Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Lisboa, nos
versos de Pessoa - E os fadistas nas
esquinas, as pombinhas da Praça da Figueira, perseguidas, têm levado sumiço, mas ainda cantada pelos versos de Pessoa
"A Praça
A praça da
Figueira de manhã,
Quando o dia
é de sol (como acontece
Sempre em
Lisboa), nunca em mim esquece,
Embora seja
uma memória vã.
Há tanta
coisa mais interessante
Que aquele
lugar lógico e plebeu,
Mas amo
aquilo, mesmo aqui ... Sei eu
Por que o
amo? Não importa. Adiante ...
Isto de
sensações só vale a pena
Se a gente
se não põe a olhar para elas.
Nenhuma
delas em mim serena...
De resto,
nada em mim é certo e está
De acordo
comigo próprio. As horas belas
São as dos
outros ou as que não há.
Álvaro de
Campos, in "Poemas"
Heterónimo
de Fernando Pessoa
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