Jorge Trabulo Marques - Jornalista
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Diz o Presidente, Carlos Vila Nova, que, "após consultas efetuadas e no quadro das minhas competências, o candidato proposto pelo partido ADI Dr. Hélio de Almeida, não colhe a minha sensibilidade. Pelo que aguardo nas próximas horas que o partido ADI possa propor outros nomes para chefiar o próximo governo, sendo que dentro deste partido há quadros reconhecidos” – justificou Carlos Vila Nova, Presidente da República.
Referindo, então, "Acredito que governar São Tomé e Príncipe neste momento crítico exige mais que políticas e ideias. Pois, “Unidade, Disciplina e Trabalho”, palavras inscritas no brasão do nosso país, impelem-nos a ter atitudes e comportamentos que nos dignificam como políticos e a restabelecer a confiança dos santomenses nos seus dirigentes.
OLINTO DAIO - PODIA SER UMA OPORTUNA ESCOLHA
Acreditamos que podia ser uma excelente escolha se o Presidente da República de STP, Carlos Vila Nova, convidasse Olinto Daio a substituir o exonerado Patrice - Que justifica a sua exnoração de Patrice Trovoada, após 6 meses de ausência do País - Naturalmente que, mais empenhado nos seus negócios obscuros, de que em zelar pela governção do país
ADI - Partido Aliança Democrática Independente, venceu as, eleições legislativas em São Tomé e Príncipe de 07 de outubro de 2018. mas perdeu a maioria absoluta que teve na anterior legislatura.
Patrice Trovoada, que abandonara o pais, insistia em governar, tendo, ADI, tendo indicado Olinto Daio, Ministro da Educação, Cultura, Ciências e Comunicação do anterior Governo do ADI para chefiar um eventual Governo são-tomense, que declinou o convite, alegando não encontrar na proposta do líder do partido, Patrice Trovoada, possibilidade de implementar valores que "dão sentido à vida" da população
"Recentemente eu fui contactado pelo presidente do ADI propondo-me para chefiar o próximo XVII Governo" (...)"Os valores que acarinhamos enquanto nação: família, paz, concórdia, hospitalidade, responsabilidade e respeito são os que tornam São Tomé e Príncipe forte e dão sentido às nossas vidas e todos eles fariam parte do meu trabalho", disse Olinto Daio, num comunicado hoje divulgado.
"Ora tendo analisado e ponderado, cheguei à conclusão de que esses valores não estão contidos nesta proposta de chefiar o Governo. Por isso, decidi em não aceitá-la", acrescentou.
"No mesmo espírito de patriotismo e dever, e se o objetivo fosse aperfeiçoar a nossa união e aderirmos aos valores são-tomenses, eu estaria disposto, pois tenho um contributo para dar a este país que tanto me deu", sublinhou hoje Olinto Daio.
ASCENSÃO E QUEDA DE UM ESTRANGEIRADO
Patrice Trovoada, filho de Miguel Trovoada, nem sequer nasceu em S. Tomé, nem tão pouco, no período da juventude, aqui viveu, período decisivo para moldar carácter e a personalidade de uma vida
Patrice, não é tanto o que mostra ser por detrás daqueles seus rasgados sorrisos, mais teatrais de que intrínsecos e naturais,mas o que esconde e deseja ser: que é o de uma vaidade e ambição, sem limites; mais talhado ao marketing dos negócios pessoais de que a servir ideais coletivos, tal como qualquer chico esperto, que por este caminho enverede, confesso que me desiludiu, completamente: ainda cheguei a acreditar que ele era o homem certo no tempo certo, o tal “messias”, tão desejado, de que tanto se tem falado, que pudesse propiciar melhores condições de vida a um dos países, com índices de pobreza extremas, com pensões de 20 euros, que nem sequer permitem que o reformado possa comprar por inteiro uma vulgar caixa de comprimidos para as dores de cabeça ou insónias.
CARTA ABERTA DE OLINTO DAIO -
“
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Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Eng° Carlos Vila Nova
Queridas e queridos compatriotas,
Hoje, 6 de janeiro de 2025, ficará para sempre gravado na história de São Tomé e Príncipe como um dia de renovação e de esperança. Um dia em que o grito silencioso do povo foi ouvido, e uma decisão corajosa abriu as portas para um novo ciclo na vida da nossa nação.
Senhor Presidente, quero felicitar Vossa Excelência por escutar o clamor do povo, por agir com determinação e colocar os interesses da nação acima de tudo. A decisão de demitir o Primeiro-Ministro é um marco de uma liderança responsável, uma resposta firme aos desafios que têm sufocado o nosso povo, mergulhado em dificuldades económicas, sociais e institucionais. A sua atitude é comparável à coragem dos nossos líderes históricos que, no dia 12 de julho de 1975, conquistaram a independência.
Hoje, sentimos a mesma alegria.
Depois de 25 de novembro 2022, o nosso país esteve refém do autoritarismo, do medo, da incompetência, da ausência de visão e da falta de compromisso com o bem-estar do povo. Estávamos a caminhar para um abismo. Um governo que deveria servir os são-tomenses tornou-se uma máquina de privilégios para poucos, deixando a maioria à mercê do desemprego, do custo de vida insuportável, da ausência de medicamentos nos hospitais, da falência da educação e da perda da esperança para os jovens.Mas hoje, com a sua decisão, Senhor Presidente, abre-se um novo horizonte. Um horizonte onde podemos sonhar novamente com um São Tomé e Príncipe próspero, justo e unido. Este momento exige que olhemos para frente, com coragem e responsabilidade, para que o vazio deixado pela incompetência seja preenchido por líderes capazes, comprometidos e inspiradores.
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Senhor Presidente, esta transição deve ser uma oportunidade para promover uma liderança à altura dos desafios da nossa nação.
Precisamos de um líder que:
• Tenha visão estratégica para fazer as reformas estruturais que o país exige e impulsionar os sectores produtivos como a agricultura, pesca e turismo.
• Valorize o povo como o maior recurso de São Tomé e Príncipe, investindo na educação, saúde e formação dos cidadãos.
• Promova a justiça e a transparência, garantindo que o poder não seja um espaço de enriquecimento ilícito, mas um serviço ao bem comum.
• Inspire a unidade nacional, construindo pontes e combatendo a divisão, o ódio e o partidarismo que têm fragmentado a nossa sociedade.
• Tenha coragem e lealdade institucional, respeitando o Estado e colocando os interesses nacionais acima dos interesses pessoais ou de grupos.
Queridas e queridos compatriotas, este é o momento de nos unirmos, de acreditarmos que é possível reconstruir o nosso país. A mudança não virá apenas das mãos de um líder, mas do compromisso de cada um de nós com o bem comum. Sejamos vigilantes, participativos e exigentes. Não deixemos que este momento histórico se perca.
A alegria que sentimos hoje é o prenúncio de um novo amanhecer. Que este espírito de esperança nos guie para construirmos juntos a nação que sempre sonhámos — um São Tomé e Príncipe onde cada cidadão tenha dignidade, oportunidades e paz.
Senhor Presidente, 6 de janeiro entrou para a história. Este gesto de coragem é uma inspiração para todos. Que este novo ciclo seja verdadeiramente um tempo de renascimento.
Que o nosso futuro seja escrito com justiça, coragem e determinação.
Com esperança e compromisso,
Olinto Daio
6/01/2025
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