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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

São Tomé - Albertino Bragança - Pioneiro da Literatura São-Tomense e também um ativista pela independência do seu pais - Recordando a entrevista que me concedeu, juntamente com dois seus compatriotas, o Vera Cruz e Domingues Cravide também ele um dos antigos militantes do MLSTP., que me trouxe à memória os episódios das perseguições de que foi alvo, quer por alguns colonos, como também por militares da metrópole por dar voz ao movimento pró-independência, ao ponto de assaltarem minha residência e me esfaquarem até o colchão. .


                                                      Jorge Trabulo Marques - Jornalista 
Este é mais um dos registos, que aproveito para  recordar do meu arquivo e que pude gravar em 2015, quer nas comemorações do 12 de Julho, quer durante a minha estadia, aquele ano, na maravilhosa Ilha de S. Tomé.  
Albertino Bragança, autor de vários livros,  detentor de um prestigiado currículo, quer em termos políticos, quer no âmbito cultural
Recentemente, o nome de Albertino Bragança é sublinhado  pelo jornal Téla Nón, destacando o seu contributo na literatura de S. Tomé e Príncipe, citando as suas obras  e a sua formação,  a que, também, de novo, é mu intuiro aqui voltar a recordar com a entrevista que tive o prazer de registar  por ocasião das comemorações do 12 de Julho de 2015, ou seja o 45ª aniversário sobre a independência destas duas maravilhosas ilhas verdes do equador.
Encontrava-se em Portugal, quando se deu  a Revolução de Abril, tendo frequentado a Universidade de Coimbra (Faculdade de Ciências) entre 1964 e 1969.


Albertino Homem dos Santos Sequeira Bragança nasceu em S. Tomé, em 9 de Março de 1944 -  Foi ele, que,  em Lisboa, na qualidade de membro da Associação Cívica Pró-MLLSTP, organizou a primeira grande manifestação pró-independência – Diz: 
Eu lembro-me, que, em Lisboa, quando a 27 de Julho, o General Spínola fez uma  declaração a reconhecer o direito  à autodeterminação e independência de Angola, Moçambique e da Guiné-Bissau mas não falou de S. Tomé e Príncipe e de Cabo Verde, então nós fizemos uma grande manifestação de mais 50 mil pessoas em Lisboa e fomos ter com Kurt Valdaime, que era na altura, o Secretário-Geral das Nações Unida
Regressado ao país após a independência, a par da sua atividade como técnico de educação (sector onde desempenhou diversos cargos diretivos), dedicou-se a intensa atividade cultural, tendo criado em 1984, com Frederico Gustavo dos Anjos e Armindo Aguiar, as Edições Gravana Nova, que tiveram o mérito de dar à luz Bandeira Para Um Cadáver, de Frederico Gustavo dos Anjos, e Rosa do Riboque e Outros Contos, de sua autoria.
Em 1985 organiza, com a reputada poetisa Alda do Espírito Santo e a plêiade de jovens dedicados às artes e letras de S. Tomé e Príncipe, a União Nacional de Escritores e Artistas de S. Tomé e Príncipe (UNEAS), de que é Secretário-Geral.
Com “Rosa do Riboque e Outros Contos”, de 1985, Albertino Bragança dá início a um percurso pioneiro na literatura são-tomense que se foca em relatos ficcionais sobre a realidade do arquipélago formado por duas ilhas principais, São Tomé e Príncipe, no período anterior e posterior à sua independência, em 1975.  Nos seus contos e romances o autor aborda temas ‘tabu’, preconceitos e estigmas sociais, entretanto esbatidos na realidade actual, mas não necessariamente resolvidos. Um dos seus contos, “Preconceito”, trata a questão da discriminação entre descendentes de escravos alforriados e os trabalhadores contratados para as roças de cacau e café, vindos de Cabo Verde, Moçambique, Angola, que chegavam a São Tomé e Príncipe para trabalharem “em regime de escravatura mascarada de contrato”, descrevem os historiadores. Os contratados viviam em condições precárias e eram marginalizados, tanto por colonizadores como por nativos. Estas condições laborais, defendem alguns investigadores, estiveram na origem do massacre de Batepá, em 1953, que opuseram trabalhadores contratados e nativos instrumentalizados pelo poder colonial. https://pontofinalmacau.wordpress.com/2018/03/06/albertino-braganca-o-escritor-contestatario-na-linha-da-frente-da-democratizacao-de-sao-tome-e-principe/
UM BRAVO À ASSOCIAÇÃO CÍVICA PRÓ-MLSTP    


