere
o jornal on line. Téla Nón, que “Os mais de 300 trabalhadores do Hotel Pestana
em São Tomé, decidiram avançar com um movimento de greve por tempo
indeterminado, a partir da próxima segunda – feira. (…)A Administração do grupo
Pestana, decidiu elevar o salário de base de 900 mil dobras para 1 milhão e 600
mil dobras, cerca de 65 euros, conforme a decisão governamental de fixação do
salário mínimo – Mas, pelos vistos, sem ter em conta os tais 16,4%, de aumento
decretado pelo Governo, com a sua dimensão http://www.telanon.info/sociedade/2016/05/04/21746/greve-por-tempo-indeterminado-no-hotel-pestana-a-partir-de-segunda-feira/
PARADOXO DO CAPITAL - "Grupo
Pestana investe um milhão em nova imagem" - Em propaganda, obviamente -
O trabalhador, este, continua a ser o eterno desgraçado.
O trabalhador, este, continua a ser o eterno desgraçado.
O
Grupo Pestana não se importa de abrir os cordões à bolsa em propaganda
promocional, despendendo um milhão de euros, conforme é dito em noticia, com
vista a conquistar mais mercados e com uma nova imagem Grupo Pestana investe um milhão em nova imagem |
Económico
– Contudo, tal preocupação, pelos vistos, não
visa abranger uma melhor qualidade de vida dos seus trabalhadores - É o costume da mentalidade do
liberalismo atual, seja qual for o sector – O dos hotéis, não é exceção: ganhar
mais (cobrando altos preços – desde os quartos ao serviços de bar e
restauração) e pagando o menos possível aos seus servidores.
Recusam-se
pagar mais uns míseros euros ao sacrificado trabalhador, no entanto o mesmo
trabalhador que serve um café e uma garrafa de água, terá que pedir ao cliente
sete ou oito euros – Não digo provocação mas uma descarada injustiça social.
João Proença da UGT - Gente fina é outra coisa... |
A heresia ou o contraste
não está nisso mas na diferença abismal dos preços que são praticados com os salários que são pagos a
quem trabalha.
COM
ORDENADO MÍNIMO TÃO MISERÁVEL - COMO É POSSÍVEL O TRABALHADOR
AINDA TER QUE SE APRESENTAR DE AO BALCÃO DE FATIOTA E
GRAVATA
Os portugueses queixam-se por terem - tal como os gregos – o ordenado mínimo mais baixo da Europa, que desde Janeiro passou para 530 euros.
Agora imagine-se o que é sobreviver com 65 euros, que é o ordenado agora fixado pelo Governo, ou seja o correspondente a 1 milhão e 600 mil dobras, cerca de 65 euros.
Ainda
para mais quando se exige que, numa repartição pública e no sector privado –
especialmente em hotéis e restauração, além de outros serviços – se exija que o
trabalhador se apresente de fatiota engravatada! – O ordenado mínimo mensal vai passar
para 65 euros, mas tem andado à volta dos 50 euros, e, a maioria dos reformados, tem que
se contentar com 20 a 25 euros
Pergunta-se: onde é que
se pode ir buscar dinheiro para comprar um par de sapatos, umas calças ou outra
peça de roupa, se essa importância mal dá para alimentação! – É incrível que,
enquanto uns possam esbanjar à fartazana, dar-se a todos os luxos; outros – e
são a esmagadora maioria – tenham que sofrer tremendas privações!
O QUE VALE É QUE A TERRA
É GENEROSA
Em S. Tomé e Príncipe,
não se vêm as imagens do resto
de África, rostos sumidos e corpos esqueléticos, nos adultos, e, nas crianças, as tão chocantes barrigas
dilatadas em forma de bola, suportadas por pernas quase tão delgadas como as
dos pássaros, sim, nas maravilhosas Ilhas Verdes do Equador, não se morre de
fome porque
a terra é fértil e generosa mas pode-se morrer de doença e de outras insuficiências,
pois, nas farmácias, os medicamentos, são pela hora da morte, os comprimidos
são vendidos um a um – dificilmente o cidadão comum, pode comprar uma caixa .
E, a nível de outros produtos importados, desde de calçado, vestuário, bebidas
e alimentos, a preços ou
equiparados ou mais caros que na Europa.
