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terça-feira, 18 de abril de 2023

Conflito Ucrânia e a Rússia - Ex-Presidente de S. Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, defende a via do diálogo - “As armas não vão resolver nada!... Vão complicar ainda mais a vida para ambas as partes – Palavras proferidas, em fevereiro passado, em Portugal, onde se encontra, desde alguns meses por razões de saúde - Video do registo

Jorge Trabulo Marques - Jornalista 

(atualização) Meu caloroso agradecimento, ao jornalista Abel Veiga,  pela partilha das palavras de Manuel Pinto da Costa, no jornal Téla Nón - Aproveito  para informar, que, entretanto, tive  a reconfortante mensagem de que, dentro de dias, deverá regressar a S. Tomé para sua grande alegria e reconforto, pois, conquanto esteja arredado da politica ativa,    nem por isso deixa de seguir atentamente a realidade do seu país. E, uma coisa, é o que se diz, o que se lê ou se ouve, outra é que os olhos podem ver no interior do espaço térreo onde nasceu, cresceu e pelo qual sempre se bateu.https://www.telanon.info/politica/2023/04/18/40313/conflito-ucrania-e-a-russia-pinto-da-costa-defende-dialogo-como-solucao/


"Invadir um país, eu sou contra! Condeno! Toda invasão a um país é condenável!" – Sublinha, no entanto, haver razões históricas, entre os dois países, que desconhece. Referindo, porém, que todo esse jogo da Ucrânia, de  apoio à Ucrânia, da guerra na Ucrânia,  também não me posso envolver nisso!... São questões de resultantes de interesses que não são os meus!... Não são do meu país!

Questionado sobre a posição de S. Tomé manter uma posição neutral, se considera que esta é a posição que o seu país deve manter, recordando-lhe que, ainda recentemente, o Embaixador da Federação Russa, foi ali recebido, frisou que condena a invasão e é pelo diálogo entre os dois.

JTM – Não é pelas armas?

MPC – Não!... Não! …As armas não vão resolver nada!... Tem que haver diálogo entre as partes!

Ainda longe de se conhecer a polémica, que. nos últimos dias,  tem marcado a imprensa internacional ocidental,  sobre as recentes posições de Lula da Silva, bem como das posições  de Brasília e Pequim defendendo que os diálogos e negociações pela paz são 'única saída viável para crise" ,  já o co-fundador do MLSTP  e da nacionalidade santomense, o 1º Presidente de S. Tomé e Principereferia haver um grupo de países que podiam mediar o conflito, entre os quais o do atual presente do Brasil 

Esta é outra das passagens, que recordo  da interessante e honrosa entrevista,  que me concedeu, na visita de cortesia que tive oportunidade de lhe fazer, no intimidade acolhedora e discreta da residência de pessoa amiga, nos arredores de Lisboa, para me inteirar do seu estado de saúde e lhe  transmitir uma palavra amiga, de admiração e apoio, em cujo reencontro me apercebi do seu olhar atento sobre a situação do seu amado país, a que ainda não pôde voltar, visto, entretanto, ter tido algumas recaídas, pese a dedicada assistência que tem recebido do seu médico, o mesmo que o tem assistido desde há alguns anos atrás, quando vem a Portugal..

Como já tive ocasião de referir, foi um reencontro de simpatia e de cordialidade, muito restrito e pessoal, visto não ser seu intuito ter encontros com a imprensa, de carácter social ou político, senão os de assistência médica e pouco mais; oportunidade honrosa e amável, proporcionando uma troca de memórias de ambos  https://canoasdomar.blogspot.com/2023/02/ex-presidente-manuel-pinto-da-costa-em.html

Além de outras questões, a que já me referi, perguntei-lhe também o que achava do conflito Rússia -Ucrânia, reconhece que tem de se encontrar -a forma de se sentarem à mesa e discutirem- Considerando que não é com a guerra que se resolve o problema

JTM – À pergunta se estaria disponível, se fosse convidado para intermediar o conflito, visto ser um observador atento e uma pessoa neutral, independente, de poder, de  algum modo, dar  o seu contributo para que, a Ucrânia e a Federação da Rússia, que, no fundo, são dois países com grandes afinidades históricas  e linguísticas pudessem estabelecer a paz? -agora que se aproxima, dia 24, um ano, sobre a invasão – Que palavras é que gostaria de transmitir?

MPC – “Tem que se chegar à conclusão de que, através da guerra, não se pode resolver absolutamente nada!...” Frisando que vão complicar ainda mais a vida para ambas as partes.

Têm que encontrar a fórmula de se assentarem à mesa para discutirem!...

Já tinha havido um acordo entre a Rússia e  a Ucrânia!... E esse acordo não foi devidamente cumprido!... Uma das exigências que se fazia é que, a Ucrânia, não podia entrar na Nato!...

E porquê?!.... A entrada da Ucrânia na Nato!... Levava preocupações de carácter estratégico para a Rússia!... 

(…) Mas de qualquer maneira não é através da guerra que se resolve o problema!.... É assentarem-se e resolver o problema!....

JTM – Acha, que, depois desta situação caótica, a que se chegou ainda  há possibilidades de se revolver o problema?!...

MPC – Tem que haver!... A guerra  não é solução!...

Há um grupo de países!... E,  entre eles ….gora, o Brasil, com Lula, que podem contribuir…

JTM  - Conhece Putin?.....

MPC – Não… Não conheço.

Manuel Pinto da Costa, nasceu no dia 5 de Agosto de 1937, em Água Grande. foi o primeiro Presidente de São Tomé e Príncipe.

Uma das distintas figuras, com quem tive a honra e a grata satisfação de dialogar, antes da independência de S. Tomé e Príncipe e de quem, com igual simpatia e cordialidade, me despedi ao deixar esta maravilhosa Ilha para tentar a travessia oceânica, numa frágil piroga, de S. Tomé ao Brasil - Mas só, 39 anos mais tarde, o poder voltar a reencontrar e abraçar, concedendo-me a honra e o prazer de me receber na sua residência oficial, no morro da Trindade – Gesto amigo e cordial, que muito me sensibilizou, de particular significado na minha vida profissional e do amor a uma terra, ao seu Povo, pacifico e generoso, a que me sinto ligado por laços de profundo afeto, como se fosse a terra onde nasci, como se fosse também um dos seus filhos.
Doutor em economia pela Faculdade de Berlim, antiga República Democrática Alemã, Manuel Pinto da Costa, membro fundador do Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe, primeira organização independentista são-tomense, acabou por ser figura de consenso no seio dos nacionalistas radicados no estrangeiro, para dirigir a nova organização política o MLSTP e consequentemente o novo país independente.

A sua influência na luta pela libertação de São Tomé e Príncipe começou a ser exercida ainda como estudante. Na década de 60 foi eleito secretário para informação e propaganda da União Geral dos Estudantes da África Negra, sedeada em Rabat Marrocos.

Foi presidente do seu país, de 1975 até 1991 e de 2011 até 2016.

Foi um dos primeiros líderes africanos a implementar reformas com vista a mudança do regime mono partidário para a democracia pluralista. Em 1989 sob Presidência de Pinto da Costa o povo foi chamado para referendar a nova constituição política.

 

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