 Fui dos raros portugueses, senão talvez o único, que pude ter a honra e o prazer de acompanhar de perto a  campanha mobilizadora da Associação Cívica Pró-MLSTP – Fi-lo, inicialmente, como jornalista, mas, sendo também o cidadão que conhecera. no corpo e no espírito, as diabruras, abusos e prepotências de um certo colonialismo, que teimava em ignorar os novos ventos da história, sim, por natural empatia, depressa me sentia irmanado e identificado com a mesma luta, que me haveria de custar as mais selváticas agressões.  


terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Escritor Vergílio Ferreira - Entrevista nas vésperas de completar 67 anos - Nasceu no dia 28-01-1916 - Recordando um dos maiores vultos de literatura portuguesa

                                           Jorge Trabulo Marques - Jornalista 


Escritor Vergílio Ferreira – Nasceu neste dia há 109 anos, em Melo, Gouveia . Entrevista, aos 67 anos à RDP-Rádio Comercial - Além de outras que me concedeu , o autor da Manhã Submersa, Aparição, Alegria Breve, Espaço do Invisível, Cântico Final, Para Sempre, Até ao Fim –Entre muitas outras obras em romance, conto, ensaio e diário.


Faleceu a 1 de março de 1996, em Fontanelas, o seu lugar de refúgio para a escrita, entre a Serra de Sintra e o mar da Praia da Aguda.

Recordando um dos maiores vultos da literatura portuguesa, que me deu a honra e o prazer de me receber, várias vezes em sua casa e de me conceder várias entrevistas, cujos registos ainda conservo -

CONSTO NUMA DAS PÁGINAS DO SEU DIÁRIO "Há dias a RDP passou-me à porta e um jovem subiu com uns aparelhos. Que é que pensava da carga que já me pesava?Ora. Que era uma «conta calada» e tão calada que já apelava em mim para o silêncio. Ouço o apelo e aqui me fico" In Conta-corrente Janeiro 1982 " - Este foi o dia do principio de várias visitas a sua casa e de uma fraternal amizade

Às 15 horas do dia 28 de Janeiro, sexta-feira, de 1916, em Melo, concelho de Gouveia, nasce Virgílio António Ferreira, filho de António Augusto Ferreira e Josefa Ferreira.

ESQUECE...



"Esquece. Esquece a amargura, os atropelos, o cansaço. E as maledicências, as traições, os rancores. Esquece o trabalho que te traz em alvoroço e os fracassos de uma vida inteira e os projectos falhados

para antes de começarem a ser projectos. E as invejas, as insidias como dentes por entre o sorriso. Esquece. E sê contente e respira." PENSAR V.F

Mas eu não posso esquecer-me de um homem inteligente, sensível e de um bom amigo

Sim, não posso esquecer-me, neste dia, em que, por várias vezes o visitei e lhe dei os parabéns no dia do seu aniversário A essa figura ímpar da nossa literatura – Do homem beirão, que nunca perdeu aquele sotaque das suas raízes – Embora, com a maior parte da sua vida, afastado da sua terra natal - vivida em Évora e em Lisboa - salvo aqueles dias de refúgio em Fontanelas, onde acabaria por falecer.

FALEI COM VIRGÍLIO NA SEMANA EM QUE MORREU -


Uns dias depois de ter falado com ele ao telefone, confessando-me que estava a escrever mais uns livros, que dificilmente os iria concluir, porque, sentia-se já com os pés no Paraíso, pelo que, qualquer dia, ia dar o badagaio.