A continuar-se assim,
parece que continua a ser difícil que os santomenses, em termos de salários,
possam fazer esquecer o passado colonial. Aliás, a pequena elite dos
funcionários públicos de então, até ao escalão onde podia ascender – pois, a
cor da pele ainda continuava a ser um grande entrave na promoção – de certo
modo, em termos de ordenado, era mais beneficiada
que nos dias que correm –
Naturalmente que, mesmo assim, não vejo razões para se ter saudades do
colonialismo, da sua repressão e das tremendas desigualdades sociais, que
causava, pois não há dinheiro que pague a liberdade, porém, já era tempo de, em
termos materiais, se conquistar mais alguma coisa – Claro que, em
contrapartida, criou-se uma classe de empresários e dirigentes, que não
existiam, com uma situação mais próspera e desafogada, e, nalguns casos, que é o que acontece no resto de
África, com privilégios escandalosos, comparativamente ao cidadão comum.
VÁ LÁ QUE O POVO É
PACÍFICO – MESMO QUE OS GOVERNANTES NÃO SE ENTENDAM – E, com eleições
presidenciais no horizonte, claro que não se espera violência, mas certamente alguma turbulência
O atual Governo é apoiado
por uma maioria absoluta de deputados na Assembleia Nacional - E, com tais condições, pela primeira vez
pode concluir a legislatura, o que até agora não tem acontecido – Já declarou
qual o candidato que vai concorrer às eleições da Presidência da República – Aparentemente,
já resolveu a questão. Renova a aposta em Evaristo Carvalho. Se não houver nada
em contrário, vai cerrar fileiras em torno de um único candidato. E,
entretanto, o Governo lá vai fazendo a sua politica, dir-se-ia quase ao jeito
do que fazia João Jardim na Madeira – Com as suas promessas e as suas hostes a distribuírem-se por inaugurações, surgindo nos
ecrãs das televisões – Não vou aqui opinar.
Pelo partido da maior
oposição, que, nas últimas eleições legislativas, foi fortemente penalizado,
pelos vistos, ainda não aprendeu a lição: em vez de se mostrar coeso, dilacera-se
em lutas internas, flageladas por ambições de grupo – Com uma candidata, à
corrida presidencial, a demarcar-se, apressadamente
e com alguma sobranceria, do Presidente Manuel Pinto da Costa, que, quer se queira quer não, é a imagem cimeira fundadora do MLSTP, ou seja, da Nação e do MLSTP-PSD, o qual, não
obstante a evidente afronta, ainda é das figuras do Partido, que nos parece a mais serena, continuando a desempenhar as
suas funções, como se esse fosse o seu único e supremo desígnio, dando,
assim, um exemplo de maturidade e de confiança ao País. Aliás, de algum modo
secundado também pelo próprio Primeiro-ministro, Patrice Trovoada, num estilo
diferente, é claro, em sorrisos largos e num aparente à-vontade, que, para já, ao
mesmo tempo que vai fazendo a sua politica interna, a vai também promovendo
externamente, cumprindo também o seu papel.
Dizem as noticias que
está para breve a marcação do plebiscito – E, naturalmente, também o momento do
Presidente definir a sua posição, que o
fará, com certeza, quando achar mais sensato e prudente – Pois saberá, decerto,
que a postura de um Chefe de Estado é a mais delicada e importante aos olhos
dos cidadãos. Seja como for, aconteça o que acontecer, sim, mas o que estiver
para acontecer, no desfecho das próximas eleições presidências, seja unicamente
para bem do pacífico mas tão sacrificado Povo de S. Tomé e Príncipe.
(Atualização da noticia) APARENTEMENTE FOI
RESOLVIDO O PROBLEMA – ATÉ PORQUE FAZER GREVE, NUM PAÍS ONDE NÃO HÁ MUITOS
EMPREGOS, É JÁ DE SIM UM ATO HERÓICO
Refere o Téla Nón que, Amarildo Ramos,
líder sindical dos trabalhadores do Hotel Pestana em São Tomé, disse ao Téla
Nón, que o último fim-de-semana foi de intensa acção do Ministério do Trabalho,
no sentido de reconciliar os trabalhadores e a administração do hotel Pestana
.Segundo Amarildo
Ramos, o esforço conciliador do Ministério do Trabalho, deu frutos. As duas
partes retomaram o diálogo, e «a
administração do hotel, pediu-nos uma semana, para apresentar uma nova grelha
salarial. Daí que decidimos também prorrogar o pré-aviso de greve para a
próxima segunda – feira. Até lá a greve prevista para hoje fica suspensa, para
negociarmos e com tranquilamente», explicou o líder sindical.
O sindicato dos trabalhadores do hotel Pestana em São Tomé, continua a
exigir o aumento geral do salário na ordem de 16,4%. Ministério do Trabalho evitou início da greve esta
segunda
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