Jorge Trabulo Marques - jornalista
Bom Jesus pretende “que
haja fome zero no nosso país. Temos que mobilizar, todos os são-tomenses, todos
os autores sem excepção regressem a terra. "O combate contra os efeitos da
Covid-.19, implica o aumento da produção alimentar. É a ideia que o Primeiro
ministro Jorge Bom Jesus, quer disseminar no seio de toda a sociedade
são-tomense. " Diz o Téla Nón - A ideia é boa mas, tal como outras ideias,
deseja-se que não fiquei apenas no projecto inicial das ideias
Os recursos
económicos destas ilhas são muitos. Desde a fertilidade do seu solo
às riquezas marítimas envolventes O turismo tem sido o sector onde tem havido melhores resultados, mas o horizonte antevê-se sombrio nos dias que correm, pese o facto das ilhas terem sido, até ao momento, poupadas dos dramas que o coronavirus-19, está a provocar no resto do mundo.
Não é possível haver desenvolvimento em explorações de roças onde o trabalhador aufere miseráveis salários. Por isso, mais que as palavras ou das boas intenções, há necessidade de se passar aos atos. E estes passam por uma mais justa e equilibrada forma de distribuir a riqueza – ou de, pelo menos – não a tornar tão gritantemente desigual.
EUGÉNIO, FILHO DE
UM ANTIGO COLONO E DE UMA TONGA - Aufere
um salário mensal de fome, 30 euros mensais
e com uma família de vários filhos a sustentar - NAS ROÇAS DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE, PRODUZ-SE TUDO O QUE EUROPA PRODUZ E NÃO PRODUZ – Mas a vida é de sobrevivência , onde não
faltam frutos mas o escoamento do pouco
que se produz é quase vendido ao preço
da chuva e mal assegurado – Depois da
independência nacionalizaram-se as roças, mais tarde, umas foram privatizadas,
outras divididas por glebas e oferecidas
aos antigos contratados que resistiram
ficar -
E, de facto, têm sido eles que, ainda vão conseguindo dar alguma vida às antigas propriedades agrícolas - muitas das quais com as suas instalações em ruínas, desfiguradas e que foram o principal esteio da economia colonial - Auferindo salários miseráveis naquelas (poucas) que são geridas por algumas empresas ou, tão somente, vivendo das suas hortas, que cultivam e da banana, jaca, fruta-pão, izaquente e de outros frutos que a generosidade da terra oferece.
Este testemunho - entre outros que tenho no meu arquivo - foi por mim registado em finais de 2014, 39 anos depois de ter deixado S. Tomé numa canoa, ilha onde vivi 12 anos - Porém, pelo que constatei em viagens posteriores, a situação pareceu-me não ter conhecido avanços significativos
E, de facto, têm sido eles que, ainda vão conseguindo dar alguma vida às antigas propriedades agrícolas - muitas das quais com as suas instalações em ruínas, desfiguradas e que foram o principal esteio da economia colonial - Auferindo salários miseráveis naquelas (poucas) que são geridas por algumas empresas ou, tão somente, vivendo das suas hortas, que cultivam e da banana, jaca, fruta-pão, izaquente e de outros frutos que a generosidade da terra oferece.
Este testemunho - entre outros que tenho no meu arquivo - foi por mim registado em finais de 2014, 39 anos depois de ter deixado S. Tomé numa canoa, ilha onde vivi 12 anos - Porém, pelo que constatei em viagens posteriores, a situação pareceu-me não ter conhecido avanços significativos
"Bamu Ximiá” é uma das armas de luta
contra os efeitos da Covid-19 - Título de um artigo publicado hoje no Téla Nón - Vamos Plantar”.-
"O combate contra os efeitos da
Covid-.19, implica o aumento da produção alimentar. É a ideia que o Primeiro
ministro Jorge Bom Jesus, quer disseminar no seio de toda a sociedade são-tomense.
Esta
quarta – feira, Jorge Bom jesus, arregaçou as mangas, e deu o ponta pé de saída
no lançamento do programa “Bamu Ximiá”. Um termo no crioulo fôrro que
significa, ” Vamos Plantar”.-
Com
mascaras de protecção contra Covid-19, e enxada nas mãos, o Primeiro Ministro,
plantou estacas de mandioca, num processo que envolve milhares de estacas de
batata doce e de outros tubérculos. Centenas de quilos de milho para
sementeira, também reforçam o stock do ministério da agricultura no âmbito da
campanha Bamu Ximiá.
Um
cenário de protecção da vida e de luta pela sobrevivência que o
primeiro-ministro decidiu personalizar, como exemplo a seguir por cada cidadão
santomense.
«Esta doença alterou as nossas vidas, subverteu as nossas
prioridades, colocando-se no primeiro lugar….», afirmou o
Primeiro Ministro.
Bamu Ximiá pá non bê kua Kumé”. “Vamos
plantar para termos o que comer”. É o lema da campanha que pretende contrariar
a ameaça que a Covid-19, representa para a segurança alimentar no mundo.
«Queremos garantir a soberania alimentar, queremos que haja fome
zero no nosso país. Temos que mobilizar, todos os são-tomenses, todos os
autores sem excepção regressem a terra…… Que coloquem as mãos na terra. Esta
terra abençoada tem potencialidade para alimentar todos os seus filhos»,
pontuou Jorge Bom Jesus.
«Nos próximos tempos não sabemos o que nos espera. Durante longos
anos fomos sendo alimentados na expectativa de barcos que chegam…., hoje tudo
isso é uma incógnita...» concluiu.
Bamu
Ximiá – Vamos Plantar, é uma campanha que vai ser desenvolvida em todo o país,
para sensibilizar e orientar cada cidadão são-tomense, a tirar o melhor
proveito da terra fértil que tem a sua disposição.Abel Veiga
INTERESSANTE ESTA ANÁLISE
(...) "Se o petróleo representa uma esperança legitima de desenvolvimento para os microestados insulares, as estratégias clássicas de desenvolvimento utilizadas em outros países comparáveis não foram colocadas em ação em São Tomé e Príncipe afim de libertar esse país de sua depressão económica cronica. Estas estratégias são nomeadamente união económica e monetária, união aduaneira, união diplomática. A união económica, monetária e aduaneira, é a formula que foi adotada pelos países CEMAC (Comunidade Económica e Monetária da África Central) da qual São Tomé e Príncipe não é membro. A Guiné Equatorial aproveitou melhor esta oportunidade quando ela adotou o Franco CFA (A moeda dos países da CEMAC) embora jamais tenha sido parte do antigo império colonial francês que havia implantado essa moeda, de paridade fixa com o euro desde 1999. Pode São Tomé e Príncipe, com aproximadamente 190 000 habitantes, se permitir dispor de uma moeda nacional, a dobra, corroída por uma inflação recorrente e sem taxa de câmbio sólida (1 € = 25.000 Db) ? A união diplomática consiste em confiar as funções de representação diplomática e consulares nos países estrangeiros a um Estado vizinho maior e melhor equipado no quesito. Foi a escolha feita por Liechtenstein com a Suíça desde 1922. Pode um país tão pequeno e tão pobre quanto São Tomé e Príncipe administrar eficazmente uma rede diplomática e consular em algumas capitais estrangeiras tendo em vista os custos proibitivos de gestão?Excerto de São Tomé e Principe, as ilhas do - Confins
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