Disse-me, mais tarde a esposa, que morreu depois do lanche da tarde: quando ela voltou à sala, estava já ele estendido no chão, voltado para o tecto, não tendo sequer exprimido um ai. Foi o que se pode dizer a morte suave que ele esperava, sem o maçar muito e causar maçadas - Uma morte santa, se é que a morte tem esse carácter: ali, próximo da sua janela, donde tantas vezes havia espreitado sol e contemplava o cair da chuva, ouvia o ruído da passarada e o rumor dos pinheiros. - De palavra fluente, erudita, profunda e atrativa. Mesmo quando o acusavam – nos seus diários – de algum filete. Dizia-me, que, nos seus romances, a sua preocupação não era contar histórias mas dar pinceladas de vidas. "Histórias era no tempo da minha avó" - Pois bem, mas era lá que ele ia buscar a seiva mais profunda e genuína

Vergílio Ferreira nasceu em Melo do concelho de Gouveia na Beira Alta, a meio da tarde do dia 28 de Janeiro de 1916. Se fosse vivo, faria hoje, 109 anos. Mas morreu aos 80. Foi dos autores portugueses - através da leitura do livro Manhã Submersa - que mais cedo despertou a minha curiosidade e com o qual viria a manter um relacionamento amistoso, desde o principio da década de 80, até a escassos dias antes da sua morte - Já que, nessa mesma semana, lhe tinha telefonado para o ir visitar a Fontanelas, onde acabaria por falecer.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Sobreviver no mar dos tornados e tubarões -Meus versos e a voz do náufrago 38 dias e noites de trevas ou de luar

 


 


Sobreviver no mar dos tornados e tubarões -Meus versos e a voz
do náufrago 38 dias e noites a fio -Ou então
abra sua janela em
dia ou noite de temporal! Se não estiver à
beira-mar ou a navegar
Meu espírito permanece firme à incerteza que
o ameaça toldar!
Neste meu regresso à vida primitiva onde só
ouço o vento e o mar!
O que me perturba são as calmarias ou os
inesperados tornados!
Suas ventanias demoníacas surgidas nesta
imensidade Equatorial!

Mas, ó Deus Divinal!...! Tende piedade deste
pobre naufragar!
Quando as lágrimas salgadas meus olhos os
vierem toldar!
Em noites vestidas de trevas e breu ou
brilho de luar divinal!
Totalmente entregue e submisso a um contínuo
marulhar!
Empurrado pelo vento e para onde as ondas o
quiserem levar!

Oh! Divindade Suprema! Aonde me levará este
esquife fantasmal?!..
Por mais que interrogue minha piroga, não a
ouço responder!
Em noites tempestuosas e assombrosas, sinto
a eterna solidão!
Sou um abandonado vagabundo, a tudo
resistindo pra sobreviver!
Já desprovido da única lanterna, só uma
bússola, nesta vastidão!...

Mas, então, de que te lamentas, tu, afinal,
meu coração esquivo e agora atormentado?!
Nesta noite obscura que te ameaça mergulhar!
Não terá sido loucura insensata teres-me
confiado
teu relicário da minha vida em tão precária
fragilidade?!...

A bem dizer, eu não sei, nem me importa
saber disso.
Amo o mar sagrado e as vidas por ele já
engolidas!! .
Vim à deriva e sem saber a que ilha o costa
vou aportar.
Meu destino é ditado pelo soprar dos ventos
e correntes!...
Não tenho nenhum itinerário ou horário
programado!
Não sou senhor de mim: - lancei-me sozinho
ao mar
sem instrumentos náuticos e cartas de marear.

Medito e por vezes fico ainda mais triste e
em sobressalto,
ao sentir o mar a rugir e o vento a
fustigar-me e a uivar!
Nada mais posso fazer que sentir a ansiedade
dos vivos nas horas incertas ou esperar
absorto
pela eterna paz dos mortos se a vida me
escapar
.
Vou balanceado para onde o vento soprar!.
À flor das águas, vogando deitado e solto!
Vou para onde me arrastarem as suas vagas!
Para onde os caprichos do destino, me
quiserem levar!....

Meu colchão é côncavo estreito e duro -
Muito desconfortável.
Não me permite sequer abrir os braços, mal
posso respirar.
Pior ainda quando estendo e cubro a escavada
piroga
com o toldo de plástico. Meu coração, quase
sufoca,
possuído pelas sombras do oceano noturno.

Mesmo assim, meus olhos, cansados e cegos da
escura treva!
- Desconhecendo, em absoluto, se estou perto
ou longe de terra,
aqui perdido e solitário num horrível vazio
sonoro e turvo
flutuando e rolando à tona desta ondulante
superfície -
sim, nem por isso cedem a cerrar as
pálpebras à continuada
afronta que os amarra e afunda nesta escuríssima
obscura muralha!

Vão abertos, em persistente vigília e alerta
- Não param de sondar
os ruídos e os marulhos! E, quando estes
ressoam no casco
mais os intrigam e ameaçam ! -Não venham
eles causar
maior inundação à negra clausura
que já de si os inunda e ofusca -
Arregalados,
perscrutam e devassam a penumbra absoluta
-Porém, nada enxergam do que vai dentro ou
lá fora
- Vão cegos mas não desistem de sondar e perscrutar!

Quando não chove e o céu está descoberto,
não vejo o mar
mas ouço constantemente as suas pancadas ao
meu lado,
até que adormeço com o bailado das estrelas
- Mas hoje
ainda não vi nem as estrelas nem consegui
adormecer
Sou um navegante, inquieto, inseguro e
preocupado!...
Ocorrem-me muitas ideias errantes, mil
pensamentos
a que não consigo dar respostas, não sei
responder!

Resta-me saber aproveitar o inexprimível
marulhar
das ondas no seu contínuo recuar, enrolar e
avançar!
Pois, mesmo sacudido, sei que é preciso
nunca desistir!
Os minutos parecem horas, eternidades- Nada
a fazer
senão perscrutar a misteriosa noite e saber
esperar!
Só ela faz divagar e sonhar os poetas, os
homens do mar!

Pois todos os momentos, por mais negros e
incertos que sejam,
vão além dos mares e da terra, são parte do
Universo!
São verdadeiramente divinos!. Pertencem a
Deus!
Mesmo através da mais cerrada escuridão,
elevam-se dos mares ou da terra aos céus!

Excerto de um dos meus poemas
a lembrar aqueles dias e noite de assombração
do meu continuo derivar e naufragar
naquela imensa vastidão do grande golfão
por onde Luís de Camões navegou e cantou.
«««««««««««««

Sim, vagueava como se estivesse no interior
de um caixão à espera de ser sepultado a todo momento nas profundezas das
águas. A minha vida estava sempre suspensa, a dois dedos do abismo - Depois que
perdi a maior parte dos apetrechos e passaram a ser as correntes e os ventos a
comandar os meu destino, havia esperança (sim, nunca a perdi) mas não podia
alimentar certeza alguma - Não sabia onde estava nem a que ilha ou ponto da
costa podia ir dar. Mas também não sabia, em absoluto, se lá chegava.

Sim, meus olhos têm muito que contar . Meus
olhos, viram muitas tempestades, noites medonhas, inarráveis!...Manhãs e tardes
de ameaça e de assombração!... Mas também se maravilharam com muito azul do céu
e do mar...

Viveram horas intensas!..
Fantasmagóricas!... Dias e dias!... Noites e noites a fio!...Completamente exposto
ao sol, à chuva, aos elementos, às intempéries... Só desta vez - além de outras
duas, uma de 3 outro de 13 de S. Tomé à Nigéria - foram 38 dias seguidos, entre
Outubro e Novembro de 1975 - Mais das vezes passados à deriva, devido à perda
dos remos principais, que um violento tornado mos roubara.


Sobreviver no mar dos tornados e tubarões38 dias a fio Ouça-me ou abra a janela nesta noite de tempestade em Portugal, Vagueava como se estivesse permanentemente no interior de um caixão à espera de ser sepultado a qualquer o momento nas profundezas das águas. A minha vida estava sempre suspensa, a dois dedos do abismo  - Depois que perdi a maior parte dos apetrechos e passaram a ser as correntes e os ventos a comandar os meu destino, havia esperança (sim, nunca a perdi) mas não podia  alimentar certeza alguma - Não sabia onde estava nem a que ilha ou ponto da costa podia ir dar. Mas também não sabia, em absoluto, se lá chegava.

Sim, meus olhos têm muito que contar . Meus olhos, viram muitas tempestades, noites medonhas, inarráveis!...Manhãs e tardes de ameaça e de assombração!... Mas também se maravilharam com muito azul do céu e do mar...

Viveram horas intensas!.. Fantasmagóricas!... Dias e dias!... Noites e noites a fio!...Completamente exposto ao sol, à chuva, aos elementos, às intempéries... Só de uma vez foram 38 dias seguidos, entre Outubro e Novembro de 1975 - Mais das vezes passados à deriva, devido à  perda dos remos principais, que um violento tornado mos roubara.

 

domingo, 26 de janeiro de 2025

Sporting 2 – Nacional 0 .- Leões dão bailinho à equipa madeirense e reforçam a liderança 6 pontos acima das águias e dão folego à conquista do campeonato 2024-25

 Jorge Trabulo Marques - Football Drean

A equipa do Clube Desportivo Nacional da Madeira derrotada, sábado à noite, em Alvalade pela do Sporting C: de Portugal, com golos de Trincão (45+1 minutos) e de João Simões (90), na estreia auspiciosa pela equipa principal Já depois de os 'encarnados' terem perdido com o Casa Pia (3-1), os 'leões'-0),viram reforçar a liderança da I Liga portuguesa de futebol, em jogo da 19.ª jornada da competição.




Depois de duas vitórias consecutivas, o Nacional madeirense, recua no campo leonino graças à mestria de Trincão, de novo o grande impulsionador da equipa sob o comando de Rui Borges em mais uma vitória na Liga, elevando ao rubro a claque de Alvalade, com sucessivos coros da palavra campeão. Reforçando a confiança e a convicção da conquista de mais um campeonato


sábado, 25 de janeiro de 2025

Faleceu o Prof. Moisés Espírito Santo, aos 90 anos- 2 dias depois do falecimento do Prof Adriano Rodrigues, aos 96 - Luz Eterna aos investigadores dos Templos do Sol

 

                                  Jorge Trabulo Marques - Jornalista e  investigador




Maravilha Pré-Histórico de  Portugal, que mereceu especial atenção de dois distintos investigadores, que, um espaço de dois dias,   partiram a caminho da E
ternidade  Adriano Vasco Rodrigues, o primeiro investigador a debruçar-se sobre o estudo deste monumental santuário rupestre, conhecido por Peda da Cabeleira de Nª Srª
 -


Tal como temos dito, o  monumental e majestoso megálito,  que é suposto ter servido de antigo local de culto e de posto de observação astronómico,  está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca da 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue  no horizonte, nos equinócios da Primavera e do Outono, proporcionando uma imagem de invulgar esplendor .

SINGELAS HOMENAGENS

Nos templos do Sol, saudamos os ciclos da Natureza, com momentos de poesia, iluminados pelo esplendor solar e por  sons musicais, sempre que nos é possível, mas também honramos  e recordamos os belos exemplos humanos nas mais diversas facetas culturais e socia



 


Faleceu outro dos prestigiados investigadores dos Templos do Sol, Chãs- Foz Côa, . Dois dias depois da morte do Prof. Adriano Vasco Rodrigues,- aos 96 anos, - o primeiro investigador a debruçar-se sobre o estudo do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nª Srª

Prof. Moisés Espírito Santo - Natural da Rebolaria, Batalha, era professor catedrático jubilado da Universidade de Lisboa e destacou-se nos domínios da sociologia das religiões e sociologia rural. Faleceu aos 90 anos

Autor de várias obras na área da sociologia e etnologia, professor catedrático jubilado em Sociologia e Etnologia das Religiões, desde 2004, um dos fundadores e membros do Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões (1991-2004), do Instituto Mediterrânico (1991-2004) e da Associação de Estudos Rurais (1991-2004), cujos estudos contribuíram decisivamente, com as suas investigações, para o conhecimento científico da origem e da identidade da Língua Portuguesa, com origem no Noroeste da Península Ibérica e cuja matriz deriva das variantes de que foi objeto o Fenício, o Hebraico antigo e o Hebrai


No Equinócio do Outono, 2008, veio acompanhado com uma equipa do Jornal Público - Reportagem que mereceu especial destaque no suplemento do Jornal PÚBLICO - - -Que começou por referir que ""P2 apanhou uma boleia com Moisés Espírito Santo para ver o nascimento do Outono num santuário rupestre em Foz Côa. Por Alexandra Lucas Coelho (texto) e Enric Vives Rubio (fotos)24/09/200 https://www.publico.pt/2008/09/24/jornal/o-equinocio-em--chas-277176

