Jorge Trabulo Marques - Jornalista
Cidadão angolano dedilhando sons e vozes da sua amada pátria em pleno coração da cidade de Lisboa - Que mais lembram lágrimas de sentida saudade , ante a indiferença de quem passa e para cuja caixa da sua viola, nem sempre cai a desejada moeda.
"Gostava de estar sentado
num banco do Kinaxixi
às seis horas duma tarde muito quente
e ficar...
Alguém viria
talvez
sentar-se ao meu lado
E veria as faces negras da gente
a subir a calçada
vagarosamente
exprimindo ausência no quimbundo mestiço
das conversas.
Veria os passos fatigados
dos servos dos pais também servos
buscando aqui amor e ali glória
além de uma embriaguez em cada álcool.
Nem felicidade nem ódio.
Depois do sol posto
esconderiam as luzes e eu
iria sem rumo
a pensar que a nossa vida é simples
afinal
demasiado simples
para quem está cansado e precisa de marchar.
Médico,
Escritor e Político Angolano, principal figura do país no século XX - De seu nome completo, Agostinho Agostinho
Neto, nasceu na aldeia de Kaxicane, região de Icolo e Bengo, a cerca de 60 km
de Luanda. E faleceu, em Moscovo, a 10
de Setembro de 1979 - O pai era pastor e
professor da Igreja Metodista e, a sua mãe, era igualmente professora.
"António Agostinho, era médico de
profissão, poeta por vocação e um líder por natureza. Nascido a 17 de Setembro
de 1922, na aldeia de Kaxicane, freguesia de São José, no município de Ícolo e
Bengo, na província de Luanda, era filho do pastor metodista, Agostinho Neto,
catequista da missão metodista americana em Luanda (sendo mais tarde pastor e
professor nos Dembos), e da professora Maria da Silva Neto. Após concluir o
ensino primário, entrou para o Liceu “Salvador Correia”, em Luanda, onde
terminou o 7º ano em 1944. Depois, partiu para Portugal para frequentar a
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.
Os seus poemas e artigos, aliados ao seu engajamento político fizeram com
que fosse perseguido e preso pela PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), órgão repressor da
ditadura Salazarista que combatia os movimentos nacionalistas das colónias
portuguesas de então. Foi deportado para o Tarrafal, uma prisão
política em Cabo Verde. Posto em liberdade, retoma a atividade política e
intelectual, fundando em Lisboa, em parceria com Amilcar Cabral, Mário
de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José
Tenreiro, o Centro de Estudos Africanos, orientado para a afirmação da
nacionalidade africana. Em 1951, é indicado como representante da Juventude das
colónias portuguesas junto do MUD-Juvenil (Movimento de
unidade democrática-Juvenil) português.
Mais pormenores
em https://pgl.gal/agostinho-neto-poeta-medico-politico-angolano/a
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