O estatuto à cidade do nome do apóstolo S. Tomé, foi-lhe atribuído por Carta Régia do Rei de Portugal Dom João III, em 22 de Abril de 1535 - A história nunca pode ser riscada ou apagada do tempo e da vida - Sejam quais forem as origens, as suas transformações ou adversidades: há que recordar as suas páginas - Os seres humanos, que surgiram na África Oriental há cerca de 2,5 milhões de anos, seja em que ponto for da Terra, são fruto de uma amálgama de origens, de cruzamentos, de fatores, que advém de um ínfimo mas milagroso acaso.
Parabéns ao município da capital pela comemoração desta importante efeméride
Em 1641, os holandeses ocuparam São Tomé, mas os portugueses recuperaram a Ilha em 1644. Em 1709, os corsários franceses ocuparam a Cidade de São Tomé por quase um mês. Em 1753, a capital foi transferida para Santo António, na Ilha do Príncipe. A capital retornou para São Tomé em 1852.
Recebeu a visita do Príncipe Real Luís Filipe de Bragança, em Julho de 1907, na primeira visita de um príncipe as colónias portuguesas de S. Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, e ainda as colónias inglesas da Rodésia e da África do Sul, quando regressava passou por Cabo Verde. - – Que, certamente, não deixaria de ter ouvido falar daquele que viria a ser o último rei dos angolares, do último capitão (capitango) dos Angolares, Simão Andreza, considerado como o rei da etnia angolar – Ou mesmo de o ter conhecido. Não se sabe exatamente a data do seu falecimento, mas diz-se que faleceu no principio do século XX, sem deixar descendentes.
Cidade de São Tomé celebra 488 anos -Este o título de um desenvolvido e
muito interessante artigo de autoria Albertino Bragança, escritor e
investigador da história do país, publicado no jornal Téla Nón, no qual recorda
o projeto de lei que institucionalizou o
dia da cidade de São Tomé, e conta a história da cidade que foi e continua a
ser o epicentro das principais evoluções políticas e económicas do país.
(…) Considerando
que, a 22 de Abril de 1535, através de uma Carta Régia, foi criada a Cidade de
S. Tomé, capital da República Democrática de S. Tomé e Príncipe;
Considerando o facto de se tratar então da primeira cidade capital dentre os
territórios africanos sob a dominação portuguesa, base fundamental do
povoamento, centro irradiador da religião bem como de povos, civilizações e
culturas;
Atendendo a que a
Cidade desempenhou desde sempre um papel preponderante na vida de S. Tomé e
Príncipe, reflectindo de forma evidente as vicissitudes históricas e económicas
por que o País vem passando desde as suas origens;
Considerando ainda
a importância que a Cidade (Poçon) sempre assumiu para os santomenses,
traduzindo-se como uma referência quase mítica no seu imaginário;
Tendo em vista a
necessidade de se ressaltar, valorizar e promover a Cidade de S. Tomé, tanto do
ponto de vista histórico, arquitetónico como turístico;
Noutro passo do seu
artigo, recorda que, em 29 de
Julho de 1493, o rei D. João II de Portugal fez doação da capitania de
S. Tomé a favor do fidalgo da sua corte, D. Álvaro de Caminha,
o qual deu com efeito início ao processo de colonização das ilhas de S. Tomé e
Príncipe. No famoso Manuscrito de Valentim Fernandes, escrito entre 1506 e
1510, pode ler-se: “ E foi, com o dito capitão, muita gente de seu grado, por
seu soldo, entre os quais foram dois carpinteiros da minha casa (real) e
morreram lá…E assim mandou o dito Rei, pedra e cal e tijolo e telha para
fazerem lá igrejas…”(2). Dentre os que acompanhavam Álvaro de Caminha,
destacava-se não apenas o grande grupo de degredados, indivíduos condenados à
morte a quem era dada uma hipótese de sobrevivência em S. Tomé – algo que na
prática se convertia em absolutamente improvável, tal a razia que o paludismo
então fazia, sobretudo em quem viesse do exterior -, mas também “2000 meninos,
de 8 anos para baixo, que o dito rei (D. João II) tomou aos judeus castelhanos
e os mandou baptizar, dos quais morreram muitos, porém pelo presente serão
vivos, entre machos e fêmeas, bem 600”(3).
E trazia uma verdadeira medida de política, que ilustrava o reconhecimento que Portugal tinha de que, face ao problema de baixo índice demográfico com que então se confrontava e à necessidade de explorar economicamente o território, se tornava imprescindível a miscigenação, pelo que aos novos colonizadores, para além de se garantir o direito de resgate de escravos e outras mercadorias, “se mandou dar a cada um uma escrava para a ter e se dela servir, havendo o principal respeito a se a dita ilha povoar”.
Uma das
primeiras medidas do donatário, foi transferir a Povoação de Ana Ambó para o
local onde hoje se encontra, tendo em consideração a capacidade da baía (só
muito posteriormente denominada de Ana de Chaves), muito embora tenham ficado
por salvaguardar determinados aspectos ligados à sua insalubridade, porque “os
terrenos que lhe ficavam ao pé eram baixos, húmidos e alagadiços (como ainda o
são hoje) e tinham águas encharcadas, lagoas e pântanos; todavia em nada disto
se atendeu”(4). A intenção era a de lançar as estruturas de uma futura cidade,
a partir da pequena Povoação (Povoaçon ou, por corruptela, Poçon, como foi
desde então chamada até aos nossos dias), na época, o único centro de
concentração urbana do território.
Espaço de
residência de moradores – brancos, mestiços e alguns negros (os membros destes
dois últimos grupos étnicos foram tornados livres, respectivamente, em 1515 e
1525, através de cartas régias de alforria) – a Poçon dispunha, já em meados do
séc. XVI, de determinadas infraestruturas que começaram a conceder-lhe um
singular estatuto de proeminência no contexto colonial da época” – excertos
Publicado integralmente
em https://www.telanon.info/destaques/2023/04/21/40331/cidade-de-sao-tome-celebra-488-anos/
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