Tal como já dissemos, vários têm sido os investigadores deste santuário, que ali se têm deslocado e debruçado sobre o monumental megálito - Além do estudo de Adriano Vasco Rodrigues, o primeiro académico e arqueólogo a pronunciar-se dobre a Pedra da Cabeleira de Nª Srª, sim, do prestigiado Director Jubilado da Schola Europaea , U.E. Bélgica. Ex-Professor Associado da Unividade Portucalense, antigo colaborador do Instituto Superior de Investigação Cientifica de Angola, autor de numeoras publicações sobre educação, pré-história, arqueologia e arte africana,de que evidencia Arqueologia da Península Hispânic 

Esteve presente na celebração do Equinócio do Outono de 2014, na homenagem que prestamos à sua esposa,  Maria da Assunção Carqueja, natural de Torre de Moncorvo




s

O enorme  megálito   está orientado no sentido nascente-poente e possui uma gruta em forma de semi-arco, com cerca de 4,5 metros de comprimento, que é iluminada no seu eixo no momento em que o Sol se ergue no horizonte, no equinócio da Primavera e do Outono, proporcionando uma imagem invulgar  - Num local agreste mas encantador - Longe do habitual bulício urbano, em perfeita comunhão com a Natureza e de  olhos postos numa das mais belas imagens solares.

No lugar das Quebradas-Tambores, num rochoso planalto  que se ergue sobranceiro ao Vale da Ribeira Centeeira, que toma também o nome de Ribeira dos Piscos, quando  deixa o amplo e aprazível vale, no sentido Sul-Norte,  que a ciência define como "Graben" de LONGROIVA e  se desvia a leste para um estreito e abruto o canhão xistoso, em cuja foz com o Rio Côa,  se situam alguns dos principais núcleos de gravuras rupestres classificados como Património da Humanidade.

Símbolo Horus  - Que ali está bem expressivo no frontal do santuário, é  dos amuletos mais importantes no Egito ...Lugar místico e lendário já conhecido pelo "Stonhenge Português" 

Alcandorado na vertente do afloramento granítico, conhecido pelo maciço dos Tambores e num ponto predominante, existe ainda um outro calendário pré-histórico, conhecido pela Pedra do Sol, apontado ao pôr-do-sol do dia maior do ano. onde decorrem as celebrações do Solstício do Verão, já consideradas como o Stonehenge português.

A primeira referência ao Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora. foi feita por Adriano Vasco Rodrigues, no seu estudo publicado em 1982, sobre a História Remota de Meda., que o classificou como local de culto ou de sacrifícios.

.


Jorge Trabulo Marques, jornalista, filho da terra e dinamizador do evento, que foi quem se  apercebeu, pela primeira vez, no equinócio de Setembro de 2001 e 2003, que, ambos os majestosos monumentos megalíticos, além de terem sido cultuados pelos antigos povos, que se fixaram no planalto e nas suas vertentes rochosas, de cuja passagem por esta área, persistem  abundantes vestígios, os teriam também utilizado como postos de observação astronómica nas suas festividades e nos seus rituais, com um  forte pendor e ligação à agricultura, à fertilidade e às estações do ano,  aproveitando os abrigos naturais dos penhascos e a fertilidade do vale sobranceiro,




ALINHADOS COM O O FIM E O INÍCIO DE CADA UMA DAS  ESTAÇÕES  DO ANO


Local mágico, pleno de história e de misticismo, dos tais lugares  da terra onde a beleza e o esplendor solar  podem repetir-se à mesma hora e com a mesma imagem contemplativa de há vários milénios pelos povos que habitaram a área.



Video registado na véspera do solstício do Verão

São conhecidos por alinhamentos sagrados, remontam ao período megalítico e existem em várias partes do mundo, mas sobretudo na Europa. Sendo o mais famoso o Stonehenge. Muitos destas gigantes estruturas estão em perfeito alinhamento com os corpos celestes, especialmente com os Equinócios e os Solstícios - Perpetuam memórias de verdadeiros calendários astronómicos, que antigas civilizações elegeram como especiais locais de culto – No maciço dos Tambores

