Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Evocando um poema de Friedrich Hölderlin
E as tuas mãos
Vem, amigo, até ao campo! Pouco luminoso está o dia
Hoje e o céu fecha se sobre nós.
Nem os montes nem as árvores da floresta
Se abrem como gostaríamos e o ar repousa, vazio de cânticos.
O dia está sombrio, dormitam as travessas e as vielas e quase
Me parece atravessarmos um tempo de chumbo.
Mas o desejo mantém nos firmes na crença, sem nos deixar
Cair em uma hora de dúvida e assim o dia é segundo o nosso agrado,
Pois não são poucos os dons que nos alegram, recebidos do Céu,
Que os nega mas acaba por concedê los aos filhos.
Só que os benefícios merecem estas palavras, passos e esforços
E a fruição merece os também.
Por isso chego a esperar que quando começarmos a fazer
O que desejamos e da nossa língua se soltar
A palavra certeira e o nosso coração se abrir,
E nos brotarem da mente ébria pensamentos mais elevados
Então começará, com a nossa, a floração do Céu,
E o que ilumina se abrirá ao nosso aberto olhar.
Vem, amigo, até ao campo! Pouco luminoso está o dia
Hoje e o céu fecha se sobre nós.
Nem os montes nem as árvores da floresta
Se abrem como gostaríamos e o ar repousa, vazio de cânticos.
O dia está sombrio, dormitam as travessas e as vielas e quase
Me parece atravessarmos um tempo de chumbo.
Mas o desejo mantém nos firmes na crença, sem nos deixar
Cair em uma hora de dúvida e assim o dia é segundo o nosso agrado,
Pois não são poucos os dons que nos alegram, recebidos do Céu,
Que os nega mas acaba por concedê los aos filhos.
Só que os benefícios merecem estas palavras, passos e esforços
E a fruição merece os também.
Por isso chego a esperar que quando começarmos a fazer
O que desejamos e da nossa língua se soltar
A palavra certeira e o nosso coração se abrir,
E nos brotarem da mente ébria pensamentos mais elevados
Então começará, com a nossa, a floração do Céu,
E o que ilumina se abrirá ao nosso aberto olhar.
Quando o ar respira com mais suavidade,
E a manhã nos envia a nós,
Os desmesuradamente pacientes, flechas de amor,
E leves nuvens florescem
Por cima dos nossos tímidos olhos,
Então diremos, como é que vós,
Ó Cárites, vos aproximais dos bárbaros?
As servas do Céu
São, porém, maravilhosas,
Como tudo o que nasceu de Deus.
Aquele que tentar apoderar se de alguma
Com astúcia, passará a viver num sonho, e será castigado o que
Com violência a Ele se quer assemelhar;
Muitas vezes alguém,
Que nisso mal tinha pensado, é surpreendido.
E a manhã nos envia a nós,
Os desmesuradamente pacientes, flechas de amor,
E leves nuvens florescem
Por cima dos nossos tímidos olhos,
Então diremos, como é que vós,
Ó Cárites, vos aproximais dos bárbaros?
As servas do Céu
São, porém, maravilhosas,
Como tudo o que nasceu de Deus.
Aquele que tentar apoderar se de alguma
Com astúcia, passará a viver num sonho, e será castigado o que
Com violência a Ele se quer assemelhar;
Muitas vezes alguém,
Que nisso mal tinha pensado, é surpreendido.
Friedrich Hölderlin
Johann Christian Friedrich Hölderlin foi um filósofo, poeta lírico e romancista alemão. Conseguiu sintetizar na sua obra poética o espírito da Grécia antiga, os pontos de vista românticos sobre a natureza e uma forma não-ortodoxa de cristianismo, alinhando-se hoje entre os maiores poetas germânicos. Wikipédia Nascimento: 20 de março de 1770, Lauffen, Alemanha Falecimento: 7 de junho de 1843, Tubinga, Alemanha https://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_H%C3%B6lderlin
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