SETE ALINHAMENTOS 


No Maciço dos tambores, até à presente data, foram descobertos sete alinhamentos: Pedra da Cabeleireira de Nª Senhora, atravessada pelos raios solares do nascer do sol nos Equinócios; a Pedra  do Solstício, alinhada com o pôr do sol do Solstício do Verão; 
As Portas do Sol, alinhada com o nascer do sol  do Solstício do Inverno e o pôr do sol do Verão;  Pedra Phallus Impudicus, alinhada com o nascer do sol do Inverno https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2014/12/solsticio-do-inverno-2014-ao-nascer-do.html e a da Ursa Maior e as sete fossetes, alinhadas com os Equinócios e com simbologia ou enquadramento com  Ursa Maior e a Pedra Caranguejo,  atravessada pelos raios solares do pôr do sol dos equinócios https://templosdosol-chas-fozcoa.blogspot.com/2014/01/pedra-da-ursa-maior-nos-templos-do-sol.html


Espantoso achado, encontrado nos Tambores  – pelo autor deste blogue – Denota faltar-lhe uma parte e a ponta - J. Leite de Vasconcelos, em Religiões da Lusitânia, designa um parecido, de troféu



Na anta da Cunha·Baixa (Mangualde), a que me referi a cima, Pág.71, encontrei um objecto de granito, com a conformação indicada na figura 73: o objecto tem de comprimento 1m,20 e de maior largura om,20, apresentando ao longo uma serie de sulcos feitos com toda a regularidade; estava deitado à entrada da camara. Não me parece fácil determinar precisamente o uso d'este objecto. Nunca vi outro igual, conquanto tenha encontrado dentro das antas pedras mais ou menos compridas e irregulares, que talvez lá não fossem postas sem especial intuito I. Num livro do sr. Joly s vem o desenho de um objecto que represento na fig. 74, o qual não deixa de ter alguma parecença com o de cima, embora  talvez seja muito menor, e de outra substância; o A. denomina-o registre-se de  comptes, Inclino-me a crer que o objecto Cunha-Baixa representa um troféu, designado os sulcos


 
De facto, a avaliar pelos vestígios 
arqueológicos,  já estudados, o maciço dos Tambores, é um importantíssimo livro aberto da pré-história: sobranceiro a um dos mais belos e férteis vales da hidrografia do Vale do Côa,  ali se refugiaram povos muito antigos, nomeadamente do neolítico, calcolítico, da idade do ferro e do bronze, que, aproveitando os naturais abrigos, as cavernas abertas nos enormes megálitos, as concavidades e grutas dos encastelados afloramentos,  ali implantaram os seus  acampamentos, valendo-se de grotescas lascas e pedras soltas, de cujas construções ainda prevalecem  abundantes vestígios - 


Ali sepultaram os seus mortos, cultuaram os seus deuses, ergueram  sagrados altares, que tanto podiam servir como locais de culto e de sacrifícios, como de espantosos observatórios astronómicos.  - Assim o testemunham os vários alinhamentos sagradosjá descobertos - direcionados com fim e o inicio de cada estação do ano - Assim o testemunha o olhar maravilhado de todos aqueles que têm assistido às nossas festas e celebraçõesjunto desses mesmos altares


Adriano Vasco Rodrigues
E, assim, o tem comprovado, a  especial atenção, dispensada por   vários investigadores e estudiosos: nomeadamente, Adriano Vasco Rodrigues, o primeiro investigador a debruçar-se sobre o estudo da Pedra da Cabeleira de Nossa Senhora; bem como  das monografias (Chãs - de Foz Côa e "Por Veredas do Vale do Côa), de Joaquim Manuel Trabulo)dos achados (punhal em bronze) do Eng. Paulo Almeida); dos valiosos contributos dos arqueólogos, Sá Coixão e Gonçalves Guimarães, que, igualmente, desde há vários anos, se têm debruçado sobre o estudo desta área - Além  das observações do astrónomo Máximo Ferreira – , que já ali se deslocou por duas vezes, assim como Mila Smões e das visitas de arqueólogos do Parque Arqueológico do Vale do Côa, no perímetro do qual  os vários monumentos megalíticos, se encontram localizados  - De recordar, particularmente, as escavações levadas a cabo, nas Quebradas, na mesma área, relativamente perto da Pedra da Cabeleira, por António Faustino de Carvalho Carvalho, A. F. (1999) - Os sítios de Quebradas e de Quint Faltava-nos um especialista em Arqueoastronomia  mas também já contamos com os seus valiosos estudos  -  é  o Dr. Albano Chaves.

Assim, como Tom Graves: o radiestesista e escritor inglês, 

vindo 
 "Eu sou a Luz do Mundo, diz o Senhor"   
expressamente da Austrália, onde reside, para ali confirmar a sua teoria de que «Em toda a parte existe uma intersecção entre as pessoas e o lugar – e o lugar também tem as suas escolhas.» E, no fundo, cremos ter sido também, este, um dos princípios seguidos por Moisés Espírito Santo  Professor Catedrático Jubilado da Universidade Nova de Lisboa, com o qual trouxe à luz do conhecimento, novos dados e revelações, verdadeiramente espantosas, que não constam na Historia de Portugal, facultando-nos um interessantíssimo  estudo  interpretativo da toponímia da área -

 

 

Diz o distinto investigador - Moisés Espírito Santo - "Visitei o monte dos Tambores para observar o calendário rupestre e dei particular atenção aos nomes dos sítios e das pedras  que constituíram o calendário. Vou interpretá-los neste artigo"Diz o distinto investigador - Moisés Espírito Santo - "


"Tambores é nome do monte onde encontramos o calendário rupestre. Tambores é uma corrupção fonética do vocábulo cananita e hebraico tabor que, literalmente, significa «umbigo» e, metaforicamente, «centro da terra, parte mais elevada da terra, umbigo da terra», quer dizer, um monte sagrado. Jerusalém é classificada de «umbigo da Terra» (Ezequiel 38:12). Também existiu na Palestina (antiga Fenícia) um monte Tabor onde o Antigo Testamento (Juizes, 9:38, Deuteronómio 33:19)"




"Pedra da Cabeleira. É o nome da pedra grande através de cuja fenda se vê o sol nascer nos equinócios. Excluímos a lenda da «cabeleira que Nossa Senhora aí deixou» por ser uma adaptação recente do nome original à religião católica popular. Como a fenda da pedra serve para ver, nos equinócios, o nascer do sol, Cabeleira é uma corrupção de qabal awra [lê-se: cabalaura] em que qabal (do acádico) significa «no meio, mediano, posição ao meio», e awra (do cananita e hebraico) «aurora, nascer do sol». Portanto qabal awra significou literalmente «posição ao meio do nascer do sol», isto é, «posição do nascer do sol ao meio» do ano, «posição mediana do nascer do sol», sendo os equinócios a posição do sol «ao meio» do seu aparente percurso celeste."


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Houve um tempo, já recuado, ou seja o tempo da cultura megalítica, em que, gigantescas pedras foram erigidas e transformadas em dolmens, cromeleques, menires, megálitos, e, mais tarde - em posteriores civilizações - , toscamente estilizadas e talhadas em enormes estátuas, como sejam as, actualmente famosas estátuas da Ilha da Páscoa, enigmáticas figuras gigantes com os olhos voltadas ao céu, ou ainda, nos Andes, a não menos impressionante estátua de Tihahuanaco, ou da gigantesca porta do sol, talhadas num único bloco de andesite, presume-se que da cultura Asteca, expressando a  mais estreita aliança entre o céu e a terra e a união do espírito com a matéria - Isto para já não falar do circulo de Stonehenge. das famosas pirâmides do Egito e de outros imponentes altares do género, noutros pontos das Américas, da Europa (Grécia, Inglaterra, por exemplo)China, Índia, e em tantos outros pontos do mundo. Os templos do sol, no afloramento granítico dos Tambores, Mancheia e Quebradas, fazem parte dessa majestosa herança.

Poeta Manuel Daniel, , falecido aos 86,  em 22 de Janeiro de 2021, vitima da Covid-19

Esteve neste local, por duas vezes, , associando-se à singela homenagem que lhe prestámos – Era um dos nossos queridos amigos dos Templos do Sol – Uma personalidade muito querida e admirada da nossa região – Deixou-nos, 4 meses depois, em 21 de Janeiro de 2021, vitima da Covid-19

Declarou, então, estas expressivas palavras, acompanhado de sua esposa e um dos filhos, por enfermar de profundas limitações visuais

Viemos aqui espreitar a história! Viemos aqui procurar um contato com aqueles que já viveram aqui a sua vida e gastaram aqui as suas preocupações!... E, sobretudo, interrogaram-se, como ainda hoje nos interrogamos por quatro grandes pilares: o ESPAÇO, A VIDA E O ALÉM!



Castro do Curral da Pedra - Mancheia-